A apreensão que muitos ficam ao ler alguns ensinamentos e
declarações de Jesus, onde Ele aparentemente afirma a necessidade das
discórdias entre amigos, companheiros de trabalho, de doutrina e
principalmente com os familiares, sendo Ele a personificação da doçura e
da bondade, cabe uma análise mais profunda.
O que Jesus quis dizer com divisão, separação, era a possibilidade de
assimilar e entender o processo evolutivo do ser humano, o que até hoje
muitos não entendem ainda. O Mestre trouxe a doutrina da purificação, a
finalidade era e ainda é, combater o abuso, preconceitos e plantar a
paz.
No cotidiano, as opções de vida são diferentes entre os seres
humanos, devemos respeitá-las como fez Jesus, sem impor. Mas a diferença
de entendimento provocará a discórdia, a divisão. “Vim separar de seu
pai o filho… Não vim trazer a paz, mas a espada”. Mateus – Cap. X; 34 a
36.
A ideia quando é nova, e quanto maior for a importância do conceito,
mais discórdia ela provocará, a polêmica acontecerá, e é ai que Jesus
queria que nós chegássemos. Ele previu com toda a sua sabedoria o futuro
de debates e dissensões. A guerra de opiniões entre familiares, seitas e
continentes, contribuiria para o expurgo do orgulho, da vaidade, do
egoísmo, encarcerada no espírito individualizado. A doutrina espírita
veio para fechar este ciclo da fase evolutiva dos habitantes do planeta
Terra. Então quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o
Consolador, o espírito de verdade, que virá restabelecer todas as
coisas. A aqueles que compreenderem as suas palavras porá fim ao
sofrimento.
Ao analisar a situação atual do mundo, deparamos com as discórdias, a
falta de compreensão, muita luta íntima, procurando, às vezes, em
desespero, a resposta para tudo o que acontece ao nosso redor. Vamos
atrás de conforto material, achando que ele vai saciar as nossas
aflições, grandes conquistas financeiras povoam os nossos sonhos e
desejos, sem nunca trazer as respostas. Até que um dia, cansados de
sofrer, resolvemos aceitar os “antigos” conceitos de Jesus.
O crescimento espiritual da humanidade, por seus diferentes níveis,
causa a separação e a divisão dita por Jesus, é a proporcionalidade do
crescimento de cada um. Mas o dia de união chegará, e está próximo, as
lutas atuais não são mais sanguinolentas, mas de ordem moral, que todos
nós dentro da razão, não nos preocupemos mais, pois todos compreenderão
um dia a imortalidade do espírito e sua constante evolução, teremos a fé
raciocinada e não fanatizada, usaremos com mais eficácia o nosso livre
arbítrio. As primeiras lutas duraram séculos, estas durarão apenas
alguns anos e construiremos a felicidade e a paz.
Na desenfreada corrida pelas conquistas íntimas, desde há muito
séculos, a humanidade confunde o conceito. No entender comum, a
conquista de momentos felizes e tranquilidade duradoura, estão atreladas
a garantias materiais. A ociosidade, a curtição, a vida desregrada,
contribui para que muitos fiquem afastados da realidade da vida. Essa
tranquilidade enganosa não poderia ser avalizada por Jesus.
Vivendo erroneamente nesses conceitos, o homem adquiriu débitos
morais, durante muitos séculos, o que o obrigou a lutas regeneradoras
por várias encarnações. A espada, que simboliza a luta, mostrou ao homem
a necessidade da mudança, do aprimoramento moral e cognitivo. A luta
não tem sangue, o combate é individual e o caminho é rumo à perfeição do
espírito; regrado a sacrifícios e testemunhos, impulsionando a
renovação e a verdadeira paz.
Que a nossa busca não seja enganosa, fugindo da realidade, ao qual o
processo evolutivo determina e que estamos vinculados. A vida espiritual
é uma verdade incontestável, não permitindo que ignoremos o processo
santificante. O homem segue equivocado em suas tarefas diárias, os
interesses imediatos predominam na corrida desenfreada das posses
exteriores.
Em suas explanações incontestáveis, Emmanuel nos alerta sobre a
necessidade do aproveitamento do “tempo” em favor do nosso
aprimoramento. Descreve-o sobre o tema dizendo: “É lógico que todo o
homem conte com o tempo, mas se esse tempo tiver sem luz, sem
equilíbrio, sem saúde, sem trabalho? Não obstante a oportunidade da
indagação importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o
dia, multiplicando-se em toda a parte as fileiras dos que procuram
aniquilá-lo de qualquer forma… Em quase todos os setores de evolução
terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da
vida”.
Que o trabalho seja a nossa tarefa, e que Jesus nos inspire nas escolhas diárias.
Fonte: Seareiros de Jesus
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