Diz o Espiritismo que logo a Terra será um planeta de regeneração
Classificação feita por Allan Kardec define as
diferentes categorias de mundos pela sua finalidade e de acordo com o estágio
evolutivo dos Espíritos que o povoam. Determina, igualmente, a densidade material
de cada mundo, que é o que define o tipo de corpo necessário para viver nele,
qual seja mais pesado ou mais leve.
Quando se diz que a Terra é um mundo de provas e
expiações, pressupõe-se que ela é habitada por Espíritos imperfeitos que
carecem de aprimoramento cultural, moral a espiritual. Essa imperfeição nem
sempre está relacionada com a maldade dos seres, mas, principalmente, com a
ignorância que ainda apresentam. Nossos erros são cometidos muito mais por
desconhecimento do que por malignidade.
Os que fazem mal propositadamente são minoria em nossa
sociedade. O mais comum é alguém bem-intencionado imaginar que está certo
quando, na realidade, age equivocadamente. Às vezes, excessivamente moralista,
prejudica as pessoas mais simples, de boa-fé, e que ainda não têm condições de
ser como ele gostaria. Exige do outro o que nem mesmo ele pode compreender.
Para defender a disciplina, deixa até de praticar a caridade.
Com a passagem da Terra de mundo de expiações para
mundo de regeneração, um pouco menos imperfeito do que está o planeta
atualmente, quem desejar viver na Nova
Terra terá de ser bem melhor do que é agora. Mas o que significa ser
melhor, segundo esta definição?
A nós parece que bastam algumas virtudes fáceis de
serem conseguidas. Por exemplo: honrar a palavra dada como respeito ao
semelhante, pontualidade, assiduidade, perdoar as ofensas, vencer o orgulho e o
egoísmo, ter paciência. Não se concebe que um espírita, que se diz candidato a
viver no mundo novo, seja leviano em suas atitudes. Assume um trabalho e não
comparece para executá-lo; matricula-se num grupo de estudos, porém falta mais
do que comparece; chega habitualmente atrasado aos compromissos, incluindo a
reunião espírita que tem horário estabelecido para início; entre outras coisas
mais graves.
Não se pode, igualmente, testemunhar atitudes de
extremo desequilíbrio, melindre, ira incontrolada, vaidade pueril e egoísmo
contumaz naquele que se diz candidato a viver no mundo novo, na Nova Terra.
Assim como o apego às posições e honrarias do mundo que ficarão por aqui quando
formos embora, porque não têm valor.
A propalada reforma íntima e o desprendimento dos bens
terrenos, tão apregoados pelo Espiritismo, têm por finalidade aconselhar-nos a
sermos melhores enquanto caminhamos. Quem não se libertar dos defeitos mundanos
agora, não terá acesso ao mundo mais purificado, porque ele será habitado por
pessoas mais simples, mais humanas, mais fraternas, quando a solidariedade, que
é exceção no mundo atual, será a regra da nova sociedade terráquea.
Quem pode provar que isso é verdade e vai realmente
acontecer?
Jesus disse que seu reino não era deste mundo, que nós
somos deuses e quando quiséssemos seríamos tão bons e perfeitos quanto Ele.
Completando, Kardec faz a escala dos mundos e explica que eles se aprimoram
como as pessoas e a natureza determina o novo ambiente de vida. Se nos foi
advertido que deveríamos guardar tesouros no céu, os que forem guardados na
Terra perderão seu efeito e serão imprestáveis para uso no ambiente renovado do
mundo de regeneração.
Para os que acreditam na existência única e que tem na
morte o final da vida, mesmo que ainda aceitem a sobrevivência da alma, este
comentário é pueril. Para nós que cremos na orientação dos Espíritos e
testemunhamos diariamente, inclusive por vasta literatura, que tudo segue um
processo de aperfeiçoamento, ser negligente diante dessa possibilidade de
crescer agora pode nos custar dores inimagináveis. A quem mais for dado, mais
será pedido. Se temos o conhecimento e ele representa a verdade que liberta,
desprezar essa advertência será pura infantilidade; uma nova oportunidade
poderá ser demorada e dolorosa.
É bastante conhecido nos meios espíritas o episódio
envolvendo o planeta Capela, da Constelação do Cocheiro. Muitos foram
extraditados para a Terra para ajudar os habitantes do nosso planeta com seus
conhecimentos técnicos e científicos, ao mesmo tempo em que aprendiam com os
trabalhos de caridade a amansar seus corações e domar seu orgulho. O
intercâmbio é perfeito e as oportunidades são dadas aos que as conquistam por
esforço e determinação.
Não há benesses para quem não merece, porque a cada um será dado segundo suas obras. Se quiser morar na Nova Terra, construa desde já seu lar no novo mundo. Ainda que seja, provisoriamente, um lar fluídico de característica espiritual. Mais tarde, no tempo certo, ele será materializado e lhe dará grande prazer. É questão de justiça!
Fonte: Revista Internacional de Espiritismo, julho/2018
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