Eternidade

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Comunicação e linguagem entre os espíritos desencarnados



Tanto no plano terreno como no plano espiritual, os Espíritos Superiores lutam pela instituição de um idioma comum, pois a diversidade de línguas, segundo sua opinião, perturba a comunicação entre os homens. Em Memórias de um Suicida, obra psicografada pela médium Yvonne A. Pereira, há referência a...

(. . .) um idioma novo, que não seria apenas uma língua a mais, a ser usada na Terra como atavio de abastados, ornamento frívolo de quem tivesse recursos monetários suficientes para comprar o privilégio de aprendê-la. Não! O idioma cuja indicação ali nos surpreendia, seria o Idioma definitivo, que havia de futuramente estreitar as relações entre os homens e os Espíritos, por lhes facilitar o entendimento, removendo igualmente as barreiras de incompreensão entre os humanos e contribuindo para a confraternização ideada por Jesus de Nazaré.

Em muitas obras, mediúnicas ou não, é citado o Esperanto como língua universal que facilitaria o entendimento entre encarnados e desencarnados, servindo, também, como o grande mensageiro do Espiritismo entre os povos. Segundo o Espírito Johannes (Rumo às Estrelas), em matéria de linguagem, o Mundo Espiritual, na realidade, só possui uma, pois, com o evolver da espiritualidade, a multiplicidade de idiomas seria um estorvo. E ele explica o que é uma língua única: a formada pelas idéias. (Pensamento - Telepatia).

Os que habitam o mesmo plano compreendem-se com muito maior facilidade que aos planos superiores e inferiores. A linguagem real, entretanto, é o som mediante o qual nos fazemos entender uns aos outros — e é a mesma para todos. (Rumo às Estrelas, de H. Dennis Bradley)

Os desencarnados formam famílias, conversam, assistem a conferências. Hábitos e costumes anteriores determinam, também, a formação desses grupos familiares. Por isso, a preferência dos Espíritos errantes, ainda apegados à crosta terrestre, por aglomerações, conforme esclarece Allan Kardec, de cada nacionalidade — ingleses, franceses etc — não somente pela Lei de Afinidade, como pela facilidade de comunicação.

Logo que desencarnam, os Espíritos não se desvinculam da linguagem articulada, acompanhada de gestos e expressões, exatamente como usavam na Terra. A proporção que passam a faixas vibratórias menos densas, a telepatia vai sendo empregada com mais constância até atingir um estádio mais elevado de comunicação, ou seja, o nível das idéias, uma vez que a linguagem real do Espírito é a do pensamento.

Em suas considerações sobre o perispírito, informa Allan Kardec que... Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elá­tica, se assim se pode dizer, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. (Revista Espírita, de Allan Kar-dec, n° 12, dezembro de 1862)

Vejamos ainda o que diz o Codificador a respeito do assunto na Introdução de O Livro dos Espíritos, parte XIV: Para os Espíritos, e sobretudo para os Espíritos superiores, a idéia é tudo, a forma não é nada. Livres da matéria, sua linguagem, entre eles, é rápida como o pensamento, uma vez que é o pensamento que se comunica sem intermediários.

E complementa mais tarde: A palavra articulada é uma necessidade de nossa organização. Como os Espíritos não necessitam de vibrações sonoras para lhes ferir os ouvidos, compreendem-se pela simples transmissão de pensamento, assim como por vezes acontece que nos entendemos por um simples olhar. (Revista Espírita, de Allan Kardec, n°, de abril de 1859)

As informações a respeito da comunicação no Mundo Espiritual são — pode-se dizer — unânimes. A linguagem dos Espíritos é o pensamento, que é transmitido através de ondas magnéticas. Isso nas Esferas Superiores, onde não há necessidade da palavra nem de sons articulados. Confessam alguns Espíritos que tiveram muita dificuldade de se comunicar com outros desencarnados, pois sentiram, por longo período, a necessidade de falar através dos mesmos meios empregados na Terra. Com o passar do tempo é que conseguiram se libertar desse condicionamento.

Lúcia Loureiro 

Fonte: A Casa do Espiritismo

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