Esta orientação de André Luiz nos desperta para a necessidade de tratarmos com bastante atenção e cuidado, os irmãos médiuns vivenciando processos anímicos, para que não venhamos a menosprezar esta fase do desenvolvimento mediúnico.
Sob o título acima, André Luiz traz em sua obra "Nos Domínios da Mediunidade", Capítulo 22, a história de uma irmã que, ante a simples aproximação de antigo desafeto, mas sem qualquer influência direta deste, relembrava anterior encarnação quando havia sido vítima deste desafeto, e iniciava o processo de animismo, manifestando-se como se outra entidade fosse, a bradar contra o agressor que lhe roubara a vida em passada existência.
A infeliz mulher é atendida como se fosse um caso de comunicação mediúnica, pois, nesses casos, apesar de não ser um espírito desencarnado se comunicando com o plano material, e sim o espírito do próprio médium a trazer à tona reminiscências do passado cristalizadas no campo mental de tal forma que supera o "choque biológico do renascimento no corpo físico", estamos diante de uma irmã enferma, necessitada de carinho, amor e orientação a fim de se desvencilhar do trauma que a mantém vinculada ao passado.
Esta orientação de André Luiz nos desperta para a necessidade de tratarmos com bastante atenção e cuidado, os irmãos médiuns vivenciando processos anímicos, para que não venhamos a menosprezar esta fase do desenvolvimento mediúnico e não incutirmos receio no candidato à mediunidade com Jesus, pois, sobretudo no início do desenvolvimento mediúnico, para muitos médiuns é difícil reconhecer o que vem de sua mente com o que procede de uma inteligência exterior, habilidade esta só conseguida após algum tempo de prática.
Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, capítulo 19, item 223, 2ª pergunta, nos traz: "As comunicações escritas ou verbais também podem emanar do próprio Espírito encarnado no médium?" Resposta: "A alma do médium pode comunicar-se, como a de qualquer outro..."
Acrescenta os espíritos que o médium pode, inclusive, se goza de certo grau de liberdade, recobrar suas qualidades de Espírito, ou seja, acessar um cabedal de conhecimento maior do que aquele que dispõe na atual existência. Assim, um médium de pouco estudo na atual existência pode, em uma comunicação anímica, trazer conhecimentos profundos de um determinado seguimento científico ou filosófico, se já construiu este conhecimento em existências anteriores.
Não há que se confundir animismo com mistificação. Neste último caso há a intenção de enganar, mentir, falsificar, seja por parte do médium que finge estar dando uma comunicação mediúnica quando fala por si mesmo, conscientemente, seja por parte do espírito comunicante que se faz passar por alguém que não é. No caso do animismo o médium acessa seus arquivos inconscientes e julga estar sendo influenciado por entidade estranha a si mesmo.
No caso descrito no início desta matéria vemos, na base do problema a questão do desamor aturdindo a vida de nossa irmã. Ela fora a vítima do passado e, por não perdoar, trazia consigo o trauma deixado pelo antigo algoz a lhe complicar a vida no presente. Para evitar dificuldades dessa ordem já nos ensinou o Mestre Jesus há dois mil anos: "Entra logo em acordo com o teu adversário enquanto vais com ele a caminho do foro, para não suceder que ele te entregue ao juiz, e o juiz ao oficial de justiça e sejas posto na cadeia. Pois em verdade te digo: dali não sairás até teres pago o último centavo." (Mateus, cap. V, 25 e 26)
Que procuremos aprender com o Meigo Rabi da Galiléia a perdoar e nos perdoar, buscando fazer o melhor ao nosso alcance, a fim de não entrarmos na cadeia do remorso e procurarmos viver a liberdade espiritual de fazermos o bem.
Marcos Vianna
Caminheiros do Bem - http://www.caminheirosdobem.org
Excelente interpretação, e muito importante para quem trabalha como médium ou coordena grupos de estudos na área da Mediunidade.
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