Ninguém
 vive sem uma crença. Quer seja em algo transcendente ou não, a criatura
 busca apoiar-se em algum ente que lhe pareça real.
A
 negação à existência de um ser superior ao humano que o justifique, não
 implica na ausência dele em seu psiquismo. Todo aquele que ama, e não 
há quem não se inclua nesta categoria, necessita de Deus em si, mesmo 
que o denomine com outro nome.
A religião é uma busca natural de todo ser humano. Adotar uma é um ato de amor a Deus.
Aquele
 que se dedica a uma religião com devoção e afinco, deve fazê-lo com 
verdadeiro amor. A vida religiosa é cheia de agruras, mas também de 
recompensas incomensuráveis.
Lidar
 com os objetivos de Deus é tarefa de amor a Ele e à Sua Obra. A 
religião é trabalho para quem a exerce do lado do labor de evangelizar o
 ser humano.
Seu
 exercício requer abnegação e amor em dobro. O esquecimento de si, mesmo
 na dedicação à tarefa religiosa, não necessita atingir a recusa ao 
convívio social. Dedicar-se a Deus não significa fugir do mundo.
Amor
 e religião não se chocam com o amor a outra pessoa. O ser humano, 
historicamente decidiu separar o que fosse carnal do que lhe parecesse 
divino. Não se separa o que tem a mesma procedência.
A
 religião é o encontro do ser humano com o conhecimento dos objetivos de
 Deus para com Sua Obra. Esse encontro, sob o signo do amor, proporciona
 o verdadeiro êxtase.
As
 religiões tem se distanciado do amor e da verdadeira comunhão com o 
Altíssimo, em função da ignorância em que se encontra o ser humano a 
respeito de seu papel na Vida. Dias virão em que estaremos praticando a 
verdadeira religião em espírito e verdade.
O
 amor às pessoas, indistintamente, requer desapegos e compreensão da 
vida. Os laços que nos prendem às pessoas, são os mesmos que nos 
fortalecem a alma. A diferença está na intensidade e prioridade com que 
os aplicamos.
Jesus,
 exemplo de amor e de compromisso com a verdade, mostrou, através de 
seus atos e palavras, o significado da religião, quando estabeleceu que 
deveríamos nos reconciliar com nosso adversário, antes de fazermos 
qualquer oferta a Deus.
Nenhuma
 tarefa pode ser maior que dedicar-se à evangelização da criatura em 
favor da própria humanidade. O amor a Deus é o amor ao crescimento e 
evolução da sociedade, a fim de que ela alcance a paz e a felicidade de 
todos, sem que ninguém se sinta excluído.
O
 amor à religião não admite sectarismos e exclusões. Ninguém pode ser 
discriminado pela opção religiosa. Assim procedendo, estaremos faltando 
com o amor pregado pela própria religião.
Religião
 é vida de dedicação, de amor e de caridade para com o próximo. A 
religião do amor é a que se dedica ao próximo sem preconceito de 
qualquer natureza.
Muitas
 vezes recorremos à religião para solução de conflitos de ordem 
sentimental. Em algumas situações agimos em proveito próprio, excluindo 
alguém que se interpõe em nosso caminho, pedindo a Deus ou a seus 
intermediários, para nos livrar de sua influencia. Estaremos, dessa 
forma, abdicando de vivenciar a tolerância e confiança no amor de Deus 
para conosco.
A
 religião, quando usada para benefício próprio, é instrumento de prisão e
 alienação. O amor ao próximo é o meio mais eficaz de alcançar a 
verdadeira prática religiosa.
As
 religiões tradicionais nos afastaram do contato com a simplicidade e da
 verdadeira adoração a Deus, insculpindo-nos culpas e medos. Nada há que
 não seja sagrado. Tudo na vida é obra de Deus. Seu amor está presente 
em toda Criação.
Não
 nos entreguemos ao medo e à separatividade da vida supostamente 
simples, em nome da religião. Amor e religião são compatíveis com a vida
 verdadeiramente simples que se realiza na convivência social.
Jesus deu-nos exemplo de sua religião quando estabeleceu que seus discípulos seriam reconhecidos por muito se amarem. 
Adenáuer Novaes
do livro Amor Sempre, de Adenáuer Novaes 
 

 
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