Natureza
e
identidade
dos Espíritos
dos Espíritos
“A
melhor
de todas
as
provas
de
identidade
dos
Espíritos
está na
linguagem
e nas
circunstâncias
fortuitas”
(Allan
Kardec).
(1)
Disse Jesus que uma árvore se deixa conhecer pelos seus frutos, não podendo uma árvore má dar bons frutos nem uma árvore boa dar maus frutos...
O
“discípulo
amado”
recomendou
–
explicitamente
– que
não
podemos
jamais
descurar
de
“experimentar
se os
Espíritos
são de
Deus”,
numa
clara
alusão
ao
cuidado
que
devemos
ter
quando
caminhamos
portas
adentro
do
Espiritismo
prático.
Nessa
delicada
e
especialíssima
área, a
mistificação,
o engodo
e os
alçapões
armados
pelos
inimigos
da luz
são
terríveis,
porém,
evitáveis
escolhos.
Aprendemos
com o
Mestre
Lionês
que: (2)
“se a
fidelidade
absoluta
dos
Espíritos
é, em
muitos
casos,
uma
questão
acessória
e sem
importância,
o mesmo
já não
se dá
com a
distinção
a ser
feita
entre
bons e
maus
Espíritos.
Pode
ser-nos
indiferente
a
individualidade
deles;
suas
qualidades,
nunca.
Já
dissemos
que os
Espíritos
devem
ser
julgados,
como os
homens,
pela
linguagem
de que
se
utilizam.
Suponhamos
que um
homem
receba
vinte
cartas
de
pessoas
que lhe
são
desconhecidas.
Pelo
estilo,
pelas
idéias,
por uma
imensidade
de
indícios,
enfim,
verificará
se
aquelas
pessoas
são
instruídas
ou
ignorantes,
polidas
ou
mal-educadas,
superficiais,
profundas,
frívolas,
orgulhosas,
levianas,
sentimentais
etc.
Assim,
também,
com os
Espíritos.
Devemos
considerá-los
correspondentes
que
nunca
vimos e
procurar
conhecer
o que
pensaríamos
do saber
e do
caráter
de um
homem
que
dissesse
ou
escrevesse
tais
coisas.
Pode
estabelecer-se
como
regra
invariável
e sem
exceção
que: a
linguagem
dos
Espíritos
está
sempre
em
relação
com o
grau de
elevação
a que já
tenham
chegado.
Os
Espíritos
realmente
superiores
não só
dizem
unicamente
coisas
boas,
como
também
as dizem
em
termos
isentos,
de modo
absoluto,
de toda
trivialidade.
(...)
Mesmo
entre os
adeptos
do
Espiritismo,
a
questão
da
identidade
dos
Espíritos
é uma
das mais
controvertidas.
Os
Espíritos
não têm
“R.G.”
ou
“C.P.F.”
e
sabe-se
com que
facilidade
alguns
dentre
eles
tomaram
nomes
que não
lhes
pertenciam.
Esta,
por isso
mesmo,
é,
depois
da
obsessão,
uma das
maiores
dificuldades
do
Espiritismo
prático.
Há uma
distinção
que
importa
fazer: à
medida
que os
Espíritos
se
purificam
e se
elevam
na
hierarquia,
os
caracteres
distintivos
de suas
personalidades
se
apagam,
de certo
modo, na
uniformidade
da
perfeição;
nem por
isso,
entretanto,
conservam
eles
menos
suas
individualidades.
Nesse
passo,
os nomes
que
tiveram
na
Terra,
em suas
inumeráveis
reencarnações,
passam a
ser
coisa de
absoluta
insignificância.
Dado,
porém,
que de
nomes
precisamos
para
fixarmos
as
nossas
idéias,
podem
eles
tomarem
o de uma
personagem
conhecida,
cuja
natureza
mais
identificada
seja com
a deles.
É assim
que os
nossos
Amigos
Espirituais
se dão,
às
vezes, a
se
conhecer
pelos
nomes
que nos
são
familiares,
e
geralmente
pelo
daquele
que nos
inspire
mais
simpatia.
Segue-se
daí que
se um
Espírito
se dá a
conhecer
pelo
nome de
S.
Pedro,
por
exemplo,
na
verdade,
nenhuma
garantia
podemos
ter que
realmente
trata-se
desse
Santo.
Tanto
pode ser
ele,
como um
Espírito
inteiramente
desconhecido,
mas
pertencente
à
família
dos
Espíritos
de que
faz
parte S.
Pedro;
e,
assim,
estar
autorizado
a falar
em seu
nome.
Agora, o
caso
muda,
completamente,
de
figura,
quando
um
Espírito
de ordem
inferior
se
adorna
com um
nome
respeitável,
para que
suas
palavras
mereçam
crédito
e este
caso é
de tal
modo
frequente
que toda
precaução
não será
demasiada
contra
semelhantes
substituições.
Graças a
esses
nomes de
empréstimo,
e
sobretudo
com o
auxílio
da
fascinação,
que
alguns
Espíritos
sistemáticos,
mais
orgulhosos
do que
sábios,
procuram
tornar
aceitas
as mais
ridículas
idéias.
A
questão
da
identidade
é, como
dissemos,
quase
indiferente
quando
se trata
de
instruções
gerais,
uma vez
que os
melhores
Espíritos
podem
substituir-se
mutuamente,
sem
maiores
consequências.
Ora,
desde
que o
ensino
seja
bom,
pouco
importa
que
aquele
que o
deu se
chame
Pedro ou
Paulo.
O
julgamento
deve
sempre
ter por
base a
qualidade
e não as
insígnias
do
Espírito.
Para que
nosso
trânsito
pelo
Espiritismo
prático
não se
torne
mera
aventura
de
consequências
imprevisíveis,
faz-se
mister
conscientizarmo-nos
da
seriedade
desse
assunto,
e, por
assim
considerá-lo,
Allan
Kardec
desenvolveu
em
cinquenta
e sete
parágrafos,
no
capítulo
vinte e
quatro,
de “O
Livro
dos
Médiuns”,
itens
267 e
268,
importantíssimas
questões
que,
ignoradas,
certamente
nos
envolverão
em
verdadeiros
e
caudalosos
desastres
no
mister
mediúnico.
Finalizemos
com uma
importante
observação
de São
Luís
(3):
“Qualquer
que seja
a
confiança
legítima
que vos
inspirem
os
Espíritos
que
presidem
aos
vossos
trabalhos,
uma
recomendação
há que
nunca
será
demais
repetir
e que
deveríeis
ter
presente
sempre
na vossa
lembrança,
quando
vos
entregais
aos
vossos
estudos:
é a de
meditar,
é a de
submeter
ao
cadinho
da razão
mais
severa
todas as
comunicações
que
receberdes;
é a de
não
deixardes
de pedir
explicações
necessárias
a
formardes
opinião
segura,
desde
que um
ponto
vos
pareça
suspeito,
duvidoso
ou
obscuro”.
Referências:
(1)
Kardec,
A. in
O Livro
dos
Médiuns.
Capítulo
XXIV,
item
260.
(2)
Kardec,
A. in
O Livro
dos
Médiuns.
Capítulo
XXIV,
itens
255,
256, 262
e 263.
(3)
Kardec,
A. in
O Livro
dos
Médiuns.
Capítulo
XXIV,
item
266.
Fonte: O Consolador
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