Eternidade

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sábado, 27 de fevereiro de 2016

Filosofando: A Imortalidade da Alma e a Filosofia Espírita - Parte 3 (20...

Filosofando: A Imortalidade da Alma e a Filosofia Espírita - Parte 2 (20...

Filosofando: A Imortalidade da Alma e a Filosofia Espírita - Parte 1 (20...

Navio Negreiro


A Terra para alguns assemelha-se a um “navio negreiro” transportando em seu seio os escravos do egoísmo em noite tempestuosa.

Suspensa no espaço, essa nau segue seu curso através dos oceanos da galáxia.

Na intimidade da nau, carga viva se deblatera ante as marés transformadoras, que balançam o navio para que o despertamento das almas se dê através das lutas redentoras.

Choro e ranger de dentes ecoam por todo orbe como despertadores benditos para que os surdos do espírito possam acordar das paixões que os acrisolam.

Grande parte da mole humana prefere se manter no porão da nau terrena, não obstante, Jesus, o Timoneiro de Deus, venha acenando com seu astrolábio amoroso ofertando a rota renovadora do Evangelho.

Os escravos desses tempos não são coagidos pela força exterior através do braço do mais forte.

A senzala está localizada na intimidade do coração humano.

O tronco em que o homem se compraz é o do orgulho.

O espírito escravizado não tem correntes a prender-lhe pés e mãos, impedindo-o de ganhar a liberdade, pois é dentro de si que a luta abolicionista acontece.

As chagas que ferem a alma são abertas pela ignorância humana acerca do sentido verdadeiro da vida.

As chibatadas que vergastam e dilaceram o corpo físico, em forma de enfermidades, não são castigos impingidos pelo “Senhor do Engenho”, mas o resultado da semeadura realizada em tempos transatos.

Os tempos escravagistas da modernidade revelam a cultura hedonista, que escraviza mais e mais as mentes incautas.

O pelourinho de hoje é o sexo desenfreado e a cultura exagerada ao corpo, pois que a criatura humana se expõe voluntariamente de todas as formas possíveis.

Jesus, o abolicionista das nossas almas, nos pede esforço próprio para a libertação anelada e necessária.

O legado do Cristo: A cada um será dado conforme as suas obras – revela que o homem se liberta ou se escraviza às paixões que cultiva, por escolha própria.

Bendito seja o Consolador Prometido, que nos afasta da sanha da culpa perante a vida, para nos outorgar o archote da responsabilidade pela Doutrina dos Espíritos.

A Terra é a nau bendita que transporta os filhos de Deus em processo evolutivo.

Para alguns a vida na Terra é cativeiro, para outros é portal libertador.

Não somos cativos da vida, somos escravos das escolhas realizadas.

Já estivemos em outras naus planetárias, já navegamos em outros oceanos escolares.

A bússola libertadora é o evangelho, e é preciso seguir a direção apontada para o amor.

A escravidão é voluntária, a caridade é a chave que escancara as portas da senzala emocional onde grande multidão se acrisola.

Já raiou a liberdade no horizonte das nossas vidas, mas para contemplá-la e vivenciá-la é preciso amar.

Allan Kardec é o abolicionista da razão, pois O Livro dos Espíritos é a grande carta de alforria.

A morte morreu, o medo não escraviza mais, a imortalidade é a verdadeira expressão da liberdade para o espírito imortal.

Já raiou a nova aurora para os nossos corações, mas urge que trabalhemos na construção da liberdade interior.

Renovemos, pois, as nossas esperanças sem descanso, a obra precisa ser realizada.

O Senhor das nossas vidas é Jesus.

Segue conosco, Compassivo Timoneiro, e acalma o mar bravio das nossas imperfeições.

Diante das dores que nos fazem soçobrar, pede ao mar da nossa ignorância que se acalme, a fim de caminharmos sob as águas turbulentas, como o fez Pedro.

Acalma a ventania das paixões que nos envilecem egoisticamente.

Misericórdia, Timoneiro de Deus, pois desejamos abandonar o porão das trevas humanas para estar contigo sob as estrelas da esperança, no convés da nau do Seu Evangelho Redentor.


Mensagem pelo espírito José do Patrocínio
Médium Adeilson Salles

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Mediunidade - Possibilidades e Desafios (Jorge Hessen)



A mediunidade, digamos natural, é uma faculdade psicofísica presente em todas os seres humanos. Porém, nem todos percebemos a presença ostensiva dos Espíritos. É uma percepção à qual Charles Richet chamou de “sexto sentido”. Ela sempre esteve presente na História da humanidade desde as épocas mais recuadas. O surto de manifestação dos fenômenos mediúnicos é efeito natural da maior incidência dos Espíritos sobre os homens.

Allan Kardec diz que não se deve lidar com a mediunidade sem conhecê-la. Aquele que frequenta uma casa espírita com a exclusiva intenção de servir apenas no campo da mediunidade não entendeu ainda o papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a oportunidade que está tendo de servir com equilíbrio na Causa do Bem. Uma Casa espírita proporciona muitas tarefas diversificadas no campo da evangelização, da assistência social, da divulgação, da administração etc.

Médium ignorante, em desequilíbrio, é médium obsedado. O grande tratamento para este mal (obsessão) que hoje dizima milhões de criaturas que se encontram em estado de psicopatologia degenerativa, com desequilíbrio da personalidade e da própria vida mental, repetimos, é o estudo da mediunidade e o trabalho cristão. O Espiritismo oferece ao homem a direção moral para que ele, erguendo-se na ordem psíquica moral e emocional, passe a sintonizar com os espíritos evoluídos de cujo contato sobrevirão efeitos aprazíveis.

A mediunidade esteve presente em Francisco de Assis; contudo, igualmente esteve presente nos seres mais aberrantes da humanidade. Nabucodonosor pereceu sob o látego da possessão (licantropia). Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo. Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos frequentemente, até que lhe exumaram os despojos para a incineração. Há notícias que revelam ter sido Adolfo Hitler portador de uma mediunidade especialmente exercida em Berlim, no grupo de Tullis, entre os anos de 1914 e 1918. A mediunidade, portanto pode acentuar estados psicopatológicos muito graves por desequilíbrio do indivíduo.

Mas a mediunidade potencializou as energias espirituais de uma Tereza d’Ávila, de uma admirável Rita de Cássia, de uma abnegada irmã Dulce da Bahia, de um “cisco” Cândido Xavier ou tantas outras personalidades que na história conseguiram atrair o pensamento universal pela síntese do amor e pelo intercâmbio com os Espíritos elevados.

A mediunidade, hoje tão vulgarizada pelas novelas da tevê, é ainda pouco compreendida pelos cristãos, não obstante esteja muito bem descrita nos Atos dos apóstolos, mormente nas assertivas de Paulo quando cita os dons e os carismas dos médiuns. Escreve o Convertido de Damasco que uns veem, outros ouvem, outros falam, outros profetizam e outros curam. Ora, os dons nomeados por Paulo e os carismas nada mais são que a mediunidade.

Nos tempos apostólicos a mediunidade atinge a culminância desde o famoso dia de Pentecoste, em que foram produzidos diversos fenômenos físicos tais como sinais luminosos e vozes diretas, psicofonia e xenoglossia. Naqueles áureos idos históricos o magnetismo curativo através do passe era muito exercitado. Através de Jesus, muitos fenômenos ocorreram. Em Cafarnaum e Jericó O Cristo aplica o passe aos cegos; em Betsaida (piscina de Siloé) levanta os paralíticos; em Gerasa liberta possessos.

Paulo, através da clarividência, vê o próprio Cristo e se converte definitivamente nas portas de Damasco. Nos domínios dos fenômenos de efeitos físicos notamos Jesus no rio Jordão diante do fenômeno de pneumatofonia (voz direta) durante o célebre batismo. Nas bodas de Caná, Jesus transforma água em vinho. Em Betsaida e Gerasa o Mestre divino promove a multiplicação dos peixes e pães pelo processo de transubstanciação. Em Genesaré o meigo nazareno caminha sobre as águas no processo de levitação. No Tabor o Governador da Terra promove a transfiguração. Na Galileia abranda a tempestade. Sob o império dos fenômenos de efeitos intelectuais, Jesus antevê a Sua crucificação, prevê a negação de Pedro, pressagia a traição de Judas e previne a dispersão do povo judeu. No jardim de Getsamani provoca o fenômeno de clarividência e clariaudiência.

Nos tempos do Calvário os apóstolos (na condição de médiuns) sofriam inquéritos e terríveis perseguições: Pedro e João são presos; Estevão é morto a pedradas; Tiago, filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada; Paulo é decapitado na via Ápia, em Roma; Pedro é crucificado. Mesmo sofrendo profunda estagnação e desvios, o “Cristianismo” nos presenteia com belos fenômenos mediúnicos: Tertuliano, através da sua bacia, profetiza; Francisco de Assis tem visões arrebatadoras; Lutero tem visões aterradoras; Teresa d'Ávila viaja em desdobramentos; José de Cupertino promove a levitação diante do papa Urbano III; Antônio de Pádua trazia a bicorporeidade.

Detalhe importante: a mediunidade não traz regalia a ninguém. Por oportuno, lembramos o exemplar histórico de Chico Xavier. Ele que aos 15 anos ficou órfão, aos 8 trabalhava à noite numa fábrica de tecidos, aos 12 ralava num empório, e laborou por 32 anos como escriturário no ministério da agricultura. Chico, durante três anos (dos 12 aos 15) foi acometido de coreia, ou mal de São Guido. Na década de 40 o “Mineiro do século” foi acionado judicialmente pela família de Humberto de Campos. Logo depois, como se não bastassem tantos desafios, foi submetido a uma cirurgia de hérnia estrangulada. Em 1958 teve que mudar-se para Uberaba por causa dos escândalos provocados por um sobrinho atormentado. O médium mineiro era cego de um olho e carregava uma catarata no olho esquerdo, e ainda sofria de constantes ataques de angina, e muito mais.


Infelizmente há pessoas que ao sentirem influência dos Espíritos creem que por isso estão prontas para lidar com os seres do além-tumba. Comumente não aceitam a ideia de que precisam se instruir sobre o tema. Qualquer médium que não tiver os cuidados necessários com a sua edificação moral e se colocar a serviço do intercâmbio sem o devido preparo e conhecimento cairá fatalmente presa de Espíritos perversos. Ninguém é obrigado a “desenvolver” a mediunidade. É absurda a ideia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes psíquicos. Naturalmente, os médiuns ostensivos, que já demonstram algum “sinal” desde cedo, devem ser submetidos obrigatoriamente ao estudo disciplinado e à orientação doutrinária dentro de um centro espírita que possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade.
 
 
Fonte: Jorge Hessen, estudando o espiritismo

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Como lidar com as emoções negativas



Na composição integral do ser humano, a ciência identifica as dimensões física, psíquica, social e espiritual como sendo, basicamente, as principais que possuímos. Mesmo que em algumas abordagens filosóficas e antropológicas apareçam mais ou menos dimensões, trataremos, por ora, dessas quatro.

No geral, o desejo humano tende a buscar somente o lado positivo de cada uma dessas dimensões, às vezes num afã quase neurótico por saúde, beleza, alegria, euforia, êxtase etc. Assim, se estamos em um ambiente social, queremos nos sentir amados e acolhidos, buscamos ser bem vistos pelas pessoas que estão por perto. Se num ambiente profissional, desejamos o reconhecimento por nossos feitos, os feedbacks positivos dos superiores etc.  Também queremos – às vezes exigimos – aceitação do nosso parceiro afetivo quando estamos numa “bad”, queremos elogios quando tiramos boas notas ou apresentamos um bom trabalho acadêmico e por aí vai.

Se fizermos um honesto exame de consciência, muito provavelmente nos identificaremos com alguns ou muitos desses exemplos. Entretanto, a proposta que faço aqui é para olharmos com mais receptividade para situações tão humanas quanto a alegria, o prazer, o riso, a paz. Por que não acolher também a tristeza, a frustração, a raiva? Como diria o poeta Terêncio: “nada do que é humano me é estranho”; podemos alargar o significado dessa frase reconhecendo que tudo o que é humano pode agregar, trazer mistérios reveladores, apresentar novas realidades que antes estavam encobertas pela luz da harmonia.

Não precisamos buscar sofrimentos; inevitavelmente as dores se apresentam a todas as realidades humanas. Contudo, é possível fazer escolhas dentro das circunstâncias mais opacas e densas que somos levados a provar vez ou outra. A perda, o luto, o fracasso, a inveja, a vergonha e tantas outras emoções não precisam receber nossa invariável resistência e rejeição. Se adotarmos posturas de negação frente aos sentimentos menos agradáveis, provavelmente eles persistirão e se agravarão ao longo do tempo.

A proposta, assim, é lançar um novo olhar para as emoções negativas, e não apresentar resistência a elas. Assim como acolheríamos a alegria, podemos receber a tristeza como uma companheira que tem algo a dizer nesse determinado momento. Quanto tempo essa hóspede irá permanecer? Talvez o tempo da aprendizagem do novo, o tempo da quebra de um tijolo dentro do peito, quem sabe o espaço entre você e a maturidade, entre você e a verdadeira liberdade interior.

Se aparecer a inveja, o ciúme, permita-se um olhar profundo para dentro de si e pergunte-se: o que essas emoções têm a me dizer? Pergunte à angústia, à ansiedade: onde querem me levar? Que lugares dentro de mim devo olhar com mais cuidado, onde devo depositar mais amor, ternura, em quais cantos escuros devo me demorar com mais paciência? No final das contas, essas emoções tão facilmente rejeitadas, podem ser amigas que o auxiliarão a encontrar respostas e a despertar o lado criativo que há dentro de você.

Os momentos de passagem tendem a ser desafiadores. Angustiamo-nos quando não enxergamos o outro lado do caminho, quando falta o horizonte e os consolos. Entretanto, se nos dispusermos a abaixar nossas resistências ao que é inesperado e desagradável, haverá a oportunidade de descobrir que, quando estamos na sombra, podemos observar a luz com mais nitidez. E então, o novo se abrirá em forma de crescimento, maturidade, humildade, paz etc.

Coragem! A aventura do autoconhecimento certamente te levará para vales, montanhas, lagos e abismos, mas é um desafio que te fará mais autêntico, maduro e livre.


Por Milena Carbonari Krachevski
Fonte: Psicologias do Brasil

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Todos são Caminhos - Hammed

Ser Feliz - Hammed

As Emoções


A palavra emoção provém do verbo latino emovere, que significa mover ou movimentar, sendo, portanto, qualquer tipo de sentimento que produza na mente algum tipo de movimentação, que tanto pode ser positiva, negativa ou mesmo neutra.

Importantes na ocorrência desse fenômeno são o seu propósito assim como as suas consequências. Quando se direciona ao bem estar, à paz, à alegria de viver e de construir, contribuindo em favor do próximo, temo-la como positiva ou nobre, porque edificante e realizadora. No entanto, se inquieta, estimulando transtornos e ansiedade conduzindo nossa mente a distúrbios de qualquer natureza, temo-la negativa ou perturbadora, que necessita de orientação e equilíbrio.

Os resultados serão analisados pelos efeitos que produzam no indivíduo assim como naqueles com os quais convive, estabelecendo harmonia ou gerando empecilhos.

São as emoções responsáveis pelos crimes hediondos, quando transtornadas, assim como pelas grandes realizações da Humanidade, quando direcionadas para os objetivos dignificantes do ser.

No primeiro caso, desfruta-se da alegria de viver e de produzir o bem, enquanto que, no segundo, proporciona sofrimento e angústia, desespero e consumpção.

Para um ou outro objetivo são necessárias ferramentas específicas, tais como o amor, a bondade, a compaixão, a gentileza, a caridade, a fim de se lograr os resultados nobres, ou, do contrário, a ira, a cólera, o ódio, o ressentimento, a desonestidade, que levam ao crime e a todas as urdiduras do mal.

No primeiro caso encontramos a nobreza de caráter e dos sentimentos edificantes, enquanto que, no segundo, constatamos a pequenez moral, o primarismo em que se detém o ser humano.

As emoções, do ponto de vista psicológico, podem ser agradáveis ou perturbadoras, estabelecendo identidades, tais como aproximação, medo, repugnância e rejeição.

O importante, no que concerne às emoções, é o esforço que deve ser desenvolvido a fim de que sejam transformadas as nocivas em úteis.

Quando se expressam prejudiciais, o indivíduo tem o dever de trabalha-las, porque alga em si mesmo não se encontra saudável nem bem orientado. Ao invés de dar expansão às sujas tempestades interiores, deve procurar examinar em profundidade a razão pela qual assim se encontra, de imediato, tentando alterar-lhe o direcionamento.

As emoções têm sua origem nas experiências anteriores do ser, que se permitiu o estabelecimento de paisagens internas de harmonia ou de conflitos.

Não se deve lutar contra as emoções, mesmo aquelas denominadas prejudiciais, antes cabendo o esforço para desviar-se a ocorrência daquilo que possa significar danos em relação a si mesmo ou a outrem.

Inevitavelmente ocorrem momentos em que as emoções nocivas assomam volumosas. A indisciplina mental e de comportamento abrem-lhes espaços para que se expandam, no entanto, a vigilância ao lado do desejo de evitar-se danos morais oferece recurso para impedir-lhe as sucessivas consequências infelizes.

Nem sempre é possível evitar-se ocorrências que desencadeiam emoções violentas. Pode-se, porém, equilibrar o curso da sua explosão e o direcionamento dos seus efeitos.

Raramente alguém é capaz de permanecer emocionalmente neutro em uma situação conflitiva, especialmente quando o seu ego é atingido. Irrompe, automaticamente, a hostilidade, em forma de autodefesa, de acusação defensiva, de revide...

Pode-se, no entanto, evitar que se expanda o sentimento hostil, administrando-se as reações que produz, mediante o hábito de respeitar o próximo, de te-lo em trânsito pelo nível de sua consciência, se em fase primária ou desenvolvida.

Torna-se fácil, desse modo, superar o primeiro impacto e corrigir-se o rumo daquele que se transformou em emoção de ira ou de raiva...

***
Se tomas consciência de ti mesmo, dos valores que te caracterizam, das possibilidades de que dispõe, é possível exercer um controle sobre as tuas emoções, evitando que as perniciosas se manifestem ante qualquer motivação e as edificantes sejam equilibradas, impedindo os excessos que sempre são prejudiciais.

Quando são cultivadas as reminiscências das emoções danosas, há mais facilidade para que outras se expressem ante qualquer circunstância desagradável. Como não se pode nem se deve viver de experiências transatas, o ideal é diluir-se em novas experiências todas aquelas que causaram dor e hostilidade.

Isso é possível mediante o cultivo de pensamento de paz e de solidariedade, criando um campo mental de harmonia, capaz de manifestar-se por automatismo, diante de qualquer ocorrência geradora de aflição.

Gandhi afirmava que não deve matar o indivíduo hostil, mas matar a hostilidade nesse indivíduo, o que corresponde ao comportamento pacífico encarregado de desarmar o ato agressivo de quem se faz adversário.

Eis por que a resistência passiva consegue os resultados excedentes da harmonia. Provavelmente, ou outro, o inimigo, não entenderá de momento a não violência daquele a quem aflige, mas isso não é importante, sendo valioso para aquele que assim procede, porque não permite que a insânia de fora alcance o país da sua tranquilidade interior.

A problemática apresenta-se como necessidade de eliminar os sentimentos negativos, o que não é fácil, tornando-se mais eficiente diluí-los mediante outros de natureza harmônica e saudável.

Acredita-se que a supressão da angústia, da ansiedade, da raiva proporciona felicidade. Não será o desaparecimento de um tipo de emoção que fará com que se desfrute imediatamente de outra. A questão deve ser colocada de maneira mais segura, trabalhando-se, sim, pela eliminação das emoções perturbadoras, porém, ao mesmo tempo, cultivando-se e desenvolvendo-se aquelas que são as saudáveis e prazenteiras.

Não se torna suficiente, portanto, libertar-se daquilo que gera mal estar e produz decepção, mas agir de maneira correta, a fim de que se consiga alegria e estímulo para uma vida produtiva.

Viver por viver é fenômeno biológico, automático, no entanto, é imprescindível viver-se em paz, bem viver-se, ao invés do tradicional conceito de viver de bem com tudo e com todos, apoiado em reservas financeiras e em posições relevantes, sempre transitórias...

Pensa-se que é uma grande conquista não se fazer o mal a ninguém. Sem dúvida que se trata de um passo avançado, entretanto, é indispensável fazer-se o bem,promover-se o cidadão, a cultura, a sociedade, ao mesmo tempo elevando-se moralmente.

Quando se está com a emoção direcionada ao bem e à evolução moral, o pensamento torna-se edificante e tudo concorre para a ampliação do sentimento nobre. O inverso também ocorre, porquanto o direcionamento negativo, as suspeitas que se acolhem, a hostilidade gratuita que se desenvolve, contribuem para que o indivíduo permaneça armado, porque sempre se considera desamado.

Mediante o cultivo das emoções positivas, aclara-se a percepção da verdade, das atitudes gentis, dos sentimentos solidários, enquanto que a constância das emoções prejudiciais faculta a distorção da óptica em torno dos acontecimentos, gerando sempre mau humor, indisposição e malquerença.

Quando se alcançar o amor altruísta haverá o sentimento da real fraternidade e o equilíbrio real no ser que busca de si mesmo e de Deus.

***
Jesus permanece como sendo o exemplo máximo do controle das emoções, não se deixando perturbar jamais por aquelas que são consideradas perniciosas. Em todos os Seus passos, o amor e a benevolência, assim como a compaixão e a misericórdia estavam presentes, caracterizando o biótipo ideal, guia e modelo para todos os indivíduos.

Traído e encaminhado aos Seus inimigos, humilhado e condenado à morte, não teve uma emoção negativa, mantendo-se sereno e confiante, lecionando em silêncio o testemunho que é pedido a todos quantos se entregam a Deus e devem servir de modelo à Humanidade.

Não se podendo viver sem as emoções, cuidar daqueles que edificam em detrimento das que perturbam, tal é a missão do homem e da mulher inteligentes na Terra.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 09 de março de 2009, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia, publicada em "Reformador" de junho de 2009).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Pensamento de Léon Denis sobre a Razão

Sobre a razão

A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra. A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interior.

Léon Denis
Fonte: Evangelho do Amor

Depoimento de Célia Diniz - As mães de Chico Xavier

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Os Desertores - ALLAN KARDEC



Observações. — Publicamos, como complemento deste artigo, uma instrução dada, depois de sua entrada no mundo espiritual. Por Allan Kardec.

Parece-nos interessante juntar às páginas eloquentes que aí ficam, a opinião atual daquele que foi, por excelência, o organizador da nossa filosofia.

Paris, novembro de 1869

Quando me achava corporalmente entre vós, muitas vezes disse que seria de grande interesse fazer a história do Espiritismo. Mantenho esta opinião, e os elementos, que reuni para aquele fim, servirão um dia para ver o meu pensamento realizado.

Com efeito, acho-me em condições de apreciar melhor que ninguém, o curioso espetáculo operado pelo descobrimento e vulgarização de uma grande verdade. Outrora pressentia, hoje conheço a ordem maravilhosa e a inconcebível harmonia, que presidem à concentração dos documentos necessários para a organização da nova obra.

A benevolência, a boa vontade, a dedicação de uns; a má fé, a hipocrisia, as artimanhas maldosas de outros; tudo isto concorre para a estabilidade do edifício, que se ergue.

Nas mãos das potências superiores, que presidem a todos os progressos, se tornam instrumento de elaboração as resistências inconscientes ou simuladas, os ataques, que têm por fim semear o descrédito e o ridículo.

O que não é feito! Que meios não empregaram para sufocar a idéia nova!

O charlatanismo e a superstição, à porfia, tentaram apossar-se desses princípios, para explorá-los em seu proveito; todos os raios da imprensa foram lançados sobre nós; converteram em derisão as mais respeitáveis coisas; ao Espírito do mal atribuíram os ensinos dos Espíritos mais dignos de admiração e veneração universais e, no entanto, todos esses esforços congregados, esta coligação de todos os interesses feridos, só serviram para provar a impotência dos nossos adversários. É ao calor dessa luta incessante contra os preconceitos estabelecidos, contra os erros enraizados, que aprendeis a conhecer os homens.

Quando me entreguei à minha obra predileta, sabia que me expunha ao ódio, à inveja, ao ciúme. O caminho estava semeado de dificuldades sempre crescentes. Não podendo refutar a doutrina, atacavam o homem; mas falhava ainda esta arma, porque eu tinha feito abnegação da minha personalidade. Que me importavam os botes da calúnia, se a minha consciência e a magnitude da empresa me tornavam insensível às urzes e espinhos do caminho?

Os testemunhos de simpatia e estima, que recebia dos que me apreciavam, era a maior recompensa a que aspirava. Ah! quantas vezes teria eu vergado ao peso da carga, se a afeição e o reconhecimento de muitos não me tivessem feito esquecer a ingratidão e a injustiça de alguns?

Se os ataques dirigidos contra mim sempre me encontravam insensível, devo dizer que era penosamente afetado, todas as vezes que encontrava falsos amigos naqueles de quem mais devia esperar.

Se me é lícito censurar os que tentaram explorar o Espiritismo, ou desnaturá-lo em seus escritos, sem o prévio e necessário estudo; mais justa é a censura feita àqueles que, depois de haverem assimilado os altos princípios, não se contentaram com retrair-se, mas tornaram-se os seus mais intransigentes detratores!

É sobretudo para os desertores desta categoria que é preciso evocar a misericórdia divina, porque eles voluntariamente apagaram o facho que os esclarecia e com a ajuda do qual podiam esclarecer a outros. Esses pobres infelizes perdem a proteção dos bons Espíritos e temos a dolorosa experiência de que, de queda em queda, chegam à mais penosa situação. Ao tornar ao mundo dos Espíritos, tive a ocasião de encontrar alguns desses infelizes. 

Agora arrependem-se e choram pela sua inação e má vontade; mas não podem reparar o tempo perdido!... Voltarão à Terra com a firme resolução de concorrer ativamente para o progresso; mas terão de lutar com as velhas tendências, até que consigam vencê-las.

Poderíamos ser levados a crer que os espíritas de hoje, esclarecidos por esses exemplos, evitariam incorrer nos mesmos erros. Assim não será porém. Por muito tempo ainda haverá falsos irmãos e fingidos amigos; estes porém não conseguirão, como não o conseguiram outros antes deles, afastar o Espiritismo da sua estrada. Se causam algumas perturbações momentâneas e puramente locais, não farão periclitar com isto os fundamentos da doutrina; pelo contrário, os espíritas devotados terão em seus erros novo estímulo para o trabalho e, agindo de concerto com os Espíritos superiores, que dirigem as transformações humanas, avançarão a passos rápidos para os tempos felizes prometidos à humanidade regenerada.


Fonte: Seara Espírita

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Espelho Mental




"6. O espírito que se comunica por um médium transmite diretamente seu pensamento, ou esse pensamento tem por intermediário o espírito encarnado do médium?

É o espírito do médium que o interpreta, porque está ligado ao corpo que serve para falar, e é preciso um laço entre vós e os espíritos estranhos que se comunicam, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia ao longe, e no fim do fio uma pessoa inteligente a recebe e a transmite". (L.M. - Cap. XIX, Segunda Parte, item 223) 



Os Espíritos foram claros ao dizer que o espírito do médium é o intérprete de seus pensamentos.

Sendo intérprete dos pensamentos dos espíritos comunicantes, é natural que a mensagem transmitida contenha algo do médium, assim como o espelho que reflete uma imagem o faça de acordo com as suas possibilidades.

Um espelho embaçado ou partido evidentemente refletirá imagem com tais distorções, embora o objeto refletido se mantenha ínegro.

O espelho mental do médium, portanto, é de fundamental importância no processo das comunicações intelectuais.

Semelhante às águas de um lago, o médium necessita zelar pela sua serenidade mental, para que a mensagem dos espíritos se reflita com a fidelidade possível.

É importante que o medianeiro, principalmente nas horas que antecedem uma reunião mediúnica, se preserve de abalos emocionais, de conversas desgastantes, de leituras exaustivas, de programas televisivos ou radiofônicos.

O ideal seria que o médium, preparando-se para uma tarefa, pudesse ouvir alguma música suave, de preferência orquestrada.

É lógico que a preparação maior do médium deve acontecer no dia-a-dia; mas, como sobre a Terra ninguém consegue fugir às lutas, poucas horas em que ele consiga se isolar dos problemas serão de grande valia para que os espíritos não encontrem tantos obstáculos mentais...

Compararíamos, ainda, a mente do médium a uma janela do tipo veneziana. Não raro, os nossos pensamentos conseguem alcançá-lo somente através de algumas poucas frestas... E devemos nos contentar com essa reduzida possibilidade, como igualmente o médium.

Muitos medianeiros manifestam a sua contrariedade por não lograrem resultados mais positivos com as suas faculdades; ora, se eles não nos oferecem melhores condições de trabalho, com que direito esperariam mais de nossa parte?!...

Diremos mesmo, sem qualquer preocupação com a modéstia, que nós, os desencarnados, até temos feito muito, em face das condições de trabalho que nos são oferecidos.

Às vezes, para conseguirmos escrever algumas linhas por dia através de um médium psicógrafo, precisamos postar-nos junto a ele quase que dia inteiro, à espera que encontre tempo para nós e nos ofereça sintonia.

Os confrades espíritas reclamam da pequena produção de romances mediúnicos, mas onde estarão os médiuns que, além de predisposição natural para Literatura, tenham paciência suficiente para recebê-los?!...

Para muitos espíritos, tem sido desanimadora a tarefa de tutelar um médium.

Além destes obstáculos apontados por nós, existem aqueles outros que se encarregam de criar os espíritos interessados em conturbar o intercâmbio positivo entre os dois mundos.

A facilidade com que os médiuns refletem os pensamentos dos espíritos infelizes é impressionante! Acontece, inclusive, que pelas "frestas da veneziana" a que nos referimos o médium, oscilando na sintonia, capte ao mesmo tempo, ideias que lhe são sugeridas pelos espíritos amigos e ideias que lhe vêm dos espíritos perturbadores. Por isto, numa mensagem podemos encontrar um pensamento de grande conteúdo filosófico e outro constituído de banalidades.

Para entendermos melhor o fenômeno a que acabamos de nos referir, recorramos à imagem do rádio em que uma emissora vê-se "invadida" por outra em sua própria frequência...

A frequência mental em que o médium procura manter-se em sintonia, estável em suas emoções, tem significado fundamental na mediunidade.

Como percebemos, o assunto é complexo, mas não devemos nos entregar ao desalento.

A mente vige na base de tudo, e, se queremos êxito em nossos empreendimentos, busquemos o equilíbrio.

Só de os médiuns tomarem consciência do que expomos será de grande proveito, porque, assim, poderão manter-se vigilantes e aprender a "selecionar" as ideias que captam.

Creiam que nós, espíritos comunicantes, também estamos sujeitos a essas oscilações mentais e não é igualmente sem grande esforço que conseguimos sustentar a sintonia na transmissão que desejamos.



Livro: Somos Todos Médiuns, Capítulo 18, por Carlos A. Bacelli/Odilon Fernandes.
Fonte: CELD - Centro Espírita Léon Denis

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Implacáveis Tecelões



"(...) A cada um será dado segundo as suas obras". - Jesus. (Mt., 16:27.)


Joanna de Ângelis nos ensina¹:

          "(...) O ser integral é viajante da Eternidade realizando o seu progresso etapa-a-etapa... Desde sua criação experimenta as incessantes transformações que o fazem desabrochar, arrebentando a masmorra em que se encarcera e crescendo na busca da sua destinação eterna - a perfeição relativa - que ainda não lhe é dado vislumbrar por falta de recursos e aptidões que lhe capacitem o entendimento em profundidade.



Cada realização conseguida se lhe insculpe de forma irrecusável nas tecelagens mais delicadas da organização sutil, que é o perispírito, o veículo modelador que lhe programa os futuros comportamentos para o processo de adiantamento moral no campo da matéria. Constituído de energia específica e plasmática, esse corpo intermediário encarrega-se de registrar todas as ocorrências morais e mentais que deverão consubstanciar a futura forma, o mecanismo de recuperação, o instrumento de conversão de valores que são necessários, tendo em vista a própria depuração.

Face à conduta durante a existência física, de certo modo vão sendo delineados os processos para a libertação pelo veículo da morte, cuja ocorrência é muito mais grave do que pode parecer ao observador menos cuidadoso.

Morre-se ou desencarna-se conforme se vive. Os pensamentos e os atos são implacáveis tecelões que se responsabilizam pelo deslinde final que liberta o Espírito do corpo. Desse modo, a ocorrência terminal, encarregada de produzir a desencarnação, é resultado de todo o processo vivido durante o estágio orgânico. Cada qual experimenta o curso libertador de acordo com o procedimento mantido enquanto encarnado, o que se lhe transforma em futuros programas existenciais.

Uma morte violenta não apenas produz grande perturbação, como também poderá responder pelo difícil porvindouro processo de renascimento corporal.

O suicídio, largamente programado, produz-lhe fundos traumas, elaborando uma próxima reencarnação que se lhe torna muito sofrida, desde a gestação com numerosas complicações antes e durante o parto, isto quando não é malograda por insucessos dolorosos. O enforcamento, por exemplo, elabora um renascimento sob a constrição do cordão umbilical em grave asfixia; o envenenamento estabelece o recomeço sob lesões cerebrais irrecuperáveis resultantes da anóxia; o afogamento gera ruptura da placenta antes do parto; o despedaçamento do corpo, porque se atirou das alturas ou sob veículos pesados, ou mutilações propositais, programa retorno sob posição inadequada, com impossibilidade de liberação, ou dá lugar a deformações congênitas, tais como desestruturação do conjunto orgânico e outras anomalias graves...

A forma angustiante do renascimento não impede, antes se vincula à existência que se fará assinalar pelos efeitos danosos do autocídio, que é sempre um mecanismo vergonhoso e cruel para o Espírito que força ausentar-se da matéria. Ninguém, portanto, se evade impunemente dos deveres, sem que não volte a encontrá-los mais complexos e exigentes para serem solucionados. São as condutas suicidas que respondem pelos processos degenerativos a que são submetidos muitos indivíduos que passam na Terra, a arrostar as consequências dessa insânia, dessa rebeldia contra as Soberanas Leis.

O ato desastroso, mediante o qual o infrator deseja fugir da consciência, mais se lhe fixa, impondo repetição do fenômeno da morte para aprender como respeitar os impositivos da Vida. Por outro lado, quando a partida da Terra se dá por acidentes que produzem grande pavor, esses podem comprometer o futuro retorno à matéria através de sofrimento cáustico que, por sua vez, se refletirá como aflições incessantes durante a jornada porvindoura, apresentando dores e conflitos inquietantes.


A criatura humana está sempre a semear e a colher dentro de um fatalismo de que não se pode evadir, porquanto o mesmo constitui o meio salutar e único para o desenvolvimento de todos os valores que se lhe encontram ínsitos".

Nossos atos vão, pois, insculpindo nas malhas sutis do perispírito o nosso mapa cármico. Melhor será colori-lo com as tintas suaves e delicadas da humildade e da modéstia e com todo o "dégradé" de cores constituído pelos imarcescíveis tesouros das virtudes...

Jesus disse que uma árvore seria conhecida pelos seus frutos. Ampliando tais conceitos, afirma Luís²:



"(...) É assim, meus irmãos, que deveis julgar; são as obras que deveis examinar. Se os que se dizem investidos de poder divino revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se possuem no mais alto grau as virtudes cristãs e eternas: a caridade, o amor, a indulgência, a bondade que concilia os corações; se, em apoio das palavras, apresentam os atos, podereis então dizer: Estes são realmente enviados de Deus.

Desconfiai, porém, das palavras melifluas, desconfiai dos escribas e dos fariseus que oram nas praças públicas, vestidos de longas túnicas. Desconfiai dos que pretendem ter o monopólio da verdade! Não, não, o Cristo não está entre esses, porquanto os que Ele envia para propagar a Sua santa doutrina e regenerar o Seu povo serão, acima de tudo, seguindo-Lhe o exemplo, brandos e humildes de coração; os que hajam, com os exemplos e conselhos que prodigalizem, de salvar a Humanidade, que corre para a perdição e pervaga por caminhos tortuosos, serão essencialmente modestos e humildes. De tudo o que revele um átomo de orgulho, fugi, como de uma lepra contagiosa, que corrompe tudo em que toca. Lembrai-vos de que cada criatura traz na fronte, mas principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade".


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¹  Divaldo Franco. Dias Gloriosos. Salvador: Leal, 1999, cap. 16.
²  Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XXI, item 8.


Fonte: O Médium, espiritismo para você, nº 694, nov./dez.2013.
Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora, por Rogério Coelho

Em nome do Amor



O amor é o divino Hálito que mantém a vida em todas as suas expressões e preserva o equilíbrio do universo por meio das forças que o sustentam.

Sem dúvida, a conceituação apresentada por João Evangelista, informando que Deus é amor, torna-se perfeitamente compatível com a definição dos Espíritos superiores, respondendo ao nobre codificador do Espiritismo, conforme exarada na questão de número 1, em O livro dos espíritos: "Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".

Isso porque somente o amor é possuidor dos requisitos essenciais à Criação e à manutenção de todas as coisas...

O inolvidável Rabi galileu, em razão da grandeza do seu conteúdo, fez do amor a condição essencial à vida, propondo a inesquecível diretriz sobre "Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".

Desse modo, o amor deve reger todos os sentimentos, atos e condutas do ser humano, a fim de que alcance a sua plenitude.

Mediante o amor, todos os desafios se tornam de fácil enfrentamento e as suas soluções, menos aflitivas, por mais graves que se apresentem.

Pensando sempre em Deus, no próximo e tocado por essa essência sublime, o ser humano consegue alcançar as cumeadas da evolução, superando os impedimentos que muitas vezes tentam cercear-lhe a marcha, gerando sofrimentos e desencantos.

Entende com facilidade o processo de crescimento interior, evitando a postura de martírio, de autocompaixão ou de revolta, de agressividade, para construir o bem em si próprio e tornar-se-lhe mensageiro responsável.

Quando, assim acontece, a autoiluminação ocorre com naturalidade e o Espírito de serviço impulsiona-o ao trabalho de edificação da paz e do progresso em todo lugar, em todas as criaturas. [...]



por Bezerra de Menezes
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã
de 4 de maio de 2012, na Mansão do Caminho, em Salvador - BA.)