Eternidade

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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Tua gratidão



Há quem traduza a gratidão através do estilo bombástico das palavras, da eloquência dos discursos, dos gestos comovedores que todos tomam conhecimento.

Passam como pessoas reconhecidas, portadoras de méritos e sentimentos comentados. Todavia, tão logo as coisas mudam de rumo e os acontecimentos deixam de atender-lhes aos interesses imediatos, ei-las desiludidas, deprimidas, frustradas.

A vida é um hino de louvor a Deus, um poema de beleza, convite perene à gratidão.

Por isso, há somente razões para o agradecimento e bem poucas necessidades para solicitações.

Seja a tua, a gratidão silenciosa, que opera no bem, porque este é o estímulo constante da tua existência.

A fidelidade aos compromissos nobres, aos quais aderiste, espalhando ondas de otimismo e de esperança; a atitude paciente e bondosa ao lado daqueles que se desequilibraram e sentem-se a sós; a prece ungida de amor, em favor dos enfermos, dos inquietos e dos adversários; a perseverança nas ações relevantes quando outros desertaram; o clima mental de fé e de união com tudo e todos, sejam as maneiras de expressares gratidão a Deus e à Vida pela honra de estares consciente da tua existência e presença no Universo.

A tua gratidão seja o amor que se expande e mimetiza a todos quantos se acerquem de ti, experimentando a dita de viver.



pelo Espírito Joanna de Ângelis, mensagem psicografada por Divaldo Pereira Franco



domingo, 24 de dezembro de 2017

Escrito nas estrelas


Nesta Terra, tudo passa. Tudo é transitório.

Isso é tão verdadeiro que, por vezes, esquecemos personagens que fizeram a grande diferença na Terra.

Usufruímos, por exemplo, da luz elétrica, com todos os seus benefícios, raramente nos recordando de quem a ofereceu ao mundo.

Combatemos infecções, servindo-nos de antibióticos, sem nos lembrarmos de quem os descobriu, de quem os aprimorou, dos tantos pesquisadores envolvidos.

De igual forma, com vários outros inventos que tornam a nossa vida melhor, mais confortável, mais saudável.

Até mesmo grandes obras literárias, que nos encantaram na infância, emocionaram na juventude, parece que, com o tempo, vamos relegando ao esquecimento.

No entanto, os Espíritos, que mais não são do que as almas dos homens que morreram, nos relatam que na Espiritualidade existem registros precisos de toda a História da nossa Humanidade.

No que diz respeito a livros, por exemplo, dizem que grandes bibliotecas existem.

Bibliotecas onde são arquivados os trabalhos gráficos que se fazem na Terra.

Afirmam que quando um escritor ou um médium, seja quem for, escreve algo que beneficia a humanidade, nessa biblioteca fica inscrito, com um tipo de letra, bem característica, traduzindo a nobreza do seu conteúdo.

À medida que a mente, aqui, no planeta, vai elaborando, simultaneamente vai plasmando lá, nesses fichários muito sensíveis, que captam a onda mental e tudo imprimem.

Se hoje temos a possibilidade de arquivar, aqui na Terra, de forma virtual, pela digitação ou digitalização, imaginemos que processo espetacular esse: a mente vai produzindo aqui e gravando na Espiritualidade.

Quando a pessoa escreve por ideal e não é remunerada, ao se abrirem esses livros, as letras adquirem relevo e são de uma forma muito agradável à vista, tendo uma peculiar luminosidade.

Se for um escritor profissional, que é remunerado pela sua obra, mas o que produz é edificante, de igual forma fica tudo registrado.

Se a pessoa faz por ideal e, estando num momento sofrido, difícil, ainda assim escreve com beleza, esquecendo-se de si mesma, para ajudar a criatura humana, as letras adquirem uma vibração musical e se transformam em verdadeiros cantos.

Assim, a pessoa ouve, vê e capta os registros psíquicos de quando o autor estava elaborando a tese.

Esses fichários, nessa biblioteca, nos fazem lembrar os da Terra, onde estão registradas as ideias que se vão transformar em roteiro de orientação da criatura humana.

Isso tudo nos remete a um ensino do Mestre Jesus, registrado pelo Evangelista Mateus: Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na Terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na Terra será desligado no céu.

Também nos diz que vale a pena, quando estamos desalentados e sofridos, não desanimarmos e continuarmos as nossas tarefas.

Aquela que exige sacrifício, abnegação, esforço, renúncia e, acima de tudo, tenacidade, quando realizada em momentos de testemunho pessoal ou de provação, tem maior valor.

Então, registremos nosso melhor nas estrelas da Espiritualidade. 



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 12, do
livro O semeador de estrelas, de Suely Caldas Schubert,
ed. LEAL e com transcrição do cap. 18, versículo 18,
do Evangelho de Mateus.



sábado, 23 de dezembro de 2017

Have Yourself a Merry Little Christmas

Atmosfera Espiritual



Allan Kardec usou o mesmo título, em sua Revista Espírita de maio de 1867, para abordar a questão da influência dos maus fluidos - produzidos pelos sentimentos contrários à caridade -, que tornam os ambientes desagradáveis e muitas vezes intoleráveis.

Não é outra a causa dos constrangimentos que se estabelecem nos relacionamentos, especialmente em grupos onde o ambiente "parece pesar" e surgem as sensações de desconforto. E há que se considerar que a permanências desses "ambientes pesados", característicos de ondas mentais conflitantes, pode acarretar graves prejuízos morais e mesmo desuniões e danos à saúde, já que desencadeadores de obsessões.

A abordagem do Codificador é extremamente lúcida e coerente. Selecionamos alguns trechos ao leitor, indicando, todavia, a fonte original para leitura e estudo na íntegra, conforme citado no primeiro parágrafo.

"(...) sabemos que, numa reunião, além dos assistentes corporais, há sempre auditores invisíveis; que sendo a impermeabilidade uma propriedade do organismo dos Espíritos, estes podem achar-se em número ilimitado num dado espaço. (...) Sabe-se que os fluidos que emanam dos Espíritos são mais ou menos salutares, conforme seu grau de depuração. Conhece-se o seu poder curativo em certos casos e, também, seus efeitos mórbidos de indivíduo a indivíduo. Ora, desde que o ar pode ser saturado desses fluidos, não é evidente que, conforme a natureza dos Espíritos que abundam em determinado lugar, o ar ambiente se ache carregado de elementos salutares ou malsãos, que devem exercer influências sobre a saúde física, assim como sobre a saúde moral?

Quando se pensa na energia da ação que um Espírito pode exercer sobre um homem, é de admirar-se da que deve resultar de uma aglomeração de centenas ou milhares de Espíritos? Esta ação será boa ou má conforme os Espíritos derramem num dado meio um fluido benéfico ou maléfico, agindo à maneira das emanações fortificantes ou dos miasmas deletérios, que se espalham no ar. Assim se pode explicar certos efeitos coletivos, produzidos sobre massas de indivíduos, o sentimento de bem-estar ou de mal-estar, que se experimenta em certos meios, e que não tem nenhuma causa aparente conhecida, o entusiasmo ou o desencorajamento, por vezes a espécie de vertigem que se apodera de toda uma assembléia, de toda uma cidade, mesmo de todo um povo.

Em razão do seu grau de sensibilidade, cada indivíduo sofre a influência desta atmosfera viciada ou vivificante. Por este fato, que parece fora de dúvida e que, ao mesmo tempo que a teoria e a experiência, nós achamos nas relações do mundo espiritual com o mundo material, um novo princípio de higiene, que, sem dúvida, um dia a ciência fará entrar em linha de conta.(...)"

Ora, o trecho transcrito é por demais claro. Ele remete a outras tantas considerações, impossíveis de serem trazidas ao simples espaço de um artigo. Mas poderíamos ponderar sobre como subtrarir-se a estas influências (e Kardec aborda isso na continuidade do texto).

O fato concreto é que somos sempre responsáveis pelo tipo de influência que atraímos ou alterações que produzimos nos fluidos que nos circundam por força dos sentimentos e pensamentos que cultivamos.

Numa assembléia, pequena ou numerosa, o padrão dominante dos pensamentos é fator decisivo para determinar o tipo de sensação que vigorará "no ar" daquele ambiente. Alterá-lo também é tarefa dos mesmos pensamentos e sentimentos. Fruto da perseverança no bem e no reconhecimento dos valores que conduzem ao estabelecimento da harmonia na convivência.

Uma vez mais surge a necessidade da melhora moral como único recurso de vivermos melhor.




Autor: Orson Peter Carrara

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

A educação dos sentimentos



Os sentimentos, intimamente ligados à moral, estão entre as áreas psíquicas que podem e devem sofrer aperfeiçoamento, fazendo aflorar as virtudes morais.

Aperfeiçoar os sentimentos é educá-los. É vencer os instintos, em proveito dos sentimentos. E a educação dos sentimentos tem como objetivo chegar ao caminho das virtudes.


Por que o Perdão? Como espíritos imperfeitos que somos, todos nós erramos. É necessário, pois, perdoar sempre e a todos: familiares, amigos, colegas, conhecidos e inimigos; perdoar, inclusive, a nós mesmos, evitando culpas, mágoas e desequilíbrios. Perdoar sem restrições, sinceramente, olhando com bondade e benevolência as imperfeições de nossos irmãos, eis o verdadeiro sentido dessa virtude.


Por que a Caridade? Definida como "benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas” a caridade é um valor moral imprescindível para a conquista da felicidade. Benevolência significa boa vontade, bondade e complacência para com todos; a indulgência manifesta-se através da tolerância e clemência para com os erros alheios; e o perdão é uma forma de libertação, onde o maior beneficiado é o que perdoa, esquecendo a ofensa.


Por que a Humildade? A humildade, conforme assevera Emmanuel, é a fonte de todas as virtudes, de todo o progresso e de toda a elevação moral e intelectual. Embora o orgulho, muitas vezes, sufoque a humildade, ela se manifesta através da simplicidade, da modéstia, do respeito e da submissão às leis de Deus.


Por que a Bondade? A bondade é um sentimento superior da alma, uma virtude dinâmica de ação no bem, sendo considerada o amor em ação. A bondade, exteriorizada por pensamentos, palavras e atitudes é uma força capaz de harmonizar ambientes, iluminar corações, minorar sofrimentos, construir equilíbrio, remover obstáculos e conduzir o indivíduo pelos caminhos da evolução.


Por que o Amor? O amor transforma a alma, através do pensar, do sentir e do agir no bem. O Espírito de Verdade afirmou: "Espíritas, amai-vos, este é o primeiro mandamento", lembrando o que foi ensinado por Jesus: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Para entender e vivenciar verdadeiramente o amor é necessário conhecer, estudar, observar, comparar, sentir, refletir, intuir, aprender essa sublime virtude.


A paz interior e a felicidade, através da educação dos sentimentos, devem fazer parte de nossos objetivos primordiais nesta encarnação.


Mas como fazer? Optar pelos caminhos regidos pelas Leis de Deus: amor, perdão, indulgência, caridade, compaixão, humildade, bondade, virtudes que elevam o ser humano de um simples animal racional para a condição de espírito sublimado.


O meio prático e eficaz para o homem se melhorar e resistir ao mal é o autoconhecimento, isto é, ele se conhecer profundamente, saber quem ele é e quais suas obrigações consigo mesmo e com a sociedade em que labora. Ele necessita estudar mais para saber a respeito de suas emoções e sentimentos, a respeito de seu psiquismo e de como realizar as transformações necessárias em sua vida.



Referência: CAMARGO, Jason. Educação dos Sentimentos. Porto Alegre: Letras de Luz, 2001.

Natal é ...



Natal é muito mais que enfeites, presentes, festas, luzes e comemorações...

Natal quer dizer nascimento, vida, crescimento...

E o Natal de Jesus tem um significado muito especial para o Mundo.

Geralmente não se comemora o nascimento de alguém que morreu há mais de dois milênios, a menos que esse nascimento tenha algo a nos ensinar.

Assim pensando, o Natal de Jesus deve ser meditado todos os dias, e vivido da melhor maneira possível.

Se assim é, devemos convir que Natal é muito mais do que preencher um cheque e fazer uma doação a alguém que necessita dessa ajuda.

É muito mais do que comprar uma cesta básica e entregar a uma família pobre...

É muito mais que a troca de presentes, tão costumeira nessa época.

É muito mais que reunir a família e cantar.

É muito mais que promover o jantar da empresa e reunir patrões e empregados em torno da mesma mesa.

A verdadeira comemoração do Natal de Jesus é a vivência de Seus ensinos no dia-a-dia.

É olhar nos olhos daqueles que convivem conosco e buscar entender, perdoar, envolver com carinho esses seres humanos que trilham a mesma estrada que nós.

É se deter diante de uma criança e prestar atenção no que os seus olhos dizem sem palavras...

É sentir compaixão do mais perverso criminoso, entendendo que ele é nosso irmão e que se faz violento porque desconhece a paz.

É preservar e respeitar a natureza que Deus nos concede, como meio de progresso, e fazer esforços reais para construir um mundo melhor.

O Natal é para ser vivido nos momentos em que tudo parece sucumbir...

Nas horas de enfermidades, nas horas em que somos traídos, que alguém nos calunia, que os amigos nos abandonam...

Tudo isso pode parecer estranho e você até pode pensar que essas coisas não têm nada a ver com o Natal.

No entanto, Jesus só veio à Terra para nos ensinar a viver, e não para ser lembrado de ano em ano, com práticas que não refletem maturidade, nem desejo sincero de aprender com Essa Estrela de primeira grandeza...

Ele viveu o amor a Deus e ao próximo...

Ele viveu o perdão...

Sofreu calúnias, abandono dos amigos, traição, injustiças variadas...

Dedicou Suas horas às almas sedentas de amor e conhecimento, não importando se eram ricos ou pobres, justos ou injustos, poderosos ou sem prestígio nenhum.

Sua vida foi o maior exemplo de grandeza e sabedoria.

Por ser sábio, Jesus jamais estabeleceu qualquer diferença entre os povos, não criou nenhum templo religioso, não instituiu rituais nem recomendou práticas exteriores para adorar a Deus ou como condição para conquistar a felicidade.

Ele falava das verdades que bem conhecia, das muitas moradas da Casa do Pai, da necessidade de adorar a Deus em Espírito e Verdade, e não aqui ou ali, desta ou daquela forma.

Falou que o Reino dos Céus não tem aparências exteriores, e não é um lugar a que chegaremos um dia, mas está na intimidade do ser, para ser conquistado na vivência diária.

E é esse reino de felicidade que precisa ser buscado, aprendido e vivido nos mínimos detalhes, em todos os minutos de nossa curta existência...

Bem, Natal é tudo isso...

É vida, e vida abundante...

É caminho e verdade...

É a porta...

É o Bom Pastor...

É o Mestre...

É o maior Amigo de todos nós.

Pense em tudo isso, e busque viver bem este Natal...



Fonte: Equipe de Redação Momento Espírita


A terapia da esperança


                   A saúde e a qualidade de vida das pessoas estão relacionadas a muitos fatores, entre eles: hereditários, genéticos, alimentares, sedentarismo, fatores ambientais, hábitos. Mas estudos comprovam que os fatores emocionais também têm um papel fundamental na vida dos indivíduos.


            Assim vemos que aqueles que tem um caráter pessimista, desesperançado estão mais propensos ao infarto.

            Quanto ao câncer, alguns fatores emocionais se destacam: incapacidade de manifestar sentimentos (repressão emocional) e tendência para o pessimismo; o desânimo e o desespero em face aos problemas; depressão e ausência de um projeto de vida são fatores que favorecem o aparecimento do câncer e também no surgimento de metástases.

            A pesquisadora Nancy Blandey da Universidade de Miami trabalhando com indivíduos portadores do vírus HIV constatou que aqueles que tinham um elevado nível de imunoglobulina de anticorpos (indicadores de maior infecção) eram os que se demonstravam mais retraídos, deprimidos, sem esperança. Os que eram mais aguerridos, lutadores, tinham esperança de vencer, possuíam melhores respostas ao tratamento.

            A evolução pós-operatória de pacientes que notadamente não perderam a esperança e demonstram fé no futuro são claramente mais favoráveis.

            Feita uma investigação em 22 pacientes com regressão espontânea de câncer, demonstrou-se três características básicas:

            - aceitação da doença e decisão de lutar sem desfalecer;

            - continuação normal da vida, depois da crise aguda;

            - desenvolvimento de confiança, sem perder a esperança no futuro.

            Cada vez mais se constata que o desespero, associado aos geradores do estresse, são considerados como fatores emocionais preponderantes no desfalecimento do sistema de defesa (imunológico) do organismo.

            Diante de tantas evidências a ESPERANÇA tem se destacado como um apoio fundamental e catalisador do processo de cura e de conquista da felicidade do ser.

            Hoje a ESPERANÇA é considerada como uma eficaz terapia no tratamento contra a depressão e outras doenças do corpo físico.

            O que é a esperança? É uma crença emocional na possibilidade de ter resultados positivos relacionados a eventos e circunstancias da vida pessoal. Está relacionada a uma expectativa positiva, ao ato de confiança em algo ou alguém. É uma das 3 virtudes cristãs : FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE, sendo a esperança a grande consoladora e que dá suporte às relações humanas.

            Dra. Jennifer Cheavesco afirma que a esperança pode ser ensinada e desenvolvida. Portanto, é algo que se pode aprender.

            Como aprender a ter esperança ou desenvolvê-la? Faz-se necessário o indivíduo sair do comodismo e começar pela identificação de objetivos para a vida, traçando meios de alcançá-los, e promovendo, periodicamente, a própria motivação.

            Algumas características são necessárias: perseverança, otimismo, confiança, paciência (saber esperar), flexibilidade (conseguir se relacionar com os fatos, sem necessariamente bater de frente contra eles), substituir a ira pela compaixão e a gratidão; e não levar as coisas tão a sério (levar a vida de forma mais 'leve'); não fazer 'tempestade em um copo d'água', e questionar-se: O que posso aprender com esta situação? Há outra forma de encarar isto? O que Deus quer me mostrar com isto? 

            Como saber se tenho esperança? “Se você sente que sabe obter o que você quer na vida, e você tem vontade para isso, então você tem esperança.” (Snyder)

            A ação da esperança

           EMOCIONALMENTE: produz um sentimento de consolo, tranquilidade e segurança

            COMPORTAMENTAL: influi positivamente nas relações interpessoais gerando um diálogo mais espontâneo, sincero, aberto;

            ESPIRITUALMENTE: a esperança é expressão de fé na vida, do entendimento de um objetivo transcendente da existência e confiança na justiça superior (divina). 

            Esperança raciocinada

            A quarta parte de O Livro dos Espíritos1 nos fala das ESPERANÇAS E CONSOLAÇÕES, capítulo onde se entende a verdadeira justiça divina, baseada no amor e na misericórdia de Deus.

            Com o entendimento espírita tudo na vida ganha um sentido: os sofrimentos, as dificuldades, as doenças, as perdas, as diferenças sociais, culturais e econômicas... também as alegrias, os prazeres, a felicidade, os objetivos, as relações humanas, ganham um novo olhar.

            A reencarnação, junto com a lei de causa e efeito e a lei de evolução explica racionalmente a justiça divina. Ninguém é privilegiado ou prejudicado por Deus. Somos seres autoconstrutores e herdeiros das nossas próprias ações, fadados à evolução, sujeitos às leis sabias e justas. O que sou hoje é resultado das minhas ações no passado e o que serei amanhã será resultado do que edifico hoje. Isto nos faz crer no grande potencial existente dentro de nós, capaz de superar qualquer adversidade, que nada mais são do que uma das formas de resgate e aprendizado no método educacional divino.

            Em O Evangelho segundo o Espiritismo2, no capítulo 19, entendemos que a esperança, assim como a caridade, são resultantes da fé. Fé quer dizer fidelidade, confiança. Somente a fé raciocinada é inabalável, pois está embasada na razão e não em fantasias, desejos ou dogmas. Assim como a esperança inabalável está embasada na fé raciocinada. Portanto, fé e esperança não são somente condições religiosas, mas alicerces emocionais conquistados com muita meditação, estudo e reflexão.

            A esperança é o remédio eficaz para suportar o sofrimento, enfrentar a dor e encarar a morte com serenidade. Quem a possui tem força para superar qualquer situação e cria condições favoráveis para construir uma vida feliz e saudável.

Luis Roberto Scholl

1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB.

2. O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB
Fonte: Sociedade Espírita de Auxílio Fraternidade

Reflexões


Evangelho e Amor, Haroldo Dutra Dias MG,

domingo, 17 de dezembro de 2017

Estudando o Espiritismo...



Os médiuns que obtêm boas comunicações são ainda mais repreensíveis por persistirem no mal, pois escrevem frequentemente a sua própria condenação, e se não estivessem cegos pelo orgulho, reconheceriam que os Espíritos se dirigem a eles mesmos. Mas, em vez de tomarem para eles as lições que escrevem, ou que vêem os outros escreverem, sua única preocupação é a de aplicá-las a outras pessoas, incidindo assim nestas palavras de Jesus: “Vedes um argueiro no olho do próximo, e não vedes a trave no vosso.” (Ver cap. X. nº 9).

Por estas palavras: “Se fosseis cegos, não teríeis culpa”, Jesus confirma que a culpabilidade está na razão do conhecimento que se possui. Ora, os fariseus, que tinham pretensão de ser, e que realmente eram, a parte mais esclarecida da nação, tornavam-se mais repreensíveis aos olhos de Deus que o povo ignorante. O mesmo acontece hoje.

Aos espíritas, portanto, muito será pedido, porque muito receberam, mas também aos que souberam aproveitar os ensinamentos, muito lhes será dado.

O primeiro pensamento de todo espírita sincero deve ser o de procurar, nos conselhos dados pelos Espíritos, alguma coisa que lhe diga respeito.

O Espiritismo vem multiplicar o número dos chamados, e pela fé que proporciona, multiplicará também o número dos escolhidos.


– Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 18, item 12.

Caridade é a alma do Espiritismo


Revista Espírita - Dezembro de 1868

Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas? Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória. Qual o sentimento no qual se deve confundir todos os pensamentos?

É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para com todos ou, em outras palavras: o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos, pois sabemos que os mortos sempre fazem parte da Humanidade.

A caridade é a alma do Espiritismo; ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes, razão por que se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.

Mas a caridade é ainda uma dessas palavras de sentido múltiplo, cujo inteiro alcance deve ser bem compreendido; e se os Espíritos não cessam de pregá-la e defini-la, é que, provavelmente, reconhecem que isto ainda é necessário.

O campo da caridade é muito vasto; compreende duas grandes divisões que, em falta de termos especiais, podem designar-se pelas expressões caridade beneficente e caridade benevolente. Compreende-se facilmente a primeira, que é naturalmente proporcional aos recursos materiais de que se dispõe; mas a segunda está ao alcance de todos, do mais pobre como do mais rico. Se a beneficência é forçosamente limitada, nada além da vontade poderia estabelecer limites à benevolência.

O que é preciso, então, para praticar a caridade benevolente? Amar ao próximo como a si mesmo. Ora, se se amar ao próximo tanto quanto a si, amar-se-o-á muito; agir-se-á para com outrem como se quereria que os outros agissem para conosco; não se quererá nem se fará mal a ninguém, porque não quereríamos que no-lo fizessem.

Amar ao próximo é, pois, abjurar todo sentimento de ódio, de animosidade, de rancor, de inveja, de ciúme, de vingança, numa palavra, todo desejo e todo pensamento de prejudicar; é perdoar aos inimigos e retribuir o mal com o bem; é ser indulgente para as imperfeições de seus semelhantes e não procurar o argueiro no olho do vizinho, quando não se vê a trave no seu; é esconder ou desculpar as faltas alheias, em vez de se comprazer em as pôr em relevo, por espírito de maledicência; é ainda não se fazer valer à custa dos outros; não procurar esmagar ninguém sob o peso de sua superioridade; não desprezar ninguém pelo orgulho.

Eis a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é palavra vã; é a caridade do verdadeiro espírita, como do verdadeiro cristão; aquela sem a qual aquele que diz: Fora da caridade não há salvação, pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo.

Quantas coisas haveria a dizer sobre este assunto! Que belas instruções não nos dão os Espíritos incessantemente! Não fosse o receio de alongar-me em demasia e de abusar de vossa paciência, senhores, seria fácil demonstrar que, em se colocando no ponto de vista do interesse pessoal, egoísta, se se quiser, porque nem todos os homens estão ainda maduros para uma completa abnegação, para fazer o bem unicamente por amor do bem, digo que seria fácil demonstrar que têm tudo a ganhar em agir deste modo, e tudo a perder agindo diversamente, mesmo em suas relações sociais; depois, o bem atrai o bem e a proteção dos Espíritos bons; o mal atrai o mal e abre a porta à malevolência dos maus.

Mais cedo ou mais tarde o orgulhoso será castigado pela humilhação, o ambicioso pelas decepções, o egoísta pela ruína de suas esperanças, o hipócrita pela vergonha de ser desmascarado; aquele que abandona os Espíritos bons por estes é abandonado e, de queda em queda, finalmente se vê no fundo do abismo, ao passo que os Espíritos bons erguem e amparam aquele que, nas maiores provações, não deixa de se confiar à Providência e jamais se desvia do reto caminho; aquele, enfim, cujos secretos sentimentos não dissimulam nenhum pensamento oculto de vaidade ou de interesse pessoal.

Assim, de um lado, ganho assegurado; do outro, perda certa; cada um, em virtude do seu livre-arbítrio, pode escolher a sorte que quer correr, mas não poderá queixar-se senão de si mesmo pelas consequências de sua escolha.

Crer num Deus Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificação do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na felicidade crescente com a perfeição; na equitativa remuneração do bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras;

na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada à da imperfeição; no livre-arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível; na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados;

considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterno; aceitar corajosamente as provações, em vista de um futuro mais invejável que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e obras na mais larga acepção do termo;

esforçar-se cada dia para ser melhor que na véspera, extirpando toda imperfeição de sua alma; submeter todas as crenças ao controle do livre-exame e da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus.

É o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, esperando que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.

Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz e se pouparão males inumeráveis, que nascem da discórdia, por sua vez filha do orgulho, do egoísmo, da ambição, da inveja e de todas as imperfeições da humanidade.

O Espiritismo dá aos homens tudo o que é preciso para a sua felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que têm. Que os espíritas sejam, pois, os primeiros a aproveitar os benefícios que ele traz, e que inaugurem entre si o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações futuras.

Os Espíritos que nos cercam aqui são inumeráveis, atraídos pelo objetivo que nos propusemos ao nos reunirmos, a fim de dar aos nossos pensamentos a força que nasce da união. Ofereçamos aos que nos são caros uma boa lembrança e o penhor de nossa afeição, encorajamentos e consolações aos que deles necessitem.

Façamos de modo que cada um recolha a sua parte dos sentimentos de caridade benevolente, de que estivermos animados, e que esta reunião dê os frutos que todos têm o direito de esperar.


Allan Kardec.