Estudando o problema da escolha de
provações da Esfera Espiritual para o círculo das experiências
humanas,imaginemos um campo de serviço terrestre em que cada trabalhador
é chamado à execução de tarefa específica.
Decerto que,aí dentro,vige a liberdade na razão direta do dever bem cumprido.
O
servidor que haja inutilizado deliberadamente as peças do arado que lhe
requer devoção e suor gastará tempo em adquirir instrumento análogo com
que possa atender à orientação que o dirige.
O
lavrador invigilante que tenha permitido por desleixo a incursão de
vermes destruidores na plantação que lho define o trabalho,não pode
esperar a colheita nobre antes que se consagre à limpeza e preservação
da leira que a administração lhe confia.
O
cooperador que tenha a infelicidade de envolver-se no crime terá
cerceada a sua independência de ação,de vez que será necessário
circunscrever-lhe a influência em processo adequado de reajuste.
Entretanto,se
o operário fiel da lavoura satisfaz agora todos os requisitos das
justas obrigações a que,se vê convocado,sem dúvida,plasma,em seu próprio
favor,o direito de indicar por si mesmo o novo passo de serviço na
direção do futuro,com pleno assentimento da autoridade superior que lhe
traça o roteiro de lutas edificantes.
Assim,pois,além
do sepulcro,nem todos desfrutam de improviso a faculdade de escolher o
lugar ou a situação em que deva prosseguir no esforço de
evolução,porquanto,quase sempre,é imperioso o regresso às sombras da retaguarda para refazer com sofrimento e lágrimas,amargura e aflição o ensejo sublime de acesso à luz.
Se
desejas,assim,a marcha vitoriosa para lá dos portais de cinza em que o
túmulo se te expressa à visão,afeiçoa-te,com perseverança e lealdade,ao
próprio dever,dele fazendo o teu pão espiritual,cada dia,por que para
alcançar o triunfo e a elevação de amanhã é indispensável saibamos
consagrar-lhes a nossa atenção desde hoje.
Revista O Semeador – Abril de 1981
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