Eternidade
sábado, 31 de dezembro de 2016
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
Herança Espiritual e Hereditariedade Genética
Lei de Causa e Efeito determina os efeitos da hereditariedade
usando os registros do perispírito
Há
algum tempo, tivemos o anúncio histórico da conclusão do seqüenciamento
do genoma humano, isto é, o mapeamento virtualmente completo do código
genético humano, bombasticamente comemorado pela ciência bio-genética.
Colossal
será ainda o trabalho subsequente de identificação dos 80.000 genes
existentes, do conhecimento das funções de cada gene e da estrutura de
cada proteína que eles codificam, estimando-se entre cinco anos e um
século a realização progressiva e integral de cada um desses objetivos.
Inegavelmente,
trará benefícios revolucionários na terapia das enfermidades humanas e
em muitos outros campos da natureza, embora o entusiasmo resultante
venha sendo naturalmente, ora magnificado por fantasias tecnológicas,
ora enegrecido por presságios de manipulação e de discriminação
potenciais assustadoras.
Como
sensatamente nos disse Kardec, referindo-se à evolução da nossa
Doutrina Redentora, que "o Espiritismo seria aquilo que os homens dele
fizessem", vale igualmente dizer-se que as novas descobertas da ciência
serão o que os homens delas fizerem, se bombas atômicas devastadoras ou
energia nuclear segura e construtiva, apenas para exemplificar.
Surpreendente
ainda mais, embora esperada, a persistência do enfoque materialista,
agora ultra-exacerbado, das pesquisas dos fenômenos vitais, atribuídos à
exclusiva ação mecânica da hereditariedade genética, no comando da
montagem dos três bilhões de nucleotídeos que constituem os degraus do
DNA humano.
A
ciência insiste em pensar a vida como uma complexa reação química, e
nada mais do que isso, prestes a ser descoberta e viabilizada pelo
homem, assim como até hoje crê ser o pensamento mera excreção do cérebro
e que todas as funções psíquicas morrem com o corpo físico.
Não
há ainda lugar para o espírito na ciência pesquisacional acadêmica,
empírico-indutiva, a qual, por isso, continua tomando como causa o que é
efeito, fazendo das leis da hereditariedade genética as únicas
presentes ao ato da vida, juízas exclusivas e inconscientes do futuro
patrimônio apolíneo e saudável ou disforme e enfermiço do ser humano,
apenas concedendo algumas influências aos efeitos ambientais e ao
psicossomatismo, ainda que cerebral, calcadas nas predisposições
genéticas.
A evolução de cada ser individualizado, criatura de Deus, não pode ficar à mercê da casualidade
das combinações aleatórias entre as constituintes da matéria. Os
aportes da física probabilística quântica relativos aos comportamentos
na intimidade da micro-matéria poderão, quem sabe, um dia, explicar como
a Lei de Causa e Efeito utiliza a probabilidade quântica para
concretizar a causalidade contributiva do espírito encarnante.
Só
o reconhecimento, que um dia chegará, da primazia do espírito sobre a
matéria -- associada esta primazia ao princípio reencarnacionista, isto
é, a integração comandatária, pelo espírito, via perispírito, da
herança espiritual à hereditariedade genética, regida esta integração
pela Lei de Causa e Efeito --, permitirá que se identifiquem no espírito
imortal as causas verdadeiras dos desequilíbrios que eclodem no corpo
físico, mata-borrão e fio-terra que ele é, sob o nome de doenças,
incluindo-se os distúrbios da psique humana.
E,
muito mais, porque o espírito, em evolução ao infinito, é a fonte única
e inesgotável não só da saúde físico-psíquica, mas de todas as
potencialidades da inteligência, da razão, da intuição, do
comportamento, da moral, da beleza e do bem universais, partícula que
ele é da essência de Deus-Pai, Criador da Vida e das leis que regem o
Universo e os seres.
A
propósito, queremos retransmitir, em palavras nossas, as elucidações
que um bondoso mentor espiritual do centro espírita que frequentamos nos
trouxe sobre o tema da herança espiritual e da hereditariedade
genética, num esclarecimento marcado por sábia singeleza e convincente
racionalidade:
Estamos
submetidos pela misericordiosa Lei de Causa e Efeito a essas duas
ordens de heranças, que acompanham providencial e amorosamente a nossa
trajetória educativa reencarnacional, roteiro esse gerado por nós mesmos
no exercício do livre-arbítrio aplicado nas livres escolhas que fazemos
diante dos eventos e circunstâncias vivenciados por nós, tendo-se como
régua de medida a Lei Suprema do Amor, revelada e praticada até as
últimas conseqüências pelo Amado Mestre Jesus.
A
herança espiritual, súmula do nosso passado multimilenar, está gravada
indelevelmente no nosso espírito, que tem, como seu instrumento de ação
na matéria, o perispírito. Normalmente, sob a orientação dos Instrutores
Espirituais e aquiescência do espírito encarnante, há um prévio
programa de aprimoramento espiritual ajustado às suas necessidades de
depuração. Assim, buscam-se os genitores que apresentem nos seus
patrimônios genéticos características compatíveis com o programa
acordado.
Os
patrimônios espirituais de genitores e familiares são também levados em
alta conta, mesmo porque, embora não transmissíveis por via
hereditária, o serão pela via da educação, dos exemplos e do ambiente
familiar a serem recebidos pelo encarnante.
E,
então, a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, sob o
comando da Lei, o espírito encarnante imprime, através da ação do seu
perispírito, a integração da sua própria herança espiritual com a
herança genética dos genitores, conduzido pelas sagradas leis das
hereditariedades, provindas do Criador, na formação do respectivo DNA
individualizado, composto de genes dominantes e recessivos que
conformarão o novo corpo físico daquele particular espírito imortal, que
"renascerá" conforme aquele programa acertado, subordinado inicialmente
e voluntariamente a predeterminados fatores como família, raça, etnia,
nacionalidade, predisposições para determinados estados de saúde ou
doença física ou espiritual, e inúmeras outras particularidades
individuais.
Aí,
então, surgirá uma nova criaturinha, com o dom divino da vida que,
neste mundo de expiações e provas, onde ainda merecemos estar, a
iniciará com um choro estridente ansiosamente esperado.
Abre-se
para o espírito uma nova romagem onde, no devido tempo, a razão e o
livre-arbítrio comparecerão para moldar o seu novo viver em vontade e
responsabilidade face os compromissos assumidos e os desafios oportunos e
indispensáveis com que o mundo o defrontará, nunca superiores às
próprias forças, sempre sob a proteção complacente da misericórdia
divina.
Raphael Rios - "Revista Internacional de Espiritismo" - Dezembro/2000 - Págs. 513/514.
domingo, 25 de dezembro de 2016
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Jesus e Natal
Esta mensagem foi psicografada por Samuel Gomes hoje pela manhã:
O Natal, em sua essência, representa o nascimento do Cristo em nossos corações. Nestes dias, lembremo-nos de alguns feitos de Sua grandiosa passagem sobre a Terra para demonstrar a expressão viva do renascimento em todas as circunstancias e momentos.
Ele nasceu em meio às dúvidas do povo oprimido pelas intenções de domínio de Roma que, por meio de um senso, procurava determinar o alcance de suas conquistas passageiras, indicando que a vitória não depende das condições que nos cercam.
É perseguido por um rei que não tinha domínio de si mesmo, não possuía uma condição emocional equilibrada e muito menos a autoridade moral para governar outras pessoas, mostrando que é no clima das adversidades que se dá o testemunho no bem.
Com apenas doze anos de idade, Ele demonstra a sabedoria dos céus ante a ignorância daqueles que se diziam doutores e sábios no conhecimento terreno.
Nas Bodas de Caná, manifesta Seu poder nascido de "outros mundos" transformando água em vinho, mostrando que iria modificar os homens em seus recursos íntimos simples e naturais - água - para transformá-los em verdadeiros seres espiritualizados na capacidade de refletir a Divina Presença - vinho.
No Sermão da Montanha, estabelece nas bem-aventuranças um roteiro de esperança e renovação para os corações iludidos em sofrimentos, muitas vezes imaginários, ou em decorrência de suas incapacidades de viver o bem.
Propõe a Seus discípulos um programa de libertação por meio do trabalho de amparo e orientação ao próximo a fim de estabelecer a fraternidade entre todos.
Fala com a sabedoria superior às mentes amadurecidas das ovelhas perdidas da casa de Israel - os exilados, mas deixa uma estrad segura e reta para aqueles que, no amanhã, sairiam da condição espiritual dos cachorrinhos que comiam das migalhas que caem das mesas de seus senhores - os espíritos naturais da Terra.
Fundamenta, pelo próprio exemplo, o amor incondicional diante dos que não sabiam o que faziam, convidando as consciências para o despertar espiritual. Diante do coração magoado ou ferido indica o perdão, não só sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Na Sua crucificação, Ele exemplifica pedido ao Pai para que lhes perdoasse a ignorância daquela ação coletiva.
Assim, mostra a Seus seguidores que o verdadeiro Natal é a manifestação viva do espírito, que renasce dos escombros vazios da morte para que a luz da ressurreição seja a claridade da imortalidade, demonstrando que o sentimento nascido desta consciência é a mensagem verdadeira do eterno natalício que se harmoniza com a mente augusta de nosso Pai.
Dessa forma, meditemos e procuremos viver esse renascimento de natureza espiritual hoje e para todos os dias de nossas vidas, para também poder mostrar, em atitudes e ações, palavras e pensamentos essa manifestação em favor da nossa evolução.
Bezerra de Menezes - mensagem psicografada pelo médium Samuel Gomes, em 23 de dezembro de 2016.
O Natal, em sua essência, representa o nascimento do Cristo em nossos corações. Nestes dias, lembremo-nos de alguns feitos de Sua grandiosa passagem sobre a Terra para demonstrar a expressão viva do renascimento em todas as circunstancias e momentos.
Ele nasceu em meio às dúvidas do povo oprimido pelas intenções de domínio de Roma que, por meio de um senso, procurava determinar o alcance de suas conquistas passageiras, indicando que a vitória não depende das condições que nos cercam.
É perseguido por um rei que não tinha domínio de si mesmo, não possuía uma condição emocional equilibrada e muito menos a autoridade moral para governar outras pessoas, mostrando que é no clima das adversidades que se dá o testemunho no bem.
Com apenas doze anos de idade, Ele demonstra a sabedoria dos céus ante a ignorância daqueles que se diziam doutores e sábios no conhecimento terreno.
Nas Bodas de Caná, manifesta Seu poder nascido de "outros mundos" transformando água em vinho, mostrando que iria modificar os homens em seus recursos íntimos simples e naturais - água - para transformá-los em verdadeiros seres espiritualizados na capacidade de refletir a Divina Presença - vinho.
No Sermão da Montanha, estabelece nas bem-aventuranças um roteiro de esperança e renovação para os corações iludidos em sofrimentos, muitas vezes imaginários, ou em decorrência de suas incapacidades de viver o bem.
Propõe a Seus discípulos um programa de libertação por meio do trabalho de amparo e orientação ao próximo a fim de estabelecer a fraternidade entre todos.
Fala com a sabedoria superior às mentes amadurecidas das ovelhas perdidas da casa de Israel - os exilados, mas deixa uma estrad segura e reta para aqueles que, no amanhã, sairiam da condição espiritual dos cachorrinhos que comiam das migalhas que caem das mesas de seus senhores - os espíritos naturais da Terra.
Fundamenta, pelo próprio exemplo, o amor incondicional diante dos que não sabiam o que faziam, convidando as consciências para o despertar espiritual. Diante do coração magoado ou ferido indica o perdão, não só sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Na Sua crucificação, Ele exemplifica pedido ao Pai para que lhes perdoasse a ignorância daquela ação coletiva.
Assim, mostra a Seus seguidores que o verdadeiro Natal é a manifestação viva do espírito, que renasce dos escombros vazios da morte para que a luz da ressurreição seja a claridade da imortalidade, demonstrando que o sentimento nascido desta consciência é a mensagem verdadeira do eterno natalício que se harmoniza com a mente augusta de nosso Pai.
Dessa forma, meditemos e procuremos viver esse renascimento de natureza espiritual hoje e para todos os dias de nossas vidas, para também poder mostrar, em atitudes e ações, palavras e pensamentos essa manifestação em favor da nossa evolução.
Bezerra de Menezes - mensagem psicografada pelo médium Samuel Gomes, em 23 de dezembro de 2016.
Que a paz de nosso Mestre e Guia Jesus reine em nossos corações!
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Sofrimentos
A análise dos sofrimentos
Buda
ensinava que a única função da vida é a luta pela vitória sobre o
sofrimento. Empenhar-se em superá-lo deve ser a constante preocupação do
homem.
Após tentá-lo mediante o ascetismo mais austero e as disciplinas mais rígidas, o jovem Gautama afastou-se do Monastério com alguns candidatos desanimados e foi meditar calmamente, logrando a Iluminação.
Estabeleceu a teoria do 'caminho do meio' para alcançar a paz. Nem mais a austeridade cruel, nem as dissipações comuns, mas o equilíbrio da meditação.
Voltou-se então para a libertação dos homens e estabeleceu as quatro Nobres Verdades: o sofrimento, suas origens, a cessação do sofrimento e os caminhos para a libertação do sofrimento.
Segundo as suas reflexões, o sofrimento se apresenta sob três formas diferentes: o sofrimento do sofrimento; o sofrimento da impermanência e o sofrimento resultante dos condicionamentos.
O sofrimento do sofrimento é resultado das aflições que ele mesmo proporciona.
A dor macera os sentimentos, desencoraja as estruturas psicológicas frágeis, infelicita, leva a conclusões falsas e estimula os estados de exaltação emocional ou de depressão conforme a estrutura íntima de cada vítima.
Apresenta-se sob dois aspectos: físico e mental, na imensa área das patologias geradoras de doenças. Nesse caso, o sofrimento é como uma doença e resultado dela.
As doenças, porém, são inevitáveis na existência humana, em razão da constituição molecular do corpo, dos fenômenos biológicos a que está sujeito nas suas incessantes transformações.
A abrangência da ação da matéria sobre o Espírito, particularmente nos estágios mais primitivos, enseja sofrimentos constantes em face das doenças físicas contínuas e das distonias mentais frequentes.
À semelhança do buril agindo sobre a pedra bruta e lapidando-a, as doenças são mecanismos buriladores para a alma despertar as suas potencialidades e brilhar além do vaso orgânico que a encarcera.
Nessa área, a ciência médica alcançou um elevado patamar do conhecimento, debelando antigas enfermidades que dizimavam milhões de existências e alucinavam multidões.
A lucidez do diagnóstico, a habilidade cirúrgica, a farmacopeia rica e as diversas terapias alternativas, têm contribuído com um grande contingente de socorro para atender os enfermos. Embora os surtos periódicos de antigos males e o surgimento de outros que a imprevidência gera, essa conquista expressiva contribui para que tal sofrimento seja atenuado.
Na área das psicopatologias a visão humana é hoje mais benigna do que no passado, considerando o enfermo mental um ser humano, e como tal prossegue, ainda que momentaneamente tenha perdido a identidade, o equilíbrio, com o direito de receber assistência, oportunidade e amor.
Multiplicaram-se, lamentavelmente, porém, os distúrbios existenciais, comportamentais, na área psicológica, nascendo a chamada geração neurótica perdida no mare magnum das vitimas do sexo em desalinho, das drogas alucinantes, da violência e agressividade urbanas, do cinismo desafiador.
Os avanços tecnológicos não bloquearam os corredores do desespero; a cultura hedonista, fria em relação aos valores morais, e as guerras contínuas fomentaram o medo, a insatisfação, o desespero, as fugas emocionais.
A juventude insegura tornou-se-lhe a grande vítima a um passo da depressão, da loucura, do suicídio.
Ao lado das diversificadas patologias desesperadoras do momento os fenômenos psicológicos de desequilíbrio alastram-se incontroláveis.
A mole humana passou a sofrer o efeito desses sofrimentos que se generalizaram.
A doença, todavia, é resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do Espírito que o aciona. Os vírus, as bactérias e os demais micro-organismos devastadores não são os responsáveis pela presença da doença, porquanto eles se nutrem das células quando se instalam nas áreas em que a energia se debilita. Causam fraqueza física e mental, favorecendo o surgimento da doença, por falta da restauração da energia mantenedora da saúde. Os medicamentos matam os invasores, mas não restituem o equilíbrio como se deseja, se a fonte conservadora não irradia a força que sustenta o corpo.
Momentaneamente, com a morte dos micróbios, a pessoa parece recuperada, ressurgindo, porém, a situação, em outro quadro patológico mais tarde.
A conduta moral e mental dos homens, quando cultiva as emoções da irritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor, das dissipações, impregna o organismo, o sistema nervoso, com vibrações deletérias que bloqueiam áreas por onde se espraia a energia saudável, abrindo campo para a instalação das enfermidades, graças à proliferação dos agentes viróticos degenerativos que ali se instalam.
Quase sempre as terapias tradicionais removem os sintomas sem alcançarem as causas profundas das enfermidades.
A cura sempre provém da força da própria vida, quando canalizada corretamente.
As tensões físicas, mentais e emocionais são, igualmente, responsáveis pelas doenças - sofrimento que gera sofrimento.
O homem, desde as suas origens sociais, aprende a ter medo, a conservar mágoas, a desequilibrar-se por acontecimentos de somenos importância, desarticulando o seu sistema energético. Passa de um aborrecimento para outro, cultivando vírus emocionais que facultam a instalação dos outros, degenerativos, responsáveis pelo agravamento das suas doenças.
Os condicionamentos, as ideias pessimistas, as crenças absurdas, as ações vexatórias são responsáveis pelas tensões que levam à desarmonia.
Evitando essas cargas, o sistema energético-imunológico liberará de doenças o indivíduo, e a sua vida mudará, passando a melhorar o seu estado de saúde.
As causas profundas das doenças, portanto, estão no indivíduo mesmo, que se deve autoexaminar, autoconhecer-se a fim de liberar-se desse tipo de sofrimento.
De imediato há o prazer que gera sofrimento. O quotidiano demonstra que a busca insaciável do prazer constitui um tormento que aflige sem compensação. Quando se tem a oportunidade de fruí-lo, constata-se que o preço pago foi muito alto e a sensação conseguida não recebeu retribuição correspondente.
Ademais, há aquisições que proporcionam prazer em um momento para logo se transformarem em dores acerbas. E o responsável por esse resultado é a ilusão. A maioria dos sofrimentos decorre da forma incorreta por que a vida é encarada. Na sua transitoriedade, os valores reais transcendem ao aspecto e à motivação que geram prazer.
Esse é o sofrimento da impermanência das coisas terrenas. Esfumam-se como palha ao fogo, atiçado pelo vento, logo se transformando em cinza flutuando no ar.
Para conseguir desfrutar de determinado prazer o indivíduo investe além das possibilidades, constatando, depois, quantas dificuldades tem a enfrentar para manter essa conquista. A luta para possuir um automóvel último modelo expõe-no a compromissos pesados para o futuro. A imaginação estimula-o com a ilusão da posse para averiguar, passado o prazer, que não tem condições para preservar o veículo adquirido, ou os móveis, ou a residência, enfim, tudo quanto é impermanente e brilha com atração apenas por um dia...
Medidas as possibilidades sem sacrifícios, é factível constatar até onde pode aventurar-se, sem os riscos de sofrer dores e arrependimentos tardios.
Essa visão correta, realista, que se adquire da existência, emoldura-a de harmonia. No entanto, a fantasia injustificada responde pelo choque inevitável com a realidade.
Certamente, a cautela nas decisões não se pode converter em medo de agir, em cultivo de pessimismo para o futuro. São a ambição irrefreada, a precipitação, a falta de controle, que abrem espaços emocionais para o prazer que gera dor.
Aí estão os vícios sociais e morais estiolando vidas, produzindo a lassidão dos sentidos e, a médio, curto ou longo prazo conduzindo a loucura, ao autocidio. São alguns deles o inocente cigarro de exibição no grupo social como afirmação da personalidade, eliminação de tabu, respondendo por graves problemas respiratórios, cânceres, enfisemas pulmonares; o prazer etílico gerador de ressacas tormentosas, cirroses hepáticas, úlceras gástricas e duodenais, distúrbios intestinais e outros, além das alucinações que levam a violência, à depressão, à destruição de outras vidas e tudo quanto é caro, precioso, com resultados funestos; as drogas, que escravizam, iniciando-se as dependências nas primeiras tentativas que parecem proporcionar o prazer, estimulando a alegria, a coragem, a realização, vitórias fugidias sobre os fortes conflitos psicológicos, logo se convertendo em desgraças, as vezes, irremediáveis...
O engano de considerar-se invencível, superior, provando o desconhecimento da fragilidade e da impermanência do conjunto que o constitui, especialmente de seu corpo, faculta, ao ser, prazer mentiroso, que o desperta sob grande sofrimento.
Ninguém escapa às conjunturas que constituem a vida. Programada de forma a educar e fortalecer, seus aprendizes não a podem burlar indefinidamente.
Enfrentar as vicissitudes e superar os valores indicativos de prosperidade, de prazer injustificável, eis como poupar-se ao sofrimento. É certo que um número significativo de prazeres se apresenta, sem riscos de converter-se em fator afligente.
O sofrimento, portanto, quando se tem dele consciência, é facilmente evitável.
Após tentá-lo mediante o ascetismo mais austero e as disciplinas mais rígidas, o jovem Gautama afastou-se do Monastério com alguns candidatos desanimados e foi meditar calmamente, logrando a Iluminação.
Estabeleceu a teoria do 'caminho do meio' para alcançar a paz. Nem mais a austeridade cruel, nem as dissipações comuns, mas o equilíbrio da meditação.
Voltou-se então para a libertação dos homens e estabeleceu as quatro Nobres Verdades: o sofrimento, suas origens, a cessação do sofrimento e os caminhos para a libertação do sofrimento.
Segundo as suas reflexões, o sofrimento se apresenta sob três formas diferentes: o sofrimento do sofrimento; o sofrimento da impermanência e o sofrimento resultante dos condicionamentos.
O sofrimento do sofrimento é resultado das aflições que ele mesmo proporciona.
A dor macera os sentimentos, desencoraja as estruturas psicológicas frágeis, infelicita, leva a conclusões falsas e estimula os estados de exaltação emocional ou de depressão conforme a estrutura íntima de cada vítima.
Apresenta-se sob dois aspectos: físico e mental, na imensa área das patologias geradoras de doenças. Nesse caso, o sofrimento é como uma doença e resultado dela.
As doenças, porém, são inevitáveis na existência humana, em razão da constituição molecular do corpo, dos fenômenos biológicos a que está sujeito nas suas incessantes transformações.
A abrangência da ação da matéria sobre o Espírito, particularmente nos estágios mais primitivos, enseja sofrimentos constantes em face das doenças físicas contínuas e das distonias mentais frequentes.
À semelhança do buril agindo sobre a pedra bruta e lapidando-a, as doenças são mecanismos buriladores para a alma despertar as suas potencialidades e brilhar além do vaso orgânico que a encarcera.
Nessa área, a ciência médica alcançou um elevado patamar do conhecimento, debelando antigas enfermidades que dizimavam milhões de existências e alucinavam multidões.
A lucidez do diagnóstico, a habilidade cirúrgica, a farmacopeia rica e as diversas terapias alternativas, têm contribuído com um grande contingente de socorro para atender os enfermos. Embora os surtos periódicos de antigos males e o surgimento de outros que a imprevidência gera, essa conquista expressiva contribui para que tal sofrimento seja atenuado.
Na área das psicopatologias a visão humana é hoje mais benigna do que no passado, considerando o enfermo mental um ser humano, e como tal prossegue, ainda que momentaneamente tenha perdido a identidade, o equilíbrio, com o direito de receber assistência, oportunidade e amor.
Multiplicaram-se, lamentavelmente, porém, os distúrbios existenciais, comportamentais, na área psicológica, nascendo a chamada geração neurótica perdida no mare magnum das vitimas do sexo em desalinho, das drogas alucinantes, da violência e agressividade urbanas, do cinismo desafiador.
Os avanços tecnológicos não bloquearam os corredores do desespero; a cultura hedonista, fria em relação aos valores morais, e as guerras contínuas fomentaram o medo, a insatisfação, o desespero, as fugas emocionais.
A juventude insegura tornou-se-lhe a grande vítima a um passo da depressão, da loucura, do suicídio.
Ao lado das diversificadas patologias desesperadoras do momento os fenômenos psicológicos de desequilíbrio alastram-se incontroláveis.
A mole humana passou a sofrer o efeito desses sofrimentos que se generalizaram.
A doença, todavia, é resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do Espírito que o aciona. Os vírus, as bactérias e os demais micro-organismos devastadores não são os responsáveis pela presença da doença, porquanto eles se nutrem das células quando se instalam nas áreas em que a energia se debilita. Causam fraqueza física e mental, favorecendo o surgimento da doença, por falta da restauração da energia mantenedora da saúde. Os medicamentos matam os invasores, mas não restituem o equilíbrio como se deseja, se a fonte conservadora não irradia a força que sustenta o corpo.
Momentaneamente, com a morte dos micróbios, a pessoa parece recuperada, ressurgindo, porém, a situação, em outro quadro patológico mais tarde.
A conduta moral e mental dos homens, quando cultiva as emoções da irritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor, das dissipações, impregna o organismo, o sistema nervoso, com vibrações deletérias que bloqueiam áreas por onde se espraia a energia saudável, abrindo campo para a instalação das enfermidades, graças à proliferação dos agentes viróticos degenerativos que ali se instalam.
Quase sempre as terapias tradicionais removem os sintomas sem alcançarem as causas profundas das enfermidades.
A cura sempre provém da força da própria vida, quando canalizada corretamente.
As tensões físicas, mentais e emocionais são, igualmente, responsáveis pelas doenças - sofrimento que gera sofrimento.
O homem, desde as suas origens sociais, aprende a ter medo, a conservar mágoas, a desequilibrar-se por acontecimentos de somenos importância, desarticulando o seu sistema energético. Passa de um aborrecimento para outro, cultivando vírus emocionais que facultam a instalação dos outros, degenerativos, responsáveis pelo agravamento das suas doenças.
Os condicionamentos, as ideias pessimistas, as crenças absurdas, as ações vexatórias são responsáveis pelas tensões que levam à desarmonia.
Evitando essas cargas, o sistema energético-imunológico liberará de doenças o indivíduo, e a sua vida mudará, passando a melhorar o seu estado de saúde.
As causas profundas das doenças, portanto, estão no indivíduo mesmo, que se deve autoexaminar, autoconhecer-se a fim de liberar-se desse tipo de sofrimento.
De imediato há o prazer que gera sofrimento. O quotidiano demonstra que a busca insaciável do prazer constitui um tormento que aflige sem compensação. Quando se tem a oportunidade de fruí-lo, constata-se que o preço pago foi muito alto e a sensação conseguida não recebeu retribuição correspondente.
Ademais, há aquisições que proporcionam prazer em um momento para logo se transformarem em dores acerbas. E o responsável por esse resultado é a ilusão. A maioria dos sofrimentos decorre da forma incorreta por que a vida é encarada. Na sua transitoriedade, os valores reais transcendem ao aspecto e à motivação que geram prazer.
Esse é o sofrimento da impermanência das coisas terrenas. Esfumam-se como palha ao fogo, atiçado pelo vento, logo se transformando em cinza flutuando no ar.
Para conseguir desfrutar de determinado prazer o indivíduo investe além das possibilidades, constatando, depois, quantas dificuldades tem a enfrentar para manter essa conquista. A luta para possuir um automóvel último modelo expõe-no a compromissos pesados para o futuro. A imaginação estimula-o com a ilusão da posse para averiguar, passado o prazer, que não tem condições para preservar o veículo adquirido, ou os móveis, ou a residência, enfim, tudo quanto é impermanente e brilha com atração apenas por um dia...
Medidas as possibilidades sem sacrifícios, é factível constatar até onde pode aventurar-se, sem os riscos de sofrer dores e arrependimentos tardios.
Essa visão correta, realista, que se adquire da existência, emoldura-a de harmonia. No entanto, a fantasia injustificada responde pelo choque inevitável com a realidade.
Certamente, a cautela nas decisões não se pode converter em medo de agir, em cultivo de pessimismo para o futuro. São a ambição irrefreada, a precipitação, a falta de controle, que abrem espaços emocionais para o prazer que gera dor.
Aí estão os vícios sociais e morais estiolando vidas, produzindo a lassidão dos sentidos e, a médio, curto ou longo prazo conduzindo a loucura, ao autocidio. São alguns deles o inocente cigarro de exibição no grupo social como afirmação da personalidade, eliminação de tabu, respondendo por graves problemas respiratórios, cânceres, enfisemas pulmonares; o prazer etílico gerador de ressacas tormentosas, cirroses hepáticas, úlceras gástricas e duodenais, distúrbios intestinais e outros, além das alucinações que levam a violência, à depressão, à destruição de outras vidas e tudo quanto é caro, precioso, com resultados funestos; as drogas, que escravizam, iniciando-se as dependências nas primeiras tentativas que parecem proporcionar o prazer, estimulando a alegria, a coragem, a realização, vitórias fugidias sobre os fortes conflitos psicológicos, logo se convertendo em desgraças, as vezes, irremediáveis...
O engano de considerar-se invencível, superior, provando o desconhecimento da fragilidade e da impermanência do conjunto que o constitui, especialmente de seu corpo, faculta, ao ser, prazer mentiroso, que o desperta sob grande sofrimento.
Ninguém escapa às conjunturas que constituem a vida. Programada de forma a educar e fortalecer, seus aprendizes não a podem burlar indefinidamente.
Enfrentar as vicissitudes e superar os valores indicativos de prosperidade, de prazer injustificável, eis como poupar-se ao sofrimento. É certo que um número significativo de prazeres se apresenta, sem riscos de converter-se em fator afligente.
O sofrimento, portanto, quando se tem dele consciência, é facilmente evitável.
O
sofrimento resultante do condicionamento abarca a educação incorreta, a
convivência social pouco saudável, que propiciam agregados físicos e
mentais contaminados.
A escala de valores, para muitos indivíduos, apresenta-se invertida, tendo por base o imediato, o arriscado, o vulgar e o promíscuo, o poder transitório, a força, como relevantes para a vida. Os seus agregados, sob altas cargas de contaminação, produzem sofrimentos físicos e mentais duradouros.
As festas ruidosas atraem a atenção, as companhias jovens e irresponsáveis despertam interesse, as conversações chulas produzem galhofa, que são satisfações de um momento, responsáveis por sofrimentos de largo porte.
Ao mesmo tempo, a contaminação psíquica e física, derivada dos condicionamentos doentios dos grupos sociais e dos indivíduos, promove sofrimentos que poderiam ser evitados.
A irradiação mórbida de uma pessoa enviando a outra energia negativa, termina por contaminá-la, caso esta não possua fatores defensivos, reagentes, que procedam da sua conduta mental e moral edificante.
O homem vive na Terra sob a ação de medos: da doença, da pobreza, da solidão, do desamor, do insucesso, da morte. Essa conduta é resultado de seu despreparo para os fenômenos normais da existência, que deve encarar como processo da evolução.
Herdeiro da própria consciência, é também legatário dos atavismos sociais, dos hábitos enfermos, entre os quais se destacam esses pavores que resultam das superstições, desinformações e ilusões ancestrais, tornando os condicionamentos perturbadores.
Absorvendo e impregnando-se desses fatores negativos, os sofrimentos apresentam-se-lhe inevitáveis, produzindo distúrbios psicológicos, mentais e físicos por somatização automática.
A educação calcada nos valores éticos morais, não castradora, que estimule a consciência do dever e da responsabilidade do indivíduo para com ele próprio, para com o seu próximo e para com a vida, equipa-o de saúde emocional e valor espiritual para o trânsito equilibrado pela existência física. Esse conhecimento prepara-o para que saiba selecionar o que lhe é útil e saudável, ajudando-o no crescimento interior para a sua realização pessoal. Enquanto este discernimento não se transformar em força canalizadora para o seu bem, o indivíduo experimentara o sofrimento resultante do condicionamento, que lhe advém dos agregados físicos e mentais contaminados.
"Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, 52a edição, FEB, Cap.V, item 7.)
do livro Plenitude, ditado por Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco
A escala de valores, para muitos indivíduos, apresenta-se invertida, tendo por base o imediato, o arriscado, o vulgar e o promíscuo, o poder transitório, a força, como relevantes para a vida. Os seus agregados, sob altas cargas de contaminação, produzem sofrimentos físicos e mentais duradouros.
As festas ruidosas atraem a atenção, as companhias jovens e irresponsáveis despertam interesse, as conversações chulas produzem galhofa, que são satisfações de um momento, responsáveis por sofrimentos de largo porte.
Ao mesmo tempo, a contaminação psíquica e física, derivada dos condicionamentos doentios dos grupos sociais e dos indivíduos, promove sofrimentos que poderiam ser evitados.
A irradiação mórbida de uma pessoa enviando a outra energia negativa, termina por contaminá-la, caso esta não possua fatores defensivos, reagentes, que procedam da sua conduta mental e moral edificante.
O homem vive na Terra sob a ação de medos: da doença, da pobreza, da solidão, do desamor, do insucesso, da morte. Essa conduta é resultado de seu despreparo para os fenômenos normais da existência, que deve encarar como processo da evolução.
Herdeiro da própria consciência, é também legatário dos atavismos sociais, dos hábitos enfermos, entre os quais se destacam esses pavores que resultam das superstições, desinformações e ilusões ancestrais, tornando os condicionamentos perturbadores.
Absorvendo e impregnando-se desses fatores negativos, os sofrimentos apresentam-se-lhe inevitáveis, produzindo distúrbios psicológicos, mentais e físicos por somatização automática.
A educação calcada nos valores éticos morais, não castradora, que estimule a consciência do dever e da responsabilidade do indivíduo para com ele próprio, para com o seu próximo e para com a vida, equipa-o de saúde emocional e valor espiritual para o trânsito equilibrado pela existência física. Esse conhecimento prepara-o para que saiba selecionar o que lhe é útil e saudável, ajudando-o no crescimento interior para a sua realização pessoal. Enquanto este discernimento não se transformar em força canalizadora para o seu bem, o indivíduo experimentara o sofrimento resultante do condicionamento, que lhe advém dos agregados físicos e mentais contaminados.
"Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a consequência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros."
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, 52a edição, FEB, Cap.V, item 7.)
do livro Plenitude, ditado por Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo P. Franco
domingo, 18 de dezembro de 2016
sábado, 17 de dezembro de 2016
A Fotografia e a Telegrafia do Pensamento
Enviado em 12 de dezembro de 2016 | No programa: Espiritismo e Segurança Pública |
Escrito por Isaldino dos Santos | Publicado por Vanessa Cavalcanti
Quando, na primeira parte do seu livro “Obras Póstumas”, Allan Kardec faz uma introdução ao estudo da fotografia e telegrafia do pensamento pode parecer estranho porque desde os tempos de criança, na escola
aprendemos que o pensamento, por ser invisível e intocável, seria uma
coisa abstrata, em razão disso surge a seguinte pergunta: Se não pode
ser visto nem tocado, como se consegue fotografá-lo? Essa era e continua
sendo a incerteza para alguns, cuja dúvida tentaremos esclarecer.
Para melhor compreender como ocorre o procedimento fotográfico do
pensamento, em primeiro lugar é imprescindível que se tenha a certeza da
existência da alma, caso contrário será inútil tentar entendê-lo. De acordo com os ensinamentos da
Doutrina Espírita, Deus criou os espíritos simples e ignorantes, mas,
todos imortais. Vendo por esse ângulo, poderia parecer uma grande
injustiça do Criador cria-los para viver eternamente na ignorância e na
simplicidade, mas, isso não é verdade, essa aparente injustiça é apenas
uma suposição, porque, na sua misericordiosa bondade, Ele concedeu a
cada um a oportunidade de desenvolver a sua capacidade de conhecer e
manipular as coisas por meio da inteligência, adquirir conhecimentos, e
desse modo, gradativamente evoluir até alcançar a condição de espíritos
puros.
Porém, como toda evolução exige sacrifícios, para poder alcançar essa
pureza várias condições são impostas a cada espírito, e uma delas é ter
que passar por uma experiência vivendo um determinado tempo no mundo
material. Ocorre que, por não poder atuar diretamente sobre a matéria
bruta em razão de sua natureza fluídica, ele necessita de um instrumento
para lhe servir de intermediário. Para isso, retira uma porção do
fluido universal e forma um corpo semimaterial e outro material, os
quais o acompanharão por toda parte durante a sua passagem pela Terra,
formando assim o que chamamos de ser humano.
Sendo assim, cada ser humano é formado por três elementos distintos e harmônicos, interligados entre si por laços fluídicos.
O espírito, que é o ser sensível e pensante da criação, e sede de todos
os sentimentos; o períspirito, corpo semimaterial, imponderável,
invisível aos nossos olhos e que serve de ligação entre espírito e
matéria; e corpo físico, o instrumento que o espírito utiliza para atuar
no mundo material.
Esse corpo físico possui sete centros de força, também chamados de
chacras, situados no corpo energético, que são responsáveis pela
distribuição da energia vital, pelo equilíbrio do organismo físico, e
tem como tarefa a absorção de energias do meio ambiente. Além disso, é
dotado também de cinco órgãos físicos, cada um com a função específica
de captar as sensações externas e, por meio do períspirito, envia-las
para o espírito, e entre eles destacamos dois, que são os que mais
interessam ao assunto que estamos tratando: os olhos e os ouvidos, que
captam e transmitem, respectivamente, as imagens e os sons.
Por exemplo, quando olhamos para um objeto, ou assistimos uma cena
qualquer, as imagens são captadas pelo nosso sentido da visão, e depois,
por meio de ondas, transmitidas para o perispirito que as fotografa e
arquiva no cérebro. Quando queremos lembrar daquele objeto, ou daquela
cena, o arquivo se abre e reproduz aquelas fotografias que nele estão
gravadas e arquivadas, exibindo-as para o nosso espírito. Por isso, o
Codificador do Espiritismo, comparou a mente humana com um álbum que pode ser manuseado para reviver cenas passadas.
Quando estamos falando com alguém, o ar que sai dos pulmões passa
pelas cordas vocais que vibram e produzem um som articulando as
palavras. Aquele som, por nós emitido, se propaga pelo espaço por meio
de ondas sonoras que obedecem a um padrão chamado frequência, é captado
pelo órgão auditivo da pessoa com quem conversamos e, em seguida,
transmitido ao seu períspirito que o recebe quase instantaneamente,
grava e armazena.
Quando a pessoa quer lembrar daquelas palavras o períspirito abre o
seu arquivo e, por meio de ondas pensantes, as repete. Foi, também, por
esse motivo que o cientista e neurocirurgião Wilder Penfield, da
Universidade Mc Gill em Montreal no Canadá, assim como Kardec, definiu a
mente como sendo um gravador de máxima fidelidade que grava as experiências vividas,
como se fosse uma fita magnética as quais, futuramente poderão ser
reproduzidas, bastando, para isso, um leve toque no cérebro com um
eletrodo.
Da mesma forma que as imagens e os sons podem ser recebidos,
fotografados e gravados pelo perispírito, com o que pensamos ocorre o
mesmo. Como o pensamento é atributo do espírito, e tem força criadora,
ele consegue impor a sua vontade e atuar sobre os fluidos dando-lhes
forma ou modificando-os. Desse modo, tudo o que pensamos cria imagens
fluídicas que, semelhante a um espelho, reflete no nosso perispírito,
onde também são fotografadas e armazenadas, podendo, igualmente, serem
reproduzidas posteriormente. Portanto, nada há de estranho em se falar
em fotografia e telegrafia do pensamento, já que se trata de um
mecanismo de grande utilidade, que serve de advertência e nos orienta a
procurar reciclar as nossas ideias.
Essa reciclagem é imprescindível porque, como espíritos encarnados
que somos, vivemos aqui na Terra mergulhados nessa atmosfera fluídica
que envolve todo o universo, onde cada um possui sua característica
fluídica particular, dita aura, ou seja, um campo energético resultante
de emanações de natureza eletromagnética, que irradia em torno do corpo.
Em razão disso, estamos sempre numa constante troca de energias
com aquelas vindas do cosmo, e as individuais, provenientes das outras
pessoas, as quais poderão ser positivas ou negativas, e entre elas
existe uma tendência a unirem-se ou afastarem-se, uma atração ou
repulsão.
Em um ambiente saudável, por exemplo, onde a maioria dos pensamentos
são bons, pelo processo de irradiação ocorrerá um fluxo daquelas
energias positivas que se dirigirão às pessoas presentes, e aquelas que
estiverem receptivas as atrairão e consequentemente, serão influenciadas
ao bem. Nesse caso, mesmo que haja uma pequena parcela de pensamentos
malévolos, eles não poderão impedir que as boas influências se produzam,
pois, por estar em posição de minoria, serão paralisadas e repudiadas.
Portanto, quando estamos no mesmo padrão vibratório
de pessoas que estejam pensando no bem, se os nossos pensamentos também
forem bons, pelo processo telepático atraímos e emitimos energias
salutares, melhor dizendo, haverá uma troca daquelas positivas. Porém,
se o ambiente estiver infestado de pensamentos maus, (carregado),
saturado de fluidos negativos e forem a maioria, enfraquecerão as boas
irradiações impedindo-as de penetrar naquele meio, e, as pessoas que
também estiverem sob influências maléficas, receberão cargas de energias
deletérias, que irão alojar-se no períspirito de cada uma,
influenciando-a ao mal. Desse modo, se a nossa sintonia for com alguém
que esteja emitindo energias malévolas e estivemos pensando no mal, elas
se unirão e, obviamente, a permuta será de fluidos deletérios.
O ser humano é regido por duas espécies de normas comportamentais: As
leis humanas, feitas pelo homem para regular a relação material entre
eles, e as Divinas, elaboradas pelo Criador, para harmoniza-los
espiritualmente. Embora ambas tenham o mesmo objetivo, a diferença entre
uma e outra é que, de acordo com as primeiras, somente haverá infração
quando o indivíduo as desrespeitar por meio de atos ou de palavras.
Se um indivíduo pratica o mal contra o seu semelhante com ações
concretas ou palavras ofensivas, desrespeita as leis humanas e terá que
responder perante à Justiça reparando o dano por ele causado; enquanto
as segundas, além de poderem ser infringidas por obras e palavras,
poderão também pelo pensamento. Quando alguém apenas pensa em praticar o
mal contra o seu próximo, mas, por um motivo qualquer, até mesmo pelo
emprego do livre arbítrio, não concretiza o seu intento, permanecendo
apenas na vontade, mesmo assim ocorre a infração, porque o pensamento se materializa intimamente, a cena é fotografada e arquivada no seu períspirito.
Nesse caso, em razão de ainda não conhecer a Lei de Causa e Efeito, e
ignorar as consequências das normas que regem a ação dos fluidos entre
as pessoas, ele acredita estar impune, o que é um grande equívoco, pois,
muito embora o seu desejo não tenha se realizado, não havendo,
portanto, efeito material, mesmo assim não deixa de ser uma infração,
pois a causa foi plasmada, fotografada e arquivada, e, como não há um só
pensamento – criminoso ou virtuoso – que não tenha ação real sobre a
massa humana, e sobre cada indivíduo, terá que responder perante a Lei
Divina.
Sendo assim, a conclusão que se tem é que, no dia em que o homem, que ainda não tem consciência dos efeitos que seus maus pensamentos irão produzir sobre os demais,
conhecer e perceber claramente a influência que poderão exercer sobre
os seus semelhantes, já que nenhum corpo serve de obstáculo ao fluido
perispiritual que a todos atravessa, e constatar que aquelas más
energias vindas de outras pessoas, da mesma forma poderão lhe causar
grandes males, considerando que elas poderão ser alteradas, pois o
controle das energias é feito através do pensamento, perceberá, também, a
necessidade de não mais mantê-los, e assim, com toda certeza procurará
corrigir-se e não mais pensará em fazer o mal.
Por isso, quando o Mestre Jesus nos aconselhou a orar e vigiar, foi
para que mantivéssemos uma vigilância constante, não somente sobre os
nossos atos e palavras, mas, também, e principalmente naquilo que
pensamos. Portanto quando presenciarmos uma cena de violência, como por
exemplo um processo de linchamento, onde algumas pessoas, recapitulando
vivências animalescas adormecidas no seu íntimo, atuam como feras, o que
devemos fazer é nos afastar dali o mais depressa possível para não nos
deixar influenciar pelas energias negativas emanadas daquela turba e,
consequentemente, também participar daquela chacina.
Se estivermos com intenção de praticar o mal contra alguém, devemos, de
imediato, procurar substituir aquelas más energias – nocivas ao próximo –
por pensamentos benevolentes, a fim de impedir que
aquela ideia malévola seja plasmada, fotografada e arquivada na nossa
mente, podendo a qualquer momento se exteriorizar.
Fonte: Rádio Boa Nova
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
A bondade divina é infinita e, em todos os lugares, há sempre
generosas manifestações da Providência Paternal de Deus, confortando
os tristes, acalmando os desesperados, socorrendo os
ignorantes e abençoando os infelizes.
André Luiz pela psicografia de Chico Xavier
(Missionários da luz, capítulo 07)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Ética no contato com o paciente e consulentes
Não podemos nos esquecer de que, mesmo trabalhando no serviço do bem comum,
atendendo às dores, às dificuldades e aos sofrimentos alheios,
os médiuns, geralmente, não são médicos. Os trabalhadores,
terapeutas do espírito, também não são médicos;
ainda que detenham algum conhecimento na área da saúde, que hajam
estudado a fisiologia espiritual e energética do ser humano, fato é
que não são médicos. Embora possam captar o pensamento
de alguém que exercesse a medicina quando encarnado, assim mesmo, não
são médicos. Por isso, enfatizamos o cuidado que devem ter meus
irmãos a fim de evitar a acusação de prática de
curandeirismo ou de exercício ilegal da medicina.
Para as atividades espirituais, não precisamos recorrer a instrumentos que somente aos médicos é dado manejar. Aos espíritos superiores comprometidos com a recuperação da saúde humana, são completamente desnecessários o bisturi e as demais ferramentas e técnicas cujo emprego é prerrogativa médica. É bom lembrar que, na história das manifestações brasileiras de espiritualidade, já houve vários trabalhos sérios que ficaram comprometidos devido ao uso de tais elementos. Os responsáveis foram expostos às leis dos homens em razão da imprudência — mais de médiuns e trabalhadores que de espíritos. Médiuns há que resolvem lançar mão desses instrumentos para dizer ou mostrar que estão realizando cirurgias espirituais. Ora, se estas são espirituais, por que usar ferramentas da medicina terrena? Por outro lado, se querem realizar cirurgias físicas, por que deveriam se eximir de estudar medicina e formar-se na profissão? Há que ter um cuidado sério para não comprometermos o trabalho espiritual nem sermos enquadrados como praticantes ilegais da medicina ou como usuários de métodos de curandeirismo. Trata-se, repetimos, de prática absolutamente desnecessária, decorrente muito mais de aspectos ligados à expressão anímica do médium do que ao espírito manifestante, isso quando há um espírito atuando, genuinamente.
Sem desmerecer meus irmãos espirituais que, no passado, utilizaram esses recursos, a medicina espiritual está por demais avançada para que seja necessário recorrer a tais recursos, mais apropriados a profissionais da esfera física. Trabalhamos com energias, luz coagulada, ondas, radiações e vibrações; para nós, da esfera além-física, o ectoplasma é a fonte de abastecimento vital e energético, da qual nos servimos para interferir na qualidade da saúde dos consulentes, dentre outros recursos ainda invisíveis para meus irmãos encarnados. Trata-se de uma medicina puramente vibracional, que, não obstante todo o conhecimento científico do mundo, os médicos na atualidade não conseguem entender nem sequer aceitar, em sua maioria. De forma análoga, caso estes pretendam empregar recursos e aparelhos que simulem tecnologias próprias do plano extrafísico, por certo serão também responsabilizados perante os conselhos de medicina, pois além de não conhecerem os pormenores de elementos próprios do plano invisível, estes não são reconhecidos pela ciência como métodos válidos, ao menos por ora.
É prudente, portanto, que cada qual se utilize dos recursos pertinentes à sua área de atuação.
Outro aspecto importante no trato com consulentes diz respeito à comunicação clara do que se pretende fazer. Como médiuns, terapeutas do espírito ou curadores, não é elegante prometer a cura de nenhuma enfermidade nem divulgar que se está curando enfermos. Mais uma vez, afirmamos: médium não é médico. Mais determinante que isso, porém, é que nem os médicos do espaço que trabalham com seriedade divulgam que curam, pois a cura depende de diversos fatores.
Nenhum de nós é Deus; ademais, nem mesmo Jesus, o médico por excelência, curou todos os enfermos que o procuraram.
Assim sendo, prometer cura é comprometer o trabalho e os trabalhadores. No máximo, podemos oferecer auxílio espiritual como complemento ao tratamento médico.
Aqueles que nos procuram para sanar suas dores não devem, de maneira alguma, interromper o tratamento médico ou o acompanhamento de saúde a fim de receber auxílio da medicina espiritual. É útil lembrar que trabalhamos numa sociedade humana que, em sua maior parte, não reconhece a eficácia, nem sequer admite a existência das intervenções espirituais. A lembrança desse fato é essencial para evitar comprometer as tarefas realizadas em nome do eterno bem.
A ética espiritual define, ainda, que não podemos, sob nenhuma hipótese, suspender qualquer medicação, insinuar que o consulente deva interromper o tratamento médico, tampouco deixar sequer transparecer a ideia de que a terapia espiritual seja um método substitutivo à metodologia terrena. Nosso campo de atuação não é o corpo, mas o espírito, o perispírito ou psicossoma, o duplo etérico, a fisiologia dos corpos energéticos e as formas-pensamento. Trabalhamos visando eliminar os focos de contaminação fluídica, miasmática e astral, bem como os cúmulos energéticos localizados nos corpos extrafísicos de meus irmãos, cientes de que tais intervenções trazem alívio e qualidade de vida, e agem de modo a aumentar a eficacia dos tratamentos realizados pelos médicos da Terra. São somente eles, nossos amigos da ciência terrena, que podem recomendar a interrupção de tratamentos prescritos.
Seria muita irresponsabilidade e falta de zelo com a seriedade do trabalho espiritual que médium, espírito ou pseudoespírito sugerissem ao consulente cessar o tratamento médico, usando a terapia espiritual como pretexto.
É bom ter em mente, também, um outro cuidado. Uma vez que a medicina e a ciência da Terra ainda não reconhecem a eficácia nem sequer a realidade da ciência espiritual, e considerando que médiuns receitistas, de cura e magnetizadores não são médicos, reza a prudência que evitem indicar medicamentos alopáticos e tratamentos próprios da medicina convencional ou tradicional. Tal campo é de competência da medicina terrena. À ciência médica espiritual cabem métodos mais brandos e naturais, a título de terapia complementar e objetivando incrementar a qualidade de vida e a saúde de meus irmãos.
Quando mencionamos essas situações, queremos sobretudo garantir a segurança dos trabalhos espirituais e a do próprio trabalhador que representa ou diz representar os Imortais. Reiteramos: mesmo na hipótese de que o necessitado de socorro venha a se sentir curado ou recuperado das enfermidades que o trouxeram ao contato com a realidade espiritual, é ético da parte do terapeuta do espírito não isentá-lo do tratamento médico convencional, mas sim recomendar que procure seu médico e siga suas orientações.
O princípio que deve pautar as ações é o seguinte: a medicina espiritual não compete com a medicina humana; antes, lhe serve de complemento, que não invalida a metodologia tampouco a atuação dos médicos do mundo.
De outro lado, mesmo não sendo médicos, os médiuns precisam saber anatomia e fisiologia; precisam ter o mínimo de conhecimento sobre o corpo humano, além de estudar constantemente fisiologia energética e espiritual. Chacras, corpos, formas-pensamento, parafisiologia do psicossoma em particular, assim como do duplo etérico, além de algo mais ou menos profundo a respeito do corpo mental, são tópicos centrais de estudo, a fim de não incorrerem em erros básicos que a simples intuição, desamparada de noções robustas, é incapaz de afastar. Ao mesmo tempo, quando os médiuns se preparam podem oferecer aos seus companheiros invisíveis instrumentos mais aprimorados, a fim de que exerçam sua atividade com mais eficácia.
A presença dos espíritos nas atividades de cura de meus irmãos não exime ninguém, sobretudo os médiuns, de continuar estudando e aperfeiçoando-se sempre. Sem estudo, sem disciplina e sem dedicação, dificilmente se terá a chancela dos espíritos superiores.
A propósito, é imperioso entender que nem todos os espíritos que pretendem atender meus irmãos em problemas relativos à saúde, entre outros de variada complexidade, são espíritos esclarecidos. Assim como na Terra há os que se passam por pessoas sérias, os que são enganadores e antiéticos, do lado de cá da vida existem os espíritos mistificadores; somente o estudo, o conhecimento e a coragem de enfrentá-los, com instrumentos espirituais apropriados, são capazes de desmascará-los. Não se iludam meus irmãos pensando que todo espírito que pretenda ajudar tenha real condição e intenção de fazê-lo.
De outro lado, existem também aqueles entre meus irmãos que são crédulos por demais. Se há espíritos que enganam, eles só encontram campo para tal por existirem pessoas que se expõem abertamente à possibilidade de ser enganadas.
De maneira análoga, assim como existem médiuns sérios e com real compromisso na área da cura, existem também aqueles que querem copiar outros, simular cirurgias espirituais e ser médiuns de cura a todo custo, ignorando que seu compromisso é em outra área da vida espiritual. Em nome do respeito, da dignidade e da fidelidade aos espíritos superiores, meus irmãos devem ficar atentos. Diante dos modismos do movimento espiritualista, qualquer um arma uma maca e se autodenomina médium de cura. E logo aparecem pessoas desavisadas, dispostas a se submeterem a tratamentos que o médium não conhece e para os quais não está preparado. Não basta uma maca e a aparência de se estar em transe para que a pessoa seja médium de cura e esteja bem assistida, do ponto de vista espiritual. As questões dessa ordem são por demais sérias para que meus irmãos se deixem levar pelos desatinos e irresponsabilidades de alguns que se julgam médiuns e não o são, ao menos nesse departamento.
Os médiuns e os trabalhadores do bem, de modo geral, precisam estudar sempre, saber mais, aprofundar os estudos e observações e conhecer as bases da filosofia espírita. Quem não estuda, candidata-se ao engano; quem não conhece nem se dedica ao aperfeiçoamento, à informação e ao incremento da cultura espiritual, torna-se porta aberta para intromissões energéticas e conscienciais indesejáveis e comprometedoras. Um elevado amigo espiritual diz, com propriedade, que médium sem estudo é ferramenta enferrujada. E nós acrescentamos que médium sem ética é ferramenta que já foi posta de lado e não nos serve mais.
Não podemos olvidar que a importância do trabalho do bem e a consideração que lhe é devida estão acima das pretensões e da leviandade das pessoas, sejam elas médiuns, trabalhadores, médicos ou quem for. Convém a cada um chamado a servir à humanidade, em nome do bem geral, desenvolver o senso de responsabilidade em relação à tarefa com a qual colaborará. Sabendo que ninguém é dono da atividade que realiza, é possível ser remanejado a qualquer momento, tanto quanto ser convidado a se afastar, a fim de que outro mais comprometido assuma o que não demos conta de fazer. O trabalho não nos pertence; ninguém é insubstituível, nem incapaz de realizar algo. A todos é dada a oportunidade de servir em alguma atividade, mas compete a cada um fazer-se necessário à tarefa por meio da dedicação e do esforço, do respeito e da dignidade que o trabalho merece.
Quando se trata do bem comum, o trabalho é mais importante do que o trabalhador. Tanto quanto é verdade que, quando se trata das necessidades humanas e da dor particular, o trabalhador é tão importante quanto o trabalho que ele representa.
Para as atividades espirituais, não precisamos recorrer a instrumentos que somente aos médicos é dado manejar. Aos espíritos superiores comprometidos com a recuperação da saúde humana, são completamente desnecessários o bisturi e as demais ferramentas e técnicas cujo emprego é prerrogativa médica. É bom lembrar que, na história das manifestações brasileiras de espiritualidade, já houve vários trabalhos sérios que ficaram comprometidos devido ao uso de tais elementos. Os responsáveis foram expostos às leis dos homens em razão da imprudência — mais de médiuns e trabalhadores que de espíritos. Médiuns há que resolvem lançar mão desses instrumentos para dizer ou mostrar que estão realizando cirurgias espirituais. Ora, se estas são espirituais, por que usar ferramentas da medicina terrena? Por outro lado, se querem realizar cirurgias físicas, por que deveriam se eximir de estudar medicina e formar-se na profissão? Há que ter um cuidado sério para não comprometermos o trabalho espiritual nem sermos enquadrados como praticantes ilegais da medicina ou como usuários de métodos de curandeirismo. Trata-se, repetimos, de prática absolutamente desnecessária, decorrente muito mais de aspectos ligados à expressão anímica do médium do que ao espírito manifestante, isso quando há um espírito atuando, genuinamente.
Sem desmerecer meus irmãos espirituais que, no passado, utilizaram esses recursos, a medicina espiritual está por demais avançada para que seja necessário recorrer a tais recursos, mais apropriados a profissionais da esfera física. Trabalhamos com energias, luz coagulada, ondas, radiações e vibrações; para nós, da esfera além-física, o ectoplasma é a fonte de abastecimento vital e energético, da qual nos servimos para interferir na qualidade da saúde dos consulentes, dentre outros recursos ainda invisíveis para meus irmãos encarnados. Trata-se de uma medicina puramente vibracional, que, não obstante todo o conhecimento científico do mundo, os médicos na atualidade não conseguem entender nem sequer aceitar, em sua maioria. De forma análoga, caso estes pretendam empregar recursos e aparelhos que simulem tecnologias próprias do plano extrafísico, por certo serão também responsabilizados perante os conselhos de medicina, pois além de não conhecerem os pormenores de elementos próprios do plano invisível, estes não são reconhecidos pela ciência como métodos válidos, ao menos por ora.
É prudente, portanto, que cada qual se utilize dos recursos pertinentes à sua área de atuação.
Outro aspecto importante no trato com consulentes diz respeito à comunicação clara do que se pretende fazer. Como médiuns, terapeutas do espírito ou curadores, não é elegante prometer a cura de nenhuma enfermidade nem divulgar que se está curando enfermos. Mais uma vez, afirmamos: médium não é médico. Mais determinante que isso, porém, é que nem os médicos do espaço que trabalham com seriedade divulgam que curam, pois a cura depende de diversos fatores.
Nenhum de nós é Deus; ademais, nem mesmo Jesus, o médico por excelência, curou todos os enfermos que o procuraram.
Assim sendo, prometer cura é comprometer o trabalho e os trabalhadores. No máximo, podemos oferecer auxílio espiritual como complemento ao tratamento médico.
Aqueles que nos procuram para sanar suas dores não devem, de maneira alguma, interromper o tratamento médico ou o acompanhamento de saúde a fim de receber auxílio da medicina espiritual. É útil lembrar que trabalhamos numa sociedade humana que, em sua maior parte, não reconhece a eficácia, nem sequer admite a existência das intervenções espirituais. A lembrança desse fato é essencial para evitar comprometer as tarefas realizadas em nome do eterno bem.
A ética espiritual define, ainda, que não podemos, sob nenhuma hipótese, suspender qualquer medicação, insinuar que o consulente deva interromper o tratamento médico, tampouco deixar sequer transparecer a ideia de que a terapia espiritual seja um método substitutivo à metodologia terrena. Nosso campo de atuação não é o corpo, mas o espírito, o perispírito ou psicossoma, o duplo etérico, a fisiologia dos corpos energéticos e as formas-pensamento. Trabalhamos visando eliminar os focos de contaminação fluídica, miasmática e astral, bem como os cúmulos energéticos localizados nos corpos extrafísicos de meus irmãos, cientes de que tais intervenções trazem alívio e qualidade de vida, e agem de modo a aumentar a eficacia dos tratamentos realizados pelos médicos da Terra. São somente eles, nossos amigos da ciência terrena, que podem recomendar a interrupção de tratamentos prescritos.
Seria muita irresponsabilidade e falta de zelo com a seriedade do trabalho espiritual que médium, espírito ou pseudoespírito sugerissem ao consulente cessar o tratamento médico, usando a terapia espiritual como pretexto.
É bom ter em mente, também, um outro cuidado. Uma vez que a medicina e a ciência da Terra ainda não reconhecem a eficácia nem sequer a realidade da ciência espiritual, e considerando que médiuns receitistas, de cura e magnetizadores não são médicos, reza a prudência que evitem indicar medicamentos alopáticos e tratamentos próprios da medicina convencional ou tradicional. Tal campo é de competência da medicina terrena. À ciência médica espiritual cabem métodos mais brandos e naturais, a título de terapia complementar e objetivando incrementar a qualidade de vida e a saúde de meus irmãos.
Quando mencionamos essas situações, queremos sobretudo garantir a segurança dos trabalhos espirituais e a do próprio trabalhador que representa ou diz representar os Imortais. Reiteramos: mesmo na hipótese de que o necessitado de socorro venha a se sentir curado ou recuperado das enfermidades que o trouxeram ao contato com a realidade espiritual, é ético da parte do terapeuta do espírito não isentá-lo do tratamento médico convencional, mas sim recomendar que procure seu médico e siga suas orientações.
O princípio que deve pautar as ações é o seguinte: a medicina espiritual não compete com a medicina humana; antes, lhe serve de complemento, que não invalida a metodologia tampouco a atuação dos médicos do mundo.
De outro lado, mesmo não sendo médicos, os médiuns precisam saber anatomia e fisiologia; precisam ter o mínimo de conhecimento sobre o corpo humano, além de estudar constantemente fisiologia energética e espiritual. Chacras, corpos, formas-pensamento, parafisiologia do psicossoma em particular, assim como do duplo etérico, além de algo mais ou menos profundo a respeito do corpo mental, são tópicos centrais de estudo, a fim de não incorrerem em erros básicos que a simples intuição, desamparada de noções robustas, é incapaz de afastar. Ao mesmo tempo, quando os médiuns se preparam podem oferecer aos seus companheiros invisíveis instrumentos mais aprimorados, a fim de que exerçam sua atividade com mais eficácia.
A presença dos espíritos nas atividades de cura de meus irmãos não exime ninguém, sobretudo os médiuns, de continuar estudando e aperfeiçoando-se sempre. Sem estudo, sem disciplina e sem dedicação, dificilmente se terá a chancela dos espíritos superiores.
A propósito, é imperioso entender que nem todos os espíritos que pretendem atender meus irmãos em problemas relativos à saúde, entre outros de variada complexidade, são espíritos esclarecidos. Assim como na Terra há os que se passam por pessoas sérias, os que são enganadores e antiéticos, do lado de cá da vida existem os espíritos mistificadores; somente o estudo, o conhecimento e a coragem de enfrentá-los, com instrumentos espirituais apropriados, são capazes de desmascará-los. Não se iludam meus irmãos pensando que todo espírito que pretenda ajudar tenha real condição e intenção de fazê-lo.
De outro lado, existem também aqueles entre meus irmãos que são crédulos por demais. Se há espíritos que enganam, eles só encontram campo para tal por existirem pessoas que se expõem abertamente à possibilidade de ser enganadas.
De maneira análoga, assim como existem médiuns sérios e com real compromisso na área da cura, existem também aqueles que querem copiar outros, simular cirurgias espirituais e ser médiuns de cura a todo custo, ignorando que seu compromisso é em outra área da vida espiritual. Em nome do respeito, da dignidade e da fidelidade aos espíritos superiores, meus irmãos devem ficar atentos. Diante dos modismos do movimento espiritualista, qualquer um arma uma maca e se autodenomina médium de cura. E logo aparecem pessoas desavisadas, dispostas a se submeterem a tratamentos que o médium não conhece e para os quais não está preparado. Não basta uma maca e a aparência de se estar em transe para que a pessoa seja médium de cura e esteja bem assistida, do ponto de vista espiritual. As questões dessa ordem são por demais sérias para que meus irmãos se deixem levar pelos desatinos e irresponsabilidades de alguns que se julgam médiuns e não o são, ao menos nesse departamento.
Os médiuns e os trabalhadores do bem, de modo geral, precisam estudar sempre, saber mais, aprofundar os estudos e observações e conhecer as bases da filosofia espírita. Quem não estuda, candidata-se ao engano; quem não conhece nem se dedica ao aperfeiçoamento, à informação e ao incremento da cultura espiritual, torna-se porta aberta para intromissões energéticas e conscienciais indesejáveis e comprometedoras. Um elevado amigo espiritual diz, com propriedade, que médium sem estudo é ferramenta enferrujada. E nós acrescentamos que médium sem ética é ferramenta que já foi posta de lado e não nos serve mais.
Não podemos olvidar que a importância do trabalho do bem e a consideração que lhe é devida estão acima das pretensões e da leviandade das pessoas, sejam elas médiuns, trabalhadores, médicos ou quem for. Convém a cada um chamado a servir à humanidade, em nome do bem geral, desenvolver o senso de responsabilidade em relação à tarefa com a qual colaborará. Sabendo que ninguém é dono da atividade que realiza, é possível ser remanejado a qualquer momento, tanto quanto ser convidado a se afastar, a fim de que outro mais comprometido assuma o que não demos conta de fazer. O trabalho não nos pertence; ninguém é insubstituível, nem incapaz de realizar algo. A todos é dada a oportunidade de servir em alguma atividade, mas compete a cada um fazer-se necessário à tarefa por meio da dedicação e do esforço, do respeito e da dignidade que o trabalho merece.
Quando se trata do bem comum, o trabalho é mais importante do que o trabalhador. Tanto quanto é verdade que, quando se trata das necessidades humanas e da dor particular, o trabalhador é tão importante quanto o trabalho que ele representa.
Por isso, merece, como qualquer ser humano, carinho, atenção e cuidados equivalentes aos do necessitado que procura atendimento. Não obstante, na tarefa diária, é bom não confundir os dois papéis; é preciso saber em que lugar nos colocamos: se no do consulente necessitado ou no do enfermeiro que serve em nome de Cristo.
Joseph Gleber
Fonte: A Casa do Espiritismo
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