O espírita consciente de seus deveres não desanima ante as dificuldades naturais do caminho estreito.
Sabe que a luta é difícil, mas confia na vitória da perseverança.
Compreendendo a tarefa que lhe cabe desempenhar na construção de um mundo novo, trabalha sem esmorecimento na seara do bem, vivenciando a fé nas menores atitudes.
Coopera com todos, sem exigir cooperação.
Incentiva os companheiros de ideal, certo de que cada um faz o que está ao alcance de suas possibilidades.
Entende as suas e as limitações alheias, porquanto o Espiritismo lhe esclarece que todos somos Espíritos em evolução, ainda presos ao passado de erros exigindo resgate no presente.
O Espírita, embora seja um homem como qualquer outro, com os mesmos anseios e aspirações, é chamado a influenciar na espiritualização das criaturas a partir do próprio exemplo.
Valorizando o tempo que muitos desprezam, renuncia aos prazeres e facilidades terrestres, aproveitando cada minuto que lhe é concedido pela reencarnação no sentido de melhorar-se.
Convicto sobre a transitoriedade dos bens materiais exercita o desprendimento, retendo consigo apenas aquilo de que tenha absoluta necessidade.
Adepto da Fé Raciocinada, o espírita busca fugir a extremismos de opinião, cônscio de que o fanatismo religioso é um dos maiores entraves ao progresso da Humanidade.
No recinto doméstico, é o servidor que se sacrifica pela felicidade dos corações amados.
Na via pública, é o amigo da caridade, sempre vigilante de forma a não perder a oportunidade de ser útil.
No ambiente de trabalho, é o companheiro que se faz admirado pela gentileza e pela competência.
O espírita na instituição a que se vincula, é o irmão que não se preocupa com a disputa de cargos, mas, sim, em cumprir com alegria os encargos que lhe dizem respeito, na certeza de que "o maior no Reino dos Céus é o que se fizer na Terra o servidor de todos".
Não critica a ninguém.Não agasalha a vaidade.Não se julga privilegiado.Não participa de discussões estéreis.Não se faz instrumento da maledicência.
A respeito dele, escreveu Allan Kardec: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que empreende para domar as suas más inclinações".
Vejamos que não se trata de exibir atestado de santidade, mas de renovar-se a cada dia nos esforços de todo instante, levantando-se das possíveis quedas e seguindo adiante, com o fardo que sustenta aos próprios ombros.
Irmão José & Carlos Baccelli
Livro: Seara de Luz
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