Eternidade

Eternidade

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Prática Mediúnica e Prática Espírita



No folheto “Conheça o Espiritismo”, difundido pela Federação Espírita Brasileira e pelo Conselho Espírita Internacional de conformidade com a Campanha de Divulgação do Espiritismo, quando trata da “Prática Espírita” consta:

“Toda prática espírita é gratuita, como orienta o princípio moral do Evangelho:
‘Dai de graça o que de graça recebestes”’.

“A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adotem”.

“Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã”.

A História do mundo nos demonstra que a mediunidade sempre se fez presente na vida do homem desde a Idade da Pedra, servindo de instrumento para o surgimento da religião, com o Totemismo, e o seu progresso, bem como para o desenvolvimento de outros setores da Humanidade.

A Doutrina Espírita surgiu em 1857, trazendo conceitos novos, aprofundando a compreensão sobre as Leis de Deus que regem o Universo e esclarecendo os mecanismos da mediunidade até então desconhecidos. E demonstrou que o caminho a seguir por todos os homens, em seu próprio benefício, é a prática da caridade em sua plenitude: 

“Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.1

Diante disto, Allan Kardec observa com sensatez: “A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. [...] Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam”.2

Vê-se, desta forma, que no mundo existem muitas práticas mediúnicas, como sempre existiram, realizadas sob as mais diversas inspirações, todas respeitáveis.

Todavia, “prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios
da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã”.

___________________________________________________
1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Q. 886. Ed. FEB.
2______. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. 26, item 10. Ed. FEB.

Fonte: Reformador nº 2.164, julho/2009 

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Contato com os Guias Espirituais


Contato com os Guias Espirituais


Afliges-te, porque ainda não lograste o contato psíquico com os teus guias espirituais.

Reflexionas que buscaste a fé religiosa, abraçando a mediunidade, e, não obstante, tens a impressão que navegas sem rumo, padecendo conflitos e experimentando desânimo.

Momentos surgem nos quais receias pela legitimidade do intercâmbio espiritual de que te fazes objeto.

Anseias por informações precisas sobre o teu papel nas tarefas da mediunidade.

Relacionas pessoas que te parecem menos equipadas, e, apesar disso, apresentam-se superprotegidas pelos Espíritos Nobres, assessoradas por Benfeitores Venerandos e Entidades outras, que na Terra deixaram nomes respeitáveis, famosos...

Planejas desistir, acreditando que as tuas são faculdades atormentadas, sem credencial ou recurso capaz de registrar a proteção dos guias espirituais.

Tem, porém, cuidado e medita sem queixa.

A mediunidade é instrumento de serviço em nome do amor de Deus, para apressar o progresso dos homens e facultar o intercâmbio com os Espíritos, deles recebendo a ajuda.

Candidatas-te ao labor socorrista, como recurso saudável para te recuperares moralmente do passado delituoso, mediante cuja contribuição terias, também, as dores lenidas ou alteradas no seu organograma para a evolução.

Honrado pelo trabalho de iluminação de consciência, estás colocado como veículo de bênçãos.

Buscam-te os sofredores, porque são trazidos a ti pelos teus guias espirituais, que confiam na tua ductibilidade, no teu sentimento de amor.

Porque não ouves os teus Benfeitores, não te creias abandonado, sem apoio.

Tem paciência.

Faze silêncio íntimo e entrega-te mais.

Quando desdobrado parcialmente pelo sono, eles te confortam e instruem, fortalecem-te e programam as atividades para as quais renasceste.

Se não o recordas conscientemente, ficam impressos nos teus registros psíquicos, esses salutares conúbios edificantes.

Se aprofundares reflexão, perceberás quantas vezes eles já te falaram, socorreram e apoiaram nos momentos rudes das provações e dos testemunhos.

Eles são discretos e agem sem alarde, não brindando recursos que induzam à vaidade, ao exibicionismo.

Amparam em silêncio, instruem em calma, conduzem com afabilidade.

Quando vejas, na mediunidade, o campeonato das disputas humanas e o calafrio que provoca a presença de seres nobres do passado, aureolando com pompa terrestre a memória, que pretendem manter rutilante, acautela-te e desconfia.

Importante não é o nome que firma ou enuncia uma mensagem, mas, sim, o seu conteúdo de qualidade e penetração benéfica.

Desse modo, trabalha no anonimato e, consciente das responsabilidades que te dizem respeito, deixa que os teus guias espirituais zelosamente te guardem e conduzam, não te expondo no palco da insensatez, onde brilha por um dia e se apaga de imediato a vaidade humana.

Joanna de Ângelis  &  Divaldo P.  Franco

domingo, 27 de janeiro de 2013

Luz do Dia...


Reflexão...




"– Quando a verdadeira união se fizer espontânea, entre todos os homens
no caminho redentor do trabalho santificante do bem natural,
então o Reino do Céu resplandecerá na Terra,
à maneira da árvore divina
das flores de luz e dos frutos de ouro."


(Jesus no Lar, Neio Lúcio psicografia Chico Xavier cap. 46, ed. FEB.)

Alma e Corpo

Willian Bouguereau "CREPÚSCULO" 
óleo s/tela, 1882, 127 x 66 cm.


Não nos esqueçamos de que o corpo na Terra é o filtro vivo de nossa alma.

Nossos pensamentos expressar-se-ão, segundo os sentimos, tanto quanto nossos atos serão exteriorizados, conforme pensamos.

Todos os processos emocionais do coração atingem o cérebro, de onde se irradiam para o campo das manifestações e das formas.

Sensações e atitudes mais íntimas se nos mostram, invariavelmente, na vida de relação.

A gula produz a deformidade física.
O orgulho estabelece a irritação sistemática.
A vaidade conduz à perturbação.
A cólera dá origem a graves desequilíbrios.
O ciúme leva ao ridículo.
A maldade se transforma em delito.
O desânimo alimenta o caruncho da inutilidade.
A ignorância faz a penúria.
A tristeza improdutiva cria moléstias fantasmas
Os hábitos indesejáveis trazem a antipatia em tormo de quantos a eles se afeiçoam.
A paixão, não raro, conduz à morte.

Cada sentimento emite raios e forças intangíveis que lhe serão característicos.

Cultivemos a bondade, a compreensão e a alegria, porquanto nelas possuímos o manancial das energias de soerguimento e elevação da alma para Deus, nosso Pai e Misericordioso Senhor.

Nem corpo inteiramente mergulhado na Terra, nem espírito integralmente absorvido na contemplação do firmamento.

A árvore produz para o mundo, sustentando a vida, de raízes imersas no solo e de copa florida a espraiar-se em pleno Céu.

Aprendamos com a natureza.

A situação ideal será sempre a do equilíbrio com a vigilância concentrada por dentro. Por isso mesmo há muitos séculos, já nos afirmava a profecia: Guardai com carinho e cuidado o coração por que realmente dele é que procedem as correntes da vida.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Neste Instante. Ditado pelo Espírito Emmanuel. FEB.

Reflexão


sábado, 26 de janeiro de 2013

Luz do Dia






O mundo é cerâmica sublime, em pleno cosmos.
A carne é o barro; o espírito é o oleiro.
Cada homem plasma seu destino de acordo com a própria vontade.
Há quem fabrique ânforas para o vinho do Senhor
e há os que modelam crateras para a cicuta do espírito.
Companheiro da Terra, faze da tua existência um vaso sagrado,
em que a Divina Bondade se manifeste.
Na pobreza ou na abastança, na felicidade ou na desventura,
não te esqueças de que a vida corpórea é divina argila em tuas mãos.


(mensagem do espírito Tereza D'Ávila "Falando à Terra" - F. C. Xavier)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ser Espírita ou Estar Espírita?



Já faz algum tempo que venho me questionando sobre a diferença entre uma e outra situação de que fala o título deste escrito. Muitos hão de pensar, mas não é a mesma coisa? Outros dirão, ser espírita é estar espírita!!! Mas eu acho não ser o mesmo e um exclui o outro estado.

Quem está espírita, com certeza não é espírita. Depois de estudar um pouco, vou tentar explicar a minha opinião.
 
Como não poderia deixar de ser, fui às obras básicas para rever o que Kardec nos fala sobre o que é ser espírita. 

No Capítulo XVII Kardec nos leva a refletir sobre o que é ser espírita.

No livro A Gênese, Introdução, 56, encontrei: “Com o auxílio das novas luzes trazidas pelo espiritismo e pelos espíritos, o homem compreende a solidariedade que une todos os seres; a caridade e a fraternidade tornam-se uma necessidade social; ele faz por convicção o que não fazia senão por dever, e o faz melhor.”

É sobejamente sabido que a Doutrina Espírita codificada por Kardec foi estruturada de acordo com os ensinamentos de Jesus. 

Logo, o espírita é o seguidor incondicional das revelações do Divino Mestre, as lições que nos deixou pelos escritos dos seus Apóstolos e Evangelistas. Dentro desse raciocínio vamos encontrar no Evangelho Segundo o Espiritismo , capítulo XVII, “Sede perfeitos”, a explicação por Kardec do Evangelho de Mateus, Cap.V, v. 44, 46, 47 e 48, “Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam, e rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam. Pois se só amais os que vos amam, que recompensa tereis com isso? Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”.

O que podemos entender? 

Jesus procura nos ensinar que não é para termos a pretensão de ser como o Pai, mas que obedecendo as Leis Divinas, podemos nos tornar homens de bem. 

E como é o homem de bem?

O item 3 do capítulo mencionado do Evangelho Kardequiano, vamos encontrar que, por princípio é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Vive interrogando sua consciência para sentir intimamente se seus atos não violaram esses preceitos, se não praticou o mal mas sim o bem que podia e estava ao seu alcance.

Dentro da sua prática de caridade não tem raiva, nem rancor, nem desejo de vingança: segue o exemplo de Jesus perdoando e esquecendo as ofensas, pois sabe que será perdoado na medida que souber perdoar.

Não se envaidece por nada que o tornaria superior: por fortuna, por dotes pessoais, por seu talento, não abusa dos bens materiais que lhe são concedidos.

Não procura conquistar postos e honrarias de qualquer espécie, principalmente no seio da sua comunidade , aceitando com humildade e respeitando os direitos dos seus semelhantes, como gostaria que fossem respeitados os seus...

Se, por qualquer razão, assume um posto de comando em qualquer tipo de Instituição, deverá saber exercer o poder com moderação, sem ferir outrem, tratando das coisas com lisura e competência, sem apego ao poder que lhe foi concedido em caráter transitório. 

Saber renunciar às vaidades do cargo que ocupa .e deixá-lo com dignidade quando vencer o tempo pré estabelecido.

O item 4 , que tem como título Os bons espíritas, Kardec inicia com as seguintes palavras: “O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, forçosamente conduz aos resultados acima mencionados (o homem de bem), que caracterizam o verdadeiro espírita como o verdadeiro cristão, um e outro tornando-se o mesmo.”

E mais: “Aquele a quem é possível, e com razão, qualificar de verdadeiro e sincero espírita, está num grau superior de adiantamento moral. Seu espírito, que domina a matéria de maneira mais completa, dá a ele uma percepção mais clara do futuro. Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua formação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações.”

O que me diz ao coração esses ensinamentos de Kardec? 

Me dizem que para me considerar bom espírita preciso, em primeiro lugar, conhecer os ensinamentos do Mestre Jesus, e, na medida que puder me esforçar, segui-los sem constrangimentos e sem arrependimentos.

Que eu devo me desapegar de bens materiais, pensando em ter o que me é concedido dentro do meu merecimento; não sentir orgulho ou vaidade de ser visto como melhor do que qualquer outro Não me prender a poderes fátuos, não pensar em me considerar único capaz de dirigir os destinos da minha instituição.

Saber que tudo na vida material é transitório, recebemos como se fosse um empréstimo em início de viajem e que temos de prestar contas ao chegar no nosso destino – o que Jesus nos acena, as bem aventuranças no plano espiritual.

Será que é difícil assim pensar e assim agir? 

Não tenho dúvida que sim. Mas tenho que saber definir a minha passagem terrena, se quero aproveitar a Providência Divina que me concede a oportunidade de evolução espiritual, ou ficar marcando passo sem ter como perspectiva a vida futura.

Fui encontrar no livro Obras Póstumas de Kardec, muitas afirmativas interessantes sobre o que é o Espiritismo. 

No texto intitulado Breve resposta aos detratores do Espiritismo, separei os seguintes trechos:

- “Se pois os livros da doutrina espírita condenam explícita e formalmente um ato reprovável, se além disso não encerram senão instruções para o bem, é evidente que os culpados de ruins ações não beberam neles as suas inspirações, e talvez nem os tivessem visto”

- “O Espiritismo não é mais solidário com os que se dizem espíritas do que a medicina com os charlatães que a explora, ou a verdadeira religião com os abusos e crimes praticados em nome dela. Só reconhece por adeptos os que praticam os seus ensinos, Isto é, os que trabalham pelo próprio melhoramento moral procurando vencer as suas más inclinações, trabalhando por ser menos egoístas e menos orgulhosos, mais benevolentes, mais humildes, pacientes, caridosos para com o próximo, mais moderados em tudo; pois são esses os sinais característicos do verdadeiro espírita”. 

- “Espírita é quem aceita os princípios da doutrina e conforma com eles a sua obra”.

Conclusão: 

Procurei aqui sintetizar um pouco do material que consegui coletar, mas que creio ser suficiente para dizer da distinção entre ser espírita e estar espírita...

No meu entendimento ser espírita é aquele que crê em todos os postulados da doutrina, se fundamenta nos ensinos de Jesus, conhece-os e procura com toda a força da sua intuição praticar atos que só podem constituir na sua evolução espiritual. 

É o praticante e, no dizer de Kardec, o verdadeiro espírita, espírita-cristão. 

Nada teme, pelo contrário, procurar aproveitar da oportunidade que lhe foi concedida para reparar erros do passado.

Estar espírita é aquele que conhece os postulados da doutrina, aceita-os integralmente mas não os pratica, prefere continuar a usufruir dos prazeres mundanos, se compraz com o poder, tem orgulho do que tem e do que sabe. 

Luta pelo poder temporal e esquece dos seus deveres mais comezinhos... amor... caridade... perdão.

Somos imperfeitos, mas dentro dessa imperfeição podemos e devemos procurar a perfeição, o aprimoramento do nosso espírito, ouvindo a voz do Mestre...

”Sede perfeitos....” ou seja, sermos homens de bem.
 
 
 
Fonte: CACEF - Csa de Caridade Esperança e Fé

Reflitamos...


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Reações Inconscientes




Não são poucos aqueles que se interessam pela Doutrina Espírita e buscam informar-se a respeito dos seus incomparáveis conceitos libertadores da ignorância e da superstição.

Nada obstante, desacostumados ao raciocínio lógico em torno das questões superiores da Vida, defrontam-se com incomuns dificuldades para entender os postulados claros e profundos do Espiritismo.

Anteriormente informado de maneira errônea, a respeito do que seriam as propostas da Codificação, mais centradas nas manifestações de natureza mediúnica, sem qualquer contribuição filosófica e suporte científico, não conseguem raciocinar fora desses chavões mentais a que se mantêm apegados, enfrentando dificuldades para romper o círculo dos equívocos mentais.

Quando convidados à reflexão e ao discernimento divagam, abandonando a lógica para fixar-se em torno do poder que atribuem aos Espíritos, que tudo saberiam, a todos problemas resolveriam, alterando as estruturas universais, desde que disso resultem benefícios pessoais imediatos.

A sua lógica encontra-se centrada no maravilhoso, no extraordinário, em cujo comportamento incluem as manifestações espirituais, recusando-se, mesmo que inconscientemente, a aceitar o fenômeno como de natureza orgânica, em perfeita sintonia com a paranormalidade que caracteriza o médium.

Em uma ingenuidade incomum, preferem transferir aos médiuns a carga dos seus problemas, a uns endeusando e a outros desconsiderando conforme os resultados obtidos ao seu lado, distantes do bom senso e do esforço pessoal.

Ouvem as orientações doutrinárias, às vezes, lêem-nas mal, certamente porque preferem ouvir somente as comunicações espirituais que os fascinam, não dispondo de qualquer alicerce racional para os enfrentamentos naturais do processo evolutivo.

Toda vez que se encontram diante de um desafio perfeitamente normal, em face do processo de crescimento interior e desenvolvimento intelecto-moral, recorrem aos médiuns buscando soluções apressadas, anelando que o problema seja postergado, mesmo que mais tarde retornando com maior complexidade.

Acomodam-se aos interesses egoísticos e podem tornar-se cooperadores de boa vontade nas instituições espíritas, mas o seu grande problema diz respeito à auto-iluminação que adiam, circulando em torno das conveniências imediatas, sem maior alcance para a própria imortalidade.

Distraem-se com as referências doutrinárias, preservando as habilidades e condutas anteriores sem o esforço pela renovação moral ou pela interiorização dos conhecimentos espíritas.

Lamentavelmente, não adquirem convicção em torno dos paradigmas doutrinários, que lhes parecem difíceis de assimilação, em face da preguiça mental, sempre solicitando esclarecimentos e parasitariamente dependendo do esforço e da dedicação daqueles aos quais se afeiçoam.

O Espiritismo é doutrina de grave responsabilidade para todos que se lhe acercam em busca do seu conhecimento.

Não se compadece com a ignorância, que mantém os seus profitentes no desconhecimento dos próprios deveres.

Pelo contrário, trabalha-Ihes a reforma de natureza moral, convidando sempre ao crescimento interior e ao autodescobrimento, a fim de tornar-se cada dia novo melhor do que na véspera.

Graças às facilidades da comunicação virtual, alguns desses companheiros de jornada utilizam-se da Internet para o intercâmbio com outras pessoas, igualmente procurando, por seu intermédio, aprender o Espiritismo através de e-mails, nos quais as suas dúvidas são apresentadas, normalmente, aos médiuns dos quais tomam conhecimento da sua existência, não se convencendo com as respostas que recebem.

Ato contínuo, apresentam as mesmas questões a diversas outras pessoas, a fim de comparar as respostas que, no entanto, já se encontram exaradas nas Obras fundamentais que constituem a Codificação do Espiritismo, que é uma fonte inexaurível de conhecimentos capazes de felicitar todas as mentes e todos os corações.

Com essa conduta, geram conflitos de opiniões, sustentam polêmicas vazias de conteúdos elevados, desconfiam das informações recebidas, mantendo-se propositalmente distantes da iluminação íntima.

Freqüentam, vez que outra, alguma instituição espírita, mas não se fixam em lugar algum, transitando com leviandade em torno dos médiuns e não do Espiritismo, entretecendo considerações a respeito do que desconhecem, como se houvessem aprofundado reflexões.

Gostariam que o Espiritismo tivesse um lado místico, maravilhoso, sobrenatural, para os atender, limando suas arestas morais, facilitando os seus empreendimentos, auxiliando suas ambições...

0 estudo das obras básicas que constituem a Codificação é o melhor caminho para o conhecimento do Espiritismo.

O mágico fascina-os, desde que lhes premie com futilidades e enganos, formando grupos de insensatos que sempre buscam novidades.

O Espiritismo, porém, é uma ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos Espíritos e as relações que existem entre o mundo corporal e o mundo espiritual, conforme o definiu Allan Kardec, e não uma ocorrência chã, sem estruturas de segurança.

Observando os fenômenos, explica-lhes o mecanismo, a complexidade e apresenta a finalidade básica de demonstrar a imortalidade da alma e a sua comunicabilidade, do que resultam efeitos morais e a grande filosofia que explica a justiça divina, as razões dos sofrimentos humanos e a finalidade superior da própria existência na Terra.

Revivescendo os ensinamentos de Jesus, convoca os seus adeptos ao estudo e ao aprimoramento moral, de forma que se lhe operem transformações contínuas no processo de ascensão espiritual, de maneira a libertar-se das paixões grosseiras para alcançar a faixa da intuição onde se operam as comunicações transcendentes da Vida.

Chegou, à Terra, no momento próprio, quando a amplitude do conhecimento pode explicar os fenômenos que opera e que, ao tempo de Jesus, não poderiam ser compreendidos.

Graças às ciências contemporâneas, os seus fundamentos têm sido confirmados de modo a sustentar as propostas filosóficas otimistas e clarificadoras de todos os enigmas que envolvem o ser humano e sua existência, constituindo-se um manancial de consolo e de esperança.

Não apliques o teu tempo precioso com esses transeuntes dos fenômenos mediúnicos que não firmam propósitos de auto-aprimoramento, de iluminação interior, de esforços em favor da renovação moral.

Encaminha-os ao estudo sério da Doutrina e orienta-os ao esforço pessoal em favor de si mesmos, libertando-se das suas armadilhas e libertando-os da dependência emocional da tua pessoa.

Não interessados pela vinculação com o pensamento doutrinário, podem tornar-se parasitas espirituais, exaurindo-te as energias que poderão ser aplicadas de maneira melhor em favor dos objetivos relevantes da tua caminhada espiritual.

Há muito solo humano a ser cultivado, que se encontra aguardando carinho e adubo adequado para que nele seja semeado o conhecimento espírita e que te cumpre fazê-lo.


(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 12 de março de 2007, na residência do engenheiro Vítor Mora Féria, em Loulé, Algarve, Portugal.)
Espírito: Joanna de Ângelis

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

JESUS e KARDEC




Jesus e Kardec


“Eu vos enviarei o Consolador e ele vos
conduzirá a toda a Verdade.” – JESUS.

Mário Frigéri


Vencendo a adversidade,
Jesus foi – de prélio em prélio
E de cidade em cidade –
Pregando em fuga o Evangelho.


Desde o primeiro rebate
Contra a missão que se eleva,
Kardec sofre o combate
Dos que rastejam na treva.


Na área da Educação,
Ambos agem com proveito
– O Cristo, sem convenção;
– Kardec, sem preconceito.


Ao semear as virtudes
Do Reino Espiritual
– Jesus reclama atitudes;
– Kardec, aprumo mental.


Levando a todo momento
Reconforto à multidão
– Jesus vibra o Sentimento;
– Kardec esperta a Razão.


Entre dramas e conflitos,
Trazendo conceito novo
– Jesus consola os aflitos;
– Kardec esclarece o povo.


Revelando o vir-a-ser
Que rege a humana ascensão
– Jesus fala em Renascer;
– Kardec, em Reencarnação.


No campo sério de estudo
Da obra codificada
– Kardec e Jesus são tudo
À compreensão almejada.


E sob o áureo fulgor
Que desce da Eternidade
– Jesus convida ao Amor
E Kardec, à Caridade.


Por fim, para quem se importa
Em abrir da mente o leque
– Jesus Cristo é a Porta;
– A Chave é Allan Kardec.

O trabalho voluntário na Casa Espírita - o Voluntariado do Amor



O trabalho voluntário na Casa Espírita é um empreendimento de luz voltado para a edificação do amor na Humanidade, atendendo às recomendações de Jesus de que devemos nos amar uns aos outros como Ele nos amou. É tarefa que todo espírita de boa vontade deve realizar espontânea e naturalmente, com o coração cheio de alegria e felicidade.

Diante de uma realidade, onde o trabalho está associado a fontes de renda voltadas para as mais diversas necessidades do trabalhador, desenvolver atividades voluntárias em prol do bem-estar social e espiritual do semelhante, sem auferir nenhuma remuneração financeira por isso é, indubitavelmente, exemplo sublime de acolhimento ao chamado do Cristo para a construção de uma nova relação do trabalho com a felicidade, realização e segurança da criatura humana. 


Razões que devem motivar os espíritas a participarem, com amor, do trabalho voluntário, na Casa Espírita.


a) O trabalho como testemunho da fé em Deus e em Jesus.

    Ter fé em Deus e em Jesus não é, somente, acolher no íntimo seus ensinamentos, mas acima de tudo vivenciá-los. Demonstrá-la é dar a Deus o que é de Deus, é edificar o amor no coração, é expandir esse amor para as criaturas, é doar-se com dedicação para que a dor e o sofrimento sejam afugentados do nosso meio. Só isso bastaria para realizarmos nosso trabalho com alegria, sem falar da imensa felicidade de ter como companheiros de jornada os Voluntários de Jesus que habitam o plano espiritual da vida.


b) O trabalho como fonte de realização pessoal.

    O conceito de realização pessoal, geralmente, está associado a ganhos financeiros, prestígio profissional, influência social, alcance do mais alto cargo no âmbito do trabalho, e às mais variadas conquistas particulares, para citar alguns aspectos que fundamentam tal conceito. Seus resultados, entretanto, visam, quase que unicamente, o bem-estar e o prazer de seu agente, ficando o semelhante numa posição secundária. Esse modelo, contudo, por ser individualista, não tem concorrido para a felicidade sustentável da criatura humana, uma vez que muitos dos seus adeptos não lograram êxito no seu propósito, pois a felicidade é uma conquista coletiva. Nesse contexto, a Doutrina Espírita nos dá um novo paradigma de realização pessoal, uma nova forma de sentir prazer e satisfação íntima. Esse novo modelo fundamenta-se em bem servir ao próximo, fazê-lo feliz, sem nenhuma recompensa exterior, pois estamos aqui para trabalhar na edificação do amor no coração das criaturas, único caminho capaz de nos fazer sentir a felicidade plena e a sensação íntima de realização. 

    Por atender plenamente a esse novo paradigma, o trabalho voluntário da Casa Espírita, nas suas mais variadas formas, deve ser vivenciado com muito desprendimento, dedicação, esmero e carinho, pois ao servirmos a tantos necessitados e aflitos dos dois lados da vida e também aos benfeitores espirituais que nos assistem, é como se ao Cristo estivéssemos servindo.


c) O trabalho como contribuição para um mundo futuro melhor.

    É certo que não vivemos num mundo ideal, haja vista os quadros de violência, injustiça, ganância, fome e miséria, que ainda fazem parte da nossa realidade. Se, por si sós, tais flagelos são indesejáveis, imagine-os atuando como fontes geradoras do alimento necessário à fortificação de alguns encarnados e desencarnados comprometidos com a quebra da paz e da harmonia social. Este estado de coisas tem raízes, naturalmente, na ausência de fraternidade, solidariedade e amor entre as criaturas.

    Sabemos também que esta não será a nossa última reencarnação na Terra, pois ainda temos que aqui retornar a fim de dar cumprimento a outros compromissos relacionados com o nosso programa evolutivo. Trabalhar hoje no voluntariado do bem com essa lucidez de consciência é plantar, na sociedade e nas almas de tantos aflitos e desencontrados na vida, sementes que com o tempo florescerão e darão os frutos apropriados à efetivação da paz e da concórdia entre os homens. Os efeitos desse labor, com toda certeza, sentiremos em nossas futuras reencarnações. 


d) O trabalho como fator de reajuste espiritual e reconciliação

    Sendo a Terra um mundo de expiações e provas, é de se esperar que seus habitantes, detentores dos mais variados graus evolutivos, guardem relativa ou acentuada sintonia com os padrões éticos e morais desta categoria de mundo, causa geradora da maioria dos desentendimentos humanos. 

    Quando do seu surgimento, entretanto, Deus, no infinito de sua sabedoria, encaminha as partes envolvidas para espaços de convivência que favoreçam a restauração da concórdia e do entendimento, então fragilizados. A Casa Espírita, pela natureza de seus propósitos na sociedade terrena, não poderia declinar do chamado divino para acolher alguns desses irmãos em litígio, no sentido de favorecer sua reconciliação. 

    Dependendo do grau de discórdia, podem surgir comportamentos de risco para o processo evolutivo das partes e para a funcionalidade da própria instituição, todavia a Espiritualidade benfeitora estará atenta para que dano algum atinja a Casa e a Causa espíritas, pois, no momento certo, agirá com eficiência no sentido de restaurar a paz e a funcionalidade da instituição.

    Ante a possibilidade dessa ocorrência, reflitamos sobre duas situações delicadas: o confronto entre a dinâmica de trabalho do voluntário e aquela existente na instituição, e o conflito motivado por ciúme ou vaidade.

    Em ambos os casos é indispensável que pelo menos uma das partes busque ampliar sua visão do que é servir com amor à causa do Cristo através do Espiritismo. Essa amplitude de vista, fatalmente, as levará ao diálogo fraterno, objetivando o reajuste imediato das relações, a compreensão de que nem sempre se pode alcançar tudo num só momento, e de que o avanço paulatino das ideias e empreendimentos guarda seus méritos. Não nos precipitemos assumindo posturas de embates, porque, se nossos propósitos forem corretos, mais adiante a Espiritualidade benfeitora os fará efetivar-se, sem dano algum à obra e à Casa. Nessas situações cabe-nos vigiar, renunciar à contenda, guardar sintonia com o plano espiritual superior, porque não interessam ao Espiritismo avanços que deixem no seu rastro desuniões, ódios, rancores ou coisas similares, pois nossa doutrina segue as pegadas do Cristo, que nos recomenda amarmo-nos uns aos outros e perdoarmo-nos, mutuamente, para que não venhamos a sofrer no futuro.

    Nos casos em que uma das partes se mantenha irredutível, cabe à outra dar seu testemunho de entendimento da lei do amor, recuando temporariamente do seu intento, continuando a exercer seu trabalho com dedicação e empenho, orando pelos companheiros que não o compreendem e, acima de tudo, tratando-os como irmãos. 

    Ao optarmos pela não agressividade ou pelo não confronto, estaremos arando o terreno para, no futuro, germinar com sucesso a semente da reconciliação ora plantada. Um porvir que poderá ocorrer ainda na atual reencarnação.



e) O trabalho como recurso favorável a desobsessão

    Sabemos que a obsessão se estabelece em decorrência das imperfeições humanas, nas relações entre semelhantes, nesta ou em outras existências reencarnatórias, e que sua intensidade está intimamente ligada aos procedimentos e ações sintonizados com o mal. O inimigo invisível, ao perceber que sua vítima, mesmo com outra vestimenta corpórea, tem comportamento similar ao de outrora, sente-se estimulado a continuar sua vingança, no intuito de causar-lhe desconfortos e dores desnecessárias. Se, ao contrário, depara-se com seu desafeto, comportando-se de maneira totalmente diferente da anterior, atuando, por exemplo, como agente da misericórdia divina no alívio às dores do semelhante, ou mesmo contribuindo, com seu trabalho, para a felicidade de criaturas deste ou do outro lado da vida, a energia negativa que venha liberar em direção à sua vítima será amortecida ou mesmo extinta, pois a força do bem, natural e espontânea, lhe é superior.


Dessa forma, e pelas inúmeras oportunidades de felicidade que o trabalho voluntário na Casa Espírita nos propicia, alistemo-nos nas suas fileiras e desenvolvamos nossas tarefas com muito amor, alegria, zelo e dedicação. Afinal, poucos são os que percebem que, trabalhando no voluntariado do bem, estão trabalhando ao lado de Jesus.

________________________________________

Fonte: Reformador nº 2.178, setembro/2010

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A dor e suas bênçãos



A Dor e Suas Bençãos
Fonte: Fonte de Luz
Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco
    No universo o caos é a presença da vida em ebulição, em desenvolvimento.
    O repouso, se houvesse, significaria o aniquilamento da ordem, do equilíbrio.
    Tudo se agita, desde as micropartículas às galáxias em incessante movimentação.
    Sucumbe um astro pela decadência da energia e surge outro pela aglutinação de novas moléculas.
    Só há vida em toda parte e, portanto, ação.
    É natural que, no ser humano, esse processo se expresse como desgaste que produz dor.
    ***
    O pântano e as águas estagnadas experimentam rigorosa drenagem, a fim de se transformarem em jardim e pomar.
    O deserto sente a modificação da sua estrutura, mediante elementos químicos, de modo a reverdecer e coroar-se de flores.
    A semente sofre o esmagamento e arrebenta-se em vida exuberante.
    Nos animais, o parto é violência orgânica dolorosa, que liberta a vida que conduzia encarcerada.
    Compreensível, desse modo, que o desabrochar da perfeição comece pelo despedaçar do grotesco em predominância no ser humano.
    Erros que geraram calamitosos efeitos a reparar, desafios que promovem à conquista de mais elevados patamares se apresentam com freqüência.
    São inevitáveis as ocorrências depuradoras, os sofrimentos de sublimação.
    A dor é mensagem da vida cantando o hino de exaltação e glória à evolução.
    Recebê-la com tranqüilidade constitui admirável realização íntima da lucidez intelecto-moral do ser humano.
    ***
    Pressões, compressões, dilacerações constituem mecanismos da vida que se liberta do cárcere temporário para a exuberância da plenitude.
    Compreender a função da dor é atitude solidária, caminhando-lhe ao lado, ao invés de enfrentá-la com a extravagância da derrota.
    Entendida no seu significado profundo, torna-se amena e disciplinadora de impulsos graves quão danosos que persistem, dominadores.
    Em razão disso, a atitude passiva, o pensamento de aceitação e entendimento contribuem para torná-la produtiva, enriquecedora.
    Diante da transitoriedade do carro orgânico a que o Espírito se atrela, eis que o desgaste e a decomposição fazem parte dos fatores de destruição da aparência, para que o ser eterno singre os rios incomparáveis da imortalidade.
    Sem a histólise, que precede à histogênese demorada, a lagarta jamais flutuaria no ar como borboleta delicada.
    As condições físicas, portanto, são uma permanente transformação e a dor representa as mãos do Divino Escultor trabalhando em formas novas, aprimorando arestas e corrigindo anfractuosidades...
    Alegra-te, por haveres sido contemplado pela dor, por mais paradoxal que te pareça.
    Bem-aventurado aquele que sofre em paz, quando outros, desassisados, em tranqüilidade infelicitam vidas...
    Mantém-te confiante, mesmo sofrendo, e transforma as tuas ansiedades em gratidão a Deus, por haver estabelecido diretrizes diferentes das tuas, que te farão realmente feliz para sempre.
    Deixa-te, pois, arrastar pelas mãos do sofrimento digno, e converterás lágrimas em sorrisos, tristezas em júbilos, frustrações em pacificação interna, arrimado em Jesus, que nunca te abandonará.
    ***
    Dor bendita, que liberta e sublima, louvada sejas!

sábado, 19 de janeiro de 2013

Luz do Dia


Os Maus Espíritos


Há muitas classes de Espíritos maus?

- Há os Espíritos simplesmente inferiores, tais como os Espíritos levianos, imperfeitos, zombeteiros, que nossos pais chamavam de duendes, os brincalhões, e que gostam de travessuras de toda espécie; depois há os Espíritos perversos, que induzem os homens ao mal, pelo prazer de fazer o mal, e os que, como os Espíritos batedores, habitam as casas mal-assombradas.

Como vivem os Espíritos inferiores?

- Numa vida inquieta e atormentada; eles percorrem, sem destino certo, as regiões crepusculares da erraticidade, sem poderem compreender seu estado, nem achar seu caminho: é o que se chama de almas penadas.

Os Espíritos inferiores são nocivos?

- Alguns o são; e sua má influência sobre os homens deu lugar à crença nos demônios.

Os demônios, então, não existem?

- Não; há maus Espíritos, porém os que são chamados de demônios, ou espíritos eternamente maus, não existem; nem o mal, nem os maus podem ser eternos.

Como os homens podem entrar em relação com os maus Espíritos?

- Por meio dos fluidos e em virtude da lei de afinidade espiritual: “Quem se assemelha, se ajunta.”

Os maus Espíritos podem, então, exercer influência sobre os homens?

- Sim. Sobre os homens maus, que os invocam, ou sobre os homens fracos, que se entregam a eles; daí os frequentes fenômenos da possessão e da obsessão.


Que pensar do papel do demônio nas manifestações espíritas?

- O demônio não existe e não pode existir, porque, se ele existisse, Deus não existiria; um exclui necessariamente o outro.


Como assim?

- Se o demônio é eterno como Deus, há dois seres eternos. Ora a coexistência de duas eternidades é impossível; ela seria uma contradição na ordem metafísica. Esses dois deuses, um do bem, outro do mal, lembram a teoria oriental dos dois princípios: é uma reminiscência do dualismo dos maniqueus. Se, ao contrário, o demônio é uma criatura de Deus, Deus se torna responsável diante da humanidade de todo o mal que o demônio tem feito e fará ainda, eternamente. É a mais clamorosa injúria que se possa fazer a Deus, pois que é negar sua justiça e sua bondade. Há maus Espíritos, já o dissemos acima, que impelem ao mal o homem que a ele é propenso; mas o demônio, considerado como a personificação individual do mal, não existe.


Entretanto, a Igreja não ensina e afirma o caráter satânico de certas manifestações espíritas?

- A Igreja tem uma única palavra para explicar o que não compreende: Satã. No decorrer dos séculos, a Igreja sempre atribui a Satã todas as invenções do gênio, desde a do vapor às da estrada de ferro e da eletricidade. Está em sua lógica habitual e em sua característica dizer que os fenômenos do magnetismo e as revelações espíritas são obra de Satã. Todavia, apesar dos anátemas da Igreja, a ciência progride, o gênio do homem evolui e o Espiritismo se tornará à fé universal do futuro.


Retirado do livro 'Síntese Doutrinária' – Léon Denis
Fonte: Espírita na NET