A
boa música é uma manifestação artística sublime, envolvente, de elevada
expressividade e de considerável importância. Para avaliarmos seu
valor, basta imaginarmos o mundo sem melodias, os filmes sem efeitos
sonoros, os momentos especiais sem o colorido das emoções remetidas
pelas canções, a infância sem cantigas, o silêncio...
Curiosa
é a questão da inspiração, da construção da harmonia, da seleção de
notas que, combinadas, descortinam possibilidades infinitas de
sentimentos e sensações, capazes de trazer à tona lembranças ou
construir novos horizontes no panorama mental.
A
música é uma linguagem universal, que toca o íntimo dos seres,
independentemente de credo, etnia, raça, condição social, idioma, idade,
nível cultural.
De onde viria esta inspiração? Quando se inicia o processo de criação?
Os
grandes mestres da música clássica e erudita atuais e os consagrados
através dos tempos relataram em inúmeras ocasiões que o processo de
criação fluía naturalmente, de forma espontânea, muitas vezes quase que
involuntariamente, ou como se já soubessem das melodias, como se já as
houvessem conhecido e estivessem apenas transcrevendo algo que pulsava
em suas mentes, no compasso incompreensível do borbulhar de ideias fixas
e incessantes.
Mozart
afirmara por várias vezes que sua vida era profana, mas que sua música
era celestial. Em tenra idade já possuía o dom de compor obras de
vultosa profundidade, inexplicável à compreensão comum.
Beethoven
mesmo surdo compunha obras memoráveis, de impecável maestria e regia de
forma absolutamente perfeita. Comentava sobre a indescritível
experiência de sonhar com as composições ou ouvi-las em seu íntimo antes
de traduzi-las em notas musicais e partituras.
Bach
vivia tão absorto neste universo musical que suas composições fluíam
rotineiramente e muitas delas foram perdidas, porque, na dificuldade das
crises financeiras, as vendia e muitas vezes até usavam as partituras
como papel de embrulho... O que representa um grande pesar.
Schubert,
Schumman, Puccini, Verdi, Wagner e tantos outros tiveram o amor, em
suas mais diversas expressões, como tema central de suas obras, mas o
que os impulsionava era algo misteriosamente irresistível, certeiro e
obsessivo.
Liszt
e Chopin podem ser rememorados pelas obras que remetem à melancolia,
à tristeza, que brotavam orvalhadas de seus sentimentos comuns a esta
sintonia...
Pensemos
em O Livro dos Espíritos, quando temos as iluminadas explicações acerca
da mediunidade, lembrando que todos somos médiuns e a mediunidade pode
se expressar de maneiras várias e muitíssimo particulares, podemos
então compreender todos os episódios citados como relacionados de forma
estreita e clara com a mediunidade.
André
Luiz, em suas obras, dentre os muitos ensinamentos nos mostra que a
maioria do que temos aqui em nosso orbe é inspirado no que se tem nas
colônias espirituais, e que os bons Espíritos permitem ao tempo oportuno
que a humanidade possa desfrutar de inovações e facilidades que são
comuns na vida espiritual.
A
questão da sintonia é de extrema importância, relembrando a necessidade
da batalha íntima que travamos diariamente rumo à reforma íntima.
Assim, a música elevada é capaz de inspirar vibrações positivas e o
contrário também é verdadeiro. Esta questão é e foi sempre bem
compreendida, mesmo que nem sempre necessariamente desta maneira, mas
lembremo-nos da música sacra, dos rituais de diferentes credos que são
ou foram acompanhados por música, a importância de determinados tipos de
músicas para a meditação e concentração, ou para que seja possível
alegrar e estimular as pessoas.
Os
mantras, as orações repetidas, músicas e sons típicos de ritos que
levam o indivíduo a um estado de transe ou até mesmo de desdobramento,
em diversas e diferentes religiões, podem ser evidências de que a música
é realmente capaz de mexer com o íntimo dos indivíduos.
Atualmente
a musicoterapia é uma modalidade de tratamento terapêutico a favor do
bem-estar dos indivíduos, que reabilita através da música e auxilia em
diversas situações cotidianas, sendo respeitada nos meios médicos e
acadêmicos.
Portanto,
vamos desfrutar da boa música, utilizá-la para nos trazer paz e
equilíbrio, ouvindo as pérolas deixadas à humanidade ao longo dos
séculos como obra-prima que a espiritualidade maior nos presenteia com
tanta generosidade. Sejamos gratos pelas possibilidades múltiplas de
termos um elo que nos une ao alto e ao que entendemos como superior, uma
linguagem universal que não necessita de traduções, mas que se conjuga
tão bem à poesia.
Fonte: O Consolador
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