A evolução é Lei Divina, e a sua progressão contínua assemelha-se ao movimento em espiral aberta, caracterizando os ciclos evolutivos. As experiências reencarnatórias, por exemplo, poderão ser repetidas, mas jamais serão exatamente iguais, porque as condições em tempos diferentes já não serão mais as mesmas.
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre tal é a Lei", presente na Criação, em todas as graduações, do micro ao macrocosmo, em quaisquer níveis de consciência, tanto para o indivíduo quanto para as coletividades.
Haverá, então, um começo e um fim, isto é, uma primeira hora e uma última hora, em cada ciclo, era ou período evolutivo.
Revela-nos a Doutrina Espírita que há diferentes categorias de mundos:
- mundos primitivos,
- mundos de expiações e de provas,
- mundos regenerador3es e
- mundos felizes.
E sabemos, ainda, conforme os Espíritos Consoladores, que a Terra é um dos mundos de expiações e de provas, em via de transição para o ciclo seguinte, de regeneração.
O Evangelho nos fala dos trabalhadores da primeira e última hora, esclarecendo-nos que os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros.
No ciclo de expiações e de provas, os trabalhadores da primeira hora - dizem os Espíritos -, são os profetas, os patriarcas, os apóstolos. Porque os primeiros serão os últimos, é seguro concluirmos que muitos deles estiveram, estão e estarão reencarnados na Terra, nessa fase de transição, de última hora, do nosso atual ciclo evolutivo.
Já os espíritas-cristãos são os trabalhadores da última hora, afirmam os Espíritos do Senhor. São os últimos a se apresentarem para o trabalho, cabendo-lhes iniciar no ponto onde os trabalhadores da primeira hora estão encerrando: neste final de ciclo evolutivo, de expiações e de provas.
Conclui-se com o Evangelho, à luz da Doutrina Espírita, que os servos fiéis, últimos de um ciclo evolutivo, serão também os primeiros e os últimos a trabalhar na Obra do ciclo seguinte.
Todavia, os espíritas-cristãos não se devem esquecer da advertência evangélica de que muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos. Quer isto dizer que serão trabalhadores da primeira hora no novo ciclo apenas os verdadeiros espíritas-cristãos, e não os que somente assim se denominam.
Uma nova era nascerá para humanidade terrena. No ciclo evolutivo da regeneração o bem terá franca supremacia sobre o mal; entretanto, compreendamos, como todo ciclo, o de regeneração também será longo, e exigirá trabalho árduo e continuado por parte daqueles que herdarão a Terra - os puros e mansos de coração. A fase de transição atual é mesmo a do Apocalipse, com os seus ais, com as suas dores. Muitos de nós não alcançarão a elevação necessária aos trabalhadores da primeira hora e, por aplicação da Divina Lei de Justiça, haverão de recomeçar em outro mundo o aprendizado indispensável ao despertamento da consciência espiritual.
Nas "Instruções dos Espíritos", contidas no capítulo XX - "Os Trabalhadores da Última Hora" - de O Evangelho segundo o Espiritismo (ed. FEB), encontram-se as seguintes considerações:
"O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa-vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má-vontade (...)."
"Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora." (Constantino, Espírito Protetor.)
"(...) os obreiros que chegaram na primeira hora são os profetas, Moisés e todos os iniciadores que marcaram as etapas do progresso (...) e, finalmente, pelos espíritas (...). Últimos chegados, eles aproveitam dos labores intelectuais dos seus predecessores (...) muitos dentre aqueles revivem hoje, ou reviverão amanhã, para terminarem a obra que começaram outrora. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo (...) se encontram no meio deles (...) trabalhando, não já na base e sim na cumeeira do edifício (...)." (Henri Heine.)
"(...) mas, atenção! entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram; reparai, pois, vosso caminho e segui a verdade.
(...) Reconhecê-los-eis pelos princípios da verdadeira caridade que eles ensinarão e praticarão. Reconhecê-los-eis pelo número de aflitos a que levem consolo; reconhecê-lo-eis pelo seu amor ao próximo, pela sua abnegação, pelo seu desinteresse pessoal; reconhecê-los-eis, finalmente, pelo triunfo de seus princípios, porque Deus quer o triunfo de Sua lei; os que seguem Sua lei, esses são os escolhidos e Ele lhes dará a vitória; mas Ele destruirá aqueles que falseiam o espírito dessa lei e fazem dela degrau para contentar sua vaidade e sua ambição." (Erasto, anjo da guarda do médium.) (Os grifos são nossos.)
"(...) Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! (...) Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: 'Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra', porquanto o Senhor lhes dirá: 'Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!' (...).
(...) pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. cumprir-se-ão estas palavras: 'Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no reino dos céus.'" (O Espírito da Verdade.)
Fonte: Reformador, dezembro/2003.
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