Eternidade

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domingo, 15 de junho de 2014

OS GUARDIÕES



Compilado do livro Os Guardiões
Ângelo Inácio (espírito) e Robson Pinheiro

Pretender lidar apenas com espíritos superiores e viver com o pensamento em regiões sublimes pode redundar em enorme decepção para aqueles que vivem de maneira mística. Os espíritos mais elevados deixaram o céu há muito tempo. Em outras palavras, os céus estão vazios, pois aqueles que se colocaram a serviço da política do Reino, da filosofia de vida do divino Cordeiro, desceram para as regiões sombrias, no intuito de trabalhar duramente pela renovação, reurbanização e reacomodação da humanidade desencarnada, visando realizar ampla limpeza energética, fluídica e quase material no ambiente próximo à Crosta.



É hora do trabalho, e trabalho árduo. Trabalho prazeroso, que provoca imensa satisfação naqueles que querem ver o mundo diferente e melhor. Vamos, meu filho, pois teremos de vencer uma tempestade de energias que poderá atrasar nossa excursão, comentou Pai João, a respeito da sua preocupação quanto aos fluidos densos daquela dimensão. Após reunir os líderes dos guardiões e Pai João fazer as devidas recomendações quanto às atitudes de segurança e como se comportar no ambiente aonde iriam, todos saíram pelo pátio principal do colégio.


Uma luminosidade pálida parecia ser a principal fonte de luz naquelas regiões inóspitas, embora, na cidade propriamente dita, os guardiões houvessem criado uma espécie de sol artificial, que produzia luz e calor para toda a comunidade astral. O aparato tecnológico erguia-se acima da cidade dos guardiões, de maneira a chamar a atenção de quem passasse por aquelas paragens.

Suspenso por forças gravitacionais produzidas a partir de alta tecnologia, o equipamento irradiava uma luz muito parecida com a do Sol, embora em intensidade bem menor. Era tal a suavidade da luz e o aconchego por ela proporcionado que era possível ter a impressão de que se estava numa cidade em planos menos densos.

Porém, os guardiões não ignoravam que ali, onde a cidade estava incrustada, a natureza era sobremaneira inquieta, insólita e assustadora. Era uma região muito próxima da dimensão dos homens, por isso mesmo as formas-pensamento aderiam com facilidade às construções astrais, o que obrigava a equipe a ficar de prontidão, revezando-se em turnos, a fim de evitar que a toxicidade das formas mentais produzidas tanto por “encarnados como por desencarnados” viesse a corroer a estrutura delicadíssima da matéria astral na qual eram erguidas as construções da cidade.

Viam-se escadarias montanha acima. Em cima das montanhas, destacamentos de guardiões montavam guarda, vigiando atentamente os arredores, afinal, ali estava longe de ser um céu. Pairava sobre eles a ameaça constante de ataque repentino de forças contrárias e de opositores do Cordeiro. Os guardiões jamais menosprezavam o quesito segurança, pois a própria razão de ser dessa imensa equipe de servidores da luz estava eminentemente associada a esse fator.

Se dormiam, o faziam com um olho só, enquanto o outro permanecia aberto, como brincavam as sentinelas entre si. Os sentidos estavam constantemente em alerta, com a atenção voltada a cada detalhe, a cada sombra e a cada vulto, fossem animais, homens ou formas mentais invasivas. Aliás, esta era das falas preferidas de Watab: estar alerta sempre, estar sempre acordado, jamais descuidar da segurança, em hipótese alguma confiar que tudo está tranquilo. A Terra ainda não era um paraíso e, enquanto isso fosse verdade, estariam de prontidão, cônscios de seu papel como um destacamento dos poderosos guardiões a serviço da suprema lei.

No que concerne ao trabalho dos servidores da luz no plano físico, enquanto encarnados, os guardiões também não dormem jamais. O simples fato de estar imerso na carne oferece grande risco para os agentes da justiça e da misericórdia divina, já que, muitas vezes, acabam por se distrair do foco central de suas vidas e das metas traçadas antes do mergulho no mundo físico.


São humanos e, por isso mesmo, passíveis de muitos erros, próprios da caminhada. Em razão disso, os guardiões ficam atentos para preservar seus aliados de certos tropeços no caminho, tais como ataques energéticos, emocionais ou espirituais que possam causar impacto devastador sobre suas vidas. Entretanto, não podem tudo, não evitam tudo, pois, entre eles, os guardiões, sabe-se que sem a parceria e a participação de seus protegidos não há como preservá-los indefinidamente dos riscos se a eles se expõem repetidas vezes. O Trabalho é de parceria. Sem imposições, mas sem tirar das pessoas que merecem assistência a oportunidade de vivenciar situações que lhes possam trazer algum aprendizado ou conhecimento, mesmo que tais experiências sejam amargas, algumas vezes.

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