Eternidade

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domingo, 3 de agosto de 2014

DOUTRINAÇÃO DE ESPÍRITOS




do livro "Missionários da Luz", por André Luiz & Chico Xavier


A. Que doente tratado pelos Espíritos é capaz de atingir a cura positiva?
R.: Somente o doente convertido voluntariamente em médico de si mesmo, que compreende que a medicação, qualquer que seja, não é tudo no problema da necessária restauração do equilíbrio físico, pode alcançar a verdadeira cura. (Missionários da Luz, cap. 18, pp. 309 e 310.)

B. Que requisitos requer uma doutrinação eficiente?
R.: Não basta ao doutrinador conhecer as matérias e ministrá-las. É preciso, antes de tudo, senti-las e viver-lhes a substancialidade no coração. O homem que apregoa o bem deve praticá-lo, se não deseja que as suas palavras sejam carregadas pelo vento, como simples eco dum tambor vazio. O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe as grandezas em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã. (Obra citada, cap. 18, pp. 310 a 312.)

C. No tratamento da obsessão é fundamental o afastamento do obsessor?
R.: Não. Efetivamente, não faltam, embora raros, os casos de libertação quase instantânea. É que, nesses casos, pode ter chegado ao fim o laborioso processo redentor. Mas, na maioria dos casos, a tarefa é de sementeira, de cuidado, persistência e vigilância. Não se quebram grilhões de muitos séculos num instante, nem se edifica uma cidade num dia. É indispensável desgastar as algemas do mal, com perseverança, e praticar o bem, com ânimo evangélico. (Obra citada, cap. 18, pp. 312 a 315.)

D. Após a conversão real do obsessor, o obsidiado readquire a normalidade orgânica?
R.: Quando o doente se dispõe a cooperar com os benfeitores espirituais, em benefício próprio, colaborando decididamente na restauração de suas atividades mentais, regenerando-se à luz da vida renovada no Cristo, pode esperar o restabelecimento da saúde relativa do corpo terrestre. Entretanto, na maioria dos casos, as vítimas não mais restabelecem o equilíbrio do corpo, permanecendo com a saúde incompleta até o sepulcro. Lembremos que, embora o obsessor se haja transformado, é possível que a vítima não esteja convertida. Na obsessão, as dificuldades não são unilaterais. O eventual afastamento do perseguidor nem sempre significa a extinção da dívida. E, em qualquer parte do Universo, receberemos sempre de acordo com nossas próprias obras. (Obra citada, cap. 18, pp. 315 a 319.) 

Texto para leitura

130. A caminho da cura -  Os trabalhos da reunião seguiam seu curso. Emissões magnéticas dos que ali se reuniam eram aproveitadas pelos Espíritos para assistir não só os obsidiados, mas também os infelizes algozes. Somente uma pessoa, porém, dentre os obsidiados, conseguia aproveitar cem por cento o auxílio espiritual recebido. Era uma jovem que, envolvida na corrente das vibrações fraternas, recuperara a normalidade orgânica, embora em caráter temporário. A moça percebera a tempo que a medicação, qualquer que seja, não é tudo no problema da necessária restauração do equilíbrio físico e, por isso, desenvolvia toda a sua capacidade de resistência, colaborando com a equipe espiritual no interesse próprio. Ela emitia vigoroso fluxo de energias mentais, expelindo todas as idéias malsãs que os desventurados obsessores lhe haviam depositado na mente, absorvendo em seguida os pensamentos regeneradores e construtivos que a influenciação espiritual lhe oferecia. Alexandre aproveitou o exemplo para elucidar que somente o doente convertido voluntariamente em médico de si mesmo atinge a cura positiva. Se a vítima capitula sem condições, ante o adversário, entrega-se-lhe totalmente e torna-se possessa, após transformar-se em autômato à mercê do perseguidor. Se possui vontade frágil e indecisa, habitua-se com a persistente atuação dos verdugos e vicia-se no círculo de irregularidades de difícil corrigenda. Nestes casos, as atividades de assistência se circunscrevem a meros trabalhos de socorro, objetivando resultados longínquos. Quando o enfermo está interessado na própria cura, então podemos prever triunfos imediatos. (Cap. 18, pp. 309 e 310) 
131. Doutrinação - O doutrinador encarnado era o centro dum quadro singular. Seu tórax convertera-se num foco irradiante, e cada palavra que lhe saía dos lábios assemelhava-se a um jato de luz alcançando diretamente o alvo, fosse ele os ouvidos perturbados dos enfermos ou o coração dos obsessores cruéis. Suas palavras eram, com efeito, de uma simplicidade encantadora, mas a substância sentimental de cada uma assombrava pela sublimidade, elevação e beleza. Alexandre explicou que ali era uma escola espiritual, onde, para ensinar com êxito, não basta conhecer as matérias e ministrá-las. É preciso, antes de tudo, senti-las e viver-lhes a substancialidade no coração. O homem que apregoa o bem deve praticá-lo, se não deseja que as suas palavras sejam carregadas pelo vento, como simples eco dum tambor vazio. O companheiro que ensina a virtude, vivendo-lhe as grandezas em si mesmo, tem o verbo carregado de magnetismo positivo, estabelecendo edificações espirituais nas almas que o ouvem. Sem essa característica, a doutrinação, quase sempre, é vã. Compreende-se então que o contágio pelo exemplo não constitui fenômeno puramente ideológico, mas é, sim, um fato científico nas suas manifestações magnético-mentais. Com o decorrer do trabalho, os obsidiados – exceção feita à irmã que se encontrava possessa – ficavam livres da influência direta dos obsessores, porém todos, menos a jovem que reagia valorosamente ao tratamento, apresentavam singular inquietude, ansiosos de se reunirem de novo ao campo de atração dos algozes. Benfeitores espirituais haviam arrebatado os verdugos, expulsando-os temporariamente daqueles corpos enfermos e atormentados, mas os enfermos encarnados primavam pela ausência íntima, permanecendo a longa distância espiritual dos ensinamentos que o doutrinador terrestre ministrava, ao influxo dos mentores da reunião. A atitude dos enfermos era de insatisfação e ansiedade: parecia não suportarem a separação de seus algozes invisíveis. Alexandre explicou então que, em geral, noventa por cento dos casos de obsessão que se verificam na Crosta constituem problemas dolorosos e intrincados e quase sempre o obsidiado padece de lastimável cegueira, com relação à própria enfermidade, tornando-se presa fácil e inconsciente, embora responsável, de perigosos inimigos. Comumente, os casos dessa natureza dão-se em virtude de ligações vigorosas e profundas pela afetividade mal dirigida, ou pelos detestáveis laços do ódio que, em todas as circunstâncias, é a confiança desequilibrada convertida em monstro. É por isso que cada problema desses exige solução diferente. (Cap. 18, pp. 310 a 312)

132. Algemas seculares - No trato da obsessão, os encarnados observam somente uma face da questão: o afastamento do obsessor. Mas, como rebentar, de um instante para outro, algemas seculares, forjadas nos compromissos recíprocos da vida em comum? como separar seres que se agarram um ao outro, ansiosamente? Efetivamente, não faltam, embora raros, os casos de libertação quase instantânea. É que, nesses casos, pode ter chegado ao fim o laborioso processo redentor. De qualquer modo, o trabalho de assistência será sempre frutífero, e não podemos fugir ao nosso dever de assistência fraterna ao ignorante e sofredor, compreendendo, porém, que a construção do amor é também obra do tempo: nenhuma palavra, nenhum gesto ou pensamento, nos serviços do bem, permanece perdido. A tarefa é de sementeira, de cuidado, persistência e vigilância. Não se quebram grilhões de muitos séculos num instante, nem se edifica uma cidade num dia. É indispensável desgastar as algemas do mal, com perseverança, e praticar o bem, com ânimo evangélico. Ouvindo isto, André indagou se o desequilíbrio da mente poderia acarretar a enfermidade do físico. Alexandre disse que sim. As intoxicações da alma determinam as moléstias do corpo; o desequilíbrio da mente pode determinar a perturbação geral das células orgânicas. (Cap. 18, pp. 312 a 315) 

133. Benefícios do tratamento - Tão logo se quebrou a corrente de vibrações benéficas, com o término da reunião, três dos cinco obsidiados voltaram a atrair intensamente os verdugos invisíveis, a cuja influenciação se haviam habituado, demonstrando escasso aproveitamento. Alexandre asseverou, contudo, que em todas as atividades de socorro espiritual há sempre imenso proveito, ainda mesmo quando a sua extensão não seja perceptível ao olhar comum. Quando o doente se dispõe a cooperar com os benfeitores espirituais, em benefício próprio, colaborando decididamente na restauração de suas atividades mentais, regenerando-se à luz da vida renovada no Cristo, pode esperar o restabelecimento da saúde relativa do corpo terrestre. Quando o indivíduo, porém, roga a assistência de Jesus com os lábios, sem abrir o coração à influência divina, não deve aguardar milagres da colaboração espiritual. Os benfeitores espirituais podem ajudar, socorrer, contribuir, esclarecer, mas não é possível improvisar recursos, cuja organização é trabalho exclusivo dos interessados. O problema da responsabilidade não se circunscreve a palavras; é questão vital no caminho da vida. Raros homens, entretanto, se dispõem a respeitar os desígnios da Religião, olvidando voluntariamente que as menores quedas e mínimas viciações ficam impressas na alma, exigindo retificação. No trabalho em favor deles, não podemos exonerá-los das obrigações contraídas. O bom trabalhador é o que ajuda, sem fugir ao equilíbrio necessário, construindo todo o trabalho benéfico que esteja ao seu alcance, consciente de que o seu esforço traduz a Vontade Divina. (Cap. 18, pp. 315 e 316) 

134. Conseqüências da obsessão - André indagou a Alexandre se, após a conversão real do verdugo, o obsidiado readquiriria a normalidade orgânica. Em sua resposta, o instrutor comparou o corpo de carne a um violino entregue ao artista, neste caso o indivíduo reencarnado. Entregue aos malfeitores, o violino pode ficar semidestruído e, mesmo que seja restituído, não poderá atender ao trabalho da harmonia, com a mesma exatidão de outro tempo. Um Stradivárius pode ser autêntico, mas não se fará sentir com as cordas rebentadas. É por isso que nos casos de obsessão não se pode prescindir do concurso direto dos interessados. Há casos em que os antigos verdugos se transformam em amigos, ansiosos de reparar o mal praticado e, por vezes, o conseguem, recebendo a ajuda dos planos superiores. Entretanto, na maioria dos casos, as vítimas não mais restabelecem o equilíbrio do corpo, permanecendo com a saúde incompleta até ao sepulcro. Lembremos que, embora o obsessor se haja transformado, é possível que a vítima não esteja convertida. Na obsessão, as dificuldades não são unilaterais. O eventual afastamento do perseguidor nem sempre significa a extinção da dívida. E, em qualquer parte do Universo, receberemos sempre de acordo com as nossas próprias obras. (Cap. 18, pp. 317 a 319) 
 








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