Eternidade

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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Poema do senador Públio Lentulus Cornelius à sua esposa Lívia


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Alma gêmea da minhalma, 
Flor de luz de minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão!... 

Quando eu errava no mundo
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração. 

Vinhas na bênção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade,
Em sorrisos de esplendor!... 

És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque eu sou tua esperança,
Como és todo o meu amor! 

_______________

Créditos: Texto Xavier, F. C. Há dois mil anos, [pelo Espírito de] Emmanuel. Rio de Janeiro, 
Federação Espírita Brasileira, 2009, p.65-66 Música Bento e Marília e filhos. Almas Gêmeas[editada]. 
União Espírita Mineira, CD Harmonia Interior. Contatos: (31)3462-5278 
Fotos Arte de Roma Antiga, Via Appia, papoulas e flores italianas diversas, obtidas através do Google Imagens. Produção Antonio Cesar Perri de Carvalho Gilmar da Cunha Trivelato Brasilia, abril de 2010

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Testes da Vida



O planeta Terra é uma escola com turmas variadas e com uma pedagogia especial e sutil. Nem todos aqueles que aqui estão encarnados perceberam que estão estudando e buscando sua formação espiritual. A maioria vive num sono profundo onde as ilusões materiais são os sonhos e pesadelos que perturbam a criatura. O ego inflado, o egoísmo, o orgulho e a vaidade são alguns dos soníferos que derrubam esses irmãos. Não podemos estacionar nesse sono profundo! É preciso acordar para a vida! Não podemos perder tempo, pois esse passa rápido e quando menos esperarmos chega ao fim a nossa jornada terrena.


Se fizermos uma avaliação da nossa vida perceberemos que o tempo passou e não realizamos os nossos objetivos… Por sermos espíritos infantis passamos a maior parte da vida reclamando e achando que Deus não é justo. Achamos que somos tão importantes e especiais que não merecemos as provas e expiações pelas quais passamos. Somos o que somos, nem mais e nem menos. Nesse planeta o mal ainda prevalece, então ele ainda está dentro de nós. É preciso que sejamos testados para nos fortalecermos e deixarmos de ser fracos e desencorajados para a vida. Só há crescimento quando aprendemos a lição e não nos revoltamos com os testes da vida. Caso haja revolta a lição voltará a bater na nossa porta.


Deus é um pai maravilhoso! Ele sabe o que cada um de seus filhos necessita para burilar o espírito e fazê-lo evoluir. Nada acontece por acaso ou por engano em nossa vida. Tudo esta em perfeita ordem! Deus nos deu a liberdade de escolher os nossos caminhos e as pessoas que seguem conosco. O que temos hoje na nossa trajetória de vida é o que desejamos em algum momento. Se não agrada está na hora de mudar. A mudança só ocorre quando amadurecemos e entendemos que somos os responsáveis pelo que plantamos. É preciso olhar para você e para sua vida! A alegria de viver depende da vontade e da coragem de mudar. O tempo voa, mas nunca é tarde para ser feliz!



Revista SER Espírita, ed. 12

sábado, 26 de setembro de 2015

Atenção...



Viver é estar consciente do processo evolutivo. O cotidiano é sempre um caminho, uma escola onde aprendemos a exercitar a vida nos diferentes estágios de ser e de ter.
É indispensável – na dor, na paz, na angústia, na alegria, no sofrimento, na fé, na desilusão, na esperança, nos desentendimentos, no amor – não esquecer que vivemos no plano terreno para treinar, fortalecer, criar consciência crítica dos diversos problemas atinentes ao processo evolutivo do espírito, atendendo, assim, à possibilidade de nos conduzirmos conscientemente nos diversos degraus evolutivos.
Nos páramos da evolução nem sempre compreendemos as provas, nos distanciando da verdade e da ação.
A agência evangélica procura instrumentalizar o homem fazendo-o entender a fé em Deus, assumindo atitudes educativas.
A paciência, conduzindo a resultados sociais mais amplos;
A compreensão, criando equilíbrio entre os homens;
A renúncia, educando o espírito;
A esperança, alentando coração;
A dedicação, instruindo a ordem;
A benevolência, permitindo um melhor ajustamento humano;
A caridade, identificando o próximo como igual;
A justiça, dando a cada um o que é seu;
A fraternidade, aproximando os seres inteligentes;
O amor, desenvolvendo as faculdades espirituais, criando unidade entre o gênero humano.
O agenciador evangélico deve ter consciência, de que, como exemplificador do novo espiritual, precisa sobrepor-se à dor, à fadiga e ao perigo, assumindo posições de plena confiança na proteção de Deus, do mestre Jesus, através da assistência espiritual.
Quem está capacitado para o amor não teme o futuro.
Mensagem extraída do livro “No Cenário da Vida”, pelo Espírito Leocádio José Correia psicografado por Maury Rodrigues da Cruz.
Fonte: SER Espírita.

Livre - Arbítrio



Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é construído todos os dias. Através de pensamentos e ações, o espírito e seu grupo cultural escolhem e determinam seus caminhos, exercitando uma característica indissociável do ser inteligente: o livre-arbítrio.

A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sentido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso.

O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convivências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa, tanto no polissistema espiritual como no material.

Ao somar conhecimentos novos, o ser modifica a visão que tem de si mesmo, dos outros, do mundo e de Deus, ou seja, amplia a sua consciência, evolui. O conhecimento e o comportamento resultantes das situações enfrentadas delimitam um caminho próprio para cada ser inteligente. De acordo com as suas escolhas, ele tem experiências diferentes e, em consequência, conhecimentos diferentes, que desenham uma sequência própria que lhe confere individualidade. Na construção do perfil que caracteriza como único cada espírito (inteligência, afeto, sentimento, valor, consciência) a liberdade de escolha, o exercício do livre-arbítrio, é o que permite ao ser inteligente alcançar os objetivos da vida.

Os segmentos de conhecimento acumulados pelo espírito no decorrer de suas experiências determinam, proporcionalmente, uma capacidade de entendimento, compreensão e construção. O conhecimento que o espírito possui permite que ele solucione várias situações da vida. Dentro do limite do que já é conhecido pelo espírito as situações não se constituem em dificuldade e a sua resolução contribui para que os que convivem com o espírito alcancem, também, o conhecimento que ele domina.

Entretanto, como as experiências vividas são limitadas, o que o espírito sabe também é limitado. As dificuldades apresentadas na superação de algumas situações indicam as limitações do espírito.

A solução, o conhecimento capaz de resolver a dificuldade, no entanto, não se encontra pronta; deve ser construída, adaptada às características únicas da situação e das pessoas envolvidas. A construção da resposta se faz da própria experiência do espírito ou da experiência acumulada pelo outro, encarnado ou desencarnado, que será adaptada ao edifício de conhecimentos do espírito, de acordo com a sua capacidade de raciocínio, seus sentimentos, seus valores e seu entendimento. É a liberdade de escolha que determina quais segmentos de conhecimento, tanto em qualidade como em quantidade, serão assimilados e como serão acomodados e equilibrados em relação aos conhecimentos que já constituem o ser, de forma coerente, para sustentar comportamentos.

As situações que o espírito enfrenta ao longo de sua trajetória, tanto no polissistema espiritual como no material, podem ser uma consequência direta de suas atitudes anteriores, ou podem ser condicionadas por variáveis além do seu controle. Entretanto, a escolha que o espírito adota diante da situação apresentada é de sua completa responsabilidade. Dentro dos limites de seu entendimento, o espírito é responsável pelas consequências, efeitos, desdobramentos e novas situações geradas a partir de suas decisões.

Diante do desafio e de acordo com sua liberdade de escolha, a resposta do espírito poderá estar situada entre o "hediondo" e o "sublime". No entanto, com maior probabilidade, a resposta será compatível, coerente, com as decisões anteriores que a pessoa já tomou. Haverá escolhas mais ou menos adequadas para um certo espírito em um dado momento. Como os caminhos são múltiplos e as situações enfrentadas são diferentes, as respostas deverão ser diversas. O critério para se encontrar a resposta mais adequada será sempre individual. A coerência entre a verdade alcançada e a sua prática deverá nortear a escolha consciente. Quanto maior o cruzamento de experiências que puder ser mobilizado e considerado antes da tomada de decisão, maior a probabilidade dela estar coerente com a história de vida da pessoa até então; maior a chance da decisão preencher a necessidade do espírito naquele momento. O autoconhecimento, portanto, é fundamental, para o exercício pleno do livre-arbítrio.

Escolhas que afastem o ser inteligente da coerência com sua história propiciam desdobramentos com menor qualidade ou quantidade de experiências e, consequentemente, reduzem o aproveitamento daquela sequência de experiências.

Muitas vezes, no entanto, as consequências de uma atitude ou pensamento podem não ser tão significativas. A escolha pode alterar a ênfase e a direção da trajetória, modificando as possibilidades existentes, mas sem conotação positiva ou negativa. As experiências possíveis, após a decisão, passam a ser diferentes das planejadas, mas igualmente significativas para a evolução do espírito na medida em que segmentos diferentes de conhecimento são explorados.

As consequências que se seguem ao exercício de escolha, propiciam experiências que vão contribuir para o crescimento do espírito na medida em que ele, consciente, se empenhe em aproveitá-las. O espírito cresce na medida em que se esforça por preservar ou ampliar as experiências que são favoráveis ou modificar as que não são adequadas.

O exercício do livre-arbítrio sofre a influência dos chamados paradigmas da cultura, da inteligência e da contingência, que podem potencializar ou dificultar o seu exercício pleno.

As influências sobre o livre-arbítrio são em primeiro lugar relativas ao conhecimento alcançado. Quanto maior o domínio sobre um segmento de conhecimento, tanto maior será o entendimento e a responsabilidade sobre as decisões. As decisões tomadas por uma pessoa, no exercício de seu livre-arbítrio, podem alterar, potencializar ou limitar o exercício do livre-arbítrio de outras pessoas.

O exercício do livre-arbítrio é tanto uma atividade individual como do grupo social. As limitações e as capacidades do espírito se relacionam com as do grupo. As limitações e as capacidades do grupo refletem a soma da mentalidade de seus membros, determinando uma massa crítica que sustenta ou inibe algum tipo de comportamento. O meio cultural, no qual um espírito está encarnado, determina um quadro dentro do qual ele passa a se mover. Este quadro facilita atitudes e comportamentos na medida em que algumas soluções já experimentadas estão à disposição como exemplo. Em contrapartida, pode limitar, ao aceitar apenas comportamentos com características aceitas pelo grupo, dificultando a exteriorização das potencialidades do espírito. Atitudes que atuem contra a mentalidade dominante do meio cultural exigem maior esforço para a sua sustentação, necessitando do apoio de um referencial diferenciado.

O grupo cultural evolui, muda seu comportamento, na medida em que seus membros evoluem, ou seja, esforçam-se para romper suas limitações, que também são, em parte, as do grupo. O grupo, não esquecendo de considerar aqui a família, pode determinar, criticar, inibir, sustentar, reforçar, permitir, propiciar, direcionar, induzir, limitar e estimular pensamentos e atitudes. O meio cultural é a maneira pela qual uma pessoa compartilha suas experiências com os outros.
A inteligência, como capacidade de resolver problemas, determina uma ou algumas abordagens preferenciais que selecionam o que será considerado como problema, as respostas alcançadas e os caminhos que serão utilizados. Se há facilidade por um lado, por outro limitam-se as opções. A forma pela qual a cultura, associada às características biológicas estruturou a inteligência, direciona a solução de problemas.

Há ainda, afetando o livre-arbítrio, as chamadas contingências, entendidas como incertezas sobre se uma coisa acontecerá ou não, o que pode ou não suceder, o eventual, o incerto, determinado por variáveis fora do controle da vontade da pessoa ou grupos envolvidos.

O espírito que reencarna se submete a algumas condições pelo fato de estar na Terra que também afetam o exercício do livre-arbítrio. A alimentação, o sono, o envelhecimento, as limitações do físico, da visão, da audição, as formas de comunicação, as condições do meio ambiente, etc.

Dentre os conceitos fundamentais que compõe o núcleo do Espiritismo, o livre-arbítrio é o aspecto da lei maior que sustenta a evolução do universo inteligente. Livre-arbítrio é a ação do espírito no limite de seu conhecimento, e responsável na medida de seu entendimento.


Fonte: SBEE - Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas

terça-feira, 22 de setembro de 2015

CONCENTRAÇÃO



Concentração - Ao contrário da atenção, que é um ato passivo, de recepção de impressões ambientes, a concentração é um ato mental intensamente ativo, mediante o qual dirigimos nossa mente sobre certo ponto de interesse. Pressupõe, portanto, convergência de pensamentos para um determinado fim. Na atenção as portas da mente se abrem para o mundo exterior; na concentração faz-se exatamente o contrário, ou seja, fecham-se essas portas, cortam-se as ligações dos sentidos com o ambiente externo, passando-se então a atuar inteiramente na intimidade da zona psíquica. Na concentração exercitamos a nossa vontade, fazendo recolhimento da mente para o nosso interior, isolando-nos das coisas exteriores que nos rodeiam, para iniciarmos a ligação com o mundo íntimo, psíquico, espiritual.

Diz Roque Jacintho que no vocabulário espírita "concentrar é reunir vibrações saudáveis, equilibradas, que serão aplicadas pelos Mentores Espirituais a benefício de nossos irmãos necessitados, encarnados e desencarnados". Roque propõe, então, que o orientador do desenvolvimento peça aos integrantes da equipe, de forma objetiva, "que façam uma oração silenciosa, situando seus pensamentos em torno de ideias edificantes, procurando dialogar com Jesus intimamente".

 A abstração ou o esquecimento dos problemas comuns que perturbam nossa vida íntima deve ser exercitada. A reunião depende muito do ambiente formado por todos os componentes do grupo. Por meio do exercício dos bons pensamentos e da elevação dos sentimentos, o ambiente se satura de elementos espirituais que favorecem o intercâmbio, porquanto, conforme nos ensina André Luiz , "a prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a". "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar."


Preparação do ambiente íntimo - Na preparação para a reunião é preciso lembrar que "a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos". "Da superestrutura dos astros à infraestrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da Mente de Deus, como os peixes e as plantas da água estão contidos no oceano imenso." A preparação para a reunião é, pois, indispensável. Sem o preparo devido, que deve começar desde a manhã, evitando-se emoções violentas, atritos, desequilíbrios físicos e espirituais, sem o bom hábito de leituras sadias e o exercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão, terá tranquilidade suficiente para se dedicar tão-somente aos fins elevados da sessão.

Recomenda André Luiz. "Preparar a própria alma em prece e meditação, antes da atividade mediúnica, evitando, porém, concentrar-se mentalmente para semelhante mister durante as explanações doutrinárias...". "A oração é luz na alma refletindo a Luz Divina.

Informa Allan Kardec que "toda pessoa que entra em uma reunião leva consigo Espíritos que lhe são simpáticos. Segundo seu número e sua natureza, estes ascólitos podem exercer sobre a assembleia e sobre as comunicações uma influência boa ou má. Uma reunião perfeita seria aquela cujos membros, todos animados de um igual amor ao bem, trouxessem consigo apenas bons Espíritos".

Em outro trecho da mesma obra, o Codificador ensina: "O recolhimento e a comunhão de pensamentos sendo as condições essenciais de toda reunião séria, compreende-se que um número muito grande de assistentes deve ser uma das causas mais contrárias à homogeneidade".


Do livro: "20 lições sobre Mediunidade" - de Astolfo Olegário de Oliveira Filho.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O exemplo de Simão, o Cireneu



Registrado de maneira tão breve pelos Evangelistas, o testemunho de Simão, o cireneu toma maior volume na obra “Sou Eu” do Espírito Amélia Rodrigues, psicografada por Divaldo Franco, tornando-se símbolo de bondade e ação. Testemunho esse que o mundo nos solicita até hoje.

Em determinado trecho da distância dos quinhentos metros que separavam o local do julgamento de Jesus e o acume do monte da Caveira, Simão deixou a cena anônima para atender ao chamado do soldado romano e auxiliar aquele Estranho. Claro que ouvira falar de Jesus, conhecia-O, admirava-O à distância. Agora, porém, O amava. Jamais o esqueceria.  Buscou mais tarde os discípulos, ouviu-lhes as narrativas e passou a segui-los, convertendo-se e aos filhos àquele incomparável amor.

Todos nós encontramos pelo nosso caminho cireneus em nome e honra de Jesus. São eles amigos, irmãos, desconhecidos, voluntários, que em momentos de nossas vidas confortam-nos, orientam-nos, acolhem-nos, auxiliam-nos, suavizam nossas dores e tristezas. Sem nos tomar o lugar de nossas experiências, aparecem para aliviar nossas cruzes.

A nosso turno, também nós encontraremos oportunidades de nos tornarmos homens de Cirene e ajudar os que passam por nosso caminho necessitados, aflitos e sobrecarregados.

Mesmo com nossas lutas diárias não cessemos de servir e amar, contribuindo para a felicidade alheia, para o melhoramento do ambiente de trabalho, para a harmonia no lar, para a educação da sociedade com nossos bons pensamentos, atitudes e condutas. Estejamos atentos para apoiar nosso viver nos ensinamentos da doutrina que abraçamos com persistência e alegria por estarmos trabalhando na obra de Deus, nosso Pai criador, sob a orientação de Jesus, nosso Mestre e Irmão.

Mesmo enfrentando dores, dificuldades e problemas, o convite ao trabalho não declina de nossa porta. Pois, há diferença entre atravessar esta reencarnação deixando-se abater pelos problemas ou mostrar resignação perante nossas provas e expiações. Porém, maior ainda é a diferença se alcançarmos o patamar da compreensão, da maturidade de consciência, de crescimento espiritual se atravessarmos esta reencarnação com problemas, mostrando resignação e servindo.

Vencer dificuldades é crescer moral e psicologicamente. Vencer dificuldades e ajudar o nosso semelhante é cimentar virtudes em nossa alma que deixarão muito mais consistente a base sustentadora de nossa consciência.

Se estagiamos na reclamação, na dor, na tristeza, no isolamento, na apatia, na indiferença, na revolta, no desequilíbrio, na irritabilidade, na impaciência e tantas outras más tendências, estamos mantendo uma postura de teimosia, de falta de vontade, de preguiça, de inadimplência ao compromisso assumido.

Espíritos imortais que somos, temos uma única fatalidade: atingir a perfeição. E para isso é preciso trabalhar para evitarmos os desvios que atrasam nossa ascensão e tornar nossas cruzes mais leves.

É possível que surja a dúvida de que se existe alguma categoria, posição, estado em que nos encontremos que nos isente de sermos úteis. Porém os Espíritos superiores na resposta da pergunta 643 feita por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos deixam bem claro a resposta:

“Questão: Haverá pessoas que, pela sua posição, não tenham possibilidades de fazer o bem?

Resposta: Não há ninguém que não possa fazer o bem. Só o egoísta não encontra jamais oportunidade. Bastará estar em relação com outros homens para encontrar ocasião, cada dia da vida dá oportunidade a qualquer que não esteja cego pelo egoísmo, fazer o bem não é só ser caridoso, mas ser útil.”
 
Essa não é nossa verdadeira pátria. Para construirmos a escada segura para alcançarmos a dimensão espiritual e não mais precisarmos voltar ao mundo material temos que manifestar sentimentos que vibrem na freqüência de onda do Bem: fraternidade, solidariedade, bondade, paciência, humildade, gentileza, compaixão, amor. Pois, os tesouros que levaremos, são os que a traça não come, o ladrão não rouba e a ferrugem não corrói. Os degraus firmes para nossa ascensão são as boas obras, os bons pensamentos. Não basta termos a boa intenção, é preciso manifestá-la na prática.
 
Para isso, não esperemos que nos chamem, nos busquem, ao contrário, busquemos nós o trabalho no bem. “Pedi e se vos dará, buscai e achareis”, quem pede recebe e quem procura acha. Coloquemos em ação as forças de nossa inteligência em prol de sentimentos nobres. Busquemos a dor para aplacá-la, o pranto para enxugá-lo, a miséria para diminuí-la. Busquemos em nosso lar aquele que precisa de nosso amparo, compreensão, carinho, abraço fraterno, palavra amiga, um sorriso sincero. Onde quer que nos encontremos perceberemos que podemos exercitar os sentimentos do Bem.
 
Nós temos o conhecimento, precisamos aplicá-lo. Se nos abate o peso de nossas imperfeições, reflitamos sobre a questão 909 de O Livro dos Espíritos:

“Questão: O homem poderia vencer suas más tendências pelos seus esforços?

Resposta: Sim e algumas vezes, por fracos esforços. É a vontade que lhe falta! Quão poucos de vós fazem esforços.”
 
O mundo está repleto de pessoas esperando várias realizações: a volta de um parente, o dia do casamento, um novo emprego, a recuperação de um amigo. O que fazer enquanto estamos nestas expectativas? Emmanuel nos faz um convite em duas palavras:”Espera servindo”. Ser a palavra pacificadora, o ouvinte atento, a paciência que acalma, a bondade que compreende e constrói. O trabalho no bem cabe em todos os lugares e momentos. É uma fórmula sugerida pelo querido benfeitor espiritual, temos toda a liberdade para aplicá-la no nosso dia-a-dia, mas façamos a tentativa de Esperar Servindo, mesmo que isso exija o rompimento com nosso orgulho, egoísmo, preguiça, acomodação, indiferença. Comecemos a domar nossos defeitos e não sermos domados por eles. Com certeza veremos uma grande mudança em nossas vidas.
 
Antes de alcançarmos as lides terrenas, prometemos servir na causa do Bem. No começo foram esperanças e alegrias. Mas, a viagem re-começou e assumiu aspectos inesperados, dificuldades apareceram, testes ficaram mais complicados, tropeços aumentaram.
 
Mesmo assim, continuemos aprendendo e auxiliando. Não estamos sós ou desamparados. Não contemos as amarguras, consideremos as bênçãos.
 
Sustentemos a cruz das provas, servindo. Jesus segue à frente. Haja o que houver, não desistamos ou retrocedamos. A sombra escura da noite é anúncio de novo alvorecer.

Deus escuta nossa oração, nunca duvidemos. Quando pedimos por nós, o Céu nos pede por outros. Necessitamos de Deus, Deus precisa de nós. Sejamos os novos cireneus dos tempos modernos.

Andréa Linhares


Fontes:
Kardec, A. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa.Araras,
SP, IDE, 131ª. Edição , 2000.
Rodrigues, A. (Espírito) Sou Eu: a paixão do Cristo na visão dos espíritos. [psicografado por] Divaldo P. Franco; Álvaro Chrispino, organizador. Salvador, BA: Livr. Espírita Alvorada, 2007.
Xavier, F. C. Espera Servindo (pelo Espírito de) Emmanuel. São Bernardo do Campo, SP:
Grupo Espírita Emmanuel, 1985

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Missão de Allan Kardec


"A reforma que Allan Kardec realizou no mundo não teve nem poderia ter um sentido de aglutinamento de multidões. Foi uma reforma pacífica e persuasiva a fim de formar homens convictos e não crentes devotos. Foi um reformador prudente, perseverante e profundo. Realizou uma reforma de costumes sem se julgar um ser carismático. Allan Kardec tinha características espirituais para compreender e avaliar as fraquezas humanas, como tinha bom senso para ensinar sem ferir, pois sabia, como bom observador, como psicólogo da vida, que o ser humano não se corrige por ameaças nem por lições de moral condenatória. É necessário que a luz do conhecimento penetre na alma e que a vontade de não errar mais se desenvolva e fortifique a convicção, pela experiência vivida. É problema individual. Cada qual tem o seu momento psicológico para despertar, cada qual tem a sua pedra de toque para caminhar. (...)

Mostrou, sem subterfúgios, sem artifícios, que nos basta a observância dos ensinos do Cristo, e eis a moral mais pura e duradoura. (...)

A glória de Allan Kardec permanece inabalável, por que é uma glória sem crepúsculo, uma glória que se nutre da riqueza do espírito e não se confinou nas limitações históricas. E, por isso mesmo, ele é hoje um sol que ilumina a humanidade pelos clarões do espírito."

 (por Deolindo Amorim)


(Excerto da exposição apresentada no Instituto de Cultura Espírita do Brasil. Allan Kardec: o homem; a época; o meio; as influências; a missão. 2 ed. Publicação do Instituto de Cultura Espírita de Juiz de Fora, 1976. p. 32 a 37)