A epopéia humana está repleta de personagens que contribuíram de forma decisiva para o progresso intelectual e moral da sociedade.
Cientistas notáveis abriram caminho para descobertas importantes;
Filósofos de grande expressão assinalaram a marcha humana com o brilho de sua inteligência;
Artistas inesquecíveis brilharam em sua genialidade;
Líderes de todos os matizes religiosos interpretaram as Leis Divinas.
Sem dúvida, é inquestionável a obra desses luminares, cada qual em sua área de atuação.
Todavia, à exceção do Cristo, nenhum deles transitou pelo mundo sem errar ou equivocar-se. Na condição de seres humanos, apresentaram, também, o seu lado fraco, por meio do qual a sombra, muitas vezes, conseguiu interpor-se à luz.
Se foi assim com eles, por que não seria com os médiuns?
De fato, uma vez despertos pela Doutrina Espírita, esforçamo-nos em realizar o melhor possível.
Iluminamos a mente com novos conhecimentos;
Educamos a força mediúnica;
Sublimamos os impulsos mais grosseiros;
E, por vezes, conseguimos oferecer algo que realmente beneficie nossos semelhantes.
Ainda assim, contudo, não estaremos imunes ao erro involuntário. Apesar do progresso realizado, todos carregamos, por dentro, o lado fraco que nos predispõe à sombra, ainda que busquemos a luz.
Nesse, é inclinação à maledicência;
Naquele, a vaidade;
Em outros, o orgulho.
Mal nos conhecemos por dentro. Estamos apenas no início da caminhada iluminativa, muitas vezes tateantes e inseguros, qual a criança no esforço dos primeiros passos.
Por essa razão, num instante de invigilância, é possível te surpreendas trilhando atalhos incertos, expondo-te a influências arriscadas, por ignorares o lado fraco que te fragiliza internamente.
Nestas circunstâncias, não desanimes nem te precipites.
Ajuda a ti mesmo retomando a rota do equilíbrio.
Em mediunidade, como em tudo na vida, quem pretende servir com proveito sabe transformar o erro em lição para seguir adiante.
Lamentar é inútil.
Desanimar é arriscado.
Só a ação consciente e espontânea te permitirá a reconciliação com a própria consciência, ensejando-te novas realizações no campo do bem.
Como espíritos imperfeitos, todos carregamos fragilidades internas, que muitas vezes ignoramos.
Como filhos de Deus, porém, também trazemos infinitas possibilidades de progresso que, identificadas pelo autoconhecimento e vitalizadas pela vontade, nos impulsionam sempre para frente, a fim de nos encontrarmos com a plenitude imperecível em nosso mundo interior.
Augusto
LEVY, Clayton. Mediunidade e Autoconhecimento.
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