Eternidade

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Lembranças de Camille Flammarion




Reflexões de um Espírito

Camille Flammarion em 1856 termina os estudos e partia para Paris. Na foto ao lado, Flammarion aos 17 anos de idade. Já sabia o que buscava.
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Na minha juventude a minha mente sempre foi
muito inquieta e sempre estava em movi-
mento. Pensava sempre muito nas coisas que poderia realizar enquanto jovem. Minha preocupação principal era chegar à velhice e não ter realizado nada de importante na vida. A minha questão principal era com os estudos.
Achava que só através dos estudos conseguiria realizar algo de importante. Logo cedo, com a idade ainda de aproximadamente 16 anos adorava admirar o céu e achava que o mundo não era a única coisa que poderia revelar grandes descobertas, o grande segredo da vida estava em estudar os planetas. Só através dos estudos universais poderia encontrar as respostas para a verdadeira razão da vida.
Fiz várias tentativas em trabalhos nas escolas por onde passei e muitas vezes os meus próprios professores não sabiam me responder questões muitas vezes bastante elementares, como por exemplo, qual a dimensão do planeta Terra? Qual o limite e a dimensão do conhecimento humano? Sei que na época pouca coisa se sabia sobre a mente humana, mas, além dos planetas que me fascinava, a mente humana era o meu segundo objetivo de estudos, apesar de que, logo depois que comecei a estudar os planetas acabei deixando de lado as questões de ordem psicológica.
Sabia e tinha quase certeza que a vida na Terra não era o único lugar onde existia vida. Não achava também que a vida nos outros planetas era igual a nossa. Dependendo da atmosfera planetária cada lugar tinha sua própria existência conforme suas condições planetárias. A vida era compatível com tudo que poderia existir neste planeta.
Estudar as matérias escolares: matemática, química, físi-ca, francês, línguas estrangeiras, latim, geografia, fazia parte do currículo escolar, mas estudar essas matérias era para mim, somente uma necessidade para ter uma base de tudo que eu poderia precisar no futuro, por esse motivo me aprofundava cada vez mais nos assuntos dados. A profundidade de conhecimento de cada matéria básica me dava uma larga visão e grande aprendizado reflexivo sobre cada uma delas, parecia muitas vezes que já tinha conhecimento prévio de tudo que lia e estudava. Não encontrava dificuldade de aprendizado em nenhuma dessas matérias dada na escola. A minha maior dificuldade era de relacionamento com os próprios professores, parecia que eu estava sempre à frente deles. Estudava muito em casa e fazia constantemente pesquisas sobre tudo que chamava a minha atenção, principalmente leituras sobre a possibilidade de vida em outros planetas e a origem, tempo, quem descobriu, quando foi descoberto, em fim, tudo que se relacionavam com os estudos do Universo me interessava muito, era quase uma obsessão.
Aos 20 anos de vida aproximadamente, já tinha escrito alguns trabalhos que para mim eram importante, grandes indagações e observações sobre a Natureza de forma geral. A minha inquietude era constante e a leitura fazia parta da minha vida. Era como um alimento para meu corpo que nunca saciava minha alma faminta de conhecer tudo que eu poderia tocar e poderia descobrir observando ao meu redor. As estrelas me fascinavam, tinha uma grande curiosidade, queria saber como surgiram, como existiam. Na minha visão ao olhar para o céu estava tão perto, mas na realidade, milhões de quilômetros de distancia, só o estudo poderia fazer com que pudesse descobrir cada vez mais sobre elas, eterna luz universal que iluminava a Terra. Não poderia deixar de lembrar também, o sol e a luz, satélites que a nossa Terra dependia deles para existir. Através da sua energia poderíamos viver no planeta, por eles nos alimentar não somente o corpo, mas a própria alma precisa do sol, de sua luz para poder viver e realizar os nossos sonhos e objetivos aqui na mãe Terra. Até mesmo o nosso perispírito, como disse Allan Kardec denomi-nando de corpo espiritual, precisa da energia solar para ser formado e existir por toda nossa vida física e por muito tempo quando estamos na vida espiritual, vivendo na alma.
Conhecemos Allan Kardec e não imaginávamos na época a grandiosidade do seu trabalho. Achávamos que tudo não passava de especulações e um momento de transição de algo que todo mundo tinha curiosidade, alguns fenômenos parecia mais uma brincadeira de criança e eu particularmente não me interessava nada por aquilo. Depois de conhecer mais profundamente o Sr. Hipólito Rivail, pseudônimo conhecido literalmente através dos seus escritos como o Sr. Allan Kardec, nome de origem druida, foi que comecei a despertar em mim algum interesse, mas precisamente, depois de sua morte foi que mais me interessei por essa linha de pesquisa.
Participei de várias experiências mediúnicas com muitos colegas considerados cientistas, pesquisadores e até mesmo com o professor Hipólito Rivail, mas sempre tive desconfiança desses fenômenos na época. Somente no futuro foi que comecei a entender melhor sobre o assunto, depois de muitas pesquisas. E apesar de ter escrito vários trabalhos, confesso que ainda levei para o túmulo muitas dúvidas que só pude tirar depois de desencarnado no mundo espiritual com a continuação dos meus estudos sobre o assunto. Até hoje, ainda pesquiso e estudo muito a respeito da vida espiritual e material do planeta Terra. Estou profundamente ligado nessa ciência da alma e da vida.. Tenho ainda muitas indagações a fazer, reflexões por levantar e tantas outras coisas que minha imaginação ainda não processou.
Quando estava na Terra, mesmo depois de velho, através dos amigos espíritas, tinha calorosas discussões sobre o assunto e, muitos deles, conhecedores profundo da Doutrina nunca conseguiram me convencer de certos assuntos trazido pelos Espíritos, principalmente, as questões voltadas para a reencarnação e como aconteciam os fenômenos da comunicação entre os considerados vivos e aqueles considerados mortos no corpo. Para mim era muito difícil entender. Estudei muito a mente humana e minhas convicções sobre a capacidade de criação da mente era e é infinitamente grandiosa e sem fim determinado. A mente humana é um dos maiores mananciais de criação existente no Universo e não podemos determinar sua capacidade, nem medir sua força e poder de realizar feitos que o homem não faça nenhuma ideia até onde pode chegar. Não sabemos muitas vezes quando estamos presos ao corpo, a capacidade de criação que existe em nossa mente. Milhões de pensamentos e conhecimentos adquiri-dos durante milhares de anos de vida espiritual e material. Uma infinidade de planetas vividos, uma infinidade de experiências em todas as fases da vida espiritual pela qual passamos. Quando saímos da mão do Criador, quando estamos vi-venciando na matéria bruta, no vegetal, e no animal na Terra e por último, no hominal, acumulamos experiências. Mas quando chegamos ao hominal, já vivenciamos experiências nunca imaginadas por nós, experiências que o Criador apaga de nossas mentes, porque essas lembranças vindas à tona nos matariam. Essas experiências vividas são tão fortes que não suportaríamos tais lembranças. O homem ainda não tem nenhuma capacidade de conhecer nem mesmo a si próprio, porque o labirinto das suas mentes não tem fim e o conhecimento de si só o tempo é que pode trazer com o crescimento interior, com a evolução através da sabedoria e reforma moral, dando a ele cada vez mais um livre arbítrio voltado para sua melhora e do ambiente que vive.
Não é e não foi fácil para entender muita coisas da vida, até mesmo, aquelas consideradas simplórias dentro do conhecimento humano, porque nada no Universo é tão simples como imaginamos. A simplicidade das coisas que muitos acham, é as mais complexas que existe, como a própria vida. Tudo no mundo tem uma razão de ser e de existir. Muita gente já conhece bem essa frase, só não conhecemos o seu significado, o que existe por trás dessa profunda reflexão. Cada vez mais que nos aprofundamos no conhecimento das coisas, mais complexa fica o seu entendimento. Muitas vezes achamos que encontramos uma resposta, mas ai no futuro vem outra descoberta sobre o assunto, então voltamos à estaca zero e começa-mos tudo de novo, novas indagações, novas reflexões vão surgir sobre essas descobertas
que tínhamos certeza que estávamos com a razão. Só um exemplo, quem tem razão: Moisés, Jesus ou Kardec? Cada verdade está constituída no seu tempo, conforme o entendimento daquela sociedade vivida em cada época. Todos os três tinham razão e um é o complemento do outro, sempre deixando para o futuro a continuidade das revelações. Não esqueçamos que os próprios Espíritos disseram a Kardec, que no futuro ele iria reencarnar para dar continuidade ao seu trabalho. Se ele não puder vir, com certeza, o Criador mandará alguém, porque o trabalho exige continuidade na Terra e novas revêlações acontecerão cada vez mais profundas e reformadoras para a humanidade.
Quem somos nós para termos a palavra final, se o próprio fim não existe. Somente o Criador é capaz de entender o que é o fim,porque Nele está o começo de tudo e o fim, só Ele sabe se existe ou não. Para nós, só cabe continuar a nossa jornada eterna e colaborando com a melhora nossa e de todos que fazem parte dessa corrente, desse elo evolutivo que envolve a todas as criaturas feitas para caminhar juntas apesar da nossa pouca compreensão da vida.
Não pretendemos encerrar por aqui o assunto, esperamos poder em breve, apesar de que esse breve só os mestres sabem, ter autorização para outro contato com a permissão de Deus e dos meus orientadores no mundo verdadeiro da consciência livre, que é o mundo espiritual, onde ocorre o verdadeiro encontro com nós mesmos. A realidade de tudo, apesar de muitos fugirem dela.
Agradecemos a Deus, a Jesus e aos bons Espíritos benevolentes por mais essa oportunidade de me comunicar mais uma vez com o Mundo dos considerados Vivos, o Mundo das grandes lições, o Mundo-Escola, um Mundo de Rege-neração, o Mundo das oportunidades de aprendizado, e acima de tudo, um Mundo de reforma íntima.

Camille Flammarion.

N. da R. – Camille Flammarion nasceu a 26 de fevereiro de 1842 e desencarnou em 4 de junho de 1925.

Fonte: Lampadário Espírita

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