Materialização
é o fenômeno pelo qual os Espíritos se corporificam, tornando-se visíveis a
quantos estiverem no local das sessões. Não é preciso ser médium para ver o
Espírito materializado. Materializando-se, corporificando-se, pode o Espírito
ser visto, sentido e tocado.
Podemos
abraçá-lo, sentir-lhe o calor da temperatura, ouvir-lhe as pulsações do coração
e com ele conversar naturalmente. Aparição é o fenômeno pelo qual o Espírito é
visto apenas por quem tiver vidência.
A
materialização é um fenômeno objetivo e a aparição é um fenômeno subjetivo. Há,
portanto, fundamental diferença entre uma e outra. (Estudando a mediunidade.
Cap. 42. Martins Peralva).
As
aparições do Cristo são conhecidas e tiveram numerosos testemunhos. Apresentam
flagrantes analogias com as que em nossos dias são observadas em diversos
graus, desde a forma etérea, sem consistência, com que aparece a Maria Madalena
e que não suportaria o mínimo contato, até a completa materialização, tal como
a pôde verificar Tomé, que tocou com a própria mão as chagas do Cristo. Daí
esse contraste nas palavras de Jesus: “Não me toques” – diz ele à Madalena – ao
passo que convida Tomé a pôr o dedo nos sinais dos cravos: “Chega também a tua
mão e mete-a no meu lado”.
Jesus
aparece e desaparece instantaneamente. Penetra numa casa a portas fechadas. Em
Emaús conversa com dois dos discípulos, que o não reconhecem, e desaparece
repentinamente. Acha-se de posse desse corpo fluídico, etéreo, que há em todos
nós, corpo sutil que é o invólucro inseparável de toda alma e que um alto Espírito como o seu sabe dirigir, modificar, condensar,
rarefazer à vontade. E a tal ponto o condensa, que se torna visível e tangível
aos assistentes. (Cristianismo e Espiritismo. Cap. 5. Léon Denis).
Pois, sendo
Cristo as primícias do Espírito, como afirma o Apóstolo Paulo; estando nós
certos de que Ele ressuscitou, apareceu, comunicou-se, porque não podem fazer o
mesmo aqueles Espíritos que nos foram amigos, parentes, aqueles que viviam
conosco, mantendo mútua afeição?
Na Epístola
aos Coríntios diz o Apóstolo da Luz: “Se os mortos não ressuscitam, também
Cristo não ressuscitou e é vã a nossa fé.” (Parábolas e ensinos de Jesus. Nas
pegadas de Jesus. Cairbar Schutel).
Todos os
evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados
pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se
explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito
e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja
história, antiga e contemporânea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar
sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas
aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todos os caracteres de um ser
fluídico.
Aparece
inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o vêem, outros não, sob
aparências que não o tornam reconhecível nem sequer aos seus discípulos;
mostra-se em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; sua
própria linguagem carece da vivacidade da de um ser corpóreo; fala em tom breve
e sentencioso, peculiar aos Espíritos que se manifestam daquela maneira; todas
as suas atitudes, numa palavra, denotam alguma coisa que não é do mundo
terreno. Sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus
discípulos não lhe falam com a mesma liberdade de antes; sentem que já não é um
homem.
Jesus,
portanto, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha
sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se estivesse com o seu corpo
carnal, todos o veriam, como quando estava vivo. Ignorando a causa originária
do fenômeno das aparições, seus discípulos não se apercebiam dessas
particularidades, a que, provavelmente, não davam atenção. Desde que viam o
Senhor e o tocavam, haviam de achar que aquele era o seu corpo ressuscitado. (A
Gênese. Cap. 15. Item 61. Allan Kardec).
Tão alheios
se achavam à verdadeira natureza de Jesus, que Tomé só se convenceu de que o
Mestre reaparecera, quando pôde verificá-lo com seus próprios olhos.
(Elucidações Evangélicas. Cap. 190.
Antônio Luiz Sayão).
Ao passo
que a incredulidade rejeita todos os fatos que Jesus produziu, por terem uma
aparência sobrenatural, e os considera, sem exceção, lendários, o Espiritismo
dá explicação natural à maior parte desses fatos. Prova a possibilidade deles,
não só pela teoria das leis fluídicas, como pela identidade que apresentam com
análogos fatos produzidos por uma imensidade de pessoas nas mais vulgares
condições. (A Gênese. Cap. 15. Item 62. Allan Kardec).
Fonte: Letra Espírita
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