Lei de Causa e Efeito determina os efeitos da hereditariedade
usando os registros do perispírito
Há
algum tempo, tivemos o anúncio histórico da conclusão do seqüenciamento
do genoma humano, isto é, o mapeamento virtualmente completo do código
genético humano, bombasticamente comemorado pela ciência bio-genética.
Colossal
será ainda o trabalho subsequente de identificação dos 80.000 genes
existentes, do conhecimento das funções de cada gene e da estrutura de
cada proteína que eles codificam, estimando-se entre cinco anos e um
século a realização progressiva e integral de cada um desses objetivos.
Inegavelmente,
trará benefícios revolucionários na terapia das enfermidades humanas e
em muitos outros campos da natureza, embora o entusiasmo resultante
venha sendo naturalmente, ora magnificado por fantasias tecnológicas,
ora enegrecido por presságios de manipulação e de discriminação
potenciais assustadoras.
Como
sensatamente nos disse Kardec, referindo-se à evolução da nossa
Doutrina Redentora, que "o Espiritismo seria aquilo que os homens dele
fizessem", vale igualmente dizer-se que as novas descobertas da ciência
serão o que os homens delas fizerem, se bombas atômicas devastadoras ou
energia nuclear segura e construtiva, apenas para exemplificar.
Surpreendente
ainda mais, embora esperada, a persistência do enfoque materialista,
agora ultra-exacerbado, das pesquisas dos fenômenos vitais, atribuídos à
exclusiva ação mecânica da hereditariedade genética, no comando da
montagem dos três bilhões de nucleotídeos que constituem os degraus do
DNA humano.
A
ciência insiste em pensar a vida como uma complexa reação química, e
nada mais do que isso, prestes a ser descoberta e viabilizada pelo
homem, assim como até hoje crê ser o pensamento mera excreção do cérebro
e que todas as funções psíquicas morrem com o corpo físico.
Não
há ainda lugar para o espírito na ciência pesquisacional acadêmica,
empírico-indutiva, a qual, por isso, continua tomando como causa o que é
efeito, fazendo das leis da hereditariedade genética as únicas
presentes ao ato da vida, juízas exclusivas e inconscientes do futuro
patrimônio apolíneo e saudável ou disforme e enfermiço do ser humano,
apenas concedendo algumas influências aos efeitos ambientais e ao
psicossomatismo, ainda que cerebral, calcadas nas predisposições
genéticas.
A evolução de cada ser individualizado, criatura de Deus, não pode ficar à mercê da casualidade
das combinações aleatórias entre as constituintes da matéria. Os
aportes da física probabilística quântica relativos aos comportamentos
na intimidade da micro-matéria poderão, quem sabe, um dia, explicar como
a Lei de Causa e Efeito utiliza a probabilidade quântica para
concretizar a causalidade contributiva do espírito encarnante.
Só
o reconhecimento, que um dia chegará, da primazia do espírito sobre a
matéria -- associada esta primazia ao princípio reencarnacionista, isto
é, a integração comandatária, pelo espírito, via perispírito, da
herança espiritual à hereditariedade genética, regida esta integração
pela Lei de Causa e Efeito --, permitirá que se identifiquem no espírito
imortal as causas verdadeiras dos desequilíbrios que eclodem no corpo
físico, mata-borrão e fio-terra que ele é, sob o nome de doenças,
incluindo-se os distúrbios da psique humana.
E,
muito mais, porque o espírito, em evolução ao infinito, é a fonte única
e inesgotável não só da saúde físico-psíquica, mas de todas as
potencialidades da inteligência, da razão, da intuição, do
comportamento, da moral, da beleza e do bem universais, partícula que
ele é da essência de Deus-Pai, Criador da Vida e das leis que regem o
Universo e os seres.
A
propósito, queremos retransmitir, em palavras nossas, as elucidações
que um bondoso mentor espiritual do centro espírita que frequentamos nos
trouxe sobre o tema da herança espiritual e da hereditariedade
genética, num esclarecimento marcado por sábia singeleza e convincente
racionalidade:
Estamos
submetidos pela misericordiosa Lei de Causa e Efeito a essas duas
ordens de heranças, que acompanham providencial e amorosamente a nossa
trajetória educativa reencarnacional, roteiro esse gerado por nós mesmos
no exercício do livre-arbítrio aplicado nas livres escolhas que fazemos
diante dos eventos e circunstâncias vivenciados por nós, tendo-se como
régua de medida a Lei Suprema do Amor, revelada e praticada até as
últimas conseqüências pelo Amado Mestre Jesus.
A
herança espiritual, súmula do nosso passado multimilenar, está gravada
indelevelmente no nosso espírito, que tem, como seu instrumento de ação
na matéria, o perispírito. Normalmente, sob a orientação dos Instrutores
Espirituais e aquiescência do espírito encarnante, há um prévio
programa de aprimoramento espiritual ajustado às suas necessidades de
depuração. Assim, buscam-se os genitores que apresentem nos seus
patrimônios genéticos características compatíveis com o programa
acordado.
Os
patrimônios espirituais de genitores e familiares são também levados em
alta conta, mesmo porque, embora não transmissíveis por via
hereditária, o serão pela via da educação, dos exemplos e do ambiente
familiar a serem recebidos pelo encarnante.
E,
então, a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, sob o
comando da Lei, o espírito encarnante imprime, através da ação do seu
perispírito, a integração da sua própria herança espiritual com a
herança genética dos genitores, conduzido pelas sagradas leis das
hereditariedades, provindas do Criador, na formação do respectivo DNA
individualizado, composto de genes dominantes e recessivos que
conformarão o novo corpo físico daquele particular espírito imortal, que
"renascerá" conforme aquele programa acertado, subordinado inicialmente
e voluntariamente a predeterminados fatores como família, raça, etnia,
nacionalidade, predisposições para determinados estados de saúde ou
doença física ou espiritual, e inúmeras outras particularidades
individuais.
Aí,
então, surgirá uma nova criaturinha, com o dom divino da vida que,
neste mundo de expiações e provas, onde ainda merecemos estar, a
iniciará com um choro estridente ansiosamente esperado.
Abre-se
para o espírito uma nova romagem onde, no devido tempo, a razão e o
livre-arbítrio comparecerão para moldar o seu novo viver em vontade e
responsabilidade face os compromissos assumidos e os desafios oportunos e
indispensáveis com que o mundo o defrontará, nunca superiores às
próprias forças, sempre sob a proteção complacente da misericórdia
divina.
Raphael Rios - "Revista Internacional de Espiritismo" - Dezembro/2000 - Págs. 513/514.
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