Eternidade

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segunda-feira, 30 de março de 2015

Mensagem Espírita sobre a Páscoa




Jesus, quando esteve ...na terra, trouxe uma mensagem totalmente inovadora, baseada no perdão, no amor e na caridade.

Para aquele povo ainda tão materialista e primitivo foi difícil aceitar um novo Messias manso e pacífico, quando esperava um líder guerreiro e libertador da escravidão.

Os governantes da época temeram ser ele um revolucionário que ameaçaria o poder por eles constituído.

Por esses motivos, Jesus foi condenado à morte, crucificado, maneira pela qual os criminosos eram executados. Como um ser de elevada evolução, reapareceu em espírito - não em corpo material - aos apóstolos e a várias pessoas.

Assim ele comprovou a existência do espírito, bem como a sobrevivência após a morte física e incentivou a continuidade da divulgação de sua mensagem, missão essa desempenhada pelos apóstolos e seus seguidores.

A ciência já comprovou a impossibilidade da ressurreição, ou seja, voltar a viver no mesmo corpo físico após a morte deste, pois poucos minutos após a morte os danos causados ao cérebro são irreversíveis, já se iniciando o processo de decomposição da matéria.

Jesus, portanto, só se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica o fato de só ter sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se ele ressuscitasse em seu corpo carnal estaria contrariando as leis naturais, criadas por Deus.




Sabemos que para Deus nada é impossível, portanto poderia Ele executar milagres.

Mas iria Ele derrogar as leis que Dele próprio emanaram?

Seria para atestar seus poderes?

O poder de Deus se manifesta de maneira muito mais imponente pelo grandioso conjunto de obras da criação e pela sábia previdência que essa criação revela, desde as partes mais gigantescas às mínimas, como a harmonia das leis que regem o universo.

Através do Espiritismo compreendemos que não existem milagres, nem fatos sobrenaturais.

A Doutrina codificada por Allan Kardec não possui dogmas, rituais, não institui abstinências alimentares, nem possui comemorações vinculadas a datas comerciais e cívicas. Por isso os espíritas não comemoram a morte nem o reaparecimento de Jesus.

O Espiritismo nos ajuda a entender os acontecimentos da passagem de Jesus no plano terra e esclarece que a Páscoa é uma festividade do calendário adotada em nossa sociedade por algumas religiões.

Para os espíritas a Páscoa, como qualquer outro período do ano, deve ser um momento de reflexão, estudos e reafirmação do compromisso com os ensinamentos do mestre, a fim de que cada um realize dentro de si, e no meio em que vive, o reino de paz e amor que ele exemplificou.

O maior milagre que Jesus operou, o que verdadeiramente atesta a sua superioridade, foi a revolução que os seus ensinamentos produziram no mundo, apesar da exiguidade dos seus meios de ação.



Texto Publicado no Boletim informativo do Grupo Espírita Seara do Mestre.

sábado, 28 de março de 2015

Reencarnação e Espiritismo / Necessário vos é nascer de novo.





Não foram os espíritas que inventaram a Reencarnação - palavra que grafamos com inicial maiúscula, em homenagem de nossa Alma agradecida à lei sábia e misericordiosa que projetou luz sobre o até então incompreendido problema do Ser, do Destino e da Dor.

O ensino reencarnacionista vem de muito longe, de povos antigos e remotíssimas doutrinas.

Ao Espiritismo couberam, apenas, a honra e a glória de estudá-lo, sistematizando-o, para convertê-lo, afinal, num dos principais, senão no principal fundamento de sua granítica estrutura doutrinária.

Grandes vultos do passado, no campo da Religião, da Filosofia e da Ciência, aceitaram e difundiram a Reencarnação.

Orígenes (nascido em 185 e falecido em 254), considerado por São Jerônimo como a maior autoridade da Igreja de Roma, afirma, no livro "Dos Princípios", em abono da tese básica do Espiritismo: "As causas das variedades de condições humanas são devidas às existências anteriores."

São, ainda, do eminente e consagrado teólogo as seguintes palavras: "A maneira por que cada um de nós põe os pés na Terra, quando aqui aportamos, é a consequência fatal de como agiu anteriormente no Universo."

Ainda de Orígenes: "Elevando-se pouco a pouco, os Espíritos chegaram a este mundo e à ciência dele. Daí subirão a melhor mundo e chegarão a um estado tal que nada mais terão de ajuntar."

Krishna, no Bhagavad-Guitá (o Evangelho da Índia), predica, com absoluta e inegável clareza: "Eu e vós tivemos vários nascimentos. Os meus, só são conhecidos de mim; vós não  conheceis os vossos."

Os Vedas, milhares de anos antes de Jesus-Cristo, difundiam largamente, a ideia reencarnacionista.

Buda aceitava e pregava a Reencarnação.

Os sacerdotes egípcios ensinavam que "as almas inferiores e más ficam presas à Terra por múltiplos renascimentos, e que as almas virtuosas sobem, voando para as esferas superiores, onde recobram a vista das coisas divinas".

Na Grécia, berço admirável de legítimos condores do Pensamento e da Cultura, encontramos Sócrates, Platão e Pitágoras como fervorosos paladinos das vidas sucessivas.

Sócrates ensinava que "as almas, depois de haverem estado no Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida em múltiplos e longos períodos".

O ensino pitagórico era, como é notório, essencialmente reencarnacionista, dele advindo, por falsa interpretação de mentes pouco evoluídas, a errônea teoria da metempsicose.

Entre os romanos, Virgílio e Ovídio disseminavam os princípios reencarnacionistas.

Ovídio chegava a dizer: "quando minha alma for pura, irá habitar os astros que povoam o firmamento", admitindo, assim, semelhantemente aos espíritas, a sucessividade das vidas em outros planetas. 

São Jerônimo afirmava, por sua vez, "que a transmigração das almas fazia parte dos ensinos revelados a um certo número de iniciados".

Deixemos, contudo, esses consagrados vultos, cuja opinião, embora respeitável e acatada, empalidece ante a opinião da figura máxima da Humanidde - Nosso Senhor Jesus-Cristo.

O Sublime Embaixador pregou a Reencarnação. Algumas vezes, de forma velada; outras, com objetividade e clareza.

Falando a respeito de Elias, o profeta falecido alguns séculos antes, diz o Mestre: - "Elias já veio e não o conhecestes", compreendendo então os discípulos que se referia a João Batista (Elias reencarnado).

No famoso diálogo com Nicodemos, afirma que ninguém alcançará o Reino de Deus "se não nascer de novo."

Nascer da água e do Espírito - o que completa a intenção, o pensamento reencarnacionista de Jesus.

Em outra oportunidade, externando por meio de simples alegoria sobre a Lei de Causa e Efeito - ou Carma -, sentencia: - "Ninguém sairá da Terra sem que pague até o último ceitil", isto é: até a completa remissão das faltas.

Como se vê, o Espiritismo não criou, não inventou a Reencarnação.

Aceitando-a como herança de eminentes filósofos e de respeitáveis doutrinas, de Jesus e de Seus discípulos, e confirmada, a seu tempo, pelos Espíritos do Senhor, o Espiritismo promoveu o seu estudo, a sua difusão, a sua exegese.

Ela é, contudo, antiquíssima, conhecida e professada antes do Cristo, na época do Cristo e em nossos dias.

Há mais de um século o Espiritismo apresenta-a por único meio de crermos num Pai justo e bom, que dá a cada um "segundo as suas obras" e como elemento explicativo da promessa de Jesus, de que "nenhuma de suas ovelhas se perderia".

A Reencarnação é a chave, a fórmula filosófica que explica, sem fugir ao bom-senso nem à lógica, as conhecidas desigualdades humanas - sociais, econômicas, raciais, físicas, morais e intelectuais.

Sem o esclarecimento palingenésico, tais diversidades deixariam um doloroso "ponto de interrogação" em nossa consciência, no que diz respeito à Justiça Divina.

Sem as suas claridades, seria a Justiça de Deus bem inferior à dos homens. 

Teríamos um Deus parcial, injusto, caprichoso, cruel, impiedoso mesmo.

Um Deus que beneficiaria a uns e infelicitaria à maioria.

Com a Reencarnação, temos Justiça Incorruptível, equânime, refletindo a ilimitada Bondade do Criador.

Um Deus que perdoa sem tirar ao culpado a glória da remissão de seus próprios erros.

Um Deus que perdoa, concedendo ao culpado tantas oportunidades quantas ele necessite para reparar os males que praticou.

Com a Palingenesia, temos um Deus que se apresenta, no Altar de nossa consciência e no Templo do nosso coração, como Pai Misericordioso e Justo, um Pai carinhoso e Magnânimo, que oferece a todos os Seus filhos os mesmos ensejos de redenção, através das vidas sucessivas - neste e noutros mundos, mundos que são as "outras moradas" a que se refere Jesus no Evangelho.

Tantas vidas quantas forem necessárias, porque o essencial e o justo é que "nenhuma das ovelhas se perca"...


por Martins Peralva,
obra: Estudando o Evangelho.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Programa Transição de 26.09.10 - Psicografia - Parte 2/2

Programa Transição de 26.09.10 - Psicografia - Parte 1/2





MENSAGEM AOS MÉDIUNS



XI - MENSAGEM AOS MÉDIUNS


Venho exortar a quantos se entregaram na Terra à missão da mediunidade, afirmando-lhes que, ainda em vossa época, esse posto é o da renúncia, da abnegação e dos sacrifícios espontâneos. Faz-se mister que todos os Espíritos, vindos ao planeta com a incumbência de operar nos labores mediúnicos, compreendam a extensão dos seus sagrados deveres para a obtenção do êxito no seu elevado e nobilitante trabalho.

Médiuns! A vossa tarefa deve ser encarada como um santo sacerdócio; a vossa responsabilidade é grande, pela fração de certeza que vos foi outorgada, e muito se pedirá aos que muito receberam. Faz-se, portanto, necessário que busqueis cumprir, com severidade e nobreza, as vossas obrigações, mantendo a vossa consciência serena, se não quiserdes tombar na luta, o que seria crestar com as vossas próprias mãos as flores da esperança numa felicidade superior, que ainda não conseguimos alcançar! Pesai as consequências dos vossos mínimos atos, porquanto é preciso renuncieis à própria personalidade, aos desejos e aspirações de ordem material, para que a vossa felicidade se concretize.


VIGIAR PARA VENCER

Felizes daqueles que, saturados de boa-vontade e de fé, laboram devotadamente para que se espalhe no mundo a Boa Nova da imortalidade. Compreendendo a necessidade da renúncia e da dedicação, não repararam nas pedras e nos acúleos do caminho, encontrando nos recantos do seu mundo interior os tesouros do auxílio divino. Acendem nos corações a luz da crença e das esperanças, e se, na maioria das vezes, seguem pela estrada incompreendidos e desprezados, o Senhor enche com a luz do seu amor os vácuos abertos pelo mundo em suas almas, vácuos feitos de solidão e desamparo.

Infelizmente, a Terra ainda é o orbe da sombra e da lágrima, e toda tentativa que se faz pela difusão da verdade, todo trabalho para que a luz se esparja fartamente encontram a resistência e a reação das trevas que vos cercam. Daí nascem as tentações que vos assediam, e partem as ciladas em que muitos sucumbem, à falta da oração e da vigilância apregoadas no Evangelho.


QUEM SÃO OS MÉDIUNS NA SUA GENERALIDADE

Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.


AS OPORTUNIDADES DO SOFRIMENTO

As existências dos médiuns, em geral, têm constituído romances dolorosos, vidas de amargurosas dificuldades, em razão da necessidade do sofrimento reparador; suas estradas, no mundo, estão repletas de provações, de continências e desventuras. Faz-se, porém, necessário que reconheçam o ascetismo e o padecer, como belas oportunidades que a magnanimidade da Providência lhes oferece, para que restabeleçam a saúde dos seus organismos espirituais, combalidos nos excessos de vidas mal orientadas, nas quais se embriagaram à saciedade com os vinhos sinistros do vício e do despotismo.

Humilhados e incompreendidos, faz-se mister que reconheçam todos os benefícios emanantes das dores que purificam e regeneram, trabalhando para que representem, de fato, o exemplo da abnegação e do desinteresse, reconquistando a felicidade perdida.



NECESSIDADE DA EXEMPLIFICAÇÃO

Todos os médiuns, para realizarem dignamente a tarefa a que foram chamados a desempenhar no planeta, necessitam identificar-se com o ideal de Jesus, buscando para alicerce de suas vidas o ensinamento evangélico, em sua divina pureza; a eficácia de sua ação depende do seu desprendimento e da sua caridade, necessitando compreender, em toda a amplitude, a verdade contida na afirmação do Mestre: "Dai de graça o que de graça receberdes."
Devendo evitar, na sociedade, os ambientes nocivos e viciosos, podem perfeitamente cumprir seus deveres em qualquer posição social a que forem conduzidos, sendo uma de suas precípuas obrigações melhorar o seu meio ambiente com o exemplo mais puro de verdadeira assimilação da doutrina de que são pregoeiros.

Não deverão encarar a mediunidade como um dom ou como um privilégio, sim como bendita possibilidade de reparar seus erros de antanho, submetendo-se, dessa forma, com humildade, aos alvitres e conselhos da Verdade, cujo ensinamento está, frequentemente, numa inteligência iluminada que se nos dirige, mas que se encontra igualmente numa provação que, humilhando, esclarece ao mesmo tempo o espírito, enchendo-lhe o íntimo com as claridades da experiência.



O PROBLEMA DAS MISTIFICAÇÕES

O problema das mistificações não deve impressionar os que se entregam às tarefas mediúnicas, os quais devem trazer o Evangelho de Jesus no coração. Estais muito longe ainda de solucionar as incógnitas da ciência espírita, e se aos médiuns, às vezes, torna-se preciso semelhante prova, muitas vezes os acontecimentos dessa natureza são também provocados por muitos daqueles que se socorrem das suas possibilidades.
Tende o coração sempre puro. E com a fé, com a pureza de intenções, com o sentimento evangélico, que se podem vencer as arremetidas dos que se comprazem nas trevas persistentes, é preciso esquecer os investigadores cheios do espírito de mercantilismo!... Permanecei na fé, na esperança e na caridade em Jesus - Cristo, jamais olvidando que só pela exemplificação podereis vencer.


APELO AOS MÉDIUNS

Médiuns, ponderai as vossas obrigações sagradas! preferi viver na maior das provações a cairdes na estrada larga das tentações que vos atacam, insistentemente, em vossos pontos vulneráveis.

Recordai-vos de que é preciso vencer, se não quiserdes soterrar a vossa alma na escuridão dos séculos de dor expiatória. Aquele que se apresenta no Espaço como vencedor de si mesmo é maior que qualquer dos generais terrenos, exímio na estratégia e tino militares. O homem que se vence faz o seu corpo espiritual apto a ingressar em outras esferas e, enquanto não colaborardes pela obtenção desse organismo etéreo, através da virtude e do dever cumprido, não saireis do círculo doloroso das reencarnações.


pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier
livro: Emmanuel.

quinta-feira, 26 de março de 2015

#001 - 7 Minutos com Emmanuel - {Interpretação dos Textos Sagrados}

AS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS

Chico Xavier


XXVIII - AS COMUNICAÇÕES ESPÍRITAS

Por todos os recantos da Terra, fazem-se ouvir, nos tempos que correm, as vozes dos Espíritos que, na sua infatigável atividade, conduzem a luz da verdade a todos os ambientes, dosando as suas lições segundo o grau de perceptibilidade daqueles que as recebem.
Os ensinamentos do Espaço pululam nas escolas, nos templos, nas oficinas e, aos poucos, ides compreendendo a comunhão do orbe terráqueo com os planos invisíveis. O Espiritismo tem doutrinado convenientemente a Fé e a Ciência, preparando-as para os esponsais do porvir.

Se é verdade que a tibieza de alguns trabalhadores, obcecados pelos preconceitos, tem entravado a marcha da doutrina consoladora, devemos reconhecer que muitas mentalidades, saturadas de suas claridades benditas, têm concorrido com os melhores esforços da sua existência em favor da propagação dos seus salutares princípios, desobrigando-se nobremente dos seus deveres para com a bondade divina.


O MEDIUNISMO

Vários autores não têm visto, na extensa bibliografia dos escritores mediúnicos, senão reflexos da alma dos médiuns, emersões da subconsciência, que impelem os mais honestos a involuntárias mistificações.
Excetuando-se alguns casos esporádicos, em que abundam os elementos prestantes à identificação, as mensagens mediúnicas são repositórios de advertências morais, cuja repetição se lhes afigura soporífera. Todavia, erram os que formulam semelhantes juízos. Diminuta é a percentagem dos intrínsecos, já que todo o mediunismo, ainda que na materialização e no automatismo perfeitos, se baseia no Espiritismo e Animismo conjugados.

A COMUNHÃO DOS DOIS MUNDOS

Os desencarnados não podem imiscuir-se na vida material com a plenitude das faculdades readquiridas e o médium, por sua vez, frequentemente, em vista das suas condições e circunstâncias, está impossibilitado de corresponder à potencialidade vibratória daqueles que o procuram para veicular o seu pensamento.

A alma, emancipada dos liames terrestres, integra a comunidade do outro mundo, que não é o da carne, e, daí, a necessidade imprescindível de submeter-se às condições de ordem material para se manifestar, esse fato constitui uma dificuldade extraordinária à consciência depurada, que já desferiu o vôo altíssimo aos denominados planos felizes do Universo, dificuldade que essa adaptação à materialidade implica.

A comunhão dos dois mundos, o físico e o invisível, está, pois, baseada nos mais sutis elementos de ordem espiritual.

Por essa razão, as luminosas mensagens dos grandes mentores da Humanidade são inspiradas aos seres terrenos através de processos inacessíveis ao seu entendimento atual, e a maioria das entidades comunicantes são verdadeiros homens comuns, relativos e falhos, porquanto são almas que conservam, às vezes integralmente, o seu corpo somático e cujo habitat é o próprio orbe que lhes guarda os despojos e as vastas zonas dos espaços que o cercam, atmosferas do próprio planeta, que poderíamos classificar de colônias terrenas nos planos da erraticidade.

Aí se congregam os seres afins e, nesse meio, vivem e operam muitas elites espirituais, constituídas por Espíritos benignos, mas não aperfeiçoados, os quais, sob ordens superiores, laboram pelo seu próprio adiantamento e a prol da evolução humana, volvendo novamente à carne ou trabalhando pelo progresso no seio das coletividades terrestres.


O QUE REPRESENTAM AS COMUNICAÇÕES

Dos motivos expostos, infere-se que a suposta vulgaridade dos ditados mediúnicos é um fato naturalismo, porque emanam das almas dos próprios homens da Terra, imbuídos de gosto pessoal, já que o corpo das suas impressões persiste com precisão matemática, e somente os séculos, com o seu consequente aglomerado de experiências, conseguem modificar as disposições cármicas ou perispirituais de cada indivíduo. Procuram agir no plano físico unicamente para demonstração da sobrevivência além da morte, levantando os ânimos enfraquecidos, porque dilatam os horizontes da fé e da esperança no futuro, porém, jamais serão portadores da palavra suprema do progresso, não só porque a sua sabedoria é igualmente relativa, como também porque viriam anular o valor da iniciativa pessoal e a insofismável realidade do arbítrio humano.


OS PLANOS DA EVOLUÇÃO

Assim como o Infinito é uma lei para os estados das consciências, temos o infinito de planos no Universo e todos os planos se interpenetram, dentro da maravilhosa lei da solidariedade; cada plano recebe, daquele que lhe é superior, apenas o bastante ao seu estado evolutivo, sendo de efeito contraproducente ministrar-lhe conhecimentos que não poderia suportar.
A evolução, sob todos os seus aspectos, deve ser procurada com afinco, pois é dentro dessa aspiração que vemos a verdade da afirmação evangélica - "a quem mais tiver, mais será dado".¹

À medida que o homem progride moralmente, mais se aperfeiçoará o processo da sua comunhão com os planos invisíveis que lhe são superiores.


XXIX - DO "MODUS OPERANDI" DOS ESPÍRITOS

O "modus operandi" das entidades que se comunicam, nos ambientes terrestres, tem a sua base no magnetismo universal, dentro do qual todos os seres e mundos gravitam para a perfeição suprema; e incalculável é a extensão do papel que a sugestão e a telepatia representam nos fenômenos mediúnicos.


O PROCESSO DAS COMUNICAÇÕES

O processo das comunicações entre os planos visível e invisível, mormente quando se trata de trabalhos que interessam de perto o progresso moral das criaturas, trabalhos esses que requerem a utilização de inteligências nobilíssimas do Espaço, cujo grau de elevação o meio terrestre não pode comportar, verifica-se, quase que invariavelmente, dentro de um teledinamismo poderoso, que estais longe ainda de apreciar nas vossas condições de espíritos encarnados.
Entidades sábias e benevolentes, que já se desvencilharam totalmente dos envoltórios terrenos, basta que o desejem, para que distâncias imensas sejam facilmente anuladas, a fim de que os seus elevados ensinamentos sejam ministrados, desde que haja cérebro possuidor de capacidade receptiva e que lhes não ofereça obstáculos insuperáveis.


OS APARELHOS MEDIÚNICOS

Aqueles que possuem essas faculdades registradoras dos pensamentos, que dimanam dos planos invisíveis, são os chamados sensitivos ou médiuns, porém essa condição será a de todos os homens do porvir. São inúmeras as legiões de seres que perambulam convosco, sem os indumentos carnais, e que permanecem nas latitudes do vosso planeta, sendo necessário considerar que a maioria dos que evolutiram e se conservam nas esferas de um conhecimento muito superior ao vosso, pelas condições inerentes à sua própria natureza, não vos podem estar próximos. Enviam aos homens a sua mensagem luminosa dos cimos resplandescentes em que se encontram, e, formulando o desejo de ação nos planos da matéria, atuam com a sua vontade superior sobre o cérebro visado, o qual se encontra em afinidade com as suas vibrações e, através de forças teledinâmicas, que podereis avaliar com os fluidos elétricos, cuja utilização encetais na face do Globo,  influenciam a natureza particular do sensitivo, afetando-lhe o sensório, atuando sobre os seus centros óticos e aparelhos auditivos, desaparecendo perfeitamente as distâncias que se não medem; na alma do "sujet" começa então a operar-se uma série de fenômenos alucinatórios sob a ação consciente do Espírito que o guia dos planos intangíveis. Este, segundo a sua necessidade, o induz a ver essa ou aquela imagem, em vibrações que o envolvem, as quais são traduzidas pelo sensitivo de acordo com as suas possibilidades intelectivas e sentimentais. Há instrumentos que interpretam com fidelidade o que se lhes entrega; outras, porém, não dispõem de elementos necessários para esse fim.

Não se conjeture a necessidade, por parte dos desencarnados, de trabalho fatigante para que tais fenômenos se verifiquem, concretizando-se no plano físico; tais fatos se realizam naturalmente, bastando para isso o seu desejo e o poder de fazê-la.


A IDEOPLASTIA DO PENSAMENTO

Ignorais, na Terra, a maravilhosa ideoplasticidade do pensamento. Conhecendo a plenitude de suas faculdades, após haver triunfado em muitas experiências que lhes asseguraram elevada posição espiritual, senhores de portentosos dons psíquicos, conquistados com a fé e com a virtude incorruptíveis, os Espíritos superiores possuem uma vontade potente e criadora de todas as formas da beleza. As vezes, apresentam-se ao vidente grandiosas cenas da história do planeta, multidões luminosas, legiões de almas, quadros esses que, na maioria das vezes, constituem os pensamentos materializados das mentes evoluídas que os arquitetam, e que atuam sobre os centros visuais dos sensitivos, objetivando o progresso geral.

É assim que se estabelece a união dos dois mundos, o físico e o espiritual, através de fatores inacessíveis às vossas medidas e instrumentos materiais.

O tempo reserva muitas surpresas ao homem, dentro da proporção da sua evolução moral, concretizando o edifício imortal de todas as ideias altruísticas, nobres e generosas, sendo totalmente inútil que alguns deles se arvorem em supremas autoridades nos variados ramos da vida, porque, dentro da sua pretensiosa indigência, se perderão fatalmente no labirinto discursivo dos seus argumentos mateotécnicos. 


pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier
livro: Emmanuel.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Mensagem do Dia


64ª Oração Diária - WebTV Nova Luz

#003 - Velho Testamento: Livro Gênesis

Quando o cônjuge morre, o outro tem o direito de refazer a sua vida sentimental?


Dia desses recebi e-mail de um jovem, que assim dizia:

“Minha mãe morreu há 2 anos, meu pai, que ainda é jovem, está de paquera com uma moça... Mas e minha mãe? E o que eles viveram? Então ele não a amava?”
 
Respondi-lhe: Meu caro amigo, não se aflija por isso, o lugar de sua mãe no coração de seu pai é cativo. A história que viveram é deles, somente deles... O coração é elástico, quanto mais se ama mais cabe amor. Não é o fato de ele querer refazer a vida sentimental que o fará se esquecer de sua mãe.

 Não se preocupe com isso. Ademais, ele tem todo o direito de buscar a felicidade e não nos cabe podar as iniciativas dos outros que querem encontrar seu lugar ao sol. Sejamos benevolentes e apoiemos as pessoas em busca de sua felicidade. Abençoe seu pai e seu novo relacionamento. Vou lhe confessar algo: Também passei por isso. Minha mãe se foi e meu pai arrumou outra companheira. Foi a melhor coisa que aconteceu. Pessoa de ótimo caráter trouxe outra família para brindar a vida com a nossa. Pense nisso e seja feliz...

O Espiritismo trata com muita propriedade dos temas que inquietam o coração das pessoas. Basta que o estudemos para constatar que ele pode, realmente, responder a várias indagações da alma.

Ele nos mostra que ninguém é de ninguém, que somos Espíritos em evolução e em busca da felicidade. Sabedores de que o Espírito não morre e continua sua jornada na vida além-túmulo, naturalmente não morre o amor que sentimos pelos outros e os outros por nós. Em assim sendo, é razoável refletir que quando algum ente querido deixa este plano é perfeitamente aceitável que não cultivemos o sofrimento contínuo e nos abramos para um amor que poderá surgir.

Caso surja, vamos vivê-lo. Por que não?

Até porque a ideia de metade eterna é fantasia e não estamos fadados a viver com alguém pela eternidade.

Já tivemos, pelas inúmeras andanças, inúmeros companheiros e companheiras de jornada e o fato de termos nos relacionado com outros não apaga a nossa história com quem quer que seja.

Sim, somos seres que têm uma história!

E, por isso, quem nos ama deverá nos respeitar; respeitar nossas escolhas e querer nos ver bem e feliz.

Ilustrativa é a história do Espírito de André Luiz que, no plano dos Espíritos, ao saber que sua ex-companheira consumara matrimônio, sente uma ponta de ciúmes, mas depois reflete e percebe que o amor é sentimento que não pode conhecer exclusividade.

Reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que faz para domar suas más inclinações. Foi o que fez André Luiz: controlou-se.

A vida na Terra já não é “bolinho”. Se formos nos preocupar em podar a felicidade dos outros e querer anular a vida alheia porque a morte do corpo físico visitou nossa família, iremos complicar ainda mais a situação.

Vida mais leve, mais tranquila, certeza na imortalidade, menos cobrança e fé no futuro...

Isso o Espiritismo nos ensina, por isso é uma doutrina consoladora, e cabe-nos divulgá-la sempre...

Pensemos nisso.

WELLINGTON BALBO
Fonte: Espiritismo na Rede

segunda-feira, 23 de março de 2015

GRAVIDEZ - sublime ninho do amor.


A gestação é um período de transformações físicas e emocionais muito importantes para a mulher, constituindo um momento deveras transcendental, porquanto a futura mamãe verifica, no seu cadinho uterino, a materialização na carne de um ser que emerge da vida imortal. Que sublime e grandiosa missão outorgada a um ser por Deus, concedendo a uma pessoa a tarefa de poder igualmente gerar!

Cuidar do corpo e do espírito
Gravidez - Sublime Ninho do Amor

O espírito, centelha divina aprimorada e individualizada, necessita da arena física, com sua resistência própria, para despertar e exteriorizar suas potencialidades (“O Reino de Deus dentro de si”). A encarnação humana torna-se uma necessidade para a individualidade extrafísica, porquanto “criada simples e ignorante se instrui nas lutas e tribulações da vida corporal, dela sofrendo todas as vicissitudes”. O ser espiritual precisa despojar-se de todas as impurezas da matéria e, finalmente, conseguir predomínio sobre ela. A Doutrina Espírita igualmente ensina que “para ganhar experiência é preciso que o Espírito conheça o bem e o mal. Eis por que se une ao corpo”. (Questões 25, 132, 133, 113, 107, 634 de O Livro dos Espíritos). Portanto, é na vibração mais densa que a individualidade extrafísica escolhe o seu caminho: “Se não existissem montanhas, não compreenderia o homem que se pode subir e descer; se não existissem rochas, não compreenderia que há corpos duros” (“OLE”, Q. 634).
O Espiritismo esclarece que o momento em que a alma se une ao corpo começa na concepção, mas não se completa senão no momento do nascimento. “Desde o momento da concepção, o espírito designado para tomar determinado corpo a ele se liga por um laço fluídico, que se vai encurtando cada vez mais, até o instante em que a criança vem à luz; o grito que então se escapa de seus lábios anuncia que a criança entrou para o número dos vivos e dos servos de Deus” (Q. 344 de “OLE”).

A Doutrina Espírita ensina também que a união entre o espírito e o corpo não é definitiva desde o momento da concepção. “Durante esse primeiro período, o Espírito pode renunciar a tomar o corpo que lhe foi designado, desde que a união é definitiva no sentido de que outro Espírito não poderia substituir o que foi designado para o corpo; mas, como os laços que o prendem são muito frágeis, fáceis de romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito que recua ante a prova escolhida. Nesse caso, a criança não vinga” (Q. 345 de “OLE”).

Kardec perguntou aos benfeitores espirituais se, no intervalo da concepção ao nascimento, o espírito goza de todas as suas faculdades? A resposta, pronta e objetiva: “Mais ou menos, segundo a fase, porque não está ainda encarnado, mas ligado ao corpo. Desde o instante da concepção, a perturbação começa a envolver o Espírito, advertido, assim, de que chegou o momento de tomar uma nova existência; essa perturbação vai crescendo até o nascimento. Nesse intervalo, seu estado é mais ou menos o de um Espírito encarnado, durante o sono do corpo. À medida que o momento do nascimento se aproxima, suas ideias se apagam, assim como a lembrança do passado se apaga desde que entrou na vida. Mas essa lembrança lhe volta pouco a pouco à memória, no seu estado de Espírito” (Q. 351 de “OLE”).

Na Q. 352 de “OLE”, o codificador inquire se, no momento do nascimento, o Espírito recobra imediatamente a plenitude de suas faculdades? “A Espiritualidade Superior esclarece que não: elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos. Ele se encontra numa nova existência; é preciso que aprenda a se servir dos seus instrumentos; as ideias lhe voltam pouco a pouco, como a um homem que acorda e se encontra numa posição diferente da que ocupava antes de dormir”.

Na Q. 353, Kardec indaga se a união do espírito com o corpo não estando completa e definidamente consumada, senão depois do nascimento, pode considerar-se o feto como tendo uma alma? “As Entidades respondem, dizendo que o Espírito que deve animar existe, de qualquer maneira, fora dele. Propriamente falando, ele não tem uma alma, pois a encarnação está apenas em vias de se realizar, mas está ligado à alma que deve possuir”.

Sendo fundamental a reencarnação para o ser espiritual, é importante que seja bem-recebido nas paragens físicas, devendo a mãe cuidar muito bem de sua saúde no período gestacional para que o espírito possa receber um corpinho sadio.

Muito importante que a gestante seja acompanhada, desde que seja constatada a gravidez, por um profissional habilitado na área da obstetrícia, evitando a orientação leiga.

Quanto à nutrição, a futura mãe deve alimentar-se bem, preferindo alimentos com baixo teor de gorduras, fazendo bastante uso de frutas, verduras e legumes, ricos em vitaminas, sais minerais e fibras. Importante a ingestão de farelo de aveia ou gérmen de trigo, acompanhado da linhaça para combater a constipação intestinal (prisão de ventre), muito frequente no período da prenhez. A ingestão de água, em torno de 2 litros por dia, é primordial.

Evitar alimentos fritos, dando preferência aos cozidos ou grelhados. Imprescindível a ingestão de proteínas, ferro e cálcio. A carne vermelha é muito rica em proteínas e ferro, enquanto o leite de vaca e seus derivados, como o queijo e requeijão, além de proteínas, contêm muito cálcio. A soja é também necessária na alimentação da grávida, possuindo, também, em boa concentração, proteínas e o cálcio.

Quanto às doenças, muitas vezes o diagnóstico de AIDS é feito no período pré-natal, devendo a gestante HIV+ ser medicada com antirretroviral durante a gestação e o parto, e, posteriormente, o recém-nato, evitando o problema da transmissão mãe-filho, reduzindo drasticamente as taxas de transmissão vertical. No período gestacional podem ser observadas maiores incidências de asma, diabetes mellitus gestacional, anemia, vulvovaginite, cistite, distúrbios da tireoide e pré-eclâmpsia.

Existe intensa relação entre problemas emocionais, como a ansiedade e estresse, e complicações obstétricas, como parto prematuro, sangramentos, ruptura precoce das membranas e pré-eclâmpsia (quadro de pressão alta, edemas e aumento da excreção de proteínas na urina, com ausência de crises convulsivas e coma). A futura mamãe experimenta muitas dúvidas em relação à gravidez, desde que muitas modificações acontecem em seu corpo, como igualmente a preocupação com o feto, o medo do parto e a amamentação futura. É essencial que, na assistência pré-natal, a gestante seja estimulada e preparada para o aleitamento materno, o qual deverá ser oferecido ao neném exclusivamente até o sexto mês de vida. A depressão na gravidez também é muito grave, porquanto pode gerar complicações obstétricas, principalmente pelo risco do uso de drogas medicamentosas e a não adesão ao seguimento do pré-natal.

O consumo de bebidas alcoólicas é muito constatado, principalmente nas prenhes portadoras de problemática emocional, podendo acarretar lesão fetal, com problemas motores, físicos, mentais e comportamentais. A deficiência mental nas crianças pode ser verificada nas mães que ingeriram bebidas alcoólicas na gravidez. Na chamada síndrome alcoólica fetal, os nenéns apresentam a cabeça reduzida e malformações na face (lábio superior bem fino, nariz e maxilar de tamanho reduzido). Alguns órgãos são acometidos, sendo observadas anormalidades cerebrais, das mais leves, como mau aprendizado escolar, até o retardamento mental. Estima-se que 12 mil crianças nasçam no mundo a cada ano com essa síndrome.

A bebida alcoólica consumida na gravidez é rapidamente absorvida pelo neném em formação, passando com facilidade pela placenta, podendo causar aborto espontâneo, parto prematuro e outras complicações. Fundamental frisar que a droga não deva ser ingerida igualmente durante a fase de amamentação, pois o álcool pode ser veiculado para o bebê através do leite materno.

Em relação ao fumo, as prenhes devem evitá-lo ao extremo, inclusive não permanecendo em locais onde haja pessoas fumando, desde que o tabagismo passivo proporciona a entrada das toxinas do tabaco na corrente sanguínea. Importante essa informação científica de evitar a aspiração da fumaça pela gestante, pois o bebê pode nascer ostentando peso baixo, com riscos até, nos casos de contato prolongado com o fumo, de apresentar paralisia cerebral. Há relatos de trabalhos científicos relacionando o tabagismo passivo com dificuldades de aprendizado, como igualmente com o risco muito acentuado de sofrer o neném de morte súbita, aparentemente sem causa plausível. Portanto, é imprescindível, a prenhe pedir ao fumante ao seu redor que apague o cigarro ou se retire do local, já que poderá haver prejuízo para o feto. Caso a gestante seja viciada, que deixe de fumar, porque motivos não lhe faltam, sendo o mais importante deles o amor que já vivencia pelo ser espiritual que Deus lhe outorga, formando-se seu corpinho dentro de si, em uma simbiose deveras transcendental e sublime.

Quanto ao sexo na gestação, é essencial dizer que, tanto a mulher pejada, como o seu companheiro, sentem enfaticamente que novos rumos estão se delineando no horizonte do lar. No primeiro trimestre, a mulher, submetida às transformações hormonais, constata diminuição da libido e considera provável que o ato sexual possa prejudicar o neném. Ao mesmo tempo, os vômitos, o cansaço e os seios doloridos favorecem ainda mais o processo de rejeição do contato sexual. O futuro papai, ao mesmo tempo, sente a necessidade de proteger a companheira e o seu filho em formação no cadinho uterino, equivocadamente evitando a prática sexual. Importa nesses momentos que o casal esteja ligado por laços amorosos tenazes, onde o carinho e a atenção estejam presentes, e saiba que o intercâmbio sexual é saudável e importante nesta fase da vida, porquanto o acasalamento de esplendorosas energias é também compartilhado pelo ser espiritual, agasalhado no sublime domicílio de carne que lhe serve de morada.

No alvorecer do 2º trimestre da gestação, tudo se modifica, as náuseas e os vômitos não mais acometem a gestante, a libido retorna e o casal pode usufruir o sexo na gravidez em paz. Chegando o último trimestre, o desejo sexual volta a diminuir; contudo, a futura mamãe experimenta desconforto com sua imensa barriga, acreditando que seu companheiro não a acha mais encantadora. O homem se sente inseguro, acreditando que o ato sexual possa molestar o neném. Nesse momento tão difícil para o casal, é essencial ouvir os conselhos do obstetra, o qual certamente orientará o par a respeito das melhores posições para fazer sexo, bem como o ensino de que o ato sexual não machuca o feto, que está muito bem abrigado no útero, com suas camadas de músculos e pelo saco gestacional, sem contar a presença do tampão mucoso, protegendo a entrada uterina. Ao mesmo tempo, o facultativo dirá que as contrações uterinas, desencadeadas pelo orgasmo, não têm capacidade de acelerar o trabalho de parto, pelo contrário contribui para fortalecer os músculos do períneo, ajudando, no futuro, o parto normal. Pode, igualmente, o médico afirmar da importância do orgasmo, liberando substâncias geradoras de bem-estar, como a endorfina, a qual, certamente, será sentida pelo neném. A restrição do sexo se dará em caso de algumas situações patológicas, como sangramento, risco de aborto, etc.

A gestação é um período de transformações físicas e emocionais muito importantes para a mulher, constituindo um momento deveras transcendental, porquanto a futura mamãe verifica, no seu cadinho uterino, a materialização na carne de um ser que emerge da vida imortal. Que sublime e grandiosa missão outorgada a um ser por Deus, concedendo a uma pessoa a tarefa de poder igualmente gerar!

Que o Senhor da Vida, Supremo Arquiteto do Universo, Causa primária de todas as coisas, Amor por Excelência, derrame suas bênçãos sobre todas as mulheres que cumprem, com destemor e alegria, a santa missão de se constituir em um ninho inundado de luz, abrigando, em seu íntimo, uma alma necessitada de galgar mais um degrau evolutivo diante do Infinito. No casulo uterino, o ser reencarnante e sua genitora vivenciam, juntos e unidos, um momento expressivo e inesquecível, amalgamando suas vibrações espirituais, em completo êxtase, sentindo, de acordo com suas faixas evolutivas, a presença da Divindade, Suprema Inteligência do Universo. Em verdade, constatam nesse instante, um acontecimento divinal: O MILAGRE DO AMOR.


Dr. Americo Domingos Nunes Filho.
Associação Médico-Espírita do Estado do Rio de Janeiro

sábado, 21 de março de 2015

#002 - Velho Testamento: Livro Gênesis

O mundo e o mal




O mundo e o mal


"Não peço que os tires do mundo,
mas que os livres do mal" - Jesus.
(João, 17:15.)


Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte. Muitos companheiros não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis para quem nunca levou em linha de conta o esforço próprio.

O anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do espírito.

Orando ao Pai pelos discípulos, Jesus rogou para que não fossem retirados do mundo, e, sim, libertos do mal.

O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam.

A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama brotam lírios de delicado aroma, sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias.

De nada vale partirmos do planeta, quando nossos males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, assemelhamo-nos aos portadores humanos das chamadas moléstias incuráveis. Podemos trocar de residência; todavia, a mudança é quase nada se as feridas nos acompanham. Faz-se preciso, pois, embelezar o mundo e aprimorá-lo, combatendo o mal que está em nós.


por Emmanuel & Chico Xavier
livro: Caminho, Verdade e Vida

 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Médiuns de toda parte



Os médiuns são intérpretes dos espíritos.

Representam para eles os órgãos materiais que lhes transmitem as instruções.

Daí serem dotados de faculdades para esse efeito.

Nos tempos modernos de renovação social, cabe-lhes missão especialíssima: são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos.

Multiplicam-se em número para que haja alimento farto.

Existem, por toda parte, entre os ricos e os pobres, entre os grandes e os pequenos, a fim de que, em nenhum ponto faltem, para que todos os homens se reconheçam chamados à verdade.


Se, porém, desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida; se a empregam em cousas fúteis ou prejudiciais; se a colocam em serviço dos interesses mundanos; se, ao invés de frutos sazonados dão maus frutos; se, se recusam a utilizá-la em, benefício dos outros; ou se nenhum proveito tiram dela, no sentido de se aperfeiçoarem, são comparáveis à figueira estéril.

Estas considerações tão ricas de oportunidade, à frente da extensão constante das tarefas espíritas na atualidade, não são nossas.

São conceitos textuais de Allan Kardec, no item 10, do capítulo 19 de “0 Evangelho, Segundo o Espiritismo”, escritos há quase um século.

Os médiuns são legiões.

Funcionam aos milhares, em todos os pontos do globo terrestre.
Seja na administração ou na colaboração, na beneficência ou no estudo, na tribuna ou na pena, no consolo ou na cura, no trabalho informativo ou na operação de fenômenos, todos são convocados a servir com sinceridade e desinteresse, na construção do bem, com base no burilamento de si próprios.

Acima de todos, representando a escola sábia e imaculada, que não pode responsabilizar-se pelos erros ou defecções dos alunos, brilha a Doutrina Espírita, na condição de Evangelho Redivivo, traçando orientação clara e segura.

Fácil concluir, desse modo, que situar a mediunidade na formação do bem de todos ou gastar-lhe os talentos em movimentações infelizes é escolha de cada um.




Emmanuel
Do livro da Esperança
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Justiça - Ave Luz



Betsaida era o centro de muitas atenções, devido à permanência, por algum tempo, ali, do Divino Amigo, dos seus admiradores e, principalmente, dos irmãos da comunidade em Cristo. Nas ruelas e praças, reuniam-se criaturas discutindo sobre a fama de Jesus, se ele era realmente o Messias. Pairava no ar um composto de fé e de dúvida da massa humana. Ao passar por esses grupos, alguns dos discípulos viam-se questionados de todas as formas, e apenas abençoavam a todos, sem que a resposta fosse a solução. Ainda não havia a ordem “ide e pregai”. A edificação doutrinária, dentro de cada um, estava por se fazer.
 
O Mestre começara o plantio, sem se descuidar da assistência aos seus companheiros do coração. Apareciam, por vezes, certos agitadores para desmoralizar a doutrina nascente. Porém, enquanto isso, surgiam novas curas, até mesmo no meio das agitações, e o enfermo, cego ou paralítico, sentia, no íntimo, a presença de Jesus, e gritava, correndo, o nome de Deus e do novo profeta. O ambiente contrário, na sua premeditação, tornava-se força de fé, que se espalhava como um raio. Nas cidades circunvizinhas crescia a esperança de muitos, avolumava-se a alegria dos sofredores, e agigantava-se a convicção no colégio apostolar do grande Nazareno.

Tadeu, o nosso personagem desta mensagem, encontrava-se em um sítio próximo a Betsaida, pertencente a um velho carpinteiro que conhecera seu pai e com ele convivera por muitos anos, pois a sintonia do trabalho e das idéias os fazia unidos. Tadeu, que ali passara a noite, não conseguiu conciliar o sono. Pensamentos múltiplos o torturavam e a sua razão, por força de circunstâncias tais, desmerecia a própria personalidade, em se tratando de um participante da comunidade de Cristo.
 
O que João e Tiago tinham em abundância, nele era escassez. A sua mente não conseguia armazenar conhecimentos, nem extrair o saber que vinha envolvido nas parábolas. Era preciso a cooperação dos outros e, mesmo assim, o seu esforço se tornava desumano para sentir um pouco daquilo que era abundante para muitos dos discípulos. Todavia, a vida premiou Tadeu com um corpo másculo. Mais parecia um gigante dos contos orientais, porte esbelto, mas de tendências grosseiras. Também os céus não se esqueceram de dar-lhe um coração simples e bom.

Vamos encontrar o gigante hebreu na despedida da madrugada, contemplando as últimas estrelas do firmamento azul, querendo orar sem condições, porque as grossas lágrimas o interrompiam, em virtude das emoções que se estendiam em todos os sentidos, entorpecendo sua fala. Não obstante, seus pensamentos se irradiavam na mais profunda humildade, pedindo a Deus que o dotasse de mais um pouco de inteligência, para que pudesse ouvir e entender Jesus. Sentia-se humilhado diante das exposições filosóficas e doutrinárias dos outros companheiros.
 
Não vê mais estrelas. Desce as vistas e nota o despontar do Astro Rei, como se fosse a resposta do Pai Celestial para iluminar a sua consciência. Sorri por alguns instantes e pensa firmemente na reunião da noite com o Cristo. Não sente fome nem sede, pelo contentamento e pela esperança nova que nascera em seu coração, e tira o dia para um passeio pelos campos próximos, respirando o ar puro e conversando com a natureza na dimensão que as suas faculdades permitiam.

Quando os últimos raios de sol se apagavam no horizonte de Betsaida, o homenzarrão já se encontrava procurando assento dentro do templo onde se encontrava o Cristo e os outros discípulos. Ali, o tempo era perfeitamente aproveitado. Bastou um simples olhar de Jesus para que João erguesse uma sentida prece a Deus e aos anjos, buscando ambiente mais favorável no sentido do aprendizado deles. Terminada a oração, notava-se de leve um aroma agradável, que parecia penetrar as mais secretas regiões da alma. Dois olhos, como estrelas, fitavam Tadeu, que logo se dispôs a perguntar:
 
- Mestre, como sabes, por vezes me constranjo, mas gostaria, com todo o respeito que te dedico, de indagar algo. Mesmo não tendo o direito de acusar ninguém e nem intenção de julgar os atos de Deus, queria o teu pronunciamento acerca da justiça, pois em vários momentos parece-me ver o contrário nos fatos diários.

Jesus, bem acomodado no madeiro improvisado, abre as comportas do seu magnânimo olhar e anuncia, sorrindo brandamente com íntima alegria pela pergunta de Tadeu:

- Tadeu, a lei da Justiça é uma realidade nos ajudando a todos. Se nos sentimos injustiçados nas ocorrências da vida, é por nos faltar capacidade de entendimento da vontade do Pai Celestial. Em verdade te digo que nem um astro desses que embeleza o infinito desaparece fora de hora, como a queda de uma folha não se dá em momento errado. Tudo, mas tudo se ajusta à harmonia universal, sem perda de um til na escrita de Deus. O que percebeste, como fenômeno da vida e das coisas, interpretando como injustiça, podemos afirmar sem arrogância, meu filho, que é a manifestação da Justiça perfeita, porquanto ninguém recebe o que não merece nem aquilo que não pode suportar no seu avanço espiritual.
 
Consideramos maravilhoso a criatura amar e, além disso, achamos mais importante ainda, a alma que sabe por que está amando. Creio que nenhum dos presentes tem coragem de acusar o Criador pelos distúrbios íntimos de cada um e pelas hecatombes que se processam no panorama do mundo. Esses fatos, dentro e fora de nós, consomem vidas e mais vidas, fazem jorrar rios de lágrimas e sangue, deixam multidão de viúvas e incontáveis crianças órfãs, que não têm coragem de se acusarem. Apesar disso, vivem em dúvidas atrozes, dispersando forças do coração e da inteligência, em círculo vicioso, sem o devido proveito.

Deixa que o silêncio os ajude a gravar o que ouviram, e prossegue com dignidade: - Eis que, se compreendermos os desígnios do Senhor, se pelo menos atentarmos no porquê das coisas, tudo se aclara. As leis que imperam como Justiça somente são vistas com bons olhos, quando as analisamos com sabedoria. Do contrário, ficamos nos debatendo no ambiente agressivo da ignorância. Tadeu, depois de alguns momentos, sem nada ouvir do Mestre, se manifesta, apressado: - Então?

Jesus, envolvido em meiguice espontânea, adianta-se, entendendo sua vontade: - Quando somos dotados de força física, Tadeu, é justo saber como usar essa força. Juiz, só um o é, e a ele pertencem todos os direitos de aplicar a lei de reação das ações executadas. Se queres saber, é bom que logo te conscientizes disso: os meios de ser útil à coletividade e a si mesmo são incontáveis, sem anunciar o dever de ser caridoso, pois Deus está em toda parte. Ele vê antecipadamente o alo benevolente, o gesto que em primeiro lugar harmoniza a consciência de quem o pratica, em todos os casos.
 
A Justiça aplicada pelas mãos humanas, além do escândalo, tem interesse em anunciar uma valentia que está impulsionada pela vaidade e, para tanto, existem as leis criadas pelo Senhor que nunca se esquece daquilo que deve ser dado a cada criatura, atuando, também, como vigilante na defesa daqueles que são realmente inocentes.

Basta, para os que se reúnem em nome de Deus nesta assembléia, confiar na Justiça universal e procurar entender a mensagem dos céus, que desponta em todos os fatos do mundo, e os fatos do mundo íntimo que afloram para cada alma. Se existe cativeiro forçado, prisões infectas e carrascos sem coração, a revolta marca uns e outros, já que são águas da mesma fervura. A observação nos diz que se usa a bigorna de ferro para amoldar o ferro, com o malho do próprio ferro.
 
— Pelo que conhecemos — continua Jesus — temos outros caminhos melhores, para pregar e executar a justiça pelo bem no domínio do amor mais puro. É bom que eu diga e que compreendais bem depressa: não falo para os mortos na came e sim para os despertos em espírito e verdade. A ninguém julgo, pois não estou aqui para isso, vim para que conheçais o amor, porque somente ele tem o poder, no coração das criaturas, de estender a felicidade, para que nenhuma das ovelhas se perca nos labirintos do ódio. Quem se preocupa em demasia com Justiça não tem condições para fazer a benevolência, e quando intenta misturar a caridade com ela, a exigência empalidece o amor.

Jesus compreende bem o maior problema que aflige Tadeu. Deixa que ele analise pacientemente o assunto em conversação e acrescenta, com humildade: Meu filho, não queiras ser o que ainda não podes suportar. A inveja, mesmo sendo tocada pelo clarão da boa vontade, carrega consigo o azinhavre da maledicência. Todo invejoso se esquece das suas próprias qualidades que, por vezes, dormem, desperdiçando as forças que gasta, invejando. A cobiça não deixa que repares na carência de muitas qualidades do invejado e queres, com isso, tirar dele o que ele tem para suprir as tuas deficiências. Não é, porventura, isso, a maior injustiça?
 
Finalizando em tom paternal, ajusta os pensamentos de todos os presentes, com esta expressão: Eu estou aqui para servir e me empenho com todos os companheiros para que me ajudem. Estendamos as mãos para quem quer que seja e falemos aos ouvidos de quem quer que queira ouvir, para que o amor a Deus sobre todas as coisas seja o primeiro entendimento entre os homens, a fim de que não falte o amor ao próximo.

Ainda restava muita gente fora do casarão, esperando a saída dos companheiros do Nazareno, que às vezes vinham também em contínuas conversações. De longe, via-se Tadeu pela sua estatura helênica, protegendo a saída do Mestre que, de mansinho, tocava os homens e as mulheres, que avançavam em direção a ele, pedindo misericórdia, pedindo curas, pedindo paz, pedindo tudo, como até hoje acontece, mas sem disposição para dar nada. Jesus abençoa a todos e, sem que ninguém perceba, a caravana desaparece por entre a multidão.
 

Compilado do livro Ave Luz de
Shaolin (espirito) e João Nunes Maia
Fonte: Harmonia Espiritual