Aprendemos com a Doutrina Espírita que o progresso dos
seres é inevitável, pois que é estabelecido pela Lei Divina. Podemos
postergar nossa evolução ou permanecer estagnados por longos períodos,
mas jamais regredimos na escalada de aprimoramento espiritual.
Desta
forma, Deus não exige de nós o despertamento para as questões éticas,
morais e espirituais, tampouco nos pressiona para que arregacemos as
mangas e comecemos a trabalhar.
Isso não representa, contudo, uma
postura de omissão do Criador. Somos constantemente convidados a
ingressar nas boas obras, nos mais diversos segmentos, mas nem sempre
prestamos atenção às oportunidades ou, se as percebemos, fingimos
ignorância e continuamos na inércia.
Por que isso ocorre?
“Estipulamos algo, um pagamento, mesmo de forma inconsciente,
proporcional àquilo que estamos fazendo. Vivenciar, pois, o altruísmo é
algo difícil de ser verificado.”[1]
E não satisfeitos em esperar
uma retribuição pelos serviços prestados, ainda exigimos que esta seja
proporcional ao tempo dedicado no serviço do bem.
“Aportamos numa
instituição e nos candidatamos a realizar trabalhos, abraçando um após
outro, e às vezes verificamos que outro companheiro espírita realiza
somente um e é ovacionado. Tal fato pode causar descontentamento.”[1]
Ao
apresentar os trabalhadores da última hora no seu rol de ensinamentos,
Jesus teve por objetivo destacar que o importante não é quando
começamos, mas se começamos – e com sinceridade e devoção.
“Às
vezes estamos há décadas na Doutrina Espírita, mas ela não completou um
ano em nossas vidas, enquanto outros adentraram há pouco e já a
incorporaram plenamente.”[1]
Portanto, não podemos pensar que
somos especiais. Neste mundo de provas e expiações estamos todos no
mesmo estágio e somos todos trabalhadores da última hora, sendo
insistentemente chamados ao trabalho no bem. Basta saber se realmente
aceitamos o trabalho e se a mensagem que aprendemos ficará internalizada
no coração.
1. Trecho extraído da matéria de capa desta edição: Os trabalhadores da última hora.
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