Eternidade

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domingo, 3 de abril de 2016

CONSCIÊNCIA E MEDIUNIDADE


No complexo mecanismo da consciência humana, a paranormalidade desabrocha, alargando os horizontes da percepção em torno das realidades profundas do ser e da vida.

Explodindo com relativa violência em determinados indivíduos, graças a cuja manifestação surgem perturbações de vária ordem, noutros aparece sutilmente, favorecendo a penetração em mais amplas faixas vibratórias, aquelas de onde se procede antes do corpo e para cujo círculo se retorna depois do desgaste carnal.

Irradiando-se como apercebimento da própria alma em torno do mundo que a rodeia, capta e transmite impressões que propõem mais equilíbrio aos quadros da vida.

Além das manifestações peculiares aos seus atributos, enseja o intercâmbio mediúnico com os seres desencarnados, que propiciam a perfeita visão e o pleno entendimento dos mecanismos da existência corporal e da realidade eterna.

A princípio, surge como sensações estranhas de presenças psíquicas ou físicas algo perturbadoras, gerando medo ou ansiedade, inquietação ou incerteza. Em alguns momentos, turba-se a lucidez, para, noutros, abrirem-se brechas luminosas na mente, apercebendo-se de um outro tipo mais sutil de realidade.

À medida que se desdobram as capacidades de silêncio interior e captação das delicadas interferências, mais se afirma a soberania parafísica, demonstrando ser ela o gente das ocorrências no plano sensorial.

A mediunidade que vige latente no organismo humano aprimora-se com o contributo da consciência de responsabilidade e mediante a atenção que o exercício da sua função bem direcionada lhe conceda.

Faculdade da consciência superior ou espírito imortal, reveste-se dos órgãos físicos que lhe exteriorizam os fenômenos no mundo das manifestações concretas.

Não é sintomática de evolução, às vezes constitituindo-se carreiro de aflições purgadoras, que se apresenta com a finalidade específica de convidar a criatura ao reajuste moral perante os códigos das soberanas leis de Deus.

Quando a consciência lhe identifica a finalidade superior e resolve-se por incorporá-lo ao seu cotidiano, esplendem-se possibilidades imensas de realização e crescimento insuspeitados.

A mediunidade é ponte valiosa unindo os hemisférios da vida e da morte físicas, eliminando distâncias e preenchendo o fosso separatista entre ambos existente.

Por ela transitam as energias libertadoras do conhecimento, do amor, da razão. Quando, porém, desgovernada, faculta a passagem dos rancores, dos desforços, da aflição.

A consciência da realidade espiritual do ser humano proporciona-lhe campo de desdobramento infindável, que todos podem alcançar.

Se registras a presença psíquica de seres desencarnados ou se te sentes presa de aflições emocionais destituídas de fundamentos, silencia a inquietação e penetra-te através da meditação.

Ora, de início, e ausculta a consciência.

Procura desdobrar a percepção psíquica sem qualquer receio e ouvirás palavras alentadoras, verás pessoas queridas acercando-se de ti.

Não és uma realidade estática, terminada.

No processo da tua evolução, a mediunidade é campo novo de ação a joeirar, aguardando o arado da tua atenção.

Sem constituir-se um privilégio, é conquista que se te apresenta fascinante, para que mais cresças e melhor desempenhes as tuas tarefas no mundo.

Por ela terás acesso a paisagens felizes, a intercâmbios plenificadores, a momentos de reflexão profunda. Talvez, em algumas ocasiões, te conduza aos sítios do sofrimento e às pessoas angustiadas que também fazem parte do contexto da evolução.

Sintonizarás com a dor, no entanto, para que despertem os teus valores socorristas e ajudes, compreendendo melhor as leis de causa e efeito que regem o universo.

Nos outros, os momentos de elevação, adquirirás sabedoria e iluminação para o crescimento eterno, conduzindo contigo aqueles que ainda não lograram caminhar sem apoio.

A mediunidade, para ser dignificada, necessita das luzes da consciência enobrecida.

Quanto maior o discernimento da consciência, tanto mais amplas serão as possibilidades do intercâmbio mediúnico.

Antes de estudar a mediunidade mais profundamente, Allan Kardec perguntou aos mensageiros da luz, conforme se lê no item 408, de "O Livro dos Espíritos".

- E qual a razão de ouvirmos, algumas vezes em nós mesmos, palavras pronunciadas distintamente, e que nenhum nexo tem com o que nos preocupa?

Os veneráveis elucidaram-no:

- É fato: ouvis até mesmo frases inteiras, principalmente quando os sentidos começam a entorpecer-se. É, quase sempre, fraco eco do que diz um espírito que convosco se quer comunicar.

Conscientizando-te desta rica possibilidade mediúnica ao teu alcance, faze silêncio interior, estuda a tua faculdade e, meditando, entra em sintonia com o teu guia espiritual a fim de que ele te conduza com segurança, iluminando e fortalecendo a tua consciência.


do livro Momentos de Consciência,
pelo Espírito Joanna de Ângelis & Divaldo P. Franco

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