Eternidade

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sábado, 30 de novembro de 2013

Hospedagem




Hospedagem  ( 48 )


Mt. 10:11
"E, em qualquer cidade ou aldeia em que
entrardes, procurai saber quem nela seja
digno, e hospedai-vos aí até que vos
retireis."






"E, em qualquer cidade ou aldeia"   - Sem preferência, sem levar em conta a preocupação da localização, o discípulo foi instruído a ir a todos os locais: pobres, prósperos, grandes ou não. Assim também, somos convocados quando identificados com a mensagem de Jesus, a agir sem discriminações, seguindo a determinação do Alto nas vias das circunstâncias.

Cidade lembra lugar organizado, com população e infra estrutura asseguradora da sobrevivência, dispondo de, pelo menos, o essencial para as facilidades dos habitantes. Aldeia recorda lugar primitivo, com pessoal geralmente simples, ligado à natureza. Espiritualmente focalizada a questão, encontramos homens-cidades e homens-aldeias. Tudo depende da condição íntima e evolutiva de cada um. Assim, convivemos com as mais diversificadas pessoas, ou grupo de pessoas, quanto aos valores que carreiam, ao longo do caminho...





"Em que entrardes,"  - Quanto aos locais, durante a peregrinação do ser pela Terra, vai ele registrando os mais simples e os mais significativos no encaminhamento de sua aprendizagem e de suas possibilidades de cooperação. Ainda que ficasse, como raramente acontece, em um só lugar, toda uma existência, ver-se-ia obrigado a entrar em contato, em sintonia com todo o tipo de criaturas. Relacionamo-nos, desse modo, com as mais diversas modalidades de vibrações, de interesses, de influências, penetrando, pelas vias da simpatia, que naturalmente nos aproxima uns dos outros, no coração de muitos seres. Sejam eles esposos, filhos, pais, amigos, irmãos... Se, na distribuição e dinamização dos recursos espirituais, somos convocados a sair de nós mesmos, na solução e superação dos problemas que nos são inerentes, necessitamos "entrar" território a dentro da aldeia íntima, selecionando conceitos, pensamentos e tendências para o que não podemos prescindir da vigilância.




"Procurai saber quem nela seja digno,"   - Compete a cada um a iniciativa de saber, pois, os padrões morais variam de criatura para criatura. O que é justo para uma deixa de ser para outra. Agora, para saber, devemos olhar, observar, nos aproximar, atentos às reações que são elementos grandemente reveladores. A orientação não implica na seleção de privilegiados, mas na identificação daquele que se dispõe em reeducar-se. Não se deve esquecer que o próprio discípulo, apesar de seguidor do Mestre, ele o faz como portador de numerosas fraquezas e imperfeições. Seja no trato com os semelhantes ou no exame de seus valores, é imperioso distinguir o que seja digno. Digno é aquele que se afirma no Bem, ou aquilo que, eticamente, revela Bondade.

No entanto, ante a filosofia do Cristo, faz-se digno até mesmo o celerado ou o delinquente que quer se libertar, bem como o vício, ou a paixão que em nós identificamos e cujas energias, sentimos, podem ser revertidas ou canalizadas para ângulos positivos.





"E hospedai-vos aí"   - Hospedar um viajante era um dever, um hábito de todos os judeus. Muito louvável, porque representava um ato de caridade, numa época em que eram raras as pensões.

Hospedar implica em acomodar, estabelecer. Espiritualmente, expressa a permanência na pauta da cooperação. É abrigar-se sob o teto dos pensamentos e atitudes dignas, com discernimento, perseverança e bom ânimo, a fim de que os objetivos sejam alcançados.





"Até que vos retireis."   - Uma vez atingidos os objetivos de auxílio no campo de relação ou vencida a luta de superação dos problemas que nos são afetos, é lícito e mesmo imperioso que se parta para novas experiências. O apego, a ausência de capacidade de desvincular-se têm sido fatores de escravização milênios afora. Se somos convocados ao ajuste, a nos hospedar, a conviver, somos também convidados aos processos da separação ou da retirada no momento justo. Quando não o fazemos somos levados, às vezes, a verdadeiras cirurgias, portadoras de apreensões e sofrimentos. São as mudanças, ou afastamentos bruscos, as desencarnações.




Obra: Luz Imperecível, Coordenação: Honório Onofre de Abreu
Estudo Interpretativo do Evangelho
à Luz da Doutrina Espírita

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