A
proliferação das enfermidades de todo tipo é uma das características de
mundos em níveis de atraso moral-espiritual, ou seja, de mundos de
provas e expiações, como o nosso.
Com
o avanço do conhecimento humano nas experiências extrafísicas, a cura
vai se tornando algo natural, perfeitamente exequível, por se encontrar
dentro de nós o mecanismo que, devidamente acionado, proporcionar-nos-á a
obtenção da tão ambicionada saúde.
Vemos
assim que a cura se dará sempre não do exterior para o interior, mas
deste para aquele, ou seja, justamente no sentido inverso do que sempre
foi imaginado.
Atentemos
para o fato de que, mesmo na área da medicina convencional, a cura,
processando-se tanto no físico quanto no âmbito psicológico, o paciente
não está indene à recidiva, caso não adote uma nova conduta, novos
hábitos, os quais haverão de estar estruturados na vivência evangélica.
As
experiências difíceis são uma necessidade evolutiva, precisam ser bem
vividas, e em sendo bem dimensionadas e compreendidas, ensejar-nos-ão
equilíbrio e bem-estar físico e sobretudo espiritual. Saibamos retirar
lições contidas nas amargas experiências. Elas existem nas
circunstâncias que as engendraram, cujos principais antagonistas fomos
nós mesmos.
Cada
criatura carrega a sua própria dor, precisa sofrê-la num processo todo
de libertação. Ouçamos Divaldo Pereira Franco: “A dor de qualquer
natureza é sempre bênção para quem a sabe usar com sabedoria. Na atual
larga experiência que vamos galgando temos vivido dores, e elas vão se
constituindo companheiras constantes.
Quando
não é de uma é de outra natureza. Aprendemos, porém, no silêncio e na
oração, a confiar e prosseguir sorrindo, sem deixar-nos abater ou
demonstrar ressentimento, apresentar defesa. O melhor é fazermos como
JESUS, permanecendo de consciência tranquila e aproveitar as ocorrências
difíceis, e delas extrairmos experiências para o aprimoramento
interior. Desta forma, as dores físicas e morais são as irmãs
socorristas que nos distendem as mãos, levando-nos adiante”. Tipo de
filosofia de vida que se aplica, bem sabemos, a uma minoria capacitada a
vivê-la. Entretanto, todos chegaremos lá.
De
várias maneiras podemos tornar suportável a nossa dor: rebelando-nos
contra ela, torná-la-emos maior; entregando-nos à desesperação, a
aflição aumentará; permitindo que o desânimo se apodere de nós,
incapacitando-nos de superá-la; deixando-nos dominar pela mágoa, pela
reclamação e pelo conceito de “vítima do destino”, mais rude, mais cruel
ela se nos apresentará.
Aceitando-a,
no entanto, logo a debelaremos pela sua própria condição de
naturalidade, e por ela se encontrar nos mecanismos evolucionistas da
Lei Maior. É transitória, enfim, sem realidade objetiva. Ela é e será
sempre a ausência do bem-estar que existe para ser por nós fruído.
“A
psiconeuroimunologia demonstra que cada um é, na área da saúde, aquilo
que pensa e quanto se faz de si mesmo”, assevera Joanna de Ângelis.
Somos o que pensamos, isto é indiscutível.
Curar-se
vai sendo, para nós, pois, a resultante da nossa integração nos
profundos mecanismos da vida, onde preponderam as ações do Eterno Bem. A
ELE temos de nos agregar em definitivo.
Como toda cura procede de DEUS, curar e curar-se vai sendo um ato de amor, uma vivência do amor, em nós e no outro.
Para
o cristão espírita as debilidades do semelhante passam a ser dele, e
nessa associação de desejos de bem-estar global, vamos encontrando a
plenitude de viver e de conviver, com tudo e com todos, alegres e
felizes onde estamos e com quem nos relacionamos.
O
encontro da paz, condição almejada pelo homem na Terra, é estado íntimo
propiciado pela cura que realizarmos em nós, e ela é também a
harmonização nossa entre o desenvolvimento da razão e do sentimento.
Estes dois fatores estão no cerne da evolução humana.
Curar-se,
por tudo quanto vamos tomando conhecimento e elucubrando, é mergulho no
equilíbrio, na harmonia da vida Cósmica. É, enfim, AMAR e ser AMADO.
Primarismo
da vida e fase puramente instintiva são estados do passado do homem, os
quais vão sendo mais e mais sepultados, para que em seus lugares surja o
homem senciente partícipe integral da vida, todo sentimento,
fraternidade, caridade, trabalho profícuo e amor por ele mesmo e pelo
próximo com total desinteresse.
JESUS,
em suas curas, usou o que Joanna de Ângelis chama de AMORTERAPIA, que
naturalmente se acha ao nosso alcance, quando nos dispomos a
encontrá-lo. Não somente nos curaremos de uma ou de outra enfermidade
como também fortaleceremos nosso sistema imunológico, liberando-nos de
novos comprometimentos, ainda mais se entendemos JESUS ao pronunciar:
“...e não tornes a pecar para que não te aconteça algo pior”.
Nosso
organismo é excelente máquina, sensível e delicada, sempre pronta a
obedecer aos impulsos que a ele enviarmos através da mente: se
positivos, sentiremos bem-estar; se negativos, favoreceremos a
indisposição.
O corpo humano é suscetível de recompor-se quanto de desarranjar-se, dependendo daquilo que fazemos da nossa mente.
Finalizemos
com Joanna de Ângelis: “As pessoas irascíveis, realistas-fatalistas,
que conduzem azedume e pessimismo, assinalados pelas constantes mudanças
de humor, produzem enzimas perniciosas, que irão abrir campo para a
invasão orgânica dos elementos microbianos destrutivos. Ao Inverso,
aquelas que elaboram pensamentos otimistas, confiantes, alegres,
solidários, estimulam o sistema psiconeuroimunológico, tornando-se
resistentes às viroses e baciloses degenerativas. E mesmo quando são
vitimadas por enfermidades dessa procedência, recompõem as defesas
orgânicas e restauram a saúde”. MEDITEMOS!
Artigo.: A Cura em Nossas Mãos
Por.: Adésio Alves Machado
(Artigo originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo em março de 1999).
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