O pensamento tem
início de forma embrionária em seres vivos que foram aprendendo a se
concentrar com determinado teor de persistência rumo a um certo
objetivo, como o de se apropriarem de um alimento. Nessa longa
caminhada, o pensamento passou a ser o instrumento sutil da vontade do
Espírito, que exterioriza a matéria mental para atuar nas formações da
matéria física, obtendo por esse caminho as satisfações que deseja.
A matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e
se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma
de propagação de energia do Universo.
Elaborando pensamentos,
cada um de nós cria em torno de si um campo de vibrações impulsionado
pela vontade, que estabelece uma onda mental própria, capaz de nos
caracterizar individualmente.
Obedecendo às mesmas leis da
energia e partículas do mundo físico, as ondas e partículas da matéria
mental, em graus de excitações variados, se expressam em freqüência e
cores particulares dependendo da intensidade e qualidade do pensamento
emitido, ou seja, da vibração mental emitida.
Considerando o
terreno das manifestações da física dos átomos, sabemos que o calor, a
luz e os raios gama, são expressões vibratórias de uma mesma energia.
A excitação, por exemplo, dos átomos de uma barra de ferro por uma
fonte de energia permite produzirmos calor de uma extremidade à outra da
barra de ferro. A excitação dos elétrons de um filamento metálico
permitirá a transmissão da luz, e a agitação dos núcleos atômicos de
determinados materiais produzirá emissão de raios gama.
Tanto
quanto na matéria física, o pensamento, em graus variados de excitação,
gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do
impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.
Como a
matéria é expressão da energia em diferentes condições de vibração e
velocidade, a energia mental também se manifesta conforme as variações
da corrente ondulatória, em corpúsculos da matéria mental. Aqui também
se identificam as mesmas leis que regulam a mecânica quântica na
transmissão de energia entre as partículas sub-atômicas. Quando vibram
os átomos da matéria mental, correspondendo à formação de calor na
matéria física, geram-se ondas de comprimento longo que se estabelecem
com o propósito de manutenção de nossa individualidade ou de simples
noção do Eu. Essas ondas longas prestam-se, também, para sustentar a
integração da nossa unidade corporal, mantendo interligado o universo de
células que compõem o nosso corpo físico.
Quando ocorrem as
vibrações dos elétrons da matéria mental, irradiam-se luzes de
tonalidades diferentes conforme a energia atinja os elétrons da
superfície ou das proximidades do núcleo do átomo mental. Esse tipo de
agitação ondulatória corresponde à emissão de pensamentos de
intensidades variadas que vão, desde uma atenção momentânea voltada
rapidamente a um certo objetivo, até a uma reflexão ou uma concentração
profunda tentando resolver questões complexas.
Por fim, já vimos
que a excitação dos núcleos atômicos gera os raios gama e, no campo da
mente, a correspondente vibração dos núcleos dos átomos mentais gera
ondas ultra-curtas emitidas com imenso poder de penetração de suas
energias. Essas vibrações resultam de expressões de sentimentos
profundos, de cores cruciantes ou de atitudes de concentração muito
intensas.
A INDUÇÃO MENTAL
Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contacto entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico.
Existe uma corrente
de ondas suscetíveis de reproduzir suas próprias características sobre
uma outra corrente mental que passa a sintonizar com ela.
Expressando qualquer pensamento em que acreditamos, estamos induzindo os
outros a pensarem como nós. A aceitação que os outros fazem de nossas
ideias passa a ser questão de sintonia.
Por outro lado, ao
sentirmos uma ideia, absorvemos e passamos a refletir todas as correntes
mentais que se assemelham a essa ideia, comungando os mesmos
propósitos.
Portanto, nossas idéias e convicções nos ligam
compulsoriamente a todas as mentes que pensam como nós e , quanto maior
nossa insistência em sustentar uma ideia ou uma opinião, mais nos
fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem como nós e que
esposam as mesmas opiniões.
IMAGENS MENTAIS
O espírito é a fonte geradora de todas as expressões da vida, e toda espécie de vida se orienta ou se modifica pelo impulso mental.
Sempre que pensamos,
estamos expressando uma vontade correspondente ao campo íntimo das
ideias, e as ideias, representando a expressão de energia mental, se
corporificam pelo pensamento em ondas e corpúsculos, que se organizam
conforme o teor e a intensidade da vibração mental e o propósito do
pensamento emitido.
Portanto, na expressão de qualquer
pensamento, o comprimento da onda emitida varia com a intensidade da
concentração nos objetivos desejados e a natureza das ideias emitidas.
Com as ideias criamos em torno de nós um campo de vibrações mentais que
identificam, pelo seu próprio conteúdo, as nossas mais íntimas condições
psíquicas.
Nessa atmosfera ideatória que nos cerca, os
corpúsculos da matéria mental que compõem nossos pensamentos modelam
"imagens" correspondentes às ideias que mentalmente projetamos.
Psiquicamente, na medida em que expressamos mentalmente uma vontade, um
desejo, uma ideia, uma opinião, um objetivo qualquer, passamos a ser
carregadores ambulantes de vontades com formas, de desejos com moldes,
de ideias vivas que as representam, de objetivos e opiniões que se
exteriorizam com cenas que materializam em torno de nós os nossos
pensamentos.
Nossa mente projeta fora de nós as formas, as
figuras e os personagens de todos os nossos desejos, inclusive com todo o
conteúdo dinâmico do cenário elaborado. Com essa constelação de adornos
mentais atraímos ou repelimos as mentes que conosco assimilam ou
desaprovam nosso modo de pensar.
PERTURBAÇÕES DO FLUXO MENTAL
A criação da matéria mental se origina do estímulo ideatório do Espírito, que é a fonte da energia vital para o cérebro. O Fluido Cósmico fornece o elemento para essas construções. Os corpúsculos mentais, sob o impulso do Espírito são exteriorizados em movimentos de agitação constante, produzindo correntes de formas ideatórias que se expressam na aura da personalidade que os cria.
Nesses vórtices
de energia em que cada individualidade se exprime em correntes de
matéria mental, também se cria, pela corrente de átomos excitados, um
fluxo energético com consequente resíduo eletromagnético, que se
expressa na aura de cada um de nós. A capacidade criativa da mente
alimenta de forma permanente essa corrente em constante agitação.
O fluxo resultante do processo ideatório pode apresentar perturbações
semelhantes a defeitos da circulação da corrente elétrica comum a
qualquer aparelho doméstico.
Assim, a ausência de uma corrente
eletromagnética residual pode ser identificada no cérebro de pessoas
profundamente ociosas. Os circuitos mentais podem permanecer bloqueados,
impedindo a circulação do fluxo mental, em razão de ideias fixas ou
obsessivas. As lesões orgânicas cerebrais perturbam, naturalmente, as
expressões do pensamento, já que o cérebro é o veículo para a
manifestação física da mente.
AS LEIS DO CAMPO MENTAL
Nossa atividade mental através do discernimento e do raciocínio nos dá a prerrogativa de nós mesmos escolhermos nossos objetivos.
Projetando nossas ideias, produzimos os pensamentos, exteriorizando em
torno de nós irradiações eletromagnéticas com poder mais ou menos
intenso, conforme o comprimento das ondas mentalmente emitidas.
Essa corrente de partículas mentais nascidas de emoções, desejos,
opiniões e vontades, constrói em torno de nós, cenas em forma de quadros
vivos que são percebidos em flashes ou imagens seriadas, ou cenas
contínuas que nos colocam em sintonia com todas as mentes que harmonizam
com os pensamentos que exteriorizamos.
Já vimos, também, que
somos suscetíveis de induzir pensamentos-imagens nos outros, assim como
recebemos sugestões que se corporificam em formas vivificadas dentro de
nossa psicosfera.
A simples leitura de uma página de jornal, uma
conversação rotineira, a contemplação de um quadro, uma visita a
familiares, o interesse por um espetáculo artístico ou programa de
televisão, um simples conselho, são todos agentes de indução que nos
compromete psiquicamente com as mentes sintonizadas nos mesmos assuntos.
Pensar ou conversar constantemente significa projetar nos outros e
atrair para nós as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos
as consequências dessa influência recíproca.
Persistir em ideias
fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais
deliberadamente violentas, nos escraviza a um ambiente psiquicamente
infeliz, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de
reflexos condicionais viciosos.
Construindo com o conteúdo dos
nossos pensamentos o campo mental que nos cerca, vivemos psiquicamente
dentro dele, obedecendo a leis fundamentais relacionadas com a
estruturação desse campo.
Por princípio, temos que entender que o
campo mental é resultado de emissão de idéias que nós criamos, com
nossa participação exclusiva e, portanto, com nossa total
responsabilidade. Esta é a primeira lei do Campo Mental.
A segunda lei é a da assimilação, que estabelece que nós estamos ligados unicamente às mentes com quem nós nos afeiçoamos.
Portanto, além da sintonia, é necessário haver aceitação das ideias
para que assimilemos as interferências boas ou más que recebemos.
A lei da assimilação significa também que uma ideia que nos incomoda,
que nos martiriza ou nos revolta, só persiste em nós pela aceitação que
fazemos de seu conteúdo e pelas ligações que mantemos com o seu emissor.
A terceira lei do campo mental está relacionada com o estudo e o
aprendizado que desenvolve em nós o discernimento e o raciocínio. Ela
estabelece que cada de um de nós só assimilará ideias, sugestões ou
informações inéditas ou inovadoras, se já desenvolvemos a compreensão
necessária ao avanço desses pontos de vista.
Texto: Nubor Orlando Facure;
Baseado na obra de André Luiz, "Mecanismos da Mediunidade", psicografada por Francisco Cândido Xavier e Valdo Vieira.
Baseado na obra de André Luiz, "Mecanismos da Mediunidade", psicografada por Francisco Cândido Xavier e Valdo Vieira.
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