Quais as consequências para a alma da pessoa que doa os seus órgãos
ou cujo corpo é cremado?
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O corpo é um instrumento bendito que Deus nos
concedeu para que pudéssemos renascer na Terra e aqui, enfrentando as
dificuldades naturais da vida material, aprimorar os nossos
conhecimentos e sentimentos. Diante de sua grande importância,
incumbe-nos manter a integridade desse maravilhoso patrimônio,
conservando a vitalidade que lhe é própria.
Fomos dotados do instinto de preservação, uma defesa
automática que nos faz evitar situações de perigo à nossa integridade e
nos leva a buscar os meios necessários à sua manutenção. Por isso temos
reflexos defensivos contra eventuais ataques à nossa pessoa; o medo
impede-nos atitudes para as quais não estamos preparados e coloquem em
risco a nossa vida; e as dores nos levam a buscar solução para a fome, o
frio e os males físicos.
Porém, mais importante do que o corpo humano, é a
alma. Porque a alma somos nós mesmos, a individualidade que pensa e
sente; que é imaterial e imortal, portanto sobrevivente à destruição do
corpo de carne. Assim como a roupa estragada não serve mais ao homem,
igualmente o corpo morto é imprestável à alma. Quanto mais somos
apegados às coisas materiais, mais valor damos à elas e mais falta
sentiremos delas após o desencarne. O contrário é verdadeiro: Quanto
mais valorizamos a alma, menos sofreremos com a perda das coisas
materiais depois da morte do corpo.
Em qualquer caso, a doação dos nossos órgãos será
sempre um ato que nos beneficiará. Fazendo o bem ao próximo, por exemplo
livrando-o da cegueira, dos processos dolorosos da hemodiálise ou de um
fraco coração, atraímos a misericórdia divina e a simpatia dos bons
espíritos, que intercedem em nosso favor, amenizando o nosso próprio
sofrimento no retorno à Espiritualidade. Nenhuma consequência negativa
há para o espírito, porquanto este não sofrerá com a retirada do órgão, a
qual não atingirá o corpo espiritual. Isso mesmo quanto a pessoa não
fez em vida doação voluntária. E se o doador é alguém apegado ao seu
corpo, a extração de um órgão será fato menor ante a perda da vida, até
porque, muitas vezes, o espírito nem percebe ou então não compreende o
que está acontecendo.
Na hipótese de cremação, que nenhum benefício trará a
ninguém, a questão merece ser analisada apenas quanto ao espírito mais
materializado. É que, embora tenha ocorrido a morte, esse espírito não
se desliga imediatamente do corpo, permanecendo a ele ligado até que se
rompam todos os laços perispirituais. Enquanto isso não ocorre, é
possível que as sensações do corpo material repercutam no corpo
espiritual. Assim, o espírito poderá sentir parcialmente a destruição
das células, acarretando-lhe muito sofrimento, conquanto ele, espírito,
não esteja sendo efetivamente queimado. Em havendo proposta de cremação,
recomenda a Espiritualidade que se aguarde pelo menos 72 horas para a
sua realização, tempo que permitirá o desligamento do espírito.
Valorizemos o corpo, mas acima de tudo valorizemos a
alma, enobrecendo os sentimentos pelas boas obras, adquirindo
inteligência e a empregando com sabedoria, para que assim melhorados
possamos tranquilamente nos libertar da matéria, retornando à
Espiritualidade equilibrados e resplandecendo luz.
Autor: Donizete Pinheiro
Livro: Respostas Espíritas
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