Venho por meio deste singelo ensaio tratar de um excitante tema do  Espiritismo, o Perispírito, tema tão pouco comentado em nossas casas  espíritas, porém de suma importância para a compreensão dos fenômenos do  mundo espiritual. Infelizmente, devido a falta de estudos sobre o tema  em questão, muitas polêmicas surgem em nosso meio dando espaço a  conceitos espiritualistas que não passam pelo crivo da razão tampouco  pela Codificação de Kardec.
A intenção deste ensaio não é criar novos conceitos sobre o assunto, mas  analisar com base na Codificação o conceito de Perispírito e comentar  sobre as principais polêmicas em torno desse tema. Para iniciar nosso  estudo gostaria de apresentar uma metáfora: O espírito e a matéria são  os tijolos e o perispírito é a massa que o construtor precisa para  levantar a parede. Sem tal massa não há como se unir os tijolos.
1.DEFINIÇÃO
Perispírito é o nome dado por Allan Kardec ao elo de ligação entre o  Espírito e o corpo físico. Quando o Espírito está desencarnado, é o  perispírito que lhe serve como meio de manifestação. O Apóstolo Paulo o  chamava de corpo espiritual (I Coríntios, XV,44). Trata-se do invólucro  semi-material do Espírito. Nos encarnados, serve de laço intermediário  entre o Espírito e a matéria e nos Espíritos desencarnados constitui o  corpo fluídico do Espírito. (Kardec, s. d. p., p. 374).
135. Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo?
“Há o laço que liga a alma ao corpo.”
a) - De que natureza é esse laço?
“Semimaterial, isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o  corpo. É preciso que seja assim para que os dois se possam comunicar um  com o outro. Por meio desse laço é que o Espírito atua sobre a matéria e  reciprocamente.”
O homem é, portanto, formado de três partes essenciais:
1º - o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º - a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3º - o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial  que serve de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo.  Tais, num fruto, o gérmen, o perisperma e a casca. (L.E.)
O Espírito é envolvido por uma substância que é sutil para os  encarnados, mas ainda bastante grosseira para os desencarnados;  suficientemente sutil, entretanto, para que ele possa elevar-se na  atmosfera e transportar-se para onde quiser. Como a semente de um fruto é  envolvida pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido de  um envoltório que, por comparação, se pode chamar Perispírito. (Kardec,  1995, pergunta 93).
O Perispírito é o Princípio intermediário entre a matéria e o Espírito,  cuja finalidade é tríplice: — manter indestrutível e intacta a  individualidade; — servir de substrato ao corpo físico, durante  encarnação ; — constituir o laço de união entre o Espírito e o corpo  físico, para a transmissão recíproca das sensações de um e das ordens do  outro. (Freire, 1992, p. 29 e 30)
Segundo o Espírito Emmanuel, Perispírito é o “campo eletro-magnético, em  circuito fechado, composto de gases rarefeitos” (gases que se desfazem  ou diminuem de intensidade).
2.DENOMINAÇÕES DO PERISPÍRITO
Ao longo da História a o perispírito recebeu várias denominações: nas  eras primitivas, Corpo-Sombra; para os indianos, Liga Sharira; no antigo  Egito, Ká; para a Teosofia, Corpo Astral; segundo Paulo de Tarso, Corpo  Celeste; para a Filosofia do Século XIX, Mediador Plástico; e,  finalmente para o Espiritismo, é o Perispírito.
O perispírito ou corpo espiritual foi reconhecido pela Igreja desde os  primeiros tempos (Tertuliano, Basílio, Cirilo de Jerusalém, Evódio  (bispo de Uzala), Agostinho).
3.ORIGEM DO PERISPÍRITO
A origem do perispírito está no fluido universal cósmico. O ponto de  partida do fluido universal é a pureza absoluta, da qual a ciência por  enquanto não conseguiu demonstrar; o ponto oposto é a sua transformação  em matéria tangível, adquirindo diversos graus de condensação. O  perispírito é uma dessas transformações, mas sob a forma de matéria  quintessenciada, ou seja, não perceptível aos olhos carnais. Assim, o  perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes  produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de  um foco de inteligência ou alma. O corpo carnal também tem seu princípio  de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria  tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera  diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e  suas qualidades etéreas. A natureza do envoltório fluídico está sempre  em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. (Kardec, 1975,  cap. XIV, item 7).
94. De onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
“Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em  todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de  envoltório, como mudais de roupa.”
a) - Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?
“É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.” O Livro dos Espíritos
186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”
a) - Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas  encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente  demarcada; não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado  se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se  dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.”
187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito  se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa  mudança com a rapidez do relâmpago.”O Livro dos Espíritos
10. - A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar  às camadas inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos  puras, do que as camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos;  são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais  necessariamente se encontram. as moléculas elementares que lhes formam a  base, porém mais ou menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos  produzem estarão na razão da soma das partes puras que eles encerram.  Tal, por comparação, o álcool retificado, ou misturado, em diferentes  proporções, com água ou outras substâncias: seu peso específico aumenta,  por efeito dessa mistura, ao mesmo tempo que sua força e sua  inflamabilidade diminuem, embora no todo continue a haver álcool puro.
Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos;  porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito  se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido  peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito produz aí, sempre por  comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que  atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito  não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que  povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o  corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos elementos,  qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por  isso, em todos, são os mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhantes  as necessidades, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao  perispírito.
Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se  modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação,  embora ele encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores,  encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm  perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo.A Gênese,  Capítulo XIV
56. Ele tem a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que  revestia o Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o  perispírito, separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa  maneira, por este e lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja  assim. Com pequenas diferenças quanto às particularidades e exceção  feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem  que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os  globos. Pelo menos, é o que dizem os Espíritos. Essa igualmente a forma  de todos os Espíritos não encarnados, que só têm o perispírito; a com  que, em todos os tempos, se representaram os anjos, ou Espíritos puros.  Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é a forma tipo de todos  os seres humanos, seja qual for o grau de evolução em que se achem. Mas  a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem a rigidez  da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível  e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada  na do corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe  pode dar a aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe  oferece invencível resistência.
Livre desse obstáculo que o comprimia, o perispírito se dilata ou  contrai, se transforma: presta-se, numa palavra, a todas as  metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua. Por efeito  dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que quer  dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que  tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam  constituir sinais para o reconhecerem. (L.E.)
4.NATUREZA E CONSTITUIÇÃO DO PERISPÍRITO
A natureza do perispírito está sempre ligada ao grau de adiantamento  moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório  a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade de um mundo para  o outro. Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos  inferiores, e, até, encarnar neles. Quando o Espírito encarna em um  globo, ele extrai do fluido cósmico desse globo os elementos necessários  para a formação do seu perispírito. Assim, conforme seja mais ou menos  depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou  das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna.  Assim, a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os  Espíritos encarnados e desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a  circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que se forma dos  mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou inferioridade do  Espírito.
Em termos científicos, o perispírito é formado por substâncias químicas  que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela  ciência terrena, também é aparelhagem de matéria rarefeita,  alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o  comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas  existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência  consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se  caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico,  ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução. (Emmanuel 1952).
Especialistas calculam que os experimentos dos próximos dez anos  conseguirão finalmente isolar partículas da matéria escura  (anti-matéria) e desvendar o maior mistério do universo.
http://nationalgeographic.abril.com.br/reportagens/zoom/galaxia_0302_02.html
Se as propriedades da matéria escura (ou anti-matéria forem compatíveis  com a Natureza do Perispírito, a ciência ao conseguir meios para  desvendar a matéria escura acabará desvendando o perispírito.
5.FUNÇÕES DO PERISPÍRITO
Quando o Espírito está encarnado, o perispírito serve como elo de  ligação entre o Espírito e o corpo. Desencarnado, o perispírito faz o  papel de corpo com o qual o Espírito se manifesta.
284. Como podem os Espíritos, não tendo corpo, comprovar suas  individualidades e distinguir-se dos outros seres espirituais que os  rodeiam?
“Comprovam suas individualidades pelo perispírito, que os torna  distinguíveis uns dos outros, como faz o corpo entre os homens.”(L.E.)
Em qualquer caso, é através do perispírito que o Espírito, ser imaterial, recebe as sensações do ambiente ou nele atua.
Durante a vida, o corpo recebe impressões exteriores e as transmite ao  Espírito por intermédio do perispírito, que constitui, provavelmente, o  que se chama fluido nervoso. Uma vez morto, o corpo nada mais sente, por  já não haver nele Espírito, nem perispírito. Este, desprendido do  corpo, experimenta a sensação, porém, como já não lhe chega por um  conduto limitado, ela se lhe torna geral. Ora, não sendo o perispírito,  realmente, mais do que simples agente de transmissão, pois que no  Espírito é que está a consciência, lógico será deduzir-se que, se  pudesse existir perispírito sem Espírito, aquele nada sentiria,  exatamente como um corpo que morreu. Do mesmo modo, se o Espírito não  tivesse perispírito, seria inacessível a toda e qualquer sensação  dolorosa. É o que se dá com os Espíritos completamente purificados.  Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a  essência do perispírito, donde se segue que a influência material  diminui à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio  perispírito se torna menos grosseiro.
Parte da questão 257 de O Livro dos Espíritos, Ensaio teórico da sensação nos Espíritos
Ainda na questão 257, Allan Kardec nos explica que, quando encarnados,  percebemos o mundo através de nossos sentidos, que estão circunscritos  em alguns órgãos: a visão pelos olhos, a audição pelos ouvidos, o tato  pela pele e assim por diante. Os Espíritos ainda apegados à matéria, ao  desencarnarem, continuam percebendo o plano espiritual pelos órgãos do  perispírito, não por necessidade, mas por condicionamento. À medida em  que evoluem, podem perceber tudo ao redor de si por todo o seu  perispírito, sem precisarem de um órgão, e pelo mesmo motivo podem ver e  ouvir a qualquer distância ou ler os pensamentos, conforme a sua  vontade.
O perispírito é ainda a chave para a compreensão dos fenômenos  mediúnicos, especialmente os chamados de efeitos físicos, como os de  materializações (quando o perispírito dos mortos pode tornar-se visível  ou tangível), de bicorporeidade (quando um indivíduo encarnado parece  estar em dois lugares ao mesmo tempo), de transporte de objetos, de  transfiguração (um médium toma a aparência do espírito que se comunica) e  de curas. (veremos mais adiante).
O perispírito também não se acha encerrado nos limites do corpo, como  numa caixa. Pela sua natureza fluídica, ele é expan-sível, irradia para o  exterior e forma em torno do corpo uma atmosfera que o pensamento e a  força de vontade podem dilatar com maior ou menor intensi-dade. A  Ciência comprova isso através de fotografias se utilizando da máquina  Kirlian.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica a dos fluidos do  mundo espiritual, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se  embe-be de um líquido. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este a  seu turno, re-age sobre o organismo material com que se acha em contato  molecular. Se os eflúvios são de boa natureza o corpo ressente uma  impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes  e enérgicos, os eflúvios maus podem ocasionar desordens físi-cas; não é  outra a causa de certas en-fermidades.
Em virtude de sua natureza etérea, o Espírito propriamente dito, não  pode atuar sobre a matéria grosseira, sem intermediário, isto é, sem o  elemento que o ligue à matéria. Esse intermediá-rio, que é o  perispírito, é o princípio de todas as manifestações espíritas e  aní-micas, pois possibilita ao Espírito atuar sobre a matéria.
O perispírito é o intermediário pelo qual se processa a transferência  dos fluidos, da energia, nos processos de curas e passes espirituais.
5.1.ORGANIZADOR BIOLÓGICO
O perispírito é o molde fluídico, a "idéia diretriz" , o "esqueleto astral" ou o "modelo organizador biológico" do corpo carnal.
Sabemos que o Espírito acompanhado de seu perispírito começa a se ligar  ao corpo físico do reencarnante desde o começo da vida embrionária. Como  esboço fluídico que é, o Perispírito vai orientando a divisão celular,  ou seja, a sua união com o princípio vito-material do germe. Como campo  eletromagnético que é, pode, por isso, ser comparado ao campo do ímã,  quando orienta a disposição da limalha de ferro. (Lex, 1993, p. 49 a  54).
O organismo fluídico, caracterizado por seus elementos imutáveis, é o  assimilador das forças protoplásmicas, o mantenedor da aglutinação  molecular que organiza as configurações típicas de cada espécie,  incorporando-se, átomo por átomo, à matéria do germe e dirigindo-a,  segundo a sua natureza particular.[71 - página 130] - Emmanuel – 1938
O corpo espiritual, à feição de protoforma humana, diante das reações do  sistema nervoso, eleito para sede dos instintos superiores, com a  faculdade de arquivar reflexos condicionados.
Atingindo a maioridade moral pelo raciocínio, cabe a nós aprimorar as  manifestações do nosso perispírito e enriquecer-lhe os atributos, porque  todos os nossos sentimentos e pensamentos, palavras e obras, nele se  refletem, gerando conseqüências felizes ou infelizes, pelas quais  entramos na intimidade da luz ou da sombra, da alegria ou do  sofrimento.Emmanuel (21 de Julho de 1958)
A elevação dos sentimentos, a pureza da vida, os nobres impulsos para o  bem e para o ideal, as provações e os sofrimentos pacientemente  suportados, depuram pouco a pouco as moléculas perispiríticas,  desenvolvem e multiplicam as suas vibrações. Como uma ação química, eles  consomem as partículas grosseiras e só deixam subsistir as mais sutis,  as mais delicadas.
Esse segundo invólucro da alma, ou perispírito, existe, pois, durante a  vida corpórea; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito  percebe e pelo qual transmite sua vontade ao exterior e atua sobre os  órgãos do corpo.
Para nos servirmos de uma comparação material, diremos que é o fio  elétrico condutor, que serve para a recepção e a transmissão do  pensamento; é, em suma, esse agente misterioso, imperceptível, conhecido  pelo nome de fluido nervoso, que desempenha tão grande papel na  economia orgânica e que ainda não se leva muito em conta nos fenômenos  fisiológicos e patológicos.
Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a  Medicina, na apreciação dos fatos, se priva de uma causa incessante de  ação. Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão. Somente faremos  notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros  problemas até hoje insolúveis.
O perispírito não constitui uma dessas hipóteses de que a ciência  costuma valer-se, para a explicação de um fato. Sua existência não foi  apenas revelada pelos Espíritos, resulta de observações, como teremos  ocasião de demonstrar. Por ora e por não nos anteciparmos, no tocante  aos fatos que havemos de relatar, limitar-nos-emos a dizer que, quer  durante a sua união com o corpo, quer depois de separar-se deste, a alma  nunca está desligada do seu perispírito.
O perispírito é indestrutível como a própria alma. Nem os milhões de  graus de calor dos sóis, nem os frios do espaço infinito têm ação sobre  esse corpo incorruptível e espiritual. Somente a Vontade o pode  modificar, não porém, mudando-lhe a substância, mas expurgando-a dos  fluidos grosseiros de que se satura no começo de sua evolução. É o  transmissor de nossas impressões, sensações e lembranças.
5.2.INTERMEDIÁRIO ENTRE O CORPO E O ESPÍRITO
O Perispírito é órgão transmissor, funcionando como um transformador  elétrico, no qual a corrente entra com certa voltagem e sai com voltagem  diferente. O corpo recebe a impressão, o Perispírito a transmite e o  Espírito, sensível e inteligente, a recebe, analisa e incorpora. Mas  podemos ter um trajeto inverso. Quando há iniciativa que vem do  Espírito, como ordem para o corpo executar, o Perispírito a transmite  para o sistema nervoso, que a define como um impulso motor. Essa ordem  vai, através dos nervos motores, aos músculos, que se contraem,  obedecendo à ordem recebida. Surgem, assim, os movimentos: locomoção,  fala, gestos da mímica, canto, salto etc. Alguns movimentos são  automáticos, como os da respiração, do bombeamento do sangue pelo  coração e, mais profundamente inconscientes, as contrações peristálticas  do intestino. Também, nesse caso, a atuação do Perispírito é inegável.  (Lex, 1993, p. 57 a 61)
Visibilidade - Por meio de uma espécie de condensação, o perispírito,  normalmente invisível, pode se tornar perceptível à visão humana.
Tangibilidade - O perispírito pode chegar a adquirir as propriedades de  um corpo sólido e tangível, porém, conserva a possibilidade de retomar  instantaneamente seu estado etéreo e invisível.
Transfiguração - Admite-se que o espírito pode dar a seu perispírito  toda a aparência que desejar, através de uma mudança no aspecto geral da  fisionomia ou de uma aparência luminosa. Isso pode acontecer com o  perispírito tanto de uma pessoa desencarnada como de uma encarnada, não  isolada do corpo, mas se irradiando ao redor do corpo de maneira a  envolvê-lo como um vapor, podendo mudar de aspecto se esta for a vontade  de seu espírito. Um outro espírito que esteja desencarnado, combinando  seu fluido com o de um que já esteja encarnado, pode substituir a  aparência deste.
Bi-corporeidade - O espírito de uma pessoa encarnada recobra parte de  sua liberdade isolando-se parcialmente do corpo. Seu perispírito, ao  adquirir momentaneamente a tangibilidade, aparece em outro local,  tornando-se presente fisicamente em dois lugares ao mesmo tempo e se  mostrando com todas as aparências da realidade. Nesse estado, o corpo  físico jamais estará normal, mas de uma forma mais ou menos estática.
Penetrabilidade- Matéria alguma lhe opõe obstáculo, pois atravessa todas, como a luz faz com corpos transparentes.
Transporte e materialização de objetos
13ª Como trazes o objeto? Será segurando-o com as mãos?
"Não; envolvo-o em mim mesmo."
NOTA DE ERASTO. A resposta não explica de modo claro a operação. Ele não  envolve o objeto com a sua própria personalidade; mas, como o seu  fluido pessoal é dilatável, combina uma parte desse fluido com o fluido  animalizado do médium e é nesta combinação que oculta e transporta o  objeto que escolheu para transportar. Ele, pois, não exprime com justeza  o fato, dizendo que envolve em si o objeto.
14ª Trazes com a mesma facilidade um objeto de peso considerável, de 50 quilos por exemplo?
"O peso nada é para nós. Trazemos flores, porque agrada mais do que um volume pesado."
NOTA DE ERASTO. É exato. Pode trazer objetos de cem ou duzentos quilos,  por isso que a gravidade, existente para vós, é anulada para os  Espíritos. Mas, ainda aqui, ele não percebe bem o que se passa, A massa  dos fluidos combinados é proporcional à dos objetos. Numa palavra, a  força deve estar em proporção com a resistência; donde se segue que, se o  Espírito apenas traz uma flor ou um objeto leve, é muitas vezes porque  não encontra no médium, ou em si mesmo, os elementos necessários para um  esforço mais considerável.
18ª Como conseguiste outro dia introduzir aqueles objetos, estando fechado o aposento?
"Fi-los entrar comigo, envoltos, por assim dizer, na minha substância. Nada mais posso dizer, por não ser explicável o fato."
19ª Como fizeste para tornar visíveis estes objetos que, um momento antes, eram invisíveis?
"Tirei a matéria que os envolvia."
NOTA DE ERASTO. O que os envolve não é matéria propriamente dita, mas um  fluido tirado, metade, do perispírito do médium e, metade, do Espírito  que opera.
20ª (A Erasto) Pode um objeto ser trazido a um lugar inteiramente fechado?
Numa palavra: pode o Espírito espiritualizar um objeto material, de maneira que se torne capaz de penetrar a matéria?
"É complexa esta questão. O Espírito pode tornar invisíveis, porém, não  penetráveis, os objetos que ele transporte; não pode quebrar a agregação  da matéria, porque seria a destruição do objeto. Tornando este  invisível, o Espírito o pode transportar quando queira e não o libertar  senão no momento oportuno, para fazê-lo aparecer. De modo diverso se  passam as coisas, com relação aos que compomos. Como nestes só  introduzimos os elementos da matéria, como esses elementos são  essencialmente penetráveis e, ainda, como nós mesmos penetramos e  atravessamos os corpos mais condensados, com a mesma facilidade com que  os raios sol ares atravessam uma placa de vidro, podemos perfeitamente  dizer que introduzimos o objeto num lugar que esteja hermeticamente  fechado, mas isso somente neste caso.
Itens da questão 99 de O Livro dos Médiuns
Materialização de Espíritos
105. Por sua natureza e em seu estado normal, o perispírito é invisível e  tem isto de comum com uma imensidade de fluidos que sabemos existir,  sem que, entretanto, jamais os tenhamos visto. Mas, também, do mesmo  modo que alguns desses fluidos, pode ele sofrer modificações que o  tornem perceptível à vista, quer por meio de uma espécie de condensação,  quer por meio de uma mudança na disposição de suas moléculas.  Aparece-nos então sob uma forma vaporosa.
A condensação (preciso é que não se tome esta palavra na sua  significação literal; empregamo-la apenas por falta de outra e a título  de comparação), a condensação, dizemos, pode ser tal que o perispírito  adquira as propriedades de um corpo sólido e tangível, conservando,  porém, a possibilidade de retomar instantaneamente seu estado etéreo e  invisível. Podemos apreender esse efeito, atentando no vapor, que passa  do de invisibilidade ao estado brumoso, depois ao estado líquido, em  seguida ao sólido e vice-versa.
Esses diferentes estados do perispírito resultam da vontade do Espírito e  não de uma causa física exterior, como se dá com os nossos gases.  Quando o Espírito nos aparece, é que pôs o seu perispírito no estado  próprio a torná-lo visível. Mas, para isso, não basta a sua vontade,  porquanto a modificação do perispírito se opera mediante sua combinação  com o fluido peculiar ao médium. Ora, esta combinação nem sempre é  possível, o que explica não ser generalizada a visibilidade dos  Espíritos. Assim, não basta que o Espírito queira mostrar-se; não basta  tão pouco que uma pessoa queira vêlo; é necessário que os dois fluidos  possam combinar-se, que entre eles haja uma espécie de afinidade e  também, porventura, que a emissão do fluido da pessoa seja  suficientemente abundante para operar a transformação do perispírito e,  provavelmente, que se verifiquem ainda outras condições que  desconhecemos. E necessário, enfim, que o Espírito tenha a permissão de  se fazer visível a tal pessoa, o que nem sempre lhe é concedido, ou só o  é em certas circunstâncias, por motivos que não podemos apreciar.
O Livro dos Médiuns
Bicorporeidade
119. ...Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um  morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas  mesmas causas que temos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade.  Este fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu  início às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja  presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar.
O Livro dos Médiuns
Transfiguração
123. A transfiguração, em certos casos, pode originar-se de uma simples  contração muscular, capaz de dar à fisionomia expressão muito diferente  da habitual, ao ponto de tornar quase irreconhecível a pessoa. Temo-lo  observado freqüentemente com alguns sonâmbulos; mas, nesse caso, a  transformação não é radical. Uma mulher poderá parecer jovem ou velha,  bela ou feia, mas será sempre uma mulher e, sobretudo, seu peso não  aumentará, nem diminuirá. No fenômeno com que nos ocupamos, há mais  alguma coisa. A teoria do perispírito nos vai esclarecer.
Está, em princípio, admitido que o Espírito pode dar ao seu perispírito  todas as aparências; que, mediante uma modificação na disposição  molecular, pode dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e,  conseguintemente, a opacidade; que o perispírito de uma pessoa viva,  isolado do corpo, é passível das mesmas transformações; que essa mudança  de estado se opera pela combinação dos fluidos. Figuremos agora o  perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas irradiando-se em volta  do corpo, de maneira a envolvê-lo numa espécie de vapor. Nesse estado,  passível se torna das mesmas modificações de que o seria, se o corpo  estivesse separado. Perdendo ele a sua transparência, o corpo pode  desaparecer, tornar-se invisível, ficar velado, como se mergulhado numa  bruma. Poderá então o perispírito mudar de aspecto, fazer-se brilhante,  se tal for a vontade do Espírito e se este dispuser de poder para tanto.  Um outro Espírito, combinando seus fluidos com os do primeiro, poderá, a  essa combinação de fluidos, imprimir a aparência que lhe é própria, de  tal sorte, que o corpo real desapareça sob o envoltório fluídico  exterior, cuja aparência pode variar à vontade do Espírito. Esta parece  ser a verdadeira causa do estranho fenômeno e raro, cumpra se diga, da  transfiguração.
Quanto à diferença de peso, explica-se da mesma maneira por que se  explica com relação aos corpos inertes. O peso intrínseco do corpo não  variou, pois que não aumentou nele a quantidade de matéria. Sofreu,  porém, a influência de um agente exterior, que lhe pode aumentar ou  diminuir o peso relativo, conforme explicamos nas questões 78 e  seguintes. Provável é, portanto, que, se a transformação se produzir,  tomando a pessoa o aspecto de uma criança, o peso diminua  proporcionalmente.
O Livro dos Médiuns
5.3.ATUAÇÃO NAS COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS
As bilocações dos Espíritos são os fatos marcantes que atestam o  desprendimento do Perispírito. Kardec, em Obras Póstumas, diz: "Fica,  pois, demonstrado que uma pessoa viva pode aparecer simultaneamente em  dois pontos diferentes; num, com o corpo real; em outro, com o  Perispírito condensado, momentaneamente, sob a aparência de suas formas  materiais". (Lex, 1993, p. 62 a 74)
Em todo o ato mediúnico, o Espírito aproxima-se do médium e o envolve  nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo  espiritual, atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque  vibratório semelhante a um brando choque elétrico reage o perispírito do  médium.
Emancipação - Ela acontece através do sono e do desdobramento mediúnico.
Os Passes
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos  desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias  e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito,  seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que  recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há  de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos  viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo  afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos,  enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos  espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe  de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto  mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito  com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage  sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os  fluidos são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se  são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os  fluidos maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de  certas enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de  maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como  absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais. Parte da questão  18 de A Gênese, capítulo XIV
6.OS CENTROS DE FORÇA
Os “poros perispiríticos” são chamados no movimento espírita de  “chacras” ou “centros de força”, sendo um total de sete. As pessoa  costumam fazer muito confusão sobre eles que na verdade são órgão do  perispírito. Assim como o corpo possui órgãos, o perispírito também os  possui.
São eles:
- Coronário: situado no topo da cabeça, voltado para cima como uma  coroa, está associado com o cérebro e o sistema nervoso. Liga-se também  com a glândula pineal e é bastante usado para absorver os fluidos;
- Frontal: situa-se no meio da testa, entre as sobrancelhas. É o chamado  terceiro olho, terceira visão e está estreitamente ligado à vontade, ao  animismo, à clarividência, clariaudiência;
- Laringo: na região da garganta. Atua no processo de comunicação das  pessoas, controla a garganta o pescoço, os braços e as mãos e liga-se à  glândula tireóide;
- Cardio: vitaliza o coração os pulmões, plexo cardíaco e sistema circulatório. Influi na emotividade da pessoa;
- Esplênico: encontra-se na área do baço, sua função é selecionar e distribuir as energias vitalizadoras pelos órgãos do corpo;
- Umbilico: na região umbilical, ligado ao pâncreas, intestino, estômago e fígado;
- Esplênico (Sexo): entre o ânus e os órgão sexuais, recebe as energias através dos chacras plantares (na sola dos pés).
Os comentários sobre estes “centros” estão em obras acessórias, escritas, por exemplo, pelo espírito André Luiz.
O Perispírito rege a vida física, dinamizando a energia vital aglutinada  no chamado duplo etérico, através de seus centros de força. Como estes  se projetam no duplo etérico , de natureza mais próxima à do corpo  material, refletindo-se neste, torna-se possível sua detecção por  instrumentação física (Câmera de Kirlian).
O perispírito, assinala KARDEC, "é o princípio de todas as manifestações."
7.MAIS TEXTOS EXTRAÍDOS DA CODIFICAÇÃO SOBRE O PERISPÍRITO
31. - Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do  corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele.  Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no  perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito,  encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo  deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura  se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula  sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da  substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que,  quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e  tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das  intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem ou Espírito. Os  fluidos que emanam de uma fonte impura são quais substâncias  medicamentosas alteradas.
32. - São extremamente variados os efeitos da ação fluídica sobre os  doentes, de acordo com as circunstâncias. Algumas vezes é lenta e  reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras  vezes é rápida, como uma corrente elétrica. Há pessoas dotadas de tal  poder, que operam curas instantâneas nalguns doentes, por meio apenas da  imposição das mãos, ou, até, exclusivamente por ato da vontade Entre os  dois pólos extremos dessa faculdade, há infinitos matizes. Todas as  curas desse gênero são variedades do magnetismo e só diferem pela  intensidade e pela rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: o  fluido, a desempenhar o papel de agente terapêutico e cujo efeito se  acha subordinado à sua qualidade e a circunstâncias especiais.
33. - A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
1º pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente  dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e,  sobretudo, à qualidade do fluido;
2º pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário  sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja  para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o  indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo  espiritual, cuja qualidade está na razão direta das qualidades do  Espírito;
3º pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, que  serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto,  semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o  fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades de que ele  carece. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é amiúde  espontâneo, porém, no mais das vezes, provocado por um apelo do  magnetizador.
34. - É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode  desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente,  pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve  considerar excepcional. No entanto, em épocas diversas e no seio de  quase todos os povos, surgiram indivíduos que a possuíam em grau  eminente. Nestes últimos tempos, apareceram muitos exemplos notáveis,  cuja autenticidade não sofre contestação. Uma vez que as curas desse  gênero assentam num princípio natural e que o poder de operá-las não  constitui privilégio, o que se segue é que elas não se operam fora da  Natureza e que só são miraculosas na aparência.A Gênese, capítulo XIV
95. O invólucro semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?
“Tem a forma que o Espírito queira. É assim que este vos aparece algumas  vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma  visível, mesmo palpável.”
(O Livro dos Espíritos - q. 95 - obra codificada por Allan Kardec)
141. Há alguma coisa de verdadeiro na opinião dos que pretendem que a alma é exterior ao corpo e o circunvolve?
“A alma não se acha encerrada no corpo, qual pássaro numa gaiola.  Irradia e se manifesta exteriormente, como a luz através de um globo de  vidro, ou como o som em torno de um centro de sonoridade. Neste sentido  se pode dizer que ela é exterior, sem que por isso constitua o  envoltório do corpo. A alma tem dois invólucros. Um, sutil e leve: é o  primeiro, ao qual chamas perispírito, outro, grosseiro, material e  pesado, o corpo. A alma é o centro de todos os envoltórios, como o  gérmen em um núcleo, já o temos dito.”
(O Livro dos Espíritos - q. 141 - obra codificada por Allan Kardec)
420. Podem os Espíritos comunicar-se, estando completamente despertos os corpos?
“O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; irradia por  todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos,  mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente.”
(O Livro dos Espíritos - q. 420 - obra codificada por Allan Kardec)
4. A existência da alma e a de Deus, conseqüência uma da outra,  constituindo a base de todo o edifício, antes de travarmos qualquer  discussão espírita, importa indaguemos se o nosso interlocutor admite  essa base. Se a estas questões:
Credes em Deus? Credes que tendes uma alma?
Credes na sobrevivência da alma após a morte?
Responder negativamente, ou, mesmo, se disser simplesmente: Não sei;  desejara que assim fosse, mas não tenho a certeza disso, o que, quase  sempre, eqüivale a uma negação polida, disfarçada sob uma forma menos  categórica, para não chocar bruscamente o a que ele chama preconceitos  respeitáveis, tão inútil seria ir além, como querer demonstrar as  propriedades da luz a um cego que não admitisse a existência da luz.  Porque, em suma, as manifestações espíritas não são mais do que efeitos  das propriedades da alma. Com semelhante interlocutor, se se não quiser  perder tempo, ter-se- á que seguir muito diversa ordem de idéias.  Admitida que seja a base, não como simples probabilidade, mas como coisa  averiguada, incontestável, dela muito naturalmente decorrerá a  existência dos Espíritos.
O Livro dos Médiuns - 1a parte, cap. I, item 4 - obra codificada por Allan Kardec
7. Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações representasse uma  concepção singular, fosse produto de um sistema, poderia, com visos de  razão, merecer a suspeita de ilusória. Digam-nos, porém, por que com ela  deparamos tão vivaz entre todos os povos, antigos e modernos, e nos  livros santos de todas as religiões conhecidas? E, respondem os  críticos, porque, desde todos os tempos, o homem teve o gosto do  maravilhoso. - Mas, que entendeis por maravilhoso? - O que é  sobrenatural. - Que entendeis por sobrenatural? - O que é contrário às  leis da Natureza. - Conheceis, porventura, tão bem essas leis, que  possais marcar limite ao poder de Deus? Pois bem! Provai então que a  existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da  Natureza; que não é, nem pode ser uma destas leis. Acompanhai a Doutrina  Espírita e vede se todos os elos, ligados uniformemente à cadeia, não  apresentam todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo o  que as filosofias até agora não puderam resolver.
O pensamento é um dos atributos do Espírito; a possibilidade, que eles  têm, de atuar sobre a matéria, de nos impressionar os sentidos e, por  conseguinte, de nos transmitir seus pensamentos, resulta, se assim nos  podemos exprimir, da constituição fisiológica que lhes é própria. Logo,  nada há de sobrenatural neste fato, nem de maravilhoso. Tornar um homem a  viver depois de morto e bem morto, reunirem-se seus membros dispersos  para lhe formarem de novo o corpo, sim, seria maravilhoso, sobrenatural,  fantástico. Haveria aí uma verdadeira derrogação da lei, o que somente  por um milagre poderia Deus praticar. Coisa alguma, porém, de semelhante  há na Doutrina Espírita.
O Livro dos Médiuns - 1a parte, cap. II, item 7 - obra codificada por Allan Kardec
56. Ele tem a forma humana e, quando nos aparece, é geralmente com a que  revestia o Espírito na condição de encarnado. Daí se poderia supor que o  perispírito, separado de todas as partes do corpo, se modela, de certa  maneira, por este e lhe conserva o tipo; entretanto, não parece que seja  assim. Com pequenas diferenças quanto às particularidades e exceção  feita das modificações orgânicas exigidas pelo meio em o qual o ser tem  que viver, a forma humana se nos depara entre os habitantes de todos os  globos. Pelo menos, é o que dizem os Espíritos. Essa igualmente a forma  de todos os Espíritos não encarnados, que só têm o perispírito; a com  que, em todos os tempos, se representaram os anjos, ou Espíritos puros.  Devemos concluir de tudo isto que a forma humana é a forma tipo de todos  os seres humanos, seja qual for o grau de evolução em que se achem. Mas  a matéria sutil do perispírito não possui a tenacidade, nem a rigidez  da matéria compacta do corpo; é, se assim nos podemos exprimir, flexível  e expansível, donde resulta que a forma que toma, conquanto decalcada  na do corpo, não é absoluta, amolga-se à vontade do Espírito, que lhe  pode dar a aparência que entenda, ao passo que o invólucro sólido lhe  oferece invencível resistência.
Livre desse obstáculo que o comprimia, o perispírito se dilata ou  contrai, se transforma: presta-se, numa palavra, a todas as  metamorfoses, de acordo com a vontade que sobre ele atua. Por efeito  dessa propriedade do seu envoltório fluídico, é que o Espírito que quer  dar-se a conhecer pode, em sendo necessário, tomar a aparência exata que  tinha quando vivo, até mesmo com os acidentes corporais que possam  constituir sinais para o reconhecerem.
Os Espíritos, portanto, são, como se vê, seres semelhantes a nós,  constituindo, ao nosso derredor, toda urna população, invisível no  estado normal. Dizemos - no estado normal, porque, conforme veremos,  essa invisibilidade nada tem de absoluta.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. I, item 56 - obra codificada por Allan Kardec
IX. Será com os seus próprios membros, de certo modo solidificados, que os Espíritos levantam a mesa?
"Esta resposta ainda não te levará até onde desejas. Quando, sob as  vossas mãos, uma mesa se move, o Espírito haure no fluido universal o  que é necessário para lhe dar uma vida factícia. Assim preparada a mesa,  o Espírito a atrai e move sob a influência do fluido que de si mesmo  desprende, por efeito da sua vontade. Quando quer pôr em movimento uma  massa por demais pesada para suas forças, chama em seu auxílio outros  Espíritos, cujas condições sejam idênticas às suas. Em virtude da sua  natureza etérea, o Espírito, propriamente dito, não pode atuar sobre a  matéria grosseira, sem intermediário, isto é, sem o elemento que o liga à  matéria. Esse elemento, que constitui o que chamais perispírito, vos  faculta a chave de todos os fenômenos espíritas de ordem material. Julgo  ter-me explicado muito claramente, para ser compreendido."
NOTA. Chamamos a atenção para a seguinte frase, primeira da resposta acima: Esta resposta AINDA te não levará até onde desejas.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. IV, item 74 – q. IX - obra codificada por Allan Kardec
21ª Como pode o Espírito fazer-se visível?
"O princípio é o mesmo de todas as manifestações, reside nas  propriedades do perispírito, que pode sofrer diversas modificações, ao  sabor do Espírito."
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. VI, item 100 – q. 21 - obra codificada por Allan Kardec
109. O perispírito, como se vê, é o princípio de todas as manifestações.  O conhecimento dele foi a chave da explicação de uma imensidade de  fenômenos e permitiu que a ciência espírita desse largo passo, fazendo-a  enveredar por nova senda, tirando-lhe todo o cunho de maravilhosa. Dos  próprios Espíritos, porquanto notai bem que foram eles que nos ensinaram  o caminho, tivemos a explicação da ação do Espírito sobre a matéria, do  movimento dos corpos inertes, dos ruídos e das aparições. Aí  encontraremos ainda a de muitos outros fenômenos que examinaremos antes  de passarmos ao estudo das comunicações propriamente ditas. Tanto melhor  as compreenderemos, quanto mais conhecedores nos acharmos das causas  primárias. Quem haja compreendido bem aquele princípio, facilmente, por  si mesmo, o aplicará aos diversos fatos que se lhe possam oferecer à  observação.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. VI, item 109 - obra codificada por Allan Kardec
114. Estes dois fenômenos são variedades do das manifestações visuais e,  por multo maravilhosos que pareçam à primeira vista, facilmente se  reconhecerá, pela explicação que deles se pode dar, que não estão fora  da ordem dos fenômenos naturais. Assentam ambos no princípio de que tudo  o que ficou dito, das propriedades do perispírito após a morte, se  aplica ao perispírito dos vivos. Sabemos que durante o sono o Espírito  readquire parte da sua liberdade, isto é, isola-se do corpo e é nesse  estado que, em muitas ocasiões, se tem ensejo de observá-lo. Mas, o  Espírito, quer o homem esteja vivo, quer morto, traz sempre o envoltório  semimaterial que, pelas mesmas causas de que já tratamos, pode  tornar-se visível e tangível. Há fatos muito positivos, que nenhuma  dúvida permitem a tal respeito. Citaremos apenas alguns exemplos, de que  temos conhecimento pessoal e cuja exatidão podemos garantir, sendo que a  todos é possível registrar outros análogos, consultando suas próprias  reminiscências.
O Livro dos Médiuns - 2a parte, cap. VII, item 114 - obra codificada por Allan Kardec
17. - O Espiritismo ensina de que maneira se opera a união do Espírito  com o corpo, na encarnação. Pela sua essência espiritual, o Espírito é  um ser indefinido, abstrato, que não pode ter ação direta sobre a  matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o envoltório  fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. É  semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem  e à espiritualidade pela sua natureza etérea. Como toda matéria, ele é  extraído do fluido cósmico universal que, nessa circunstância, sofre  unia modificação especial. Esse envoltório, denominado perispírito, faz  de um ser abstrato, do Espírito, um ser concreto, definido, apreensível  pelo pensamento. Torna-o apto a atuar sobre a matéria tangível, conforme  se dá com todos os fluidos imponderáveis, que são, como se sabe, os  mais poderosos motores. O fluido perispirítico constitui, pois, o traço  de união entre o Espírito e a matéria. Enquanto aquele se acha unido ao  corpo, serve-lhe ele de veículo ao pensamento, para transmitir o  movimento às diversas partes do organismo, as quais atuam sob a impulsão  da sua vontade e para fazer que repercutam no Espírito as sensações que  os agentes exteriores produzam. Servem-lhe de fios condutores os nervos  como, no telégrafo, ao fluido elétrico serve de condutor o fio  metálico.
A Gênese - Encarnação dos Espíritos- cap. XI item 17- obra codificada por Allan Kardec
18. - Sendo apenas Espíritos encarnados, os homens têm uma parcela da  vida espiritual, visto que vivem dessa vida tanto quanto da vida  corporal; primeiramente, durante o sono e, muitas vezes, no estado de  vigília. O Espírito, encarnado, conserva, com as qualidades que lhe são  próprias, o seu perispírito que, como se sabe, não fica circunscrito  pelo corpo, mas irradia ao seu derredor e o envolve como que de uma  atmosfera fluídica.
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha  preponderante papel no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito  encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os  Espíritos encarnados.
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos  desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias  e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Desde que estes se modificam pela projeção dos pensamentos do Espírito,  seu invólucro perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que  recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, há  de, ainda mais, guardar a de suas qualidades boas ou más. Os fluidos  viciados pelos eflúvios dos maus Espíritos podem depurar-se pelo  afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos,  enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos  espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe  de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto  mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito  com eles se confunde.
Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage  sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os  eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se  são maus, a impressão é penosa. Se são permanentes e enérgicos, os  eflúvios maus podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de  certas enfermidades.
Os meios onde superabundam os maus Espíritos são, pois, impregnados de  maus fluidos que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como  absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.
A Gênese - Qualidades dos fluidos- cap. XIV item 18- obra codificada por Allan Kardec
39. - Podendo o Espírito operar transformações na contextura do seu  envoltório perispirítico e irradiando-se esse envoltório em torno do  corpo qual atmosfera fluídica, pode produzir-se na superfície mesma do  corpo um fenômeno análogo ao das aparições. Pode a imagem real do corpo  apagar-se mais ou menos completamente, sob a camada fluídica, e assumir  outra aparência; ou, então, vistos através da camada fluídica  modificada, os traços primitivos podem tomar outra expressão. Se, saindo  do terra-a-terra, o Espírito encarnado se identifica com as coisas do  mundo espiritual, pode a expressão de um semblante feio tornar-se bela,  radiosa e até luminosa; se, ao contrário, o Espírito é presa de paixões  más, um semblante belo pode tomar um aspecto horrendo.
Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre qualidades e  sentimentos predominantes no Espírito. O fenômeno resulta, portanto, de  uma transformação fluídica; é uma espécie de aparição perispirítica, que  se produz sobre o próprio corpo do vivo e, algumas vezes, no momento da  morte, em lugar de se produzir ao longe, como nas aparições  propriamente ditas. O que distingue as aparições desse gênero é o serem,  geralmente, perceptíveis por todos os assistentes e com os olhos do  corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível, ao passo  que, nas aparições puramente fluídicas, não há matéria tangível. ([1])
A Gênese - Qualidades dos fluidos- cap. XIV item 39 - obra codificada por Allan Kardec
11. O perispírito não está encerrado nos limites do corpo como numa  caixa. Devido à sua natureza fluídica ele se expande; ele se irradia e  forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera que o pensamento e a  força de vontade podem alargar mais ou menos. De onde se conclui que  pessoas que não estão em comunicação corporal podem comunicar-se pelo  perispírito e transmitir, sem o saberem, as suas impressões, e às vezes  até mesmo a intuição de seus pensamentos.
Obras Póstumas - Perispírito, princípio das manifestações – item 11 –  pág. 17 – LAKE – 1a edição – 1975 - (autoria de Allan Kardec).
Como procede um magnetizador ordinário? Suponhamos que queira agir, por  exemplo, sobre um braço. Concentra sua atenção sobre esse membro e, por  um simples movimento dos dedos, executado à distância e em todos os  sentidos, agindo absolutamente como se o contato da mão fosse real,  dirige uma corrente fluídica sobre o ponto desejado. O Espírito não age  diversamente. Sua ação fluídica se transmite de perispírito a  perispírito, e deste ao corpo material. O estado de sonambulismo  facilita consideravelmente essa ação graças ao desprendimento do  perispírito, que melhor se identifica com a natureza fluídica do  Espírito, e sofre, então, a influência magnética espiritual, elevada ao  seu maior poder.
Revista Espírita (Jornal de Estudos Psicológicos publicado sobre a  direção de Allan Kardec), Ano VIII, Setembro de 1865, pág. 258 - EDICEL.
8.POLÊMICAS SOBRE O TEMA ESTUDADO.
Nesta seção vamos primeiramente ler a íntegra de alguns textos  publicados na Internet sobre perispíritos e depois os comentaremos de  forma o mais sucinta possível.
8.1 texto 1
A memória do Espírito fica no perispírito?
José Henrique Baldin
Alguns livros espíritas, sejam eles de autores encarnados ou de autores  desencarnados cometem erros doutrinários, por isso nós espíritas devemos  saber discernir os bons livros dos maus livros, independente de qual  seja o autor, o espírito, o médium, etc.
Para que nós não assimilemos conceitos equivocados como corretos é  imprescindível o estudo regular das obras básicas do Espiritismo, que  são: Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, Céu e o  Inferno, Livro dos Médiuns, A Gênese. Ainda possuímos da Revista  Espírita que Allan Kardec escreveu de 1858 a 1869, Obras Póstumas e a  Bíblia. Se algum conceito estiver em contradição com as Obras básicas  devemos deixar de lado este conceito e ficar com o conceito das Obras  Básicas, temos que analisar os outros livros espíritas com a razão e não  com o coração. As vezes aceitamos todos os conceitos que vem através  destas obras, só porque veio de tal espírito(que julgamos superior) ou  de um médium(que julgamos infalível). Conforme Kardec nos orientou não  existe na face na Terra nenhum médium perfeito e nos alertou para o  cuidado na analise do que é transmitido por um espírito.
Um dos conceitos equivocados de alguns livros espíritas é que a memória  do Espírito fica no perispírito. O perispírito é apenas o veiculo de  manifestação do espírito, ou seja o corpo espiritual. Assim como o corpo  humano que não pensa, não raciocina, e que as memórias e o patrimônio  intelectual adquirido nas várias existências corpóreas do espírito não  estão no corpo físico, da mesma maneira ocorre com o perispírito que é  apenas um corpo de manifestação do espírito no mundo espiritual, mais  etéreo do que o corpo físico, mais ainda um corpo revestido de matéria.
Quando o espírito sai deste mundo para ir a outro mundo ele precisa  destruir o corpo perispiritual deste mundo e constituir um novo  perispírito no mundo em que irá habitar. Isso porque o espírito constrói  o perispírito de acordo com os fluídos existentes de cada planeta. E  cada planeta não é exatamente igual fluidicamente a outro, porque cada  mundo está numa faixa de evolução diferente por causa dos seus  habitantes que também estão em diferentes graus de evolução espiritual.  Se a memória ficasse no perispírito, quando o espírito destruiria o  perispírito para reconstruir um outro no novo planeta, a memória se  perderia.
O que a Doutrina Espírita nos diz é que: o pensamento, a vontade, as  memórias(lembranças), os conhecimentos adquiridos, a moral estão no  próprio espírito, e o perispírito apenas reflete o pensamento do  espírito. Todos os espíritos possuirão eternamente um perispírito, mesmo  os espíritos puros, pois como foi dito o perispírito é a forma de  manifestação do espírito no mundo dos espíritos. Mesmo que um espírito  seja perfeito, ou seja, puro, ele possuirá um perispírito que será muito  mais etéreo do que de um espírito que ainda não chegou perfeição.
E-mail: jhbaldin@terra.com.br
Tem razão o autor quando postula que vários autores cometem erros e que  devemos estudar as obras básicas do Espiritismo para poder identificar  esses erros doutrinários. Também está com a razão ao dizer que a memória  do espírito não fica arquivada no perispírito, pois na questão 257 do  Livro dos Espíritos fica claro que o perispírito tem a função de  condutor de sensações do exterior para o espírito, exercendo assim o  mesmo que os neurônios fazem no corpo humano, transmitindo informações  para o cérebro. Assim, nessa relação a função do perispírito é  semelhante a função neurônios e a função do espírito é semelhante a  função do cérebro.
Ora, na definição de Kardec “o espírito é o princípio inteligente” e “o  perispírito é o agente do espírito” , logo as informações não ficam  registradas no perispírito, mas sim no espírito que é o principio  inteligente. Como dizia Kardec “não podemos tomar a causa pelo efeito”.
Também está certo o autor ao afirmar que o espírito destrói o  perispírito para reconstruí-lo para poder viver em outros planetas. As  questões 94,186 e 187 do Livro dos Espíritos respondem claramente esse  ponto: “passando de um mundo a outro, o espírito muda de envoltório como  muda de roupa”, “operando-se porém essa mudança com a rapidez do  relâmpago”.
8.2 texto 2
O Perispírito ou Corpo Astral, segundo Geley Prospero Musso De La Consciência
Perispírito tem na Doutrina Espírita uma importância capital, constitui o  princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, o meio de união  entre a Alma e o corpo, as condições necessárias para as relações entre o  Moral e o físico.
É composto á quinta essência dos elementos combinados das relações  anteriores. Evoluciona e progride com a Alma e tanto mais sutil é e  tanto menos material, quanto mais elevado e perfeito é o indivíduo.
O Perispírito assegura a conservação da individualidade, fixa os  progressos já conseguidos, sintetiza, numa palavra, o avanço do estado  do ser. Serve de molécula, de molde orgânico para toda nova encarnação,  condensando-se no embrião; agrupa em uma ordem dada, moléculas materiais  e assegura o desenvolvimento normal do organismo. Sem o Perispírito, o  resultado da fecundação não seria mais que um tumor informe.
O Dr. Gustavo Geley, diz: O Perispírito assegura também a sustentação do  corpo e suas reparações em idêntica ordem durante a perpétua renovação  das células. Sabe-se que o corpo se transforma por completo no espaço de  alguns meses.
Sem a força misteriosa do Perispírito a personalidade do ser variaria constantemente em cada uma destas mudanças.
O Perispírito não está estreitamente aprisionado ao corpo do encarnado;  irradia mais ou menos fora dele, segundo sua pureza. Esta irradiação  constitui o que se chama aura. Inclusive, pode às vezes, mesmo em pouca  proporção, separar-se momentaneamente do encarnado ao qual só permanece  ligado por ligeiro fluido.
Neste estado de desencarnação relativa, o ser pode tomar conhecimento de  fatos ocorridos longe dele e demonstrar que possui faculdade anormal.
Se o Perispírito leva moléculas materiais consigo, em grande número,  poderá agir a grande distância e também exercer certa influência sobre a  vista ou os outros sentidos das pessoas que encontre em seu caminho;  neste caso representa exatamente o que se chama em termo espiritista, o  duplo exato do seu corpo.
O Dr. Geley, diz: A Alma. Esta síntese compreende numerosos elementos que podem agrupar-se nas categorias
1.°) elementos adquiridos em encarnações anteriores;
2.°) elementos adquiridos na encarnação atual.
No primeiro caso, são as recordações das personalidades passadas e o  conhecimento de todos os fatos importantes das existências sucessivas.
Esses elementos não estão na consciência normal; esquecidos na  aparência, são conservados integralmente pelo Perispírito. A consciência  total, isto é, o produto dos progressos realizados desde o começo da  evolução.
A Alma : é a parte essencial da individualidade, a que constitui seu  verdadeiro grau de avanço e aperfeiçoamento ; é o eu real, que a  personalidade atual oculta mais ou menos. Toda nova encarnação a  dissimula momentaneamente, pelos elementos que leva consigo.
Da herança : A herança é dupla, física e psíquica.
A herança física é evidente e muito importante, visto que dela depende,  em parte, o bom estado do instrumento orgânico (dos Pais). A herança  intelectual e moral, quase sempre ausente (em absoluto).
Pelo que precede, vê-se claramente que a consciência normal de um ser  encarnado não constitui toda sua individualidade pensante. De acordo com  as teorias da ciência, a doutrina espírita, admite que a síntese  psíquica é muito mais extensa.
A Alma compreenderia uma parte consciente e outra inconsciente, ou  melhor, subconsciente ; esta última é, sem duvida, a mais importante.
Com efeito, admitindo a teoria das existências múltiplas, a parte  subconsciente da Alma compreenderia uma série infinita de recordações  veladas momentaneamente, mas gravadas no Perispírito.
A parte subconsciente compreenderia : a consciência total, o eu real,  produto de todos os progressos passados, e muito superior em todos os  seres, avançados do que o seu eu aparente.
Nesse texto o autor tomar o efeito pela causa, pois conforme o que  comentamos sobre o texto 1, o perispírito exerce o papel de agende e não  o papel de princípio inteligente que é o próprio espírito. Do texto 2  tirando o que está ruim, o resto fica bom.
Faltou ao autor um estudo mais atento as obras básicas, ou quem sabe, há  uma velada intenção de inserir conceitos espiritualistas no meio  espírita. Se não houve essa intenção, pelo menos essa é a conseqüência  (inclusão de conceitos espiritualistas).
8.3 texto 3
PERISPÍRITO,
A GRANDE POLÊMICA
Aquela clássica definição de Kardec?
Ou um conjunto de Corpos Sutis?
Ou apenas o Corpo Astral?
© Francisco de Carvalho
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Na metade do século 19, na França, no auge da era racionalista, Allan  Kardec, o célebre codificador do Espiritismo, criou o neologismo  Perispírito - literalmente traduzido como "o que envolve o espírito" -  para explicar-nos o envoltório fluídico do espírito que serve de ligação  entre este, o espírito, e o corpo físico.
No entanto, há milênios, conceituados e tradicionais ensinamentos  ocultistas (orientais) nos informam que a ligação entre o espírito e o  corpo físico é feita através de vários corpos sutis interligados, dos  quais os mais conhecidos (e importantes para este nosso estudo) são os  corpos etérico, astral, mental e causal.
Como é óbvio, existe uma justificada e até mesmo calorosa polêmica  causada pela clara e frontal divergência entre aqueles dois conceitos de  Perispírito. Porém, como se isto não bastasse, ainda colocaram mais  lenha nessa fogueira, haja vista que muitos espíritas (e não espíritas)  criaram e adotaram amplamente um novo (e terceiro) conceito para  Perispírito, como veremos adiante.
Nesta aparentemente complicada história, quem está certo? Quem está  errado? Por que? Isto é o que analisaremos agora, evidentemente dentro  das humanas imperfeições deste autor.
Primeira Parte
= A POLÊMICA KARDEC X OCULTISMO =
SURPRESA!
Na análise que fiz da maneira mais holística, universalista, imparcial e  neutra possíveis - em outras palavras, sem "puxar a brasa para nenhuma  sardinha" - e também sem querer ser "político" - ou seja, sem procurar  agradar a gregos e troianos - a minha conclusão é a seguinte:
--- Tanto aquele conceito oriental quanto o de Kardec são adequados!
Isto Não É Possível!
Calma! Eu não disse que, ao pé da letra, ambos são corretos, e sim que,  em termos relativos (e principalmente didáticos) ambos são válidos, como  veremos a seguir.
ATUALMENTE JÁ PODEMOS CRER,
EMPREGANDO A NOSSA FÉ RACIOCINADA
Entre o espírito que somos e o corpo físico que utilizamos quando e  enquanto estamos encarnados aqui na Terra, simultaneamente usamos vários  corpos sutis ou extrafísicos, cada um constituído pela matéria que lhe é  própria, como veremos adiante, na Quarta Parte.
RECUANDO NO TEMPO,
ANALISEMOS O ESPIRITISMO
NA ÉPOCA EM QUE CHEGOU NA TERRA
Aqui no ocidente, imediatamente antes do advento da Doutrina Espírita, o  que conhecíamos de vida após a morte? Muito pouco. Apenas aquilo que as  tradicionais e poderosas igrejas de então nos obrigavam a acreditar,  apelando para fé cega, "dogmas" e "mistérios divinos", sem nos dar  nenhum direito de discordar ou questionar, sempre sob a constante ameaça  da "ira divina".
Naquela época, o que sabíamos de mediunidades e paranormalidades? Idem,  idem. Neste caso, mesmo com os esporádicos relatos de fatos mediúnicos e  paranormais constantes até na Bíblia, aqueles ditatoriais conceitos  religiosos nos obrigavam a crer que tais fenômenos extrafísicos eram  "bruxaria" e/ou atos demoníacos.
E assim por diante, como bem sabemos.
Em Resumo - Naquela época, estávamos na mais completa ignorância a  respeito de quase tudo que extrapolava o mundo material percebido pelos  cinco sentidos do nosso corpo físico.
De Repente...
Surgiu entre nós o Espiritismo, capitaneado por Allan Kardec,  revelando-nos, de uma só vez, uma maciça e gigantesca dose de  revolucionárias "novidades" sobre vida após a morte, mediunidades,  interações entre encarnados e desencarnados, etc.
PERGUNTAS AO BOM SENSO
Naquela época - e naquele clima de quase completa ignorância da nossa  vida extrafísica e espiritual - poderia Kardec, assessorado por um  batalhão de elevados benfeitores desencarnados, descobrir "o véu de  Isis" (véu que encobre a verdade) de uma só vez?
Ou, numa segunda opção, prudentemente ele deveria nos fazer todas  aquelas "revelações" sempre de maneira muito bem dosada de acordo com a  nossa capacidade máxima de compreensão daquelas "novidades"?
Resposta
Sabemos que, em todos os casos desse tipo, a sabedoria didática nos  aconselha àquela segunda opção, ou seja, sempre dosar as "revelações"  conforme a nossa capacidade de aceitação e assimilação daquelas  "novidades". Nem uma grama a mais do que isto! Senão...
Em Outras Palavras
Se Kardec não fizesse todas aquelas "revelações" sempre através dessa  maneira sabiamente didática, qual seria o resultado? Seria desastroso  porque, sem nenhuma dúvida, o tiro sairia pela culatra, haja vista que  aqueles novos e "revolucionários" ensinamentos, em não encontrando (em  nós) um campo fértil para assimilação e maturação, seriam (por nós)  sumariamente desacreditados e, o pior de tudo, imediatamente  descartados.
Lembrete - A respeito dessa nossa compreensível dificuldade para aceitar  e assimilar essas "revelações" que estão acima, muito acima do que  então está estabelecido e aceito como "verdade", vários mentores  espirituais já se manifestaram. Um deles foi Emmanuel, que tanto atuou,  por dezenas de anos a fio, através da sublime mediunidade do saudoso e  queridíssimo Chico Xavier. Ele, Emmanuel, reconhecido nos meios espírita  e espiritualista como um dos nossos mais sábios instrutores  espirituais, certa vez confessou que essa tarefa deles (transmitir-nos  novos e avançados ensinamentos sobre a nossa vida extrafísica e  espiritual que tanto desconhecemos) é missão tão arrojada e difícil  quanto, metaforicamente falando, seria esclarecer à feia e primitiva  lagarta - que só sabe se arrastar lentamente, sem desconfiar que carrega  consigo os germes das próprias asas - que ela em breve será uma  belíssima borboleta.
POR ESTE MOTIVO DE ELEVADOS
BOM SENSO, SABEDORIA E DIDÁTICA
Kardec, quando nos trouxe todas aquelas "revelações" - principalmente  aquelas que, para nós, naquela época, eram mais difíceis de  compreendermos e aceitarmos - ele sempre nos demonstrou aquelas  "novidades" de maneira prudente e, sempre que necessário,  deliberadamente resumida, parcial ou incompleta.
No Entanto
É óbvio que a expectativa (ou estratégia) dele e dos mentores deles era  que, no futuro - quando o terreno estivesse mais fértil e propício -  aquelas lições preliminares fossem devidamente aprofundadas e  complementadas por seus seguidores e/ou outros pesquisadores e  estudiosos imparciais.
POIS É, GENTE!
CREIO QUE ESTE FOI O CASO DO PERISPÍRITO!
Naquela época, repetindo, no meio daquela nossa quase completa  ignorância espiritual, quando nem sequer conhecíamos o que era o  espírito que somos, se Kardec nos ensinasse toda a verdade, nua e crua,  sobre os nossos corpos extrafísicos - ou seja, que nós temos e  utilizamos, além do corpo físico, um corpo etérico, mais um corpo  astral, mais um corpo mental, mais um corpo causal, etc. - é evidente  que nós não conseguiríamos acreditar em nada daquilo, e aqueles  avançados ensinamentos seriam imediatamente ridicularizados e  descartados por nós.
Assim Sendo
Kardec, sabiamente, resumiu todos os nossos corpos sutis naquilo que ele  didaticamente, apenas didaticamente, chamou de Perispírito.
Mas, Repetindo
Ele lançou aquela base primária (ou semente de conhecimento) dos nossos  corpos sutis - a máxima luz espiritual que foi possível nos dar, naquela  época, a este respeito - para que, no futuro, discípulos seus e/ou  outros estudiosos terminassem aquele serviço, ou seja, aprofundassem e  complementassem aqueles ensinamentos preliminares.
CURIOSIDADE
Comprovando que, ainda hoje, no início do terceiro milênio, cada um de  nós tem sua própria limitação para compreender e aceitar "revelações"  espirituais, atualmente o próprio meio espírita se divide quanto àquela  definição de Perispírito feita por Kardec:
Os Espíritas Liberais
Compreendem o sábio motivo daquele indispensável artifício didático de  Kardec, e compreendem que Perispírito representa, resumidamente, o  conjunto de nossos corpos sutis.
Mas Os Espíritas Ortodoxos
Nem querem ouvir falar desta tal história de corpos sutis, e  intransigentemente só aceitam, literalmente, aquela conceituação de  Kardec para Perispírito, sem admitir suprimir nem acrescentar sequer uma  única vírgula.
Segunda Parte
= A VERSÃO 3 DO PERISPÍRITO =
ATUALMENTE
Tanto no meio espírita quando fora dele - e até mesmo no espiritualismo  universalista - é muito usual o emprego do termo Perispírito, mas não  conforme aquela definição de Kardec, e nem de acordo com o milenar  conceito ocultista de conjunto de corpos sutis.
QUAL É ESTA TERCEIRA VERSÃO?
Desta vez o termo Perispírito é largamente empregado como sinônimo de  Corpo Astral, o corpo sutil (ou extrafísico) que utilizamos para atuar  no Plano Astral quando estamos desencarnados e, quando encarnados,  durante o natural desdobramento causado pelo sono do corpo físico.
Comentário - Esta nova e usual conceituação de Perispírito, embora  tecnicamente seja incorreta, didaticamente é muito útil porque -  principalmente para quem tem dificuldade de compreender "revelações"  avançadas - facilita a compreensão das importantes funções do nosso  corpo astral nas nossas vidas, tanto quando estamos encarnados quanto  desencarnados.
Terceira Parte
= COMENTÁRIO SOBRE ESSAS
TRÊS VERSÕES DE PERISPÍRITO =
É VERDADE!
Parece que, neste caso, mais uma vez "Deus escreveu certo por linhas tortas"...
POR QUE?
Porque cada um de nós, ao aceitar - conforme seja a sua atual capacidade  ou "abertura mental" - qualquer uma daquelas três versões de  Perispírito, sempre terá um conhecimento (maior ou menor) tanto do nosso  corpo astral quanto do plano astral, conhecimento esse que sempre será  suficiente para ele entender (com maior ou menor profundidade)  importantes fatos e fenômenos da nossa vida extrafísica e espiritual,  por exemplo, as inter-relações entre encarnados e desencarnados, a vida  após a morte, as mediunidades, etc.
AH, QUE BOM!
Que polêmica boa e útil é esta...
Quarta Parte
= NOSSOS CORPOS SUTIS =
COMENTÁRIO INICIAL
Cada um de nós pode dizer, com justa razão, "o meu corpo físico" ou "o  meu corpo etérico" ou "o meu corpo astral", e assim por diante, porque,  realmente, todos nós temos e utilizamos esses corpos que existem para  nosso usufruto individual.
No Entanto
Não é correto dizer "o meu espírito" porque nem eu nem você nem ninguém  temos ou usamos "um espírito", e sim cada um de nos é um espírito.
Em Resumo
Eu sou um espírito. Eu tenho e uso um corpo físico exclusivo. Eu também  tenho e uso vários corpos sutis ou extrafísicos, todos personalizados  exclusivamente para mim.
Ou Então - Para quem preferir aquela terceira versão de Perispírito, eu sou espírito e tenho um corpo físico e um Perispírito.
Além Disto
O espírito que eu sou é o único imortal dessa turma porque, além do meu  corpo físico ser mortal, os meus corpos sutis, embora uns durem mais do  que outros, todos eles são mortais.
PARA QUE SERVE NOSSO CORPO FÍSICO?
Para o espírito (que cada um de nós é) poder atuar no plano físico que,  tal qual nosso corpo físico, é constituído da mesma matéria física.
PARA QUE SERVEM NOSSOS CORPOS SUTIS?
Eles têm, pelo menos, duas finalidades absolutamente indispensáveis à  nossa atuação aqui no planeta Terra. A primeira não é genérica porque  somente alguns corpos sutis podem realizá-la. Mas a segunda é regra  geral.
A Primeira
É semelhante àquela finalidade do nosso corpo físico, ou seja, podermos  atuar - direta e/ou indiretamente, conscientemente ou não,  voluntariamente ou não - no plano correspondente a cada corpo sutil.
Observação - Tudo indica que, devido ao nosso atual nível evolutivo, o  único plano sutil onde a esmagadora maioria de nós pode atuar plenamente  (tal qual fazemos no plano físico, com nosso corpo físico) é o plano  astral, no qual todos nós podemos atuar utilizando nosso corpo astral.  Adiante veremos mais detalhes sobre isto.
A Outra Finalidade
Conforme a graduação vibratória dos nossos corpos sutis e dos  correspondentes planos vibratórios (que veremos adiante) a segunda  finalidade dos nossos corpos sutis é, ininterruptamente, fazer e manter o  seguinte tipo de ligação, sempre simultânea:
Primeiro Caso - Quando e enquanto estamos encarnados, os nossos corpos  sutis estão conectados tanto entre si quanto com nosso corpo físico como  com o espírito (que cada um de nós é).
Segundo Caso - Quando e enquanto estamos desencarnados, os nossos corpos  sutis só estão ligados entre si e com o espírito (que cada um de nós é)  haja vista que, em tal situação, não temos corpo físico.
QUAIS SÃO OS NOSSOS CORPOS SUTIS?
Pelo menos os mais conhecidos (e principais para este nosso estudo) são quatro: Etérico, Astral, Mental e Causal.
Este é um texto de um autor declaradamente espiritualista (ou ocultista)  que alega empregar a “fé raciocinada” para dissertar sobre o tema  proposto.
O Autor tem razão sobre a ignorância do homem ocidental sobre a  existência do plano espiritual até o advento do Espiritismo no século  XIX, porém, no oriente, também haviam “dogmas”, “mistérios” e  “fanatismo”. Até hoje podemos testemunhar as “guerras santas” dos  mulçumanos e as diferenças sangrentas entre os hindus budistas e  não-budistas, fora a questão do Tibete. Podemos ainda acrescentar que  houve muitas guerras entre os chineses budistas e os japoneses  xintoístas. Portanto, o autor utiliza-se de argumento questionável, pois  nem o oriente conseguiu demonstrar “fé raciocinada”, pois quem nascia  budista, por exemplo, não tinha liberdade para mudar de crença.
O segundo ponto a ser colocado é que o Espiritismo não é simplesmente o  emprego de didática e sabedoria, trata-se de uma doutrina com tríplice  aspecto: Filosofia, Ciência e Religião. Kardec viveu no auge do  Positivismo de Auguste Comte e tinha grandes raízes em Descartes  (cartesianismo). Apresentou-nos assim o Espíritismo como meio de  evolução (Comté) e que nada há de miraculoso ou maravilhoso no plano  espiritual, demonstrou que assim como o plano material é regido pelas  leis da física, o plano espiritual é regido pelas propriedades do Fluido  Cósmico Universal (matéria básica do universo e que em breve será  explicada pela física moderna).
Até aqui podemos observar que a parte filosófica do Espiritismo é  concatenada com o saber científico. E para concluir a explanação sobre o  tríplice aspecto do Espiritismo, na leitura das obras básica fica  patente que a parte religiosa do Espiritismo trás a tona o ensino moral  do Evangelho do Cristo que é ímpar entre todos os ensinamentos e  personalidades ao longo da História ocidental e oriental.
Trocando em miúdos, o Espiritismo trouxe para a humanidade um sólido alicerce para sua evolução material e moral.
O terceiro ponto a ser discutido é que até o momento tudo o que foi  codificado por Kardec foi confirmado mais tarde pela ciência (poderíamos  trazer uma extensa lista de exemplos, mais isso tornaria a leitura  muito cansativa) e além disso essas descobertas não mostraram nenhuma  incoerência ou superficialidade nos conceitos codificados.
De outro lado, o ocultismo (ou espiritualismo) até agora não mostrou  evolução, nem mesmo unidade conceitual, pois é semelhante a “terra de  ninguém” na qual imperam o relativismo e cada um pensa a bel-prazer. Não  trata-se de uma análise de “Espírita Ortodoxo” como diz o autor, mas  sim de análise que utiliza a fé raciocinada. Os conceitos  espiritualistas de hoje, são os mesmos de milênios atrás e não houve  evolução. Do modo que o autor coloca, nos dá a impressão que o ocultismo  é atual e tem a função de substituir a doutrina espírita. Na verdade o  que ocorre é o inverso, o Espiritismo é a síntese de todo o conhecimento  humano (inclusive do espiritualismo) que nos projeta para o futuro.
Kardec era um grande pedagogo francês que tinha uma grande bagagem  cultural que conhecia os conceitos ocultista. A codificação nada mais,  nada menos foi que uma sistematização dessa bagagem de conhecimento  somada aos ensinamentos dos espíritos.
O ponto central dessa análise é mostrar que o autor joga com  terminologias ou termos para dizer que pelo fato dos ocultistas terem um  sistema que subdivide o perispírito, esse sistema é melhor. Um bom  exemplo disso é o conceito de átomo: no início acreditava-se que o átomo  era indivisível, depois descobriu-se que o mesmo era subdividido em  elétrons, mais adiante em Spins, Quarks, etc. Mas as propriedade e  funções do átomos são as mesmas desde a Criação. Outro exemplo: dizer  que uma pessoa tem “dor de cabeça” ou “cefaléia” não altera seu  tratamento – a ingestão de analgésicos.
Dizer que o perispírito é uno ou subdividido não muda as sua  propriedades e mesmo se o autor conseguisse provar sua tese, a parte  moral do Espiritismo permaneceria intocada.
Para concluir a análise do texto, gostaria de frisar que Kardec  fundamentou bem o conceito de perispírito dentro da lógica cartesiana na  qual 1 + 1 é igual a 2. Os ocultistas apenas apresentaram suas idéias,  mas não conseguem fundamentá-las. O que falta justamente ao ocultismo pe  a aplicação prática dos conhecimentos espirituais, falta o Evangelho na  conduta de amor, caridade e desapego aos bens materiais, “daí de graça o  que de graça recebestes”. Os espiritualistas defendem que o mediunato é  uma profissão como qualquer outra e que merece ser renumerada, o  próprio site que publicou o texto do autor cobra pela extração de  cópias. Além de não melhorar moralmente as pessoas, o ocultismo isola  essas pessoas no prazer egoístico da busca pelo nirvana, ou a união com  Deus do panteísmo na qual a nossa individualidade é dissolvida no todo  universal. Qual é o proveito de uma árvore carregada de frutos  deliciosos no alto de um rochedo que ninguém consegue acessar para  experimentar seus frutos?
Jesus disse: “pelos frutos conheceis a árvore”. Não é o conhecimento por  si o que importa, mas sim a sua aplicação. Kardec deixou seu bom  exemplo.
9.CONCLUSÃO
O conceito de perispírito dado por Kadec é o mais sólido para o nosso  grau evolutivo e vem sendo comprovado pela ciência. O Codificador deixou  bem claro que se a ciência mostrar novos conceitos ou que os conceitos  do espiritismo estão equivocados, o espiritismo se adaptaria pois tem  natureza dinâmica.
A equipe espiritual que promoveu a codificação em conjunto com kardec nos deixou a seguinte conclusão:
51. Eis aqui a resposta que, sobre este assunto, deu um Espírito:
"O que uns chamam perispírito não é senão o que outros chamam envoltório  material fluídico. Direi, de modo mais lógico, para me fazer  compreendido, que esse fluido é a perfectibilidade dos sentidos, a  extensão da vista e das idéias. Falo aqui dos Espíritos elevados.
Quanto aos Espíritos inferiores, os fluidos terrestres ainda lhes são de  todo inerentes; logo, são, como vedes, matéria. Daí os sofrimentos da  fome, do frio, etc., sofrimentos que os Espíritos superiores não podem  experimentar, visto que os fluidos terrestres se acham depurados em  torno do pensamento, isto é, da alma. Esta, para progredir, necessita  sempre de um agente; sem agente, ela nada é, para vós, ou, melhor, não a  podeis conceber. O perispírito, para nós outros Espíritos errantes, é o  agente por meio do qual nos comunicamos convosco, quer indiretamente,  pelo vosso corpo ou pelo vosso perispírito, quer diretamente, pela vossa  alma; donde, infinitas modalidades de médiuns e de comunicações.
"Agora o ponto de vista científico, ou seja: a essência mesma do  perispírito. Isso é outra questão. Compreendei primeiro moralmente.  Resta apenas uma discussão sobre a natureza dos fluidos, coisa por ora  inexplicável. A ciência ainda não sabe bastante, porém lá chegará, se  quiser caminhar com o Espiritismo. O perispírito pode variar e mudar ao  infinito. A alma é a inteligência: não muda de natureza. Não vades mais  longe, por este lado; trata-se de um ponto que não pode ser explicado.  Supondes que, como vós, também eu não perquiro? Vós pesquisais o  perispírito; nós outros, agora, pesquisamos a alma. Esperai, pois." -  Lamennais.
Assim, Espíritos, que podemos considerar adiantados, ainda não  conseguiram sondar a natureza da alma. Como poderíamos nós fazê-lo? E,  portanto, perder tempo querer perscrutar o principio das coisas que,  como foi dito em O Livro dos Espíritos (nos 17 e 49), está nos segredos  de Deus. Pretender esquadrinhar, com o auxílio do Espiritismo, o que  escapa à alçada da humanidade, é desviá-lo do seu verdadeiro objetivo, é  fazer como a criança que quisesse saber tanto quanto o velho. Aplique o  homem o Espiritismo em aperfeiçoar-se moralmente, eis o essencial. O  mais não passa de curiosidade estéril e muitas vezes orgulhosa, cuja  satisfação não o faria adiantar um passo. O único meio de nos  adiantarmos consiste em nos tornarmos melhores.
Os Espíritos que ditaram o livro que lhes traz o nome demonstraram a sua  sabedoria, mantendo-se, pelo que concerne ao princípio das coisas,  dentro dos limites que Deus não permite sejam ultrapassados e deixando  aos Espíritos sistemáticos e presunçosos a responsabilidade das teorias  prematuras e errôneas, mais sedutoras do que sólidas, e que um dia virão  a cair, ante a razão, como tantas outras surgidas dos cérebros humanos.  Eles, ao justo, só disseram o que era preciso para que o homem  compreendesse o futuro que o aguarda e para, por essa maneira, animá-lo à  prática do bem. (Vede, aqui, adiante, na 2a parte, o cap. 1o: Da ação  dos Espíritos sobre a matéria.)
O Livro dos Médiuns - 1a parte, cap. IV, item 51 - obra codificada por Allan Kardec
Cabe-nos então ir à obras pois a “seara é grande e os os obreiros são poucos”.