Eternidade

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domingo, 16 de dezembro de 2012

Evocação do Natal




O maior de todos os conquistadores, na face da Terra,
conhecia, de antemão, as dificuldades
do campo em que lhe cabia operar.

Estava certo de que entre as criaturas humanas
não encontraria lugar para nascer,
à vista do egoísmo que lhes trancava os corações;
no entanto, buscou-as, espontâneo,
asilando-se no casebre dos animais.

Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-íam indiferentes,
com respeito aos ensinamentos  da vida eterna
de que se fazia portador; contudo,
entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.

Não desconhecia que contava simplesmente
com homens frágeis e iletrados
para a divulgação dos princípios redentores
que lhe vibravam na plataforma sublime,
e abraçou-os, tais quais eram.

Reconhecia que as tribunas da glória cultural
de seu tempo se lhe mantinham cerradas,
mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz
à multidão dos necessitados, inscrevendo-as  na alma do povo.

Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas
pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar
a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.

Permanecia convicto de que as noções de verdade
e amor que veiculava levantariam contra ele
as matilhas da perseguição e do ódio;
todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa,
o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz.

É por isso que o Natal não é apenas a promessa
da fraternidade e da paz que se renova alegremente,
entre os homens, mas, acima de tudo,
é a reiterada mensagem do Cristo
que nos induz a servir sempre,
compreendendo que o mundo
pode mostrar deficiências e imperfeições,
trevas e chagas, mas que é nosso dever
amá-lo e ajudá-lo, mesmo assim.

Chico Xavier  /  Emmanuel (espírito)

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