Eternidade

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Magnetismo: Conceito e Aplicação

 

1. MAGNETISMO: CONCEITO E APLICAÇÃO


1.1 Magnetismo

Trata-se de uma propriedade da matéria, presente em algumas substâncias. O nome "magnetismo" vem de Magnésia, cidade da Ásia Menor (atual Turquia), onde existia um minério chamado magnetite, conhecido como pedra-ímã ou pedra magnética, e que possuía a propriedade de atrair objetos ferrosos. O magnetismo, conhecido pelos chineses desde a Antiguidade, era por eles aplicado nas bússolas que usavam em seus deslocamentos, já que as agulhas magnéticas sempre se orientam no sentido do eixo terrestre Norte-Sul-Magnético, que é próximo do eixo terrestre Norte-Sul-Geográfico.¹²

Possuímos, na Terra, as chamadas substâncias mgnéticas naturais e ainda aquelas que podem adquirir semelhantes qualidades artificialmente, como sejam mais destacadamente o ferro, o aço, o cobalto, o níquel e as ligas que lhes dizem respeito, merecendo especial menção o ferro doce, que mantém a imanização apenas no curso de tempo em que se acha submetido à ação magnetizante, e o aço temperado, que se demora imanizado por mais tempo, depois de cessada a ação referida, em vista de reter a imanização remanente. ¹º

O Espiritismo nos esclarece que o magnetismo é um fluido, ou energia radiante, originário do fluido cósmico universal. Sob forma de princípio vital, o fluido magnético é também chamado de fluido elétrico animalizado ou fluido nervoso.²  Na verdade, o fluido vital, magnético ou animalizado, é um fluido intermediário existente entre o Espírito, propriamente dito, e a matéria.³

Sobre o magnetismo, nos esclarece o Espírito Emmanuel:  O magnetismo é um fenômeno da vida, por constituir manifestação natural em todos os seres. Se a ciência do mundo já atingiu o campo de equações notáveis nas experiências relativas ao assunto, provando a generalidade e a delicadeza dos fenômenos magnéticos, deveis compreender que as exteriorizações dessa natureza, nas relações entre os dois mundos, são sempre mais elevadas e sutis, em virtude de serem, aí, uma expressão de vida superior.¹¹

O magnetismo se expressa de diferentes formas: há o fluido animal, o espiritual, o vegetal, o mineral, etc. Sendo assim, no Codificador do Espiritismo: A vontade desenvolve o fluido, seja animal, seja espiritual, porque, como sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus. 5


1.2 Fluido magnético

O fluido magnético pode ser considerado sinônimo de fluido vital, ou, no mínimo, efeito deste. Para uns, o princípio vital é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. Segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc.² O fluido magnético de uma pessoa pode envolver outra, influenciando-a. Atua também sobre as células do organismo - particularmente as sanguíneas e os histocitárias [localizados nos tecidos] - determinando-lhes o nível satisfatório, a migração ou a extrema mobilidade, a fabricação de anticorpos ou, ainda, a improvisação de outros recursos combativos e imunológicos, na defesa contra as invasões bacterianas e na redução ou extinção de processos patogênicos, por intermédio de ordens automáticas da consciência profunda [Espírito]. 9 

 O fluido magnético [...], condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico.¹ Dessa forma, a energia magnética transmitida por alguém atua no perispírito do beneficiário e, daí, chega ao corpo físico. Os princípios reparadores penetram o perispírito e o corpo físico, passando por vias específicas que o Espírito André Luiz denomina "centros de força". O nosso perispírito possui sete principais centros de força principais, que se conjugam nas ramificações dos plexos do sistema nervoso: coronário, cerebral, laríngeo, cardíaco, esplênico, gástrico e genésico.

O fluido magnético [...] age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos; nada há, pois, de admirável que possa modificar o estado de certos órgãos; mas igualmente se compreende que sua ação, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade; daí as expressões "bom ou mau fluido; fluido agradável ou penoso". Na ação magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e esse fluido, que não é senão o perispírito, sabe-se que participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre influência moral do Espírito. É, pois, impossível que o fluido próprio do encarnado seja uma pureza absoluta, razão por que sua ação curativa é lenta, por vezes nula, por vezes nociva, porque pode transmitir ao doente princípios mórbidos. 6


1.3 Magnetizador e médium curador

Magnetizador é uma pessoa que, manipulando o fluido magnético, produz efeitos mais ou menos patentes. Em geral, o magnetizador, propriamente dito, é considerado sinônimo de médium curador, porque ambos são pessoas capazes de veicular fluidos vitais. Entretanto há diferenças fundamentais, entre um e outro, segundo a concepção espírita. Pelo fato de um fluido ser bastante abundante e enérgico para produzir efeitos instantâneos de sono, de catalepsia, de atração ou de repulsão, não se segue absolutamente que tenha as necessárias qualidades para curar; é a força que derruba, e não o bálsamo que suaviza e restaura; assim, há Espíritos desencarnados de ordem inferior, cujo fluido pode mesmo ser maléfico, o que os espíritas a todo instante têm ocasião de constatar. Só nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria; está, de certo modo, quintessenciado; por conseguinte, sua ação deve ser mais salutar e mais imediata; é o fluido benfazejo por excelência. Visto que não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, faz-se mister pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar nas regiões distantes os remédios que não encontramos em nossa terra. O médium curador pouco emite de seu próprio fluido; sente a corrente do fluido estranho que o penetra e ao qual serve de "conduto"; é esse fluido que magnetiza, e aí caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem; o outro, dos Espíritos. Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, esta diferença capital: o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o flido depurado dos Espíritos; donde se segue que estes últimos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, por conseguinte, tirar a faculdade daquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caritativo, para dela fazer comércio. Quando Jesus disse aos apóstolos: "Ide! Expulsai os demônios, curai os enfermos", acrescentou: "Dai de graça o que de graça recebestes". 8

Existindo no homem em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas, a vontade tem servido tanto para curar quanto para aliviar. É lamentável sermos obrigados a constatar que, também, foi fonte de muitos males, mas é uma das consequências do abuso que, muitas vezes, o ser faz do livre-arbítrio. Os médiuns curadores possuem um gênero de mediunidade que [...] consiste, principalmente no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. [...] Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno, sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação. 4


REFERÊNCIAS
1. Kardec, Allan.  A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Cap. 14, item 31, p. 336.
2. __________. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 91. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Introdução II, p. 18.
3. __________. Questão 65, p. 93.
4. __________. O livro dos médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda parte, cap. 14, item 175, p. 225-226.
5. __________. Revista espírita. Jornal de estudos psicológicos. Ano 1864. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Ano VII, janeiro de 1864, nº 01, item: Médiuns curadores, p. 21.
6. __________. p. 22-23.
7. __________. p. 23.
8. __________. p. 24.
9. Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Evolução em dois mundos. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda parte, cap. 15 (Passe Magnético), p. 255.
10._________. Mecanismos da mediunidade. Pelo Espírito André Luiz. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 8 (Mediunidade e eletromagnetismo), item: Campo magnético essencial, p. 75.
11. Xavier, Francisco Cândido. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 26, p. 34.
12. http://geocities.yahoo.com.br/jcc5000/oqueemagnetismo.htm 
     

  



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