Eternidade

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terça-feira, 29 de novembro de 2016

"EU PERDOO"


Brryan Jackson foi deliberadamente infectado pelo vírus HIV, aos 11 meses de vida, por seu próprio pai – um técnico em hematologia que estava se separando da mãe de Brryan e estava preocupado com o pagamento de pensão.
 
O episódio aconteceu durante uma internação hospitalar por causa de uma asma. O pai, Brian, aproveitou uma saída da mãe do quarto para injetar o vírus na corrente sanguínea do filho. Quando descobriram o que afetava o Brryan, já aos cinco anos de idade, os médicos lhe deram apenas cinco meses de vida. Os clínicos temiam não apenas os efeitos da doença, mas do coquetel de remédios que ele precisava tomar para tentar mantê-la sob controle.

Atualmente, a rotina médica de Brryan Jackson já não envolve mais andar com sondas pelo corpo, como nos tempos de escola. As 23 pílulas diárias hoje são apenas uma, embora de três em três meses ele precise ir ao médico para checar seu sistema imunológico. A doença, obviamente, afetou sua vida social. Diversos relacionamentos foram interrompidos por pais receosos.

Hoje, aos 25 anos, Jackson confessa que cogitou o suicídio, mas optou pela religião. A conversão ao Cristianismo fez com que decidisse “perdoar” o pai, que foi condenado à prisão perpétua em 1998. Conta que nunca teve contato com o progenitor. Contudo poderá ficar frente a frente com ele ainda este ano, quando uma junta examinará um pedido de liberdade condicional. Jackson, apesar de o ter “perdoado”, pretende ler um comunicado em que recomenda que o pai continue preso. (1)

Como agir diante de uma situação dessas? Será que realmente Brryan perdoou seu pai? O assunto é ingrato e merece algumas avaliações doutrinárias. Em verdade, aprendemos com os Benfeitores espirituais que se alguém nos prejudicou, não podemos permitir que o sentimento de vingança desgaste nosso estado psicoemocional. (2) Nem que seja por “egoísmo” é importante perdoar incondicionalmente. Até porque, quem sofrerá com a mágoa guardada somos nós e não quem nos lesou, causando consternação ou desgosto.

Quantos são aqueles que dizem que desejam perdoar, mas não o conseguem? Ora, distanciando-nos do caso Brryan Jackson, urge ponderar alguns aspectos. Será que quem nos magoa queria nos prejudicar propositalmente? Muitos erros são cometidos sem a intenção de nos danificar. Porém, se tiverem sido intencionais, será que o nosso agressor se arrependeu? Neste caso, será que estamos realmente dispostos a indultá-lo?

Em verdade, só podemos perdoar o outro se perdoarmos a nós mesmos. Reflitamos nos erros que cometemos com o próximo e desculpemo-nos. Livremo-nos da culpa e estaremos prontos para perdoar. efetivamente, esquecer a ofensa nos favorece porque faxina o coração da ira e da contrariedade. Perdoar alguém que nos fez mal revoga o ciclo de pensamentos negativos, que só servem para nos abater moral e espiritualmente.

É um sinal de amadurecimento, pois ofertar o perdão favorece o agressor, contudo beneficia muito mais quem perdoa. Proporciona uma duradoura percepção de liberdade. É verdade! Ao saírmos da posição de vítimas, a sensação é de grande liberdade – deixamos de ser escravizados de um sentimento que antes nos aprisionava. Ajuda-nos a retomar as rédeas da vida.

Quem profere do fundo d’alma “eu perdoo” se sente mais forte e capaz de comandar o próprio destino.

Jorge Hessen

Brasília DF

Nota e Referência:
(1) Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36608335 acesso 23/10/2016
(2) É aquela nossa ação interior para vivermos emoções através de nosso intelecto

domingo, 27 de novembro de 2016

PROMETER


"Prometendo-lhes liberdade,
sendo eles mesmos servos
da corrupção"
(II Pedro, 2:19.)


É indispensável desconfiar de todas as promessas de facilidades sobre o mundo.

Jesus, que podia abrir os mais vastos horizontes aos olhos assombrados da criatura, prometeu-lhe a cruz sem a qual não poderia afastar-se da Terra para colocar-se ao seu encontro.

Em toda parte, existem discípulos descuidados que aceitam o logro de aventureiros inconscientes. É que ainda não aprenderam a lição viva do trabalho próprio a que foram chamados para desenvolver atividade particular.

Os fazedores de revoluções e os donos de projetos absurdos prometem maravilhas. Mas, se são vítimas da ambição, servos de propósitos inferiores, escravos de terríveis enganos, como poderão realizar para os outros a liberdade ou a elevação de que se conservam distantes?

Não creias em salvadores que não demonstrem ações que confirmem a salvação de si mesmos.

Deves saber que fostes criado para a gloriosa ascensão, mas que só é fácil descer. Subir exige trabalho, paciência, perseverança, condições essenciais para o encontro do amor e da sabedoria.

Se alguém te fala em valor das facilidades, não acredites; é possível que o aventureiro esteja descendo. Mas quando te façam ver perspectivas consoladoras, através do suor e do esforço pessoal, aceita os alvitres com alegria. Aquele que compreende o tesouro oculto nos obstáculos, e dele se vale para enriquecer a vida, está subindo e é digno de ser seguido.


da obra Caminho, Verdade e Vida, por Francisco Cândido Xavier,
ditado pelo Espírito Emmanuel

terça-feira, 15 de novembro de 2016

A potência do Amor - por Einstein


"Fragmento da última carta de Einstein à sua filha Lieserl!

O Amor...
Quando propus a teoria da relatividade, muito poucos me entenderam, e o que lhe revelarei agora para que o transmita à humanidade, também se chocará contra a incompreensão e os preconceitos do mundo.

Peço-lhe mesmo assim, que o guarde o tempo todo que seja necessário, anos, décadas, até que a sociedade haja avançado o suficiente para acolher o que lhe explico a seguir.

Existe uma força extremamente poderosa para a qual a ciência não encontrou ainda uma explicação formal.

É uma força que inclui e governa todas as outras, e que está inclusa dentro de qualquer fenômeno que atua no universo e que ainda não foi identificada por nós.

Esta força universal é o Amor.

Quando os cientistas buscam uma teoria unificada do universo, esquecem da mais invisível e poderosa das forças.

O amor é luz, já que ilumina quem o dá e o recebe.
O amor é gravidade porque faz com que umas pessoas sejam atraídas por outras.
O amor é potencia, porque multiplica o melhor que temos e permite que a humanidade não se extinga no seu egoísmo cego.
O amor revela e desvela. Por amor se vive e se morre.

Esta força explica tudo e dá sentido em maiúscula à vida.

Esta é a variável que temos evitado durante tempo demais, talvez porque o amor nos dá medo, já que é a única energia do universo que o ser humano não aprendeu a manobrar segundo seu bel prazer.

Para dar visibilidade ao amor, fiz uma simples substituição na minha mais célebre equação. Si no lugar de E=mc² aceitamos que a energia necessária para sanar o mundo pode ser obtida através do amor multiplicado pela velocidade da luz ao quadrado, chegaremos à conclusão de que o amor é a força mais poderosa que existe, porque não tem limite.

Após o fracasso da humanidade no uso e controle das outras forças do universo que se voltaram contra nós, é urgente que nos alimentemos de outro tipo de energia.

Se quisermos que nossa espécie sobreviva, se nos propusermos encontrar um sentido à vida, se desejarmos salvar o mundo e que cada ser sinta que nele habita, o amor é a única e última resposta.

Talvez ainda não estejamos preparados para fabricar uma bomba de amor, um artefato bastante potente para destruir todo o ódio, o egoísmo e a avareza que assolam o planeta.

Porém, cada indivíduo leva no seu Interior , um pequeno mas poderoso gerador de amor cuja energia espera ser liberada.

Quando aprendermos a dar e receber esta energia universal, querida Lieserl, comprovaremos que o amor tudo vence, tudo transcende e tudo pode, porque o amor é a quintessência da vida.

Lamento profundamente não ter sabido expressar o que abriga meu coração, que há batido silenciosamente por você toda minha vida.

Talvez seja tarde demais para pedir-lhe perdão, mas como o tempo é relativo, preciso dizer-lhe que a amo e que graças a você, cheguei à ultima resposta.

Seu pai,
Albert Einstein "

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Virtudes e Defeitos


Do latim virtus, utis, que significa força corpórea, ânimo, valor, bravura, coragem, força de alma, energia, boas qualidades morais, mérito, vejamos outras definições para a palavra virtude:

a. Minidicionário Aurélio: "disposição firme para a prática do bem; qualidade moral".

b. Houaiss: "qualidade do que se conforma com o considerado correto e desejável; conformidade com o Bem, com a excelência moral ou de conduta".

c. Aristóteles: disposição adquirida de fazer o bem, que se aperfeiçoa com o hábito.

d. O Livro dos Espíritos - p. 893: "Há virtude sempre que há resistência voluntária ao arrastamento das más tendências".

e. Miramez em Horizontes da Vida: "Virtudes são qualidades morais que a alma deve exercitar a cada dia em proveito de sua própria vida".

Conclusão: virtudes são qualidades morais do homem, a serem despertadas, desenvolvidas, cultivadas, exercitadas. Mas por quê?

Deus criou tudo o que existe: o universo, a natureza, a humanidade. Deus, que é o Bem e a Perfeição absolutos, não criaria nada incompleto, imperfeito ou defeituoso. Então, tudo o que Deus criou foi criado para o Bem, inclusive a humanidade.

Isso significa que o ser humano, de natureza divina, foi criado potencialmente bom, virtuoso, ou seja, todos os homens têm latentes, em si mesmo, todas as virtudes necessárias ao seu progresso espiritual, à sua verdadeira felicidade.

Portanto, desenvolver virtudes é, na verdade, desenvolver nossa própria natureza, evoluir espiritualmente, para alcançar a felicidade que tanto buscamos, mesmo sem o sabermos. Assim, o desenvolvimento das virtudes é uma necessidade instintiva natural de todo ser humano. Mesmo inconscientemente, o homem deseja ser virtuoso, busca o cultivo das virtudes por instinto.

Mas, se é assim tão natural, por que é sempre tão difícil despertar, cultivar, desenvolver, exercitar as virtudes? Será que somos fracos? Estamos sem a proteção de Deus? Somos incapazes?

Não. Deus nada criou para a imperfeição, portanto, temos tudo para sermos perfeitos. Acontece que, durante muito tempo, por uma questão de sobrevivência, o homem foi obrigado a se preocupar mais com o mundo material e as necessidades físicas, e sua atenção esteve completamente voltada para a busca de alimento, abrigo, defesa, moradia, etc. Não sobrava tempo e espaço para que percebesse e se preocupasse com as coisas espirituais, pois as coisas materiais tomavam todo seu tempo e suas energias.

Isso foi necessário durante algum tempo, como parte do aprendizado do homem no planeta. Era necessário que ele conhecesse as emoções básicas antes pelo ponto de vista material, concreto, palpável, para depois abstrair-se e entendê-las pelo ponto de vista intelectual, filosófico e espiritual, conhecendo também os sentimentos mais elevados. Era apenas mais um estágio a ser vencido em sua caminhada evolutiva.

Nessa intensa luta pela sobrevivência, as virtudes acabaram confundidas com coisas do mundo material, mais objetivas e práticas como força e resistência físicas, coragem para a luta corporal, capacidade para estratégias de guerra, fertilidade, harmonia estética, etc. E, com as virtudes moldadas pela visão exclusivamente material, o homem acabou criando um mundo de luta, competição e disputa, onde o que valia era a lei do mais forte, do olho por olho, do jogo de poder e acúmulo de bens.

Com o tempo, entretanto, seu entendimento aumenta e ele alcança uma percepção instintiva das coisas espirituais. É sua natureza latente para o em chamando mais forte. E o homem passa a não se satisfazer mais só com as coisas materiais. E essa insatisfação começa a gerar vazio, culpa, arrependimento, desconforto, constrangimento de consciência, incômodo, pois o homem começa a perceber que lhe falta alguma coisa e que, talvez, ele tenha "defeitos".

Começa, então, a luta interior do homem contra si mesmo, a luta moral, o conflito consciencial do homem velho contra o homem novo, de que fala Paulo de Tarso em suas epístolas e de que falam muitos outros místicos e filósofos ao longo da história. Essa é a batalha mais árdua de todo ser humano, sem tréguas, sem disfarces, 24 h por dia, sem possibilidade de fuga, pois, mais cedo ou mais tarde, somos forçados a nos olhar frente a frente.

É nesse ponto que surgem a Religião e a Filosofia, como forma de encontrar alívio para o mal-estar interior e para o conflito que se instalou em nossa consciência. Em todas as Religiões vamos encontrar referências às virtudes. Todas as Religiões reconhecem o valor e a necessidade de se cultivar virtudes como qualidades das pessoas de bem, como qualidades a serem cultivadas para se tornar pessoas de bem.

Acontece que as Religiões, manifestações humanas, nunca foram perfeitas e, influenciadas pelas culturas e pela época em que estão inseridas, acabaram por dar às virtudes definições particulares, distorcidas, exagerando algumas características, tornando-as inacessíveis, difíceis de serem compreendidas ou vivenciadas pelas pessoas comuns, transformando-as em coisas para santos, místicos, anjos, iluminados, avatares, iniciados, missionários, etc.

Assim, as Religiões falham e não conseguem explicar e sanar o conflito vivido pelo homem, aliviando o desconforto espiritual em que vive. Sem poder alcançá-las, esse homem perde o interesse pelas virtudes e volta ao seu estado materialista. E instituiçõs religiosas, por sua vez, erguidas e cheias de homens também em conflito tanto quanto o povo, receosas de perder o controle sobre seus fiéis, criam mecanismos e leis que só fazem aumentar a culpa, o medo e o constrangimento da consciência humana.

Desse modo, as virtudes, além de não serem compreendidas, ainda são desvalorizadas e praticamente esquecidas, consideradas utopias, coisas de gente ingênua, crédula e ignorante. Ser virtuoso se torna sinônimo de ser bobo e ignorante.

O homem, cansado de ir e vir, continua lutando consigo mesmo, intuindo que alguma coisa está errada, que falta algo, mas sem saber como corrigir. E é nesse estágio em que nos encontramos hoje. O homem moderno, pelo excesso de materialismo e pela decepção com as Religiões, perdeu a referência divina de sua criação e, ao mesmo tempo, não se contenta com a referência mais animalizada e limitada de seu passado. Ele não quer voltar a ser o que foi, e não consegue enxergar ou entender o que pode vir a ser. Com a falta de compreensão de sua natureza divina e as distorções criadas com o passar dos séculos, o homem continua a agir de forma equivocada, manifestando qualidades que se parecem cada vez mais defeitos para ele.

O que são, então, os defeitos? Defeitos nada mais são que manifestações da nossa ignorância em relação à nossa natureza divina; são agressões a essa natureza virtuosa latente com que fomos criados desde o princípio; são agressões à nossa consciência e ao fluxo do amor divino que está em nós e nos transpassa ao longo da vida. Uma vez que entendemos as virtudes como parte de nossa natureza, aspectos naturais de nosso caráter, potenciais divinos latentes em todos nós para nosso sucesso espiritual, entendemos que o único caminho natural para nossa felicidade é a prática constnte e consciente dessas virtudes, cessando o conflito íntimo, o desconforto, a insatisfação.

A única e verdadeira função da virtude é fortalecer o espírito para a caminhada em direção ao progresso espiritual, reconduzindo-nos à posse de nossa natureza divina, libertando-nos de nosso passado limitado por distorções, ilusões e enganos.

Como diz Miramez em Horizontes da Vida, "a criatura virtuosa assegura força poderosa na sua vida, que lhe faz alcançar um bem estar indizível, na intimidade do coração. [...] A função da virtude é a de libertar as criaturas dos cansados trilhos das ilusões e do enfado torturante das paixões inferiores".

Assim, a nossa atitude natural deve ser cultivar virtudes e não combater defeitos. Cultivando virtudes, os defeitos, naturalmente, deixam de existir, de forma gradativa, pois não são parte de nós. São apenas manifestações de nossa ignorância em relação a nossa natureza; reflexo de nossa agressão a nossas características latentes naturais: as virtudes. Essas, sim, partes de nossa essência.

É importante, no entanto, que essa prática das virtudes não se torne uma obsessão, pois poderia levar a outro equívoco grave: o fanatismo. A busca das virtudes deve ser natural, gradativa, sem sofrimento, sem sacrifícios, sem privações, repressões ou imposições cruéis. O que não quer dizer que não implique algum sacrifício de nossa parte. Para conquistarmos as virtudes, teremos de abrir mão de alguns interesses pessoais, de alguns apegos materiais, de algumas crenças arraigadas, de alguns conceitos equivocados, de algumas percepções distorcidas ou egoístas... Mas tudo de forma natural, sem que seja necessário forçar nada, sem que nos tornemos chatos, implicantes, fiscais ou cobradores de nós mesmos ou de quem quer que seja.

Também não devemos, na ânsia de alcançar as virtudes, virar as costas aos defeitos. Para podermos evitar um perigo, precisamos saber exatamente como é esse perigo, onde ele está, como se comporta, quando se manifesta etc... Devemos procurar conhecer todos os nossos defeitos para melhor empreender a busca das virtudes contrárias a eles, e não bancar os cegos e ingênuos, fingindo não ver o perigo em que nos encontramos ou o quanto ainda estamos sujeitos a fraquejar.

E, principalmente, aceitemos os nossos eventuais defeitos com naturalidade, sem decepção, sem desânimo, pois eles são características naturais do estágio em que nos encontramos agora. Precisamos manifestar esses defeitos para nos conhecermos melhor e para sabermos quais são nossas maiores necessidades. Somente através de nossos defeitos, percebidos de forma consciente ou inconsciente, pudemos chegar ao momento em que nos encontramos hoje, aqui e agora, fazendo questionamento em busca de esclarecimento, orientação e aperfeiçoamento de nós mesmos.


Fonte: STUM - Somos Todos Um - por Maísa Intelisano