O ser humano, apesar de toda
a sua suposta religiosidade e conhecimento, se abala no momento da despedida de
um ente querido.
Não importa o quão o outro
deseje essa partida, o quão debilitado ou ainda a dor que padeça, quer-se
sempre mantê-lo um pouco mais, tê-lo por mais tempo mesmo diante das
consequências.
Assim o término de uma
relação conjugal, a independência dos filhos, mudar-se e deixar amigos e o
maior de todos o desencarne, são acontecimentos que deixam as despedidas com
sabor de perda. Vejam meus amigos, as despedidas surgem em nossas vidas como
parte de um processo natural de crescimento.
Todos esses fatos nos
remetem ao grande questionamento: Esse negar ao outro a despedida seria um ato
de Amor ou de Egoísmo? A despedida seria realmente uma perda?
Não pretendemos acusar,
julgar, mas sim entender as motivações que induzem a tais sentimentos.
O Amor como sabemos mesmo
diante de nossa pequenez, nasce de atitudes nobres e genuínas, expressando a
vontade do Pai, em tudo que temos de melhor. Por isso dizemos que o amor jamais
prende ao contrário o amor dá asas para que possamos voar e alcançar patamares
maiores de evolução. Jesus já nos ensina que por nos amar o Pai nos concede o
livre arbítrio sempre, a fim de que possamos construir o nosso aprendizado.
Entendemos ainda que o Amor
não é um gesto solitário, mas solidário, aonde através de uma ação fraterna
vamos de encontro ao outro, no exercício do bem, permitindo que ele cresça e
colha o fruto de suas ações.
Mesmo diante de nossas
limitações é possível a percepção de que o Egoísmo se traduz no desejo de se
fazer um bem. Portanto, o egoísmo, não é o desejo de fazer o mal. Mas,
diferentemente do Amor que é um gesto solidário, o egoísmo é um gesto
solitário, onde o único beneficiário desse bem somos nós mesmos. Assim é comum
desejarmos o que parece um bem para nós, mesmo que isso traga infelicidade e
prejuízos ou atrasos ao outro. Quando somos egoístas, estamos nos equivocando,
na compreensão do que seja realmente o bem para nós.
Pela Lei da Causa e Efeito
toda ação tem uma reação. Prejudicando o outro, estarei, portanto, prejudicando
a mim mesmo.
Retomemos agora ao nosso
questionamento central, já recordando os conceitos apresentados.
O que acham meus amigos:
negar a despedida é um ato de amor ou de egoísmo? A despedida seria uma perda?
Toda despedida implica em
novos aprendizados, em oportunidades e em ciclos novos de vida. Em momento
algum significa afastamento definitivo ou perda de momentos vividos, pois
sabemos que estamos constantemente aprendendo e interagindo um com os outros,
não importando a distância que nos separe.
Quando temos a capacidade de
entender a despedida dessa maneira, a saudade que a acompanha, passa a ser
muito mais tolerável e aceitável.
Num relacionamento que se
finda, seja uma amizade ou conjugal, reter o outro não seria viver uma mentira?
Dentro do processo de
amadurecimento não é chegado o momento em que temos que viver por nossas
próprias convicções?
No ciclo da vida o momento
natural de desgaste do corpo físico e a liberdade do espírito não faz parte de
um processo natural de novas fases de uma única vida?
Amor não aprisiona, a
educação orienta os caminhos, mas não obriga; e viver a espiritualidade não é a
meta de todos nós?
Se entendemos tudo isso, por
que ainda a dor, o ressentimento e a tristeza, nas despedidas? Arrisco dizer
que é por que ainda não sabemos vivenciar todas essas verdades, mas que estamos
procurando a cada dia, dando um passo de cada vez, conquista-las como saber.
Convido-os, portanto, a
analisarem as atitudes diante das despedidas e sem julgamentos, mas com vontade
de exercitar o Amor trazido por Jesus, efetuar as mudanças necessárias em nosso
íntimo a fim de podermos entender e aceitar as despedidas não como o fim, mas
como oportunidades de novos reencontros.
Que sejamos exemplos de amor
nas idas e vindas que a vida nos oferece.
Com carinho,
16.06.15
Médium: Lúcia (Grupo
Mediúnico Maria de Nazaré – CAVILE)
Espírito:Irmão Matheus
(Colônia Espiritual Maria de Nazaré)
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