Baseando no Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo a predicação do apostolado que lhes compete, os Espíritos Superiores não se apegam a qualquer nuvem de mistério para sustentar o alimento à fé religiosa, em cuja renascença colaboram, na qualidade de homens redivivos.
É que a vida 
                extrafísica 
                promove, nos que 
                pensam, mais 
                altas ilações 
                com respeito à 
                realidade.
                
Se há leis que 
                presidem ao 
                desenvolvimento 
                do corpo, há 
                leis que regem o 
                crescimento da 
                alma.
                
Jesus no 
                estábulo não é 
                um fenômeno 
                isolado no 
                espaço e no 
                tempo; é 
                acontecimento 
                vivo para o 
                espírito humano.
                
Cristo-Homem 
                veio plasmar o 
                Homem-Cristo.
                
Há quem enxergue 
                no Cristianismo 
                a simples 
                apologia do 
                sofrimento. 
                Acusam-no 
                pensadores e 
                filósofos 
                vários, 
                tachando-o em 
                oposição à 
                beleza e à 
                alegria. Para 
                eles, Jerusalém 
                teria asfixiado 
                a felicidade e o 
                encanto da vida, 
                a fluir 
                vitoriosa e 
                serena nos 
                ajuntamentos da 
                Grécia e de 
                Roma.
                
Antes do Mestre, 
                a única beleza 
                espiritual, 
                geralmente 
                conhecida, era 
                aquela das 
                virtudes 
                filosóficas e 
                políticas que o 
                homem 
                representativo 
                da escola, da 
                justiça ou do 
                poder mantinha, 
                valoroso, até à 
                morte.
                
Com exceção de 
                Çakyamuni, o 
                príncipe sublime 
                que se retirou 
                do mundo 
                convencional 
                para viver pelos 
                seus 
                semelhantes, os 
                grandes heróis 
                do pensamento 
                aceitam a 
                perseguição e o 
                extermínio, mas, 
                é força 
                reconhecê-lo, 
                com a vaidade 
                dos 
                triunfadores.
                
                
                Bebem cicuta ou 
                abrem as 
                próprias veias, 
                ilhados na 
                fortaleza da 
                superioridade 
                individual. 
                Sócrates é o 
                filósofo 
                sublime, 
                confortado pela 
                solidariedade 
                dos discípulos. 
                Sêneca é o 
                professor 
                honrado, que 
                estimula com o 
                sacrifício de si 
                mesmo a 
                indignação 
                contra a 
                tirania.
                
Com Jesus, a 
                renunciação é 
                diferente.
                
O Divino 
                Crucificado sobe 
                ao Calvário sem 
                o apoio dos 
                amigos. Suas 
                últimas palavras 
                são dirigidas a 
                um ladrão. Sua 
                morte não exalta 
                o orgulho de um 
                grupo, nem 
                constitui 
                incentivo à 
                revolta. A ordem 
                que lhe escapa 
                do excelso 
                comando é a de 
                servir sem 
                desfalecimento, 
                com obrigações 
                de amor, perdão 
                e auxílio 
                constantes, 
                ainda aos 
                inimigos. Seu 
                olhar, do cimo 
                da cruz abarca o 
                mundo inteiro.
                
Com Ele começa a 
                agir o escopro 
                do verdadeiro 
                bem, operando 
                sobre a dureza 
                da animalidade o 
                gradual 
                aperfeiçoamento 
                da alma divina. 
                As chagas que 
                lhe cobrem o 
                corpo 
                representam o 
                louvor ao 
                trabalho de 
                aprimoramento e 
                elevação do 
                espírito, 
                iniciando a era 
                de legítima 
                fraternidade 
                entre os homens.
                
E Evangelho é, 
                por isso, o 
                viveiro celeste 
                para a criação 
                de consciências 
                sublimadas.
                
                
                Nasce a mente na 
                carne e nela 
                renasce, 
                inúmeras vezes, 
                buscando o 
                sagrado objetivo 
                do seu 
                engrandecimento. 
                E no intricado 
                jogo das 
                experiências 
                compreende na 
                dor o 
                instrumento 
                ideal da 
                santificação. 
                Recebendo os 
                séculos por dias 
                preciosos e 
                rápidos de 
                serviço, enceta 
                a gloriosa 
                carreira, com a 
                juvenilidade da 
                razão, 
                amadurecendo-se 
                na ciência e na 
                virtude, através 
                de reencarnações 
                numerosas.
                
Conquista-se, 
                sacrificando-se.
                
Quanto mais 
                fornece de si em 
                trabalho 
                vantajoso a 
                todos, mais se 
                enriquece no 
                mealheiro 
                individual. 
                Quanto mais 
                distribui em 
                amor, mais 
                recebe em poder.
                
Supera-se, 
                quebrando 
                limitações, 
                doando o bem 
                pelo mal, a 
                simpatia pela 
                aversão, a 
                claridade pela 
                sombra.
                
A Boa-Nova 
                oferece as 
                medidas 
                espirituais para 
                que se atinjam 
                as dimensões da 
                vida 
                genuinamente 
                cristã, nas 
                quais desfere o 
                Espírito excelso 
                voo para as 
                Esferas 
                Resplandecentes.
                
A carne é a 
                sagrada retorta 
                em que nos 
                demoramos nos 
                processos de 
                alquimia 
                santificadora, 
                transubstanciando 
                paixões e 
                sentimentos ao 
                calor das 
                circunstâncias 
                que o tempo gera 
                e desfaz.
                
Cada ensinamento 
                do Mestre, 
                efetivamente 
                aplicado, é 
                específico 
                redentor, 
                brunindo a alma 
                imperecível, 
                tornando-a em 
                obra viva de 
                estatuária 
                divina.
                
O que nos parece 
                dor é bênção. O 
                que se nos 
                afigura 
                sofrimento é 
                socorro. Onde 
                choramos com o 
                espinho 
                recolhemos uma 
                lição.
                
Daí o motivo de 
                se escudarem os 
                emissários de 
                nosso plano na 
                predicação de 
                Jesus, 
                desvelando aos 
                homens os 
                pórticos 
                sublimes da era 
                nova.
                
Quando fixamos 
                nas páginas 
                vivas do próprio 
                ser os ensinos 
                do Cristo, 
                afeiçoando-nos 
                automaticamente 
                a eles, tanto 
                quanto se nos 
                adaptam os 
                pulmões ao ar 
                que respiramos, 
                habilitar-nos-emos 
                ao programa de 
                ação dos anjos, 
                por enquanto 
                incompreensível 
                à nossa 
                inteligência.
                
Renascimento e 
                morte no 
                patrimônio 
                físico são 
                simples 
                acidentes da 
                vida espiritual 
                progressiva e 
                eterna.
                
Quando o homem 
                termina o 
                repasto da 
                ilusão, aqui ou 
                ali, perguntas 
                milionárias lhe 
                acodem, 
                precípites, à 
                mente 
                insatisfeita.
                
Donde venho? 
                para onde vou? 
                qual a 
                finalidade do 
                destino? por que 
                a lágrima? – 
                interroga, 
                aflito, com 
                ânsias análogas 
                às de todos os 
                vanguardeiros da 
                vida superior 
                que tiveram a 
                coragem de 
                partir, antes 
                dele, para os 
                cimos da 
                imortalidade.
                
Quando o 
                aprendiz indaga, 
                experimentando 
                autêntica sede 
                da verdade, é, 
                sem dúvida, 
                chegado o 
                momento 
                iluminativo do 
                Mestre.
                
Sem Jesus, que 
                nos confere 
                sublime resposta 
                aos enigmas do 
                caminho, 
                converter-se-ia 
                a existência em 
                labirinto 
                inextrincável de 
                padecimentos 
                inúteis.
                
O Além é a 
                continuação do 
                Aquém. Um século 
                sucede-se a 
                outro. O filho é 
                o herdeiro dos 
                pais. Não existe 
                milagre. Há lei, 
                evolução, 
                crescimento e 
                trabalho com o 
                prêmio da 
                sublimação ao 
                esforço.
                
O simples 
                intercâmbio com 
                a vida 
                espiritual nada 
                mais é que mera 
                permuta de 
                valores para 
                estimular a 
                experiência 
                comum. Mas toda 
                vez que 
                encontramos o 
                Evangelho do 
                Senhor 
                inspirando a 
                renovação de 
                nossa atitude 
                pessoal, à 
                frente do mundo, 
                guardemos a 
                certeza de que 
                nos achamos em 
                comunhão 
                frutífera com a 
                bendita 
                claridade do 
                Caminho, da 
                Verdade e da 
                Vida.
                
                
                Do livro 
                Falando à Terra, 
                por Espíritos 
                diversos, obra 
                psicografada 
                pelo médium 
                Francisco 
                Cândido Xavier.
                
                
 
 

 
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