Eternidade

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domingo, 16 de setembro de 2012

Sensibilidade Mediúnica


Harpa Silenciosa
Livro: Conviver e Melhorar - 05
Lourdes Catherine & Francisco do Espírito Santo Neto
 

Fatores limitantes: Estou iniciando o desenvolvimento da mediunidade. Sou médium consciente e por isso estou inseguro quanto à veracidade do fenômeno espiritual que ocorre comigo. Estou perdido em meu mundo interno e (por que não dizer?) um tanto confuso. Tenho idéias geniais, mas, em determinados momentos, irreais e excêntricas. Não sei distinguir o que é meu do que é dos espíritos! O que eles dizem está certo ou errado? Devo seguir suas orientações em todos os momentos?
 
Expandindo nossos horizontes:
Os Espíritos Superiores não ditam normas de conduta a ninguém. Eles têm um enorme respeito pelo livre-arbítrio de cada um. Sabem que, na atual etapa evolutiva da humanidade, a compreensão da verdade é muito relativa.
O que hoje se entende de uma maneira amanhã sofrerá mudança e aperfeiçoamento e se compreenderá de outra forma. Em face do avanço das ciências e das idéias, tudo se retifica continuamente.
... por isso que os Espíritos verdadeiramente superiores nos recomendam, sem cessar, submeter todas as comunicações ao controle da razão e da mais severa lógica.
Sensibilidade mediúnica é uma “harpa silenciosa” criada pelo sopro divino para sonorizar as melodias da criatividade e da evolução espiritual.
Mediunidade é uma faculdade natural do ser humano e ocorre em determinado momento de sua evolução. É um fenômeno irreversível, quer dizer, não se pode evitá-lo, pois faz parte do desenvolvimento inato das criaturas.
O sentido da palavra desenvolver é desenrolar, abrir ou libertar algo que estava envolvido. Os botões de gerânio se formam inclinando-se para fora dos vasos ou descendo pelos muros de pedra, desabrochando suas pétalas pouco a pouco em forma de flor. As madressilvas, com seu perfume doce e suave, medram nos campos, transformando tudo em sua volta, num encantamento inebriante.
Podemos dizer que uma semente completou seu ciclo evolutivo quando se tornou um vegetal adulto. Nela havia em gérmen um potencial a se manifestar.
Em vista disso, concluímos que o princípio do perfume ou das pétalas está no âmago de suas flores, assim como as faculdades psíquicas existem no homem em estado latente.
Temos o hábito de falar em desenvolvimento de um programa, porque ele também, no estágio inicial, começou de uma idéia, ou seja, de seu embrião intelectual.
Com a visão ampliada a respeito do significado lingüístico dessa palavra, percebemos que nenhum desenvolvimento pode ocorrer de fora para dentro. Ele sempre tem início a partir de uma potencialidade já existente em estado natural.
Portanto, a mediunidade é apenas um canal inerente às criaturas, capaz de registrar mensagens das dimensões invisíveis da Vida.
Não se preocupe com sua consciência durante as comunicações. O médium é um filtro imprescindível ao pensamento do espírito comunicante e seus sentidos não podem ser completamente desprezados. As funções mentais, intelectuais, emocionais e espirituais do medianeiro somam-se às do espírito no ato mediúnico, produzindo a mensagem falada ou escrita.
Para que possamos identificar aquilo que é genuinamente nosso sentimento, idéia, pensamento e emoção, é preciso antes conhecer e compreender bem nosso mundo interior.
É óbvio que as leituras clássicas e as complementares da Doutrina Espírita vão auxiliar muito o desenvolvimento de sua mediunidade. Mas, antes de pedir opiniões aqui e acolá, procure analisar os fenômenos com seus critérios e valores mais íntimos.
A maneira mais segura de você não ser ludibriado pelos espíritos desencarnados e também (por que não dizer?) pelos encarnados, é não usar o senso comum, mas seu senso interior. Evidente que você o possui, e quanto mais você usá-lo, mais ele se tornará claro e eficiente, mantendo sua consciência desperta e evidenciando sua sabedoria interior.
Somos uma unidade físico-psíquico-espiritual e precisamos dar a cada coisa sua devida importância. Identificando de modo gradual nossos estados interiores, não seremos levados a confundi-los com os dos outros.
Identificar quer dizer registrar algo - um fato, um encontro, uma sensação, um lugar - que pode ou não pertencer à nossa identidade.
Para aprendermos o que é nosso, é necessário olhar para dentro de nós mesmos, com toda a clareza que pudermos, além do corpo somático, abstraindo-nos das idéias preconcebidas, dos sentidos externos e dos papéis que representamos na vida.
Permanecendo nesse exercício de constante auto-identificação, veremos, pouco a pouco, o que estamos sentindo e absorvendo: as energias alheias, ou as nossas próprias sensações energéticas.
A identificação/desidentificação vai modificar nossa postura interior diante das pessoas e das situações exteriores, ou seja, iremos distinguir aquilo que pensamos ser ou pensamos sentir daquilo que realmente somos e sentimos.
A abertura da sensibilidade pode proporcionar-nos momentos de muito júbilo.
Nossa ligação com os planos superiores da Vida se reverte num extraordinário repositório de lucidez e serenidade para o nosso coração.
O ser humano torna-se original apenas quando percebe o toque da inspiração divina em si mesmo.
Mediunidade são pupilas invisíveis para vermos e admirarmos os espetáculos ocultos do Universo. É ver sem valer-se dos olhos, é saber antes de tomar conhecimento dos fatos. 


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