Eternidade

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terça-feira, 24 de setembro de 2013

Colheita


Colheita  (75)



Mt. 13:30
"Deixai crescer ambos juntos até à ceifa;
e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros:
colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos
para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no
meu celeiro."







"Deixai crescer ambos juntos até à ceifa;"- O Bem ao lado do mal. Assim o Bem se torna melhor; e o mal deixa de ser mal, ou, se continua sendo elaborado, tem o Bem ao seu lado. O Bom, junto do mau, adquire virtudes. O mau junto do Bom, terá abreviado o tempo para reconhecer o erro em que se encontra, e renovar-se.

Tal fato nós o detectamos em face da Lei de Dualidade que vige no Universo, garantindo o equilíbrio da criação. Percebemo-lo no campo exterior, como podemos identificá-lo no Espírito. É assim que a treva cede um dia à evidência da luz, e, a luz dissipando as trevas, se capacita a mais amplas possibilidades de manifestação.

As circunstâncias, quer para o campo individual ou para o plano coletivo, são cíclicas, trazendo em seu bojo sugestões, valores, oportunidades, complementações.

A ceifa expressa o momento da avaliação, do fim de etapa, em que cada criatura colherá os elementos cultivados na faixa de tempo e de espaço que lhe foi outorgada. Gratificados seremos quando os frutos positivos puderem superar na colheita, os valores menos felizes que a invigilância permitiu crescessem no transcurso das experiências.






"E, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio,"  - Se até então Jesus falava de servos, agora, em se tratando da colheita, vamos encontrar "os ceifeiros" como trabalhadores, portadores de responsabilidades mais definidas, mais específicas. Surge portanto, o papel do cooperador consciente na faixa de responsabilidade que lhe cabe adotar na área de ação a que se ajusta.

Temos no restante do versículo, todo um programa de trabalho a ser executado pelos ceifeiros. O verbo dizer está no futuro: O Pai de Família não diz agora, mas na hora precisa, exata.

A ceifa está delineada pelo próprio ato de semear. No entanto o momento de sua execução é de competência exclusiva do Criador. Ela virá, tenha sido positiva ou não, a semeadura. É dentro dessa flexibilidade que atuam os processos da Misericórdia Divina, estendendo o tempo para melhoria da safra ou encurtando-o para evitar-se situações mais difíceis.

O balanço implica em aferição de todos os elementos. Chegada esta hora inevitável, o joio, na forma de lágrima, dores e amarguras, decepções e conturbações, é reunido e expurgado, pela natural engrenagem de quitação dos débitos, ante as leis que nos governam.






"E atai-o em molhos para o queimar;"- A Lei de Causa e Efeito, agindo inderrogável, encaminha o ser a novos ângulos de percepção e conhecimentos. Se a semeadura do mal gerou sofrimentos, são esses sofrimentos, o fogo purificador capaz de deixar gravado no psiquismo a essência da experiência vivenciada. E tem sido sobre estas bases do joio colhido em molhos e em "primeiro"lugar, que temos conseguido visualizar a necessidade, pelo menos, de zelar para que o trigo, pela dinamização do Bem maior, possa ter preferência na busca da realização espiritual que nos cabe empreender. O joio, reunido em feixes para a queima, demonstra o fato de que, nos momentos de aferição, as dificuldades não vêm isoladas, formando, quase sempre, um corolário de apreensões e dificuldades que nos cabe superar nos fundamentos da paciência, da humildade e da confiança em Deus.

O remorso queima como fogo na consciência, e aparece quando a inclemência do erro se evidencia. Apanha-se, ata-se e queima-se o mal, e, quem a ele está imantado vive o mesmo processo; sofre até experimentar a necessidade de reabilitar-se. Quando queimamos algum material, os detritos servem de adubo. Uma pessoa que ajuda por vaidade, à medida que se esclarece, deixa de agir assim. O que não ajuda, passa a faze-lo por ostentação, mas já está fazendo algo. Nada há perdido!






"Mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro."  - No Celeiro Divino só há o Bem, o trigo. Fazendo o Bem estamos dando expansão ao que há de Divino em nós, e, em consequência, experimentando a felicidade no coração.








Obra: Luz Imperecível, Coordenação: Honório Onofre de Abreu
Estudo Interpretativo do Evangelho
à Luz da Doutrina Espírita

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