Eternidade

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terça-feira, 4 de março de 2014

O missionário Allan Kardec e o Espírito da Verdade


Em 25 de março de 1856, Allan Kardec estava em seu gabinete de trabalho, prestes a compulsar as comunicações e organizar O Livro dos Espíritos, quando escutou repetidas pancadas no tabique; investigou, sem encontrar a causa disso, e voltou a entregar-se à obra. Sua mulher, tendo entrado por volta das dez horas, escutou os mesmos ruídos; procuraram, mas inutilmente, o lugar de onde provinham.
“No dia imediato, sendo dia de sessões em casa do Sr. Baudin – escreve Allan Kardec, narrei o acontecido e pedi a explicação dele.


PERGUNTA: Ouviste o fato que acabo de contar; podereis me explicar a razão dessas pancadas que se fizeram ouvir tão insistentemente?
RESPOSTA: Era teu Espírito familiar.
P: Com que finalidade vinha bater assim?
R: Desejava comunicar-se contigo.
P: Podereis me dizer o que desejava?
R: Podes dirigir a Ele mesmo a pergunta, porque está presente.
P: Meu espírito familiar, quem quer que sejais, agradeço-vos por virdes me visitar. Quereis ter a bondade de esclarecer-me quem sois?
R: Meu nome, para ti, será A Verdade, todos os meses, por um quarto de hora, aqui estarei, ao teu dispor.


Comunicação feita em 12 de junho de 1856, através da médium Mille Aliene C:

P: Quais são as razões que me fariam fracassar? Seria a insuficiência de minhas aptidões?

R: Não; porém, a missão dos reformadores é repleta de obstáculos e perigos; a tua é áspera; aviso-te, porque é ao mundo todo que se trata de agitar e transformar. Não acredites te seja bastante publicar um livro, dois, dez livros, e estares sossegadamente em tua casa; não é necessário que te mostres no conflito; ódios terríveis estão açulados contra ti, implacáveis inimigos tramarão tua perda; estarás sujeito à calúnia, à traição, ainda dos que te parecerão os mais dedicados; as tuas melhores instruções serão impugnadas e desnaturadas; desfalecerás, mais de uma vez, ao peso da fadiga; em uma palavra, é uma batalha quase incessante que terás de suportar, com sacrifícios de teu repouso, de tua paz, de tua saúde até, e mesmo de tua vida, porque não hás de viver muito tempo. Pois bem. Mais uma volta atrás, quando, em vez de uma vereda florida, encontra apenas sob seus passos espinhos, pontiagudas pedras e serpentes. Antes do mais, é preciso agradar a Deus, com humildade, a modéstia, o desinteresse que abate os orgulhosos e os presumidos. Para combater os homens, é necessário ainda, prudência e tato para encaminhar as coisas a propósito e não comprometer-lhes o êxito por medidas ou palavras inadvertidas; precisa-se, enfim, devotamento, abnegação, e estar preparado para todos os sacrifícios.
Vês que tua missão está sujeita a condições que dependem de ti.
ESPÍRITO DA VERDADE.


NOTA – (É Allan Kardec que se expressa deste modo) “Esta nota escrevo no dia 1º de janeiro de 1867, dez anos e meio após ter-me sido dada a comunicação retro transcrita, e verifico ter ela se realizado em todos os pontos, porque passei por todas as vicissitudes que nela me foram profetizadas. Tenho sido alvo do ódio de implacáveis inimigos, da calúnia, da inveja, do ciúme; contra mim têm-se publicado infames libelos; minhas melhores instruções foram deturpadas; tenho sido traído por aqueles a quem prestei serviços. A Sociedade de Paris fez-se um foco de intrigas, tramadas por aqueles que se diziam a meu favor, os quais, em minha presença amáveis, na ausência me destratavam. Afirmaram que os que seguiam em meu partido eram assalariados por mim com o dinheiro que eu arrecadava com o Espiritismo. Não sei mais o que é repouso; mais de uma vez desfaleci; devido ao excesso de trabalho, minha saúde se alterou e comprometi minha existência.

Contudo, graças a proteção e assistência dos bons Espíritos, que incessantemente me têm dado provas evidentes de sua solicitude, sou feliz por reconhecer que não experimentei ainda nenhum instante de esmorecimento, nem de desânimo, e que constantemente prossegui em minha tarefa com o mesmo ardor, sem me preocupar com a maledicência de que me faziam alvo. De acordo com a comunicação do Espírito da Verdade, devia eu esperar tudo isso, e tudo se verificou.”  
(Do Livro: Biografia de Allan Kardec / por Henri Sausse)


“Quando o céu está prestes a confiar uma grande missão a um ‘homem’, primeiro exercita sua mente com sofrimento, e seus nervos e ossos com fadiga. Expõe seu corpo à fome e o sujeita a extrema miséria.Para confundir suas tarefas. Dessa maneira, estimula seu espírito, fortalece sua natureza e supre suas deficiências!” 
(MÊNCIUS: Filósofo/Chinês)

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Fonte: Planeta Azul

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