Eternidade

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domingo, 9 de julho de 2017

A materialização de Jesus após a crucificação


Materialização é o fenômeno pelo qual os Espíritos se corporificam, tornando-se visíveis a quantos estiverem no local das sessões. Não é preciso ser médium para ver o Espírito materializado. Materializando-se, corporificando-se, pode o Espírito ser visto, sentido e tocado.

   Podemos abraçá-lo, sentir-lhe o calor da temperatura, ouvir-lhe as pulsações do coração e com ele conversar naturalmente. Aparição é o fenômeno pelo qual o Espírito é visto apenas por quem tiver vidência.

   A materialização é um fenômeno objetivo e a aparição é um fenômeno subjetivo. Há, portanto, fundamental diferença entre uma e outra. (Estudando a mediunidade. Cap. 42. Martins Peralva).

   As aparições do Cristo são conhecidas e tiveram numerosos testemunhos. Apresentam flagrantes analogias com as que em nossos dias são observadas em diversos graus, desde a forma etérea, sem consistência, com que aparece a Maria Madalena e que não suportaria o mínimo contato, até a completa materialização, tal como a pôde verificar Tomé, que tocou com a própria mão as chagas do Cristo. Daí esse contraste nas palavras de Jesus: “Não me toques” – diz ele à Madalena – ao passo que convida Tomé a pôr o dedo nos sinais dos cravos: “Chega também a tua mão e mete-a no meu lado”.

   Jesus aparece e desaparece instantaneamente. Penetra numa casa a portas fechadas. Em Emaús conversa com dois dos discípulos, que o não reconhecem, e desaparece repentinamente. Acha-se de posse desse corpo fluídico, etéreo, que há em todos nós, corpo sutil que é o invólucro inseparável de toda alma e que um alto Espírito como o seu sabe dirigir, modificar, condensar, rarefazer à vontade. E a tal ponto o condensa, que se torna visível e tangível aos assistentes. (Cristianismo e Espiritismo. Cap. 5. Léon Denis).

   Pois, sendo Cristo as primícias do Espírito, como afirma o Apóstolo Paulo; estando nós certos de que Ele ressuscitou, apareceu, comunicou-se, porque não podem fazer o mesmo aqueles Espíritos que nos foram amigos, parentes, aqueles que viviam conosco, mantendo mútua afeição?

   Na Epístola aos Coríntios diz o Apóstolo da Luz: “Se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou e é vã a nossa fé.” (Parábolas e ensinos de Jesus. Nas pegadas de Jesus. Cairbar Schutel).

   Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história, antiga e contemporânea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todos os caracteres de um ser fluídico.

   Aparece inopinadamente e do mesmo modo desaparece; uns o vêem, outros não, sob aparências que não o tornam reconhecível nem sequer aos seus discípulos; mostra-se em recintos fechados, onde um corpo carnal não poderia penetrar; sua própria linguagem carece da vivacidade da de um ser corpóreo; fala em tom breve e sentencioso, peculiar aos Espíritos que se manifestam daquela maneira; todas as suas atitudes, numa palavra, denotam alguma coisa que não é do mundo terreno. Sua presença causa simultaneamente surpresa e medo; ao vê-lo, seus discípulos não lhe falam com a mesma liberdade de antes; sentem que já não é um homem.

   Jesus, portanto, se mostrou com o seu corpo perispirítico, o que explica que só tenha sido visto pelos que ele quis que o vissem. Se estivesse com o seu corpo carnal, todos o veriam, como quando estava vivo. Ignorando a causa originária do fenômeno das aparições, seus discípulos não se apercebiam dessas particularidades, a que, provavelmente, não davam atenção. Desde que viam o Senhor e o tocavam, haviam de achar que aquele era o seu corpo ressuscitado. (A Gênese. Cap. 15. Item 61. Allan Kardec).

   Tão alheios se achavam à verdadeira natureza de Jesus, que Tomé só se convenceu de que o Mestre reapa­recera, quando pôde verificá-lo com seus próprios olhos. (Elucidações Evangélicas. Cap. 190.  Antônio Luiz Sayão).

   Ao passo que a incredulidade rejeita todos os fatos que Jesus produziu, por terem uma aparência sobrenatural, e os considera, sem exceção, lendários, o Espiritismo dá explicação natural à maior parte desses fatos. Prova a possibilidade deles, não só pela teoria das leis fluídicas, como pela identidade que apresentam com análogos fatos produzidos por uma imensidade de pessoas nas mais vulgares condições. (A Gênese. Cap. 15. Item 62. Allan Kardec).
 
 
Fonte: Letra Espírita

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