Assim como o Perispírito[1] tem sua função, que é o de registrar todas as nossas ações[2] para que possamos ser individualizados, o corpo somático[3] é o vaso necessário para que o Espírito continue aprendendo, e com isso evoluindo em sua jornada.
Desde o exílio de Capela[4]
 os Espíritos tem habitado em corpos somáticos diferentes, que por sua 
vez, tem sofrido alterações a medida em que estes próprios Espíritos 
foram se moralizando durante o processo de reencarnação. No início, 
ainda carregando em seus perispíritos os registros negativos de suas 
últimas vidas na Constelação do Cocheiro[5], encarnaram estes rebeldes em corpos animalizados, condizentes, a época, com sua evolução vibracional.
O Homo Sapiens apresentou-se como um resultado do aperfeiçoamento psíquico do Espírito. Grandes cientistas trouxeram-nos a luz o Neanderthal, o Cro-Magnon e o Homem de Grimaldi como antecessores dos corpos atuais[6]. Todas estas descobertas científicas nos mostraram justamente que estas transformações ocorreram com o soma,
 vindo posteriormente o Espiritismo nos confirmar a existência de uma 
ligação entre a evolução espiritual com os desenvolvimentos dos corpos 
físicos. 
Ainda quanto a estes corpos, temos dentre outros, as teorias de Laércio[7]
 e posteriormente Darwin. Mais a frente, o benfeitor espiritual Emmanuel
 vai nos dizer que Darwin estava correto, porém, mal interpretado pelos 
homens. 
O mesmo benfeitor[8]
 nos diz que o corpo carnal em suma é fluido Cósmico condensado. Esta 
condensação se faz em virtude do nível de vibração existente em cada 
fase de evolução do espírito. 
Passado
 este entendimento da formação do corpo carnal, temos que este processo 
se fez necessário em planos de provas e expiações, pois estes planos 
servem como escolas na conjuntura Cósmica. É aqui que todas as mazelas 
construídas em nossas jornadas serão paulatinamente refeitas. Por meio 
do corpo físico, os miasmas negativos e positivos são somatizados[9] na carne, que colocará o espírito em provação para que consiga resgatar-se a si mesmo. 
Diz-nos Haroldo Dutra Dias[10]
 que os corpos físicos servem como uma esponja, que absorvendo as 
dívidas passadas funciona como um filtro, casulo para que ali o Espírito
 imortal e racional tenha a chance de entrar em reflexão consigo mesmo, e
 cumprir o seu planejamento reencarnatório.
Seja cárcere sombrio – na limitação em que retém o Espírito déspota,
 que dele se vale para a expiação; seja conjunto harmônico de formas – 
na distinção de traços com que faculta o aproveitamento das 
oportunidades; seja grabato de meditação – nas constrições paralíticas em que impõe profundas reflexões morais; seja cela de alucinação – nos desvarios da mente ultrajada;
 seja celeiro de sabedoria – no qual se edificam os monumentos da 
Cultura, da Arte, do Pensamento, da Ciência, da Fé, do Amor – é sempre o santuário de recolhimento que o Excelso Criador nos concede,
 a fim de galgarmos os degraus da escada ascensional, desde as baixas 
primeiras aos esplendores espirituais que nos estão destinados. Amá-lo, 
preservá-lo e utilizá-lo com nobreza é a tarefa que nos cabe desempenhar
 incessantemente, sem cansaço, para o próprio bem[11]. (grifo nosso)
Historicamente
 comprovado não só pela Ciência, mas pelo Espiritismo, o corpo carnal 
depura-se em suas formas de acordo com a evolução espiritual. A medida 
que vamos evoluindo, o soma 
vai se aperfeiçoando, sempre respeitando os limites do Mundo a qual se 
encontra. Tudo esta em conexão, espírito, perispírito e corpo físico 
seguem a evolução, sendo os dois últimos o resultado das ações 
realizadas pela inteligência principal que é o espírito.
O
 espírito macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar, para seu
 uso, corpos de macaco, do mesmo modo que o fruto da árvore silvestre 
reproduz árvores dessa espécie, e o Espírito humano procriou corpos de 
homem, variantes do primeiro molde em que ele se meteu. O tronco se bifurcou: produziu um ramo, que por sua vez se tornou tronco[12].(grifo nosso)
Aquilo
 que os olhos da carne conseguem ver, devidamente registrados pela 
arqueologia, pela história, e por demais ciências humanas teve sua 
evolução. Tudo isso graças ao verdadeiro “corpo vivo”, o espírito,
 que mudou as características somáticas em virtude do seu melhoramento. 
Resultado de um aperfeiçoamento moral que veio buscar desde os primeiros
 dias de exílio na Terra, quando as lembranças do Cocheiro ainda se 
faziam vivas nas consciências. 
[1] Pisicossoma. Tema de artigo anterior, já postado em nosso blog.
[2] Livre-arbítrio.
[3] Do Grego soma, que significa corpo vivo. 
[4] Referente a evolução dos planetas.
[5] Estrela composta de dois Sóis. Capela faz parte desta Constelação.
[6]
 Nos referimos a éra Adâmica. Anteriores a estes a Terra viu em seu seio
 os Lemurianos (antiga Lemúria), suncubida em uma das transições 
planetárias (que ocorrem a cada 28.000 mil anos), Atlantes, e demias 
raças com genética diferenciada da nossa.
[7] Apresentou sua pesquisa The Natura Rerum.
[8] Benfeitor espiritual. Mentor de Chico Xavier.
[9] Somatizar é manifestar no corpo, na forma de uma doença ou um sintoma, algum conflito interno (psíquico).
[10] Importante intelectual do Espiritismo.
[11]
 Joanna de Ângelis, benfeitora espiritual. Fora Joana de Cusa, em uma de
 suas reencarnações, vindo posteriormente a ser Santa Clara de Assis.
[12]  Gênese Espírita, cap. XI, item 16.
 

 
