"Nascer, Morrer, Renascer ainda
e Progredir
sem cessar,
tal é a Lei. "
BIOGRAFIA RESUMIDA DISTRIBUÍDA PELA USE-SP
UNIÃO DAS SOCIEDADES ESPÍRITAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
A
vida de Allan Kardec pode ser contada de várias maneiras.
Para
melhor compreensão de alguns aspectos, preferimos dividi-la em duas
fases distintas: a primeira em que, desde o seu nascimento até a idade
dos 50 anos, foi conhecido por Hippolyte Léon Denizard Rivail; e a
segunda, quando se tornou espírita e passou a assinar Allan Kardec.
1ª
fase:
Allan Kardec nasceu em Lyon (França), a 3 de outubro de 1804 e foi registrado sob o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Iniciou seus estudos na escola de Pestalozzi (em Yverdun, Suiça). A educação transmitida por Pestalozzi marcou profundamente a vida futura do jovem Rivail. Tornou-se educador e entusiasta do ensino, tendo sido várias vezes convidado por Pestalozzi para assumir a direção da escola, na sua ausência. Durante 30 anos (de 1824 a 1854), dedicou-se inteiramente ao ensino e foi autor de várias obras didáticas, que em muito contribuíram para o progresso de educação, naquela época.
2ª
fase:
Em 1855, o prof. Rivail depara, pela primeira vez, com o “fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida”. Passa então a observar estes fenômenos; pesquisa-os cuidadosamente, graças ao seu espírito de investigação, que sempre lhe fora peculiar, não elabora qualquer teoria pré-concebida, mas insiste na descoberta das causas. Aplica a estes fenômenos o método experimental com o qual já estava familiarizado na função de educador; e, partindo dos efeitos, remonta às causas e reconhece a autenticidade daqueles fenômenos. Convenceu-se da existência dos espíritos e de sua comunicação com os homens. Grande transformação se opera na vida do prof. Rivail: convencido de sua condição de espírito encarnado, adota um nome já usado em existência anterior, no tempo dos druidas: Allan Kardec. De 1855 a 1869, consagrou sua existência ao Espiritismo; sob a assistência dos Espíritos Superiores, representados pelo Espírito da Verdade, estabelece as bases da Codificação Espírita, em seu tríplice aspecto: Filosófico, Científico e Religioso. Além das obras básicas da Codificação(Pentateuco Kardequiano), contribuiu com outros livros básicos de iniciação doutrinária, como: O que é o Espiritismo, O Espiritismo na sua mais simples expressão, Instruções práticas sobre as manifestações espíritas e Obras Póstumas. A estas obras junta-se a Revista Espírita, “jornal” de estudos psicológicos, lançado a 1º de janeiro de 1858 e que esteve sob sua direção por 12 anos. É também de sua iniciativa a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1º de abril de 1858 - primeira instituição regularmente constituída com o objetivo de promover estudos que favorecessem o progresso do Espiritismo. Assim surgiu o Espiritismo: com a ação dos Espíritos Superiores, apoiados na maturidade moral e cultural de Allan Kardec, no papel de codificador. Com a máxima “Fora da caridade não há salvação”, procura ressaltar a igualdade entre os homens, perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua. E a este princípio cabe juntar outro: “Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face à face, em todas as épocas da humanidade”. Esclarece Allan Kardec: “A fé raciocinada que se apóia nos fatos e na lógica, não deixa qualquer obscuridade: crê-se, porque se tem certeza e só se está certo, quando se compreendeu”. Denominado “o bom senso encarnado” pelo célebre astrônomo Camille Flammarion, Allan Kardec desencarnou aos 65 anos, a 31 de março de 1869. Em seu túmulo, no cemitério de Père Lachaise (Paris), uma inscrição sintetiza a concepção evolucionista da Doutrina Espírita: “Nascer, Morrer, Renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei”.
Transcrito
integralmente de Impresso publicado pela USE -SP
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