Eternidade

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quarta-feira, 15 de julho de 2015

Bases da Regeneração


Duas siglas nos chamam a atenção: VQVSCJ e SOS. Ficamos curiosos em saber os seus significados.1 De fato, são bem significativas, pois representam orientações seguras para todos os que nos esforçamos em trilhar o caminho do bem, buscando fazer o melhor ao nosso alcance, em consonância com os ensinos do Evangelho.

Vamos que vamos sempre com Jesus (VQVSCJ) pode ser definido como o lema do otimista.
Silêncio, oração e serviço (SOS) é um roteiro seguro para a felicidade plena.

Ante qualquer problema ou dificuldade, obstáculo ou desafio, se nos predispusermos à ação firme e serena no rumo certo, contaremos com o apoio da Espiritualidade superior.

Alinhadas às duas assertivas, registramos as breves e impactantes palavras do presidente da FEB ao Movimento Espírita, quando de sua posse, em 21 de março pp.:

[…]
Neste momento em que somos convocados a novos desafios, convido a todos os espíritas brasileiros para, unidos e unificados, colocarmos o Evangelho como roteiro; mantermos a consciência tranquila como consolo; esquecermos o mal como estratégia; e utilizarmos a prece como fortaleza.2

[…]
Após ouvir, ler e refletir sobre as quatro expressões mencionadas no rápido discurso presidencial, podemos adotá-las como bases para o mundo de regeneração, que manifesta o limiar de sua presença na atualidade da Terra em transição.


Evangelho como roteiro  
Todos somos aprendizes do Evangelho de Jesus, que nos serve de bússola orientadora de decisões em consonância com os desígnios de Deus. As bases do Evangelho são o substantivo amor e o verbo amar. “Amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso entendimento, coração e alma, e amar ao próximo como a nós mesmos” (Mateus, 22:37 a 39). Nesses mandamentos, extraímos a compreensão do conceito de Deus como Pai e, do próximo, como irmão. Sob a bandeira dos ensinos morais do Cristo, falaremos a mesma linguagem da união e da unificação, da fraternidade e da solidariedade universais, estabelecendo o amor como condição inabalável nas relações entre pessoas e equipes, povos e nações, na conquista do entendimento e na construção da paz em todos os rincões planetários.

O Evangelho de Jesus é roteiro de caminhada rumo à plenitude espiritual.


Consciência tranquila como consolo  

A sabedoria do Espírito de Verdade registrou como resposta à inteligente pergunta de Kardec que a Lei de Deus está escrita na consciência.3 Essa valiosa informação permite-nos entender que, quando estivermos em dúvida sobre uma decisão, devemos buscar a resposta dentro de nós, pois em nossa intimidade sempre encontraremos a melhor solução. Isso exige um natural e gradativo esforço de autoconhecimento. Ter escrita a Lei de Deus na consciência é garantir condições para distinguir o bem do mal, o certo do errado. A consciência tranquila é fruto do dever bem cumprido. Assim, o consolo virá como consequência do cumprimento rigoroso de nossos deveres e assunção das responsabilidades que nos cabem perante nós mesmos e ante o próximo, que se nos converte em caminho para Deus à medida que pautamos as relações interpessoais no código divino da justiça, do amor e da verdade.


Esquecimento do mal como estratégia  

Quanto peso desnecessário carregamos em nossos ombros, apegando-nos ao passado infeliz, guardando mágoa, alimentando ressentimentos?! Tornamo-nos carrancudos, mal-humorados, infelizes… Vemos o lado ruim das situações e das pessoas, não conseguindo nos desvencilhar das amarras do pretérito faltoso e aflitivo. Esquecer o mal é a melhor estratégia de libertação, educação, crescimento espiritual. É a superação de comportamentos viciosos, a renovação do homem velho, a disposição para a mudança efetiva fundamentada nos paradigmas revolucionários do Evangelho, que recomenda vejamos a trave em nossos olhos e não nos incomodemos com o cisco no olho do próximo.4 O perdão verdadeiro implica no esquecimento do mal, em não produzirmos e acumularmos lixos emocionais e psíquicos, portas à influência perniciosa geradora de intrincadas obsessões, que só a firmeza no bem erradicará.


Prece como fortaleza  

Ensina André Luiz que “orar constitui a fórmula básica da renovação íntima pela qual divino entendimento desce do coração da Vida para a vida do coração”.5 Como é importante o hábito de orar! Assim como nos alimentamos materialmente várias vezes ao dia, também devemos cuidar de nossa saúde espiritual pelo alimento da oração. A prece é um meio de comunicação com a Espiritualidade superior, um jeito de conversar com Deus, de nos aproximarmos dele. Por isso, a prece torna melhor o homem, por fazê-lo sensível à necessidade de se reformar intimamente, adquirindo virtudes e superando vícios. A oração nos coloca seguros ante as provas e expiações da caminhada, fortalecendo a félúcida e ativa que não permite esmorecimento. A recomendação evangélica é no sentido do “olhai, vigiai e orai”,6 a fim de não cairmos em tentação. A prece é escudo ante as investidas do mal.


Referências:
1 Ambas as siglas foram mencionadas no artigo Tons de liderança, publicado em Reformador, ano 133, n. 2.234, p. 18(272)-19(273), mai. 2015.
2 ELEIÇÕES na FEB. Reformador, ano 133, n. 2.234, p. 58(312), mai. 2015. 3 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Brasília: FEB, 2014. q. 621.
4 Mateus, 7:1 a 5.
5 XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. Mecanismos da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 28. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2015. cap. 25.
6 Marcos, 13:33.
Geraldo Campetti Sobrinho
geraldocampetti@gmail.com

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