Muitos fogem do trabalho espiritual e esperam encontrar a paz nos apelos do corpo.
Esquecem de que o Espírito também precisa de exercícios, de vivências, de aprendizagem.
Presenteiam o corpo com alimento, vestimenta, maquiagens, diversões, trabalho, massagens, caminhadas e outros mimos por dias seguidos.
No final de semana estão cansados e querem diversão; não são de ferro, dizem.
Mas e o Espírito? Não é ele que preside o corpo?
Não foi ele que durante toda a semana realmente trabalhou e precisa de um tempo para ele?
Não estará faminto, sedento, cansado das coisas materiais, a exigir um pouco de paz através da meditação, da oração, do conforto espiritual?
Por que somente o corpo necessita de atenção, sendo ele o cavalo? Deve o cavaleiro ficar à deriva?
Ao final da viagem quem prestará contas do desempenho de ambos? O cavalo ou o cavaleiro?
Cuida do corpo, mas reverencia a alma, dando-lhe o alimento diário e o trabalho que a exercita.
Lembra-te da tua outra face que é imortal, e que após a morte é tudo quanto terás.
Dedica, pois, algumas horas de tua semana, ao trabalho espiritual, verdadeiro revigorante da alma.
Esse investimento é que garantirá a paz nas grandes tormentas que, às vezes, a surpreende a meio do caminho.
Recorda que tua existência de lazer pode até ser sincera, mas tua necessidade de trabalho é urgente.
Tua alegria em estar com os amigos, ouvir suas histórias, certamente é um prazer, mas o trabalho espiritual é uma obrigação.
Atender aos apelos do corpo te dará aparente vantagem, mas obedecer aos anseios da alma te trará lucros reais.
Talvez até argumentes para ti mesmo: essas necessidades um dia irão parar. Mas o tempo não para.
A decisão de caminhar com o corpo saciado e a alma faminta será sempre tua.
Se não tomares esta decisão por ti mesmo, o tempo, mestre dos sábios, a imporá através de decreto irrevogável.
(Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro)
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