Quando a
pureza estiver em nossos olhos, fixaremos na cicatriz do próximo a desventura
respeitável do nosso irmão. Quando a pureza morar em nossos ouvidos,
receberemos a calúnia e a maldade, nelas sentindo o incêndio e o infortúnio que
ainda lavram no espírito daqueles que nos observam sem o exato conhecimento de
nossas intenções.
Quando a
pureza se demorar em nossa boca, a maledicência surgirá, junto de nós, por
enfermidade lamentável do amigo que nos procura, veiculando-lhe o veneno, e
saberemos fazer o silêncio bendito com que possamos impedir a extensão do mal.
Quando a
pureza se associar ao nosso raciocínio, identificaremos nos pensamentos
infelizes a deplorável visitação da sombra, diante da qual acenderemos a luz de
nossa fé para a justa resistência.
Quando a
pureza respirar em nosso coração, o endurecimento espiritual jamais encontrará
guarida em nossa alma, porque o calor de nosso carinho se irradiará em todas as
direções, estimulando a alegria dos bons e reduzindo a infelicidade dos nossos
irmãos que ainda se confiam à ignorância.
Quando a
pureza brilhar em nossas mãos, a preguiça não nos congelará a boa vontade e
aproveitaremos as mínimas oportunidades do caminho para o abençoado serviço do
amor que o Mestre nos legou. “Bem aventurados os puros de coração” – proclamou o
Divino Amigo.
Sim, bem
aventurados os que esposam o bem para sempre, porque semelhantes trabalhadores
da luz sabem converter a treva em claridade, os espinhos em flores, as pedras
em pães e a própria derrota em vitória, criando, invariavelmente, o Céu onde se
encontram e apagando os variados infernos que a miséria e a crueldade inflamem
na Terra para tormento da Vida.
Chico Xavier / Emmanuel (Espírito)
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