Lembra-te da esperança para que a tua caridade não se faça incompleta.
Darás ao faminto, não somente a côdea de pão que lhe mitigue a fome, mas também o carinho da palavra fraterna, com que se lhe restaurem as energias.
Não apenas entregarás ao companheiro, abandonado à intempérie, a peça que te sobra ao vestiário opulento, mas agasalha-lo-ás em teu sorriso espontâneo a fim de que se reerga e prossiga adiante, revigorado e tranqüilo.
Não olvides a paciência divina com que somos tolerados a cada hora.
Qual acontece ao campo da natureza, em que o Sol mil vezes injuriado
pela treva, mil vezes responde com a bênção da luz, dentro de nossa
vida, assinalamos a caridade infinita de Deus, refazendo-nos a
oportunidade de servir e aprender, resgatar e sublimar todos os dias.
Não te faças palmatória dos próprios irmãos, aos quais deves a
compreensão e a bondade de que recebes as mais elevadas quotas do Céu,
na forma de auxílio e misericórdia, em todos os instantes da
experiência.
Não profiras maldição nem espalhes o tóxico da crítica, no obscuro
caminho em que jornadeiam amigos menos ditosos, ainda incapazes de
libertarem a si mesmos das algemas da ignorância.
Recorda que Jesus nos chamou à senda terrestre para auxiliar e salvar, onde muitos já desertaram da confiança no eterno bem.
Seja onde for e com quem for, atende à esperança para que o mundo conquiste a vitória a que se destina.
Aliviar com azedume é alargar a ferida de quem padece e dar com
reprimendas é envolver o socorro em repulsivo vinagre de desânimo ou
desespero.
À maneira de raio solar que desce à furna cada manhã, restaurando o
império da luz, sem reclamação e sem mágoa, sê igualmente para os que te
rodeiam a permanente mensagem do amor que tudo compreende e tudo
perdoa, amparando e auxiliando sem descansar, porque somente pela força
do amor alcançaremos a luz imperecível da vida.
pelo espírito Emmanuel
Obra: Caridade, Médium: Francisco C. Xavier
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