O Enfrentamento com a Treva – Compilado do
livro
Transição Planetária – Manoel P. de Miranda e Divaldo
Franco
Os membros, que foram convocados entre os encarnados, eram companheiros
adestrados no socorro aos Espíritos renitentes no mal e acostumados aos debates
que sempre se travam durante os atendimentos especializados. O médium Joseval,
que fora responsável pela dissertação da noite, veio trazido pelo mentor amigo,
apresentando significativa lucidez, acostumado como se encontrava com os
desdobramentos parciais pelo sono fisiológico e com as realizações espirituais
em nossa esfera de residência.
Nesse comenos, um dos vigilantes que se encontravam à porta de
entrada da instituição, veio notificar-nos que o grupo de rabinos judeus acercava-se,
apresentando-se de maneira pomposa, com indumentárias extravagantes e o sumo
sacerdote “Eliachim Ben Sadoch”, à frente, caminhava com orgulho mal
disfarçado, estampando uma carantonha de ódio e soberba.
Acolitado por mais de uma centena de outros chefes, igualmente
portadores de semblantes ferozes, alguns com visíveis deformações, deteve-se à
porta principal. Cães amestrados, que pareciam anteriormente seres humanos, ora
hipnotizados, assumindo formas animalescas, em razão da crueldade de que se
fizeram portadores durante as existências anteriores, evitavam que grande
número de adeptos e de vitimados pelos administradores da triste corte gerassem
qualquer embaraço.
Chegando à área fronteiriça à porta de entrada, tomaram ridícula
posição de combate, nos antigos moldes medievais, empunhando estranhos instrumentos
de guerra, e,
em gritaria selvagem quê repercutia em todo o ambiente, pareciam aguardar a voz
de comando. Veneranda entidade feminina acercou-se do fanfarrão desencarnado
e desarmou-o com a simplicidade das suas vestes, a irradiação de compaixão e
ternura,
convidando-o a adentrar-se no recinto, onde era aguardado com respeito e
afetividade, sendo permitida também a entrada de alguns membros do seu séquito
que, confessamos, era estranho e sombrio.
Carregando volumoso número de pergaminhos amarelecidos e gastos,
entregou-os a um dos auxiliares, seguindo após a anfitrioa gentil. Dez outros
sacerdotes das antigas seitas que se derivaram do judaísmo na Europa, igualmente tiveram
acesso à sala que os aguardava, enquanto ficavam, furibundos e agitados, os
demais membros da estranha caravana de honra e a malta de desesperados
servidores e subalternos.
Nesse comenos, o diretor espiritual dos trabalhos exorou a Jesus: Senhor
Jesus, Augusto Mestre: “Embora as sombras da ignorância predominem em nosso
mundo interior, permite que a sublime claridade do Teu inefável amor nos inunde
de esclarecimentos, libertando-nos da perversidade que persiste, dominadora. Não somos outros
Espíritos, senão aqueles réprobos que Te negamos, mais de uma vez, embora
situados nas fileiras do Teu Evangelho, assumindo compromissos perniciosos que
nos envergonham até este momento.
Hoje, novamente convocados pela Tua misericórdia, ao serviço
iluminativo, sentimos a fragilidade em que nos demoramos, e, por isso, deixamo-nos conduzir
pelas Tuas santas mãos, cobrindo as pegadas luminíferas que ficaram pelos
caminhos, sinalizando a Tua passagem pela Terra. Ajuda-nos, portanto, a ajudar,
socorrendo aqueles que foram nossas vítimas quando defraudamos a Tua mensagem,
infelicitados pelos interesses sórdidos da nossa mesquinhez.
Torna a nossa palavra, suave e enérgica, os nossos sentimentos,
elevados e meigos, a nossa mente, lúcida e compreensiva, a fim de que não venhamos
a dificultar a concretização dos Teus planos para com os infelizes, que somos
quase todos nós. Raiando a nova madrugada, propicia-nos a incomum felicidade de ampliar
os horizontes ainda em sombras para a luz da verdade de que Te fazes portador.
O irmão, que iremos receber, ao lado de outros que tombaram nos fossos
profundos do ódio, guarda as lembranças do que lhe fizemos ontem, quando
conspurcamos o Teu nome com as nossas paixões. Apieda-Te de todos nós, os Teus servos
humilíssimos, e sê conosco a partir deste momento, através dos Teus mensageiros
sublimes, a fim de que consigamos melhor contribuir na Tua seara fecunda. Que
assim seja!”
Ao silenciar, apresentava a emoção que a todos nos tomara. Uma
indescritível onda de paz dominava-nos a todos, que nos encontrávamos unidos em
suave harmonia de enternecimento.
Chegando ao recinto, devidamente protegido por correntes
fluídicas cuidadosamente distribuídas em torno do edifício e, em especial, da
sala mediúnica, o desafiador iracundo não pôde sopitar os sentimentos infelizes de
que se fazia portador, exigindo mais consideração e destaque, no que, certamente,
não pôde ser atendido.
Seja bem-vindo à Casa de Jesus, saudou-o, propositalmente, Dr. Sílvio,
demonstrando respeito e amizade. Não me fale esse nome — reagiu, totalmente
esfogueado, porquanto não tenho a mínima consideração por essa nefanda
criatura mitológica da tradição dos dominadores da Terra. E permitiu-se
estertorar em estrondosa gargalhada.
Embora houvesse reação de todos os recém-chegados, que se puseram a
blasfemar, Dr.
Sílvio acercou-se do médium Joseval, que se encontrava em semitranse, e, antes mesmo que o
sumo sacerdote se desse conta, foi atraído ao seu campo perispiritual, como uma limalha
de ferro à ação do ímã. O médium em incorporação atormentada, moveu-se, tomando uma atitude
arrogante, enquanto o Espírito gritava: “Caímos numa cilada típica dos nefastos
cristãos de todos os tempos. Avancem e ataquem os infelizes traidores, rápido...”
Movimentaram-se os demais convidados, sem qualquer
facilidade, porque as energias ambientais impediam-nos de tomar as atitudes
para as quais se haviam preparado, permanecendo imobilizados pelas vibrações
que lhes eram dirigidas por todos os presentes. Ante a impossibilidade, puseram-se a
gritar em situação deplorável de desespero, esperando ser ouvidos pelos
asseclas que permaneceram fora do recinto, e que os acompanharam, mantendo a
expectativa de uma batalha a céu aberto...
Dr. Sílvio manteve-se tranqüilo, e após muito breve momento entre
as acusações do comunicante e os seus acompanhantes, respondeu com bondade
irrepreensível: “Não tem fundamento a sua afirmação de que os traímos,
atraindo-os para uma cilada, porquanto, o desafio partiu do respeitável amigo, desafio que
aceitamos para um encontro de esclarecimento, não para uma batalha que
caracterizasse o Armagedom bíblico, a que se apega, em plano de vingança e de
guerra...”
Não ficarei aqui, reagiu com ferocidade, retorcendo-se nos equipamentos
mediúnicos, ouvindo suas arengas muito conhecidas minhas, vítima que fui, mais
de uma vez, dos argumentos mentirosos dos infames cristãos... Batamos em retirada. Muitas
vezes, o recuo é a melhor estratégia num combate, especialmente quando a tropa
é vítima da vilania e da sordidez do adversário que a atraiu para o fosso de
torpe armadilha.
Nunca os cristãos terão qualquer tipo de dignidade para o enfrentamento
com a verdade que se encontra na “Tora”, e jamais nas falsas palavras desse
adversário de Israel, que foi justamente castigado. Dr. Silvio: “Confesso-lhe, amigo e
irmão, que não existe em nós nenhum sentimento inferior em relação à sua
pessoa. Aceitando a sua oferta de decisão em torno da peleja que se alonga pela
noite de alguns séculos, o nosso, é o desejo da fraternidade e da paz.”
Reconhecemos o seu poder nas regiões infernais onde se homizia com
outros Espíritos que foram vilmente enganados e traídos no passado, quando ainda nos
encontrávamos dominados pela ferocidade das paixões inferiores. O tempo correu
na ampulheta das horas e todos mudamos, penso que, para melhor, porquanto, a
clara mensagem de Jesus, por fim, alcançou as paisagens da nossa mente e o país
dos nossos sentimentos.
Suplicamos-lhe, bem como a todos aqueles a quem magoamos, o perdão sincero,
reconhecendo o nosso erro lamentável e de graves conseqüências. Honestamente
arrependidos, desejamos demonstrar a nossa transformação moral, recebendo-o e a
todos quantos anelem pela paz que não fruem desde há muito, paz de que Jesus é
o único possuidor.
Não volte a pronunciar esse nome, revidou furibundo. Lamento não
poder atendê-lo, porque o servo não é maior do que o amo, nem o escravo melhor do
que o senhor. Jesus é o nosso Caminho, nossa Esperança de libertação total,
nosso Porto de segurança.
Fosse Ele tudo isso, resmungou, irônico, e eu não estaria aqui,
constrangido e impossibilitado de fazer o que me apraz, confirmando a minha
desconfiança em relação a Ele e à escória que O segue. Dr. Silvio: “Ocorre, que
o amigo, esclareceu, paciente, trazia planos de belicosidade, utilizando as armas do
ressentimento e da vingança, instrumentalizado por outras de caráter destrutivo,
conforme as manipula na área que lhe parece pertencer.
Deflagrada está a guerra, ripostou, com os olhos fora das órbitas,
deixando que a máscara afivelada à face desaparecesse e venceremos os
adversários, não permitindo que mais se expanda a nefasta doutrina agora
renascida no Espiritismo, essa peçonhenta herança do maldito Cristianismo dos padres e
príncipes da igreja enganosa.
De fato, respondeu o nobre esclarecedor, o Espiritismo ora esplende
nos céus do planeta, confirmando a promessa de Jesus, de que não nos deixaria órfãos,
o que realmente aconteceu. O Seu amor e a Sua compaixão permitiram que fossem
revistas as páginas que Ele escreveu no santuário da Natureza, através das
palavras sublimes e dos exemplos inigualáveis, e que nós adulteramos, adaptando-as
aos nossos interesses miseráveis, dando lugar a uma doutrina muito distante da
sua legitimidade. Como, porém, nunca é tarde para se recomeçar, refazer caminhos e
corrigir enganos, estamos empenhados no compromisso da reabilitação.
Palavras e palavras, que não alteram os atos ignóbeis do passado,
nem alteram os nossos planos de desforço, explodiu, caviloso. Erguendo o médium
em atitude ameaçadora, interrogou com hostilidade irrefreável: “Veja a paisagem
da Terra infeliz. Onde estão a mansidão e a cordura, a compaixão e a
misericórdia, tão decantadas? Não vê, por acaso, o que ocorre no mundo rico de poderes
ilusórios e de degradação? Em que lugar se ocultam os discípulos do Crucificado
portador de muitas culpas, que os engabelou com as Suas palavras e promessas
vás?”
Sim, vemos a presença da luz onde predominava a treva, do amor onde o
ódio semeava destruição, da ternura no lugar em que a agressividade reinava e
do trabalho de reconstrução sobre os escombros das glórias mentirosas do
passado.
Anunciam-se novos tempos, quando o sofrimento cederá lugar à alegria de viver,
e quando os sentimentos entorpecidos oferecerão campo à floração dos elevados
ideais da dignificação humana.
Essa lamentável situação será questão de pouco tempo, para ser
resolvida, porquanto, momento chega em que a Terra e os seus habitantes serão
constrangidos a alcançar patamares superiores da evolução. “Quando os filhos de
Alcione se instalarão, expulsando os terrícolas? Indagou, dominado por refinado
sarcasmo.”
Não exatamente conforme assinalado. Estamos recebendo visitantes de outra
dimensão, que se propõem a ajudar-nos nas transformações que já se vêm operando
no planeta,
porque a Lei que vige no Universo é a da harmonia, da solidariedade, dos
princípios morais estabelecidos pelo Pai Criador.
Gargalhada horripilante estrugiu por entre os lábios deformados do
ser que se comunicava, agora apresentando-se em toda a sua hediondez de fera, vítima
que se permitira ser da licantropia. Vimos o médium vergar-se e uivar dolorosamente,
apresentando comportamento lupino. Um odor fétido tomou conta do ambiente, à medida que os demais
acompanhantes do antigo rabino sofriam equivalentes modificações. Passamos a
aspirar uma psicosfera pesada, muito densa, quase asfixiante.
Enquanto isso ocorria, os diversos membros da reunião em prece de
profunda intensidade, tomados de compaixão e sinceramente tocados pelo espetáculo
doloroso, lentamente
geraram vibrações que diluíram as densas nevoas psíquicas, e, inopinadamente,
entre dentes, em convulsão, o comunicante estridulou: “Nada agora me deterá...
Voltaremos a encontrar-nos, infame traiçoeiro... noutro lugar... Sim -
redarguiu nosso benfeitor - Encontrar-nos-emos, sim, no seu reduto.
Como se fosse arrancado violentamente, desprendeu-se do
perispírito do médium que, por pouco, não tombou ao solo, não estivesse Dr.
Sílvio em vigília, amparando-o e pondo-o sentado em postura equilibrada. As outras entidades
que o acompanharam, igualmente foram atraídas na mesma onda vibratória e a
sala, a pouco e pouco, voltou a adquirir a harmonia inicial.
Deixando revelar a emoção de júbilo, nosso mentor explicou-nos: Estava
programada essa reação, porquanto, em realidade, não tivemos aqui, o antigo sacerdote
Eliachim Ben Sadoch, mas um clone dele, um Espírito que lhe assimilou as
características com o objetivo de enganar-nos, já que, no seu reduto, ele acompanhou
todos os lances do nosso encontro.
Hábil e astuto, não quis correr o risco de um enfrentamento direto,
enviando, primeiro, simuladores do seu reino de horror, fortemente vinculados à
sua poderosa mente, que os arrancou do nosso recinto, com a permissão dos
nossos Guias, sem dúvida, para que não descobríssemos a farsa.
Como em nossos labores espirituais a violência é desnecessária, e
não nos cabia evitar a evasão dos visitantes, foram tomadas providências para
que o diálogo se prolongasse pelo tempo apenas necessário para que ocorressem
as metamorfoses, diluindo-se as máscaras fluídicas de que se utilizaram para
ocultar a atual identidade. O enganador é sempre alguém que se equivoca, iludindo-se,
enquanto supõe estar ludibriando o seu próximo. Consideramos exitosa a tarefa
sob as bênçãos de Jesus, que terá seu natural prosseguimento em ocasião
oportuna que virá.
Refazendo a concentração de todos, vimos a irmã Arlinda, veneranda
trabalhadora com mais de meio século de dedicação à Causa do Bem, entrar em transe e
passar a eliminar “energia em forma de ectoplasma”, pelos orifícios naturais da
face, formando um Espírito nobre que, banhado de azulínea luz, condensou-se no
recinto saturado de vibrações perfumadas e elevadas. Tratava-se de um
embaixador de Ismael, guia espiritual do Brasil, que logo se fez identificar,
trazendo o apoio do nobre mentor:
Irmãos queridos: Guarde-nos Jesus na Sua paz e misericórdia. As
vossas preces alcançaram as regiões felizes, e o anjo benfeitor do Brasil
enviou-nos, a fim de receberdes o seu apoio honroso, na bendita realização a
que vos entregais. A pátria do Cruzeiro desempenhará o seu papel cristão no cenário
do mundo conturbado da atualidade.
Missionários do amor e da libertação de consciências encontram-se
renascidos entre vós, com a tarefa de devolver ao mundo a mensagem gloriosa do
suave-doce Rabi galileu, que sofreu as previstas modificações ao longo dos séculos. Comprometidos
com a Verdade, têm a tarefa de viver o que ensinam, trabalhando os metais da
alma, de forma a amoldá-los às novas finalidades.
Embora os caminhos ainda permaneçam com espinheirais dominando-os e
pedrouços em todo lugar dificultando a marcha, esses peregrinos do dever
encontram-se forrados de coragem e de destemor para não se deterem em momento
algum, avançando sempre. Espíritos missionários de outras eras, acostumados à austeridade e
à renúncia, inspiram-nos em favor do êxito no desiderato. Incompreendidos e
malsinados, sofrendo escárnio e enfrentando desafios colossais, avançam
confiantes no resultado feliz do empreendimento com o qual se comprometeram
desde antes do berço.
A sua palavra vibrante e os seus exemplos dignos sensibilizam os
públicos que os ouvem e as pessoas que convivem com eles reconhecem que estamos
realmente no limiar de um novo tempo de amor, de paz e de verdade. Não mais os engodos de
outrora, nem as louvaminhas da viagem equivocada ao reino da ilusão. A
seriedade e o sacrifício são lhes as condecorações que carregam nas vestes da
alma, identificando-os como seguidores de Jesus, que não teve outra escolha
entre a glória mentirosa da Terra e a cruz libertadora que o reconduziu à
imortalidade em triunfo.
Percorrem os mesmos caminhos do passado, nos quais deixaram pegadas
assinalando crimes e vícios, que ora deverão apagar, sobrepondo as luminosas
propostas do amor sem jaca e da verdade sem disfarce. Vinculados
psiquicamente à nossa Esfera, recebem contínuo estímulo para não esmorecerem
nas lutas difíceis, nem se desviarem do roteiro que percorrem, animados pelo espírito
da alegria e a compensação da paz interna.
Perseguidos pelos adversários da Luz, equipam-se com os instrumentos de
defesa, que são a oração e os atos enobrecidos. Mesmo quando a grande nação brasileira
mergulha em abismos de devassidão, de corrupção, de desrespeito aos códigos da
justiça e da honradez, fase passageira do seu processo de evolução, Ismael, compassivo,
intercede, junto a Jesus, em favor de todos, confiando nos reajustamentos que já se vêm operando
com uma nova geração de mulheres e de homens de bem.
Certamente, o mesmo ocorre nos diversos países da Terra, no
entanto, ao
Brasil coube, por determinação do Mestre incomparável, a tarefa de devolver ao
mundo a Sua mensagem de misericórdia e de libertação total. Porfiai, pois, nos
objetivos abraçados, sem jamais temerdes as forças do mal, que se diluem como a
neblina ante o calor do Sol da verdade, instituindo o período do amor como
essencial para a felicidade de todos.
Tendes sido objeto de ciladas e traições, de testemunhos que
guardais em silêncio, nunca revidando ao mal, sempre compreendendo que sois discípulos
daquele que não se defendeu das acusações indébitas que lhe foram atiradas
na face, sendo-vos, portanto, o modelo a seguir.
Solidão, desapreço, sofrimentos íntimos por anseios que se não
converteram em realidade são as injunções a que fazeis jus em decorrência do vosso
comportamento em outras passadas reencarnações. Mantende, hoje, o brilho da alegria e
da bondade na face e no sentimento, gerando harmonia onde quer que vos
apresenteis.
Nunca experimentareis abandono, nem sofrereis a ausência dos vossos guias
espirituais afetuosos, que seguem convosco até a conclusão da tarefa encetada, quando retornareis à
grande pátria espiritual. Que o Senhor vos abençoe e vos guarde sempre, vosso
irmão e servidor. Bittencourt Sampaio
Enquanto enxugávamos as lágrimas espontâneas, diluiu-se a luminosa
figura do Espírito embaixador de Ismael, deixando aragens fluídicas de peculiar
bem-estar,
que a todos nos penetravam com efusão.
Lentamente a médium recobrou a lucidez, consciente de que
havia servido de instrumento à materialização de um mensageiro especial, agradecendo
ao Senhor a bênção em sentida oração. Por nossa vez, não podíamos conter as emoções
que se sucediam em calidoscópio de lembranças afetuosas que procediam da última
existência, na Terra, quando tivemos ocasião de ler as obras escritas por esse
venerável mentor, antigo presidente da Federação Espírita Brasileira.
Chegando a hora do encerramento das atividades, Dr. Sílvio comunicou ao dirigente que orou, comovidamente, despedindo-se de todos nós até a próxima oportunidade. A sorridente face do Sol ainda não se apresentara, mas os seus cabelos de luz já desenhavam sinais nas sombras antes em predomínio na noite...
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