Eternidade

Eternidade

sexta-feira, 29 de março de 2024

Jesus e Paz


 “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; 
não vo-la dou como o mundo a dá...”
 – Jesus. (JOAO, 14:27.)

A paz do mundo costuma ser preguiça rançosa. 
A paz do espírito é serviço renovador. 
A primeira é inutilidade. 
A segunda é proveito constante. 
Vejamos o exemplo disso em nosso Divino Mestre. 
Lares humanos negaram-lhe o berço. 
Mas o Senhor revelou-se em paz na estrebaria. 
Herodes perseguiu-lhe, desapiedado, a infância tenra. 
Jesus, porém, transferindo-se de residência, em favor do apostolado que trazia, sofreu, tranqüilo, a imposição das circunstâncias. 
Negado pela fortuna de Jerusalém, refugiou-se, feliz, em barcas pobres da Galiléia, 
Amando e servindo os necessitados e doentes recebia, a cada passo, os golpes da astúcia de letrados e casuístas de teu tempo;, contudo, jamais deixou, por isso, de exercer, imperturbável, o ministério do amor. 
Abandonado pelos próprios amigos, entregou-se serenamente à prisão injusta. 
Sob o cuspo injurioso da multidão foi açoitado em praça pública e conduzido à crucificação, mas voltou da morte, aureolado de paz sublime, para fortalecer os companheiros acovardados e ajudar os próprios verdugos. 
Recorda, assim, o exemplo do Benfeitor Excelso e não procures segurança íntima fora do dever corretamente cumprido, ainda mesmo que isso te custe o sacrifício supremo. 
A paz do mundo, quase sempre, é aquela que culmina com o descanso dos cadáveres a se dissociarem na inércia, mas a paz do Cristo é o serviço do bem eterno, em permanente ascensão.  

Obra: Palavras de Vida Eterna - 57
          Francisco C. Xavier, pelo Espírito de Emmanuel.

sábado, 9 de março de 2024

A DOR COMO CAMINHO DE REGENERAÇÃO


 

A dor como caminho de regeneração e progresso

Não olvidemos que as grandes tribulações trazem em seu bojo função transformadora e regeneradora. O homem, enquanto no corpo físico, não consegue perceber a função edificante da dor. Tudo o que vive neste mundo sofre e, no entanto, o amor é a lei do Universo.

Dra. Márcia Regina Colasante Salgado – AME-Brasil

A dor como caminho de regeneração e progresso

Não olvidemos que as grandes tribulações trazem em seu bojo função transformadora e regeneradora. O homem, enquanto no corpo físico, não consegue perceber a função edificante da dor. Tudo o que vive neste mundo sofre e, no entanto, o amor é a lei do Universo. “A dor segue todos os nossos passos; espreita-nos em todas as voltas do caminho”. 1
Discorrendo sobre a dor Leon Denis ressalta que ela é uma lei de equilíbrio e educação, e que o sofrimento, em parte, é devido às violações das Leis Divinas pelo homem, contudo, como todos os seres passam por ele, deve ser considerado como necessidade de ordem geral e instrumento de progresso.
Kardec2 também afirma que muitas vezes os sofrimentos independem de nós, mas grande parte deles são consequência da nossa vontade. Nossas escolhas, felizes ou infelizes, na experiência terrena, repercutem não só no momento em que as executamos, mas nas encarnações subsequentes, onde forçosamente recolheremos os seus resultados.
Não resta dúvida que é muito difícil compreender toda a significação do sofrimento e da dor e há que se fazer aqui a distinção entre a dor física, de natureza material, considerada um sinal de alarme, e a dor moral, permanente e profunda, que está presente na essência do ser. “A dor física produz sensações; a dor moral produz sentimentos”, mas ambas confundem-se no sensório íntimo, e acabam por ampliara percepção do homem em relação à própria existência, extraindo-lhe as virtudes latentes.
No livro Ação e reação, o instrutor Druso, destaca que “a dor é ingrediente dos mais importantes na economia da vida em expansão”, apontando a dor-evolução, decorrente dos fatos naturais da vida; a dor-auxílio, empregada pelas autoridades superiores da Espiritualidade, com o objetivo de impedir a queda da criatura em desastres morais iminentes, e a dor-expiação, que vem de dentro para fora e marca a criatura na sua caminhada evolutiva, tendo como objetivo sua regeneração perante a Justiça Divina.
A dor exerce, portanto, ação misteriosa na consciência dos indivíduos, educando e aperfeiçoando o ser, fazendo-se presente tantas vezes quantas forem necessárias para a sua transformação moral. Através de diferentes processos agirá com eficácia desenvolvendo a sensibilidade, a delicadeza, a bondade, a ternura, a compaixão, a humildade e a indulgência, qualidades entre tantas, que o ser precisa adquirir.
A dor e o sofrimento cumprem, dessa forma, o papel de transformar e reconduzir a alma humana aos caminhos do bem, em harmonia com as Leis eternas. Estarão presentes em nossas vidas, ainda por muito tempo, até que aprendamos a viver de acordo com as Leis Divinas, até que transformemos nossos instintos grosseiros em sentimentos puros e elevados. E como nos ensina Leon Denis,
“[…] por trás da dor, há alguém invisível que lhe dirige a ação e a regula segundo as necessidades de cada um, com uma arte, uma sabedoria infinitas, trabalhando por aumentar nossa beleza interior nunca acabada, sempre continuada, de luz em luz, de virtude em virtude, até que nos tenhamos convertidos em Espíritos celestes”. 1

Referências
1. Denis L. O problema do ser, do destino e da dor. Capítulo XXVI.
2. Kardec A. O livro dos espíritos. Livro II. Capítulo VI. Questão 257
3. Xavier FC, Emmanuel (Espírito). O Consolador. Questão 239.
4. Xavier FC, Luiz A (Espírito). Ação e reação. Capítulo 19.

Dra. Márcia Regina Colasante Salgado – AME-Brasil

quinta-feira, 7 de março de 2024

Poema "SOU FELIZ"

 "O Psiquismo Divino flui através de mim. Deus sustenta-me e me conduz em todos os dias da minha vida.

Há um fluxo e refluxo de força que me percorre o ser e impulsiona-me ao prosseguimento.
De mim depende coordenar os movimentos, eleger a meta e avançar.
Submetendo-me a essa força vital, tudo se me torna acessível, e poderei chegar ao bom termo das minhas aspirações em paz."

(Texto: DECISÃO DE SER FELIZ, do Livro "Momentos
de Saúde", Divaldo Pereira Franco, pelo espírito Joanna de Ângelis)



SOU FELIZ


Descobri meu Cristo interno, pleno de propósito de Vida!

Ele me impulsiona a ser útil e nele encontro a Guarida

Que me acolhe, estimula e inspira a ver nas Dores

Como lidar com meu Ego pra superar os Dissabores…

E assim avançar, comprometido com a meta que estabeleci,

Aproveitando o HOJE e a oportunidade de estar AQUI,

AGIR sem perder o foco, pois estou determinado a SEGUIR

Na conquista dos valores imortais e me DESCOBRIR.

Essa determinação gera em mim a força pra eu SER FELIZ

Independente daquilo que me aconteça, ou dos óbices que apareça,

Pois, me vincula ao meu EU SUPERIOR, que faz de mim SENHOR…

O SENHOR do meu destino, que compreende e não se apavora,

Pois não quer controlar e dominar o que está fora, mas SIM.

Iluminar e desenvolver tudo aquilo que está dentro de mim!

Autora: Conceição Cavalcante
Fonte: AmesDF | Amigos do Espiritismo


segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O Livro dos Médiuns

 


Anunciada há muito tempo, mas com a publicação retardada em virtude de sua própria importância, esta obra aparecerá entre os dias 5 e 10 de janeiro, na livraria do Sr. Didier, nosso editor, localizada no Quai des Augustins, 351. Representa o complemento de O Livro dos Espíritos e encerra a parte experimental do Espiritismo, assim como este último contém a parte filosófica.

Fruto de longa experiência e de laboriosos estudos, nesse trabalho procuramos esclarecer todas as questões que se ligam à prática das manifestações. De acordo com os Espíritos, contém a explicação teórica dos diversos fenômenos, bem como das condições em que os mesmos se podem reproduzir. Não obstante, sobretudo a matéria relativa ao desenvolvimento e ao exercício da mediunidade mereceu de nossa parte uma atenção toda especial.

O Espiritismo experimental é cercado de muito mais dificuldades do que geralmente se pensa, e os escolhos aí encontrados são numerosos. É isso que ocasiona tantas decepções aos que dele se ocupam, sem a experiência e os conhecimentos necessários. Nosso objetivo foi o de prevenir contra esses escolhos, que nem sempre deixam de apresentar inconvenientes para quem se aventure sem prudência por esse terreno novo. Não podíamos negligenciar um ponto tão capital, e o tratamos com o cuidado que a sua importância reclama.

Os inconvenientes quase sempre se originam da leviandade com que é tratado problema tão sério. Sejam quais forem, os Espíritos são as almas dos que viveram, no meio das quais estaremos infalivelmente, de um momento para outro. Todas as manifestações espíritas, inteligentes ou não, têm, pois, por objeto, pôr-nos em contato com essas mesmas almas; se respeitamos os seus restos mortais, com mais forte razão devemos respeitar o ser inteligente que sobrevive e que constitui a sua verdadeira individualidade. Fazer das manifestações uma brincadeira é faltar com o respeito que talvez amanhã reclamaremos para nós mesmos, e que jamais é violado impunemente.

O primeiro momento de curiosidade causado por esses estranhos fenômenos já passou. Hoje, que se lhes conhece a fonte, guardemo-nos de profaná-la com brincadeiras descabidas e nos esforcemos por nela haurir o ensinamento apropriado que nos assegurará a felicidade futura. O campo é muito vasto e o objetivo por demais importante para cativar toda a nossa atenção. Até hoje, todos os nossos esforços tenderam para fazer o Espiritismo entrar neste caminho sério. Se esta nova obra, tornando-o ainda mais bem conhecido, puder contribuir para impedir que o desviem de sua destinação providencial, estaremos amplamente recompensados de nossos cuidados e de nossas vigílias.

Não negamos que esse trabalho suscitará mais de uma crítica da parte daqueles a quem incomoda a severidade dos princípios, bem como dos que, vendo as coisas de um outro ponto de vista, já nos acusam de querer fazer escola no Espiritismo. Se fazer escola é procurar nesta ciência um fim útil e proveitoso para a Humanidade, teríamos o direito de nos sentir envaidecidos com essa acusação. Mas uma tal escola não necessita de outro chefe que não seja o bom-senso das massas e a sabedoria dos Espíritos bons, que a teriam criado sem a nossa participação. Eis por que declinamos da honra de a ter fundado, felizes de nos colocarmos sob a sua bandeira, não aspirando senão o modesto título de propagador. Se for necessário um nome, inscreveremos em seu frontispício: Escola de Espiritismo Moral e Filosófico, e para ela convidaremos todos quantos têm necessidade de esperanças e de consolações.

Allan Kardec

Fonte: Revista Espírita, janeiro, 1861.

sábado, 25 de fevereiro de 2023

A hora de ajudar

                                     

                                                                                  Divaldo Franco

                                                                             Professor, médium e conferencista espírita 


Estando em festa a formidanda Mansão dos Churchill na Escócia, muitas crianças vieram com seus pais para o grandioso evento de reinauguração dos edifícios há pouco restaurados.

Enquanto brincavam, uma delas caiu numa piscina e começou a afogar-se. Em desespero, as demais se puseram a gritar enquanto o garoto se debatia.

Estando próximo o filho do jardineiro, sem raciocinar quase, atirou-se às águas e, por ser também uma criança, conseguiu com sacrifício salvar o outro.

Logo os adultos tomaram conhecimento, e o pai, reconhecido, muito agradeceu ao menino.

De imediato, disse-lhe ao genitor: – Em gratidão por seu filho haver salvado a vida do meu, eu lhe darei refinada educação. Diga-me o que mais ele deseja para si mesmo no futuro.

O homem humilde pensou um pouco e respondeu: – Meu filho disse-me uma vez que, quando crescesse, desejava ser médico para ajudar as pessoas.

– Pois o levarei para Londres e o educarei atendendo o seu desejo.

Assim aconteceu.

Passaram-se os anos e em 1947, terminada a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro da Inglaterra Winston Churchill participava da Conferência de Paz, em Teerã, no Irã, quando adoeceu gravemente de pneumonia.

A notícia consternou o mundo, mas o Dr. Alexander Fleming, o autor da descoberta da penicilina, viajou de Londres e cuidou do paciente, salvando-lhe a vida.

Posteriormente, quando Churchill referiu-se ao notável acontecimento, afirmou que por duas vezes a sua vida fora salva pela mesma pessoa.

Fleming era o pequeno que o salvara do afogamento na Escócia.

Na vida de todos nós jamais faltam oportunidades para ajudar o nosso próximo, e esse sentido existencial tem sido responsável por tudo de bom e belo que acontece na humanidade.

Quem não vive para servir ainda não aprendeu a viver.

A vida humana é um hino ao serviço constante, porquanto tudo serve em a Natureza.

Faz-se necessário somente descobrir-se a melhor maneira de servir, colocando-se na condição de edificador da felicidade na Terra.

O egoísmo tem sido responsável pela desgraça moral e espiritual das criaturas e somente o altruísmo é-lhe o oposto dignificador.

Quando compreendermos o sentido do serviço edificante entre todos e em toda parte, haverá uma sinfonia harmônica entre as massas, e o mal, que persiste nos corações, cederá lugar ao amor, que se enfloresce em bênçãos.

Nunca desperdices a oportunidade de ajudar no crescimento ético das criaturas e nas suas necessidades.

Ajudando, estarás auxiliando-te a entender que realmente feliz e abastado é todo aquele que auxilia.

Foi por esta razão psicológica e real que Allan Kardec estabeleceu no conteúdo do Espiritismo que “fora da caridade não há salvação”.

Expandir a caridade é dever nosso.

Artigo originalmente publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião, no dia 27 de janeiro de 2023.