Deus
criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A
cada um à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de
si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade.
Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem
aquele conhecimento.
• Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada.
•
Outros só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo
incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.
Os Espíritos não podem degenerar.
• À medida que avançam, compreendem o que os distanciava da perfeição.
• Concluindo uma prova, o Espírito fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece.
• Pode permanecer estacionário, mas não retrograda.
Um
homem pode, nas suas novas existências, descer mais baixo do que esteja
na atual, com relação à posição social, mas não como Espírito.
Se
Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos
benefícios dessa perfeição. Demais, a desigualdade entre eles existente é
necessária às suas personalidades. Acresce ainda que as missões que
desempenham nos diferentes graus da escala estão nos desígnios da
Providência, para a harmonia do Universo.
É necessário...
• purificar, antes de tudo, o nosso coração,
• expurgar os resíduos deletérios das paixões,
• recalcar os instintos inferiores,
• dominar as expansões da animalidade,
•
libertar, enfim, a Alma do jugo da matéria, para sorvermos a longos
haustos os fluidos de uma atmosfera superior que nos porá no caminho da
lei divina e cuja sanção nos aguardará infalivelmente.
Quanto
mais rápida for essa transformação, tanto mais acelerada será a nossa
ascensão às culminâncias do conhecimento universal. Esse é o preparo
moral e espiritual para a reforma do indivíduo e, portanto, para o
progresso da Humanidade.
Para
chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os
homens, o Espírito não tem que passar pela fieira de todos os mundos
existentes no Universo. Muitos são os mundos correspondentes a cada grau
da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa
nova aprenderia nos outros do mesmo grau.
Entre
o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro,
não há linha divisória perfeitamente demarcada. Semelhante demarcação
não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a
pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às
primeiras claridades do alvorecer.
Ninguém
pode, mesmo por um proceder impecável na vida atual, transpor todos os
graus da escala do aperfeiçoamento e tornar-se Espírito puro, sem passar
por outros graus intermédios o que o homem julga perfeito longe está da
perfeição. Há qualidades que lhe são desconhecidas e incompreensíveis.
Poderá ser tão perfeito quanto o comporte a sua natureza terrena, mas
isso não é a perfeição absoluta. Dá-se com o Espírito o que se verifica
com a criança que, por mais precoce que seja, tem de passar pela
juventude, antes de chegar à idade da madureza; e também com o enfermo
que, para recobrar a saúde, tem que passar pela convalescença. Demais,
ao Espírito cumpre progredir em ciência e em moral. Se somente se
adiantou num sentido, importa se adiante no outro, para atingir o
extremo superior da escala. Contudo, quanto mais o homem se adiantar na
sua vida atual, tanto menos longas e penosas lhe serão as provas que se
seguirem. Entretanto, pode ao menos o homem, na vida presente, preparar
com segurança, para si, uma existência futura menos prenhe de amarguras.
Pode reduzir a extensão e as dificuldades do caminho. Só o descuidoso
permanece sempre no mesmo ponto.
"Compreendemos, destarte, que na variação de nossas experiências adquirimos, gradativamente, qualidades divinas, como sejam ...
• a energia e a ternura,
• a fortaleza e a humildade,
• o poder e a delicadeza,
• a inteligência e o sentimento,
• a iniciativa e a intuição,
• a sabedoria e o amor,
• até lograrmos o supremo equilíbrio em Deus."
Para que se efetue a jornada iluminativa do espírito é indispensável ...
• deslocar a mente,
• revolver as ideias,
• renovar as concepções
•
e modificar, invariavelmente, para o bem maior o modo íntimo de ser,
tal qual procedemos com o solo na revivificação da lavoura produtiva ou
com qualquer instituto humano em reestruturação para o progresso geral.
Negando-se,
porém, a alma a receber o auxilio divino, através dos processos de
transformação incessante que lhe são oferecidos, em seu benefício
próprio, pelas diferentes situações de que os dias se compõem no
aprendizado carnal, recolhe-se à margem da estrada, criando paisagens
perturbadoras com desejos injustificáveis.
Na
diversidade de suas experiências, o Espírito é obrigado a adaptar-se às
condições fluídicas de cada orbe. Este é um imperativo para aquisição
de seus valores evolutivos dentro das leis do aperfeiçoamento.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
É
necessário encarar-se a situação dos desencarnados com a precisa
naturalidade. Não há forças miraculosas para os seres humanos, como não
existem igualmente para os espíritos. O livre-arbítrio relativo nunca é
ab-rogado em todos nós; em conjunto, somos obrigados, em qualquer plano
da vida, a trabalhar pelo nosso próprio adiantamento.
Todas
as aquisições espirituais exigem perseverança no estudo, na observação e
no serviço aplicado. E devemos considerar que isso não infirma a
necessidade de aprender sempre.
As
experiências adquiridas pela alma constituem maravilhosas sínteses de
percepção e sensibilidade, na condição de Espíritos libertos, mas
especificam-se no equipamento de matéria densa como núcleos de controle
das manifestações da individualidade, perfeitamente analisáveis. É assim
que a alma encarnada possui no cérebro físico os centros especiais que
governam a cabeça, o rosto, os olhos, os ouvidos e os membros, em
conjunto com os centros da fala, da linguagem, da visão, da audição, da
memória, da escrita, do paladar, da deglutição, do tato, do olfato, do
registro de calor e frio, da dor, do equilíbrio muscular, da comunhão
com os valores internos da mente, da ligação com o mundo exterior, da
imaginação, do gosto estético, dos variados estímulos artísticos e
tantos outros quantas sejam as aquisições de experiência entesouradas
pelo ser, que conquista a própria individualidade, passo a passo e
esforço a esforço, enaltecendo-a pelo trabalho constante para a
sublimação integral, à face de todas as vias de progresso e
aprimoramento que a Terra lhe possa oferecer.
Somente
os séculos, com o seu consequente aglomerado de experiências, conseguem
modificar as disposições cármicas ou perispirituais de cada indivíduo.
No
quadro exíguo dos vossos conhecimentos, busquemos uma figura que nos
convoque ao sentimento de solidariedade e de amor que deve imperar em
todos os departamentos da natureza visível e invisível.
• O mineral é atração.
• O vegetal é sensação.
• O animal é instinto,
• O homem é razão.
• O anjo é divindade.
Busquemos
reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos valores gradativos da
evolução e ergamos em nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade
universal.
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