Eternidade

Eternidade

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Bênção Divina



Não te consideres livre, num mundo de expiações e provas, num planeta conturbado, onde imperam o ódio, a ambição, o orgulho, a vaidade...

Entretanto, se encontraste Jesus, se és um outro discípulo em demanda de Emaús, seguindo estrada a fora, atônito com os sucessos mundiais, se és possuidor da Boa Nova da redenção - busca entender o sentido legítimo da Fraternidade e, afeiçoando-te a ela, como companheira inseparável, trabalha amorosamente, abrigando o Cristo no coração.

Certamente encontrarás obstáculos sem conta. Ironias e sarcasmos serão óbices tremendos para conseguires a vitória final.

No entanto, com a Fraternidade em tua existência, em tua mente, terás contigo o Senhor e Mestre, e, não obstante viveres num mundo de aflições e provas, serás livre em ti mesmo, pois conhecerás o Caminho, a Verdade e a Vida.

Não te prendas às coisas transitórias, que são ofertadas ao mundo apenas como meio de aperfeiçoamento e ascensão.

Ergue-te do pó da estrada e, à luz da Fraternidade, bênção divina ao teu dispor, prossegue em busca dos irmãos sofredores, tornando-te o samaritano de Jesus, em tarefa nobilitante na crosta planetária.

Constrói em ti mesmo o templo sagrado da Fraternidade, único sentimento capaz de transpor, incólume, os umbrais da morte. Avança, na certeza absoluta de que a tua moeda divina será - hoje, aqui e além - a do trabalho fraterno em seus lídimos postulados.

Imita o Pai Poderoso, que serve, incessantemente, abraçando os filhos de seu amor para conduzi-los às áureas trilhas da Eternidade. Segue o teu Pastor Divino, auxiliando-o a trazer para o redil as ovelhas tresmalhadas. Procura nos exemplos nobres, que te cercam o coração, a força precisa para a caminhada.

Fraternidade em ação, bênção divina, coroa que te iluminará a vida, perenemente.

Segue, Irmão, não te detenhas!

O Plano Espiritual Superior é todo um autêntico laboratório de fraternidade, guiando, orientando as coletividades para o Infinito Amor.

Segue, Irmão!

Toma para ti o título real, aquele que verdadeiramente deves conquistar: o de Irmão. Irmão legítimo de toda a Humanidade.

Imola-te como o Cordeiro, amando, fraternalmente, para seres um com Ele na vida imortal.



pelo Espírito Augusto Paiva
(Página psicografada pela médium Maria Cecília Paiva,
na reunião pública da noite de 11 de maio de 1976, na
Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, RJ.)

 

sábado, 25 de abril de 2015

Prece Eficaz


"A prece é medicamento eficaz para todas as doenças da alma. 
(Joanna de Ângelis)


Em sua passagem pelo mundo, Jesus se notabilizou pela pureza, pela bondade e pela sabedoria.

A meditação sobre Sua vida é sempre salutar.

Um aspecto interessante para refletir consiste no hábito que Jesus tinha de orar.

Nas mais diversas oportunidades, buscava se conectar com o Pai.

A pedido dos Apóstolos, ensinou-lhes a oração dominical.

Em Suas derradeiras instruções, antes de experimentar o martírio, Ele também tratou da prece.

Disse que, até aquele momento, os discípulos nada haviam pedido em Seu nome.

Mas que, ao pedirem, receberiam, para que sua alegria se cumprisse.

Com base nessa assertiva, muitos cristãos entendem que toda e qualquer oração deve ser atendida.

Não têm pudor de rogar ao Senhor da Vida a satisfação de fantasias e caprichos.

Ou então pedem para que a morte poupe um ente querido.

De outras vezes, rogam para ter vida tranquila, ao abrigo de imprevistos e desastres.

Imaginam que todos os seus problemas se solucionarão, ao simples custo de uma rogativa.

Olvidam a lei do trabalho, para se lançarem  no simples petitório.

Desejam facilidades, sucesso sem esforço.

Acreditam que sua condição de cristãos lhes garante uma posição privilegiada no mundo.

Com isso, esquecem outra afirmativa do Messias Divino, no sentido de ser necessário tomar a própria cruz.

Ou seja, esforçar-se para superar os percalços do mundo.

Guardar dignidade frente às tentações.

Servir de exemplo, com uma vida laboriosa e serena.

Na ausência de pronto atendimento a suas rogativas, quedam desalentados.

Entretanto, há um aspecto importante a ser observado.

Jesus prometeu a resposta do céu aos que pedissem em Seu nome.

Por isso mesmo, a alma crente, convicta da sua fragilidade, precisa interrogar a própria consciência.

Deve analisar o conteúdo de suas rogativas ao Supremo Senhor, no mecanismo das manifestações espirituais.

Estará ela suplicando em nome do Cristo ou das vaidades do mundo?

A título de orar, não estará apenas cultivando o hábito da reclamação?

Pedir, em nome de Jesus, implica aceitar a Vontade Divina sábia e amorosa.

Essa rogativa tão especial pressupõe a entrega do próprio coração.

E quem se entrega ao Divino Amigo sabe se contentar com o necessário que lhe é concedido.

Nessa entrega reside o segredo da compreensão perfeita da sublimidade do amor de Deus.

Ele não envolve Suas criaturas em padecimentos com o propósito de vê-las sofrer.

Experiências dilaceradoras destinam-se a fazer surgir a pureza dos anjos.

Elas propiciam a superação do estágio de infância espiritual.

Chamam a atenção para o que realmente importa: a consciência tranquila, a fraternidade e a fé.

Nisso reside a genuína alegria do cristão, que jamais perece.

Pense a respeito.




por Redação do Momento Espírita, com base no cap. 66, do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB em 8.8.2012.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Reflexão... Codificação Espírita




O perispírito é um corpo sutil, que toma a forma humana e pode se apresentar em variados graus de densidade energética. É invisível aos olhos do corpo, mas através da clarividência podemos “vê-lo”.
  As energias que partem das camadas mais profundas do Ser até o corpo físico (e vice-versa) passam pelo perispírito.

Quando vemos um espírito, seja em sonhos ou em estado de vigília, é o perispírito dele que enxergamos.

Hoje, seu corpo mais denso de expressão é o corpo físico. Quando você desencarnar, será através do perispírito que você se manifestará, pois ele não desaparece com a morte do corpo carnal.

Vejamos o que diz O Livro dos Espíritos, obra básica para entendermos a codificação espírita:

“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais o mundo invisível ou espírita, quer dizer, dos espíritos.

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente de tudo.

O mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou não ter jamais existido, sem alterar a essência do mundo espírita.

Os espíritos revestem, temporariamente, um envoltório material perecível, cuja destruição, pela morte, os torna livres.

Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e Intelectual sobre os outros.

A alma é um espírito encarnado, do qual o corpo não é senão um envoltório.

Há no homem três coisas:
  1º – O corpo ou ser material análogo aos dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – A alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo; 3º – O laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito.”

Não tenha medo dos espíritos. Você é um espírito. Está encarnado neste corpo e esqueceu que a vida é eterna!

Amigos de outras existências estão te esperando no plano espiritual.
  Outros encarnaram com você. Não existe castigo eterno, pois Deus é a infinita Bondade.
Paz e Luz!

(por Victor Rebelo)

domingo, 19 de abril de 2015

O advento do Consolador



O mundo passava por momentos decisivos, transformadores, oferecendo condições para o surgimento de uma nova humanidade. Ao mesmo tempo, ocorria o rompimento com idéias cristalizadas do passado no campo da religião e da cultura.

No século imediatamente anterior à Codificação foram lançados os alicerces da renovação do pensamento ocidental com os chamados iluministas que definiram uma arena de fermentação de ideais arrojados, apontando para um futuro glorioso no qual o homem assumiria o comando de si mesmo, aprendendo a valorizar a liberdade de pensar, falar e agir.

O século dezoito apresentou o início de uma nova era, propriamente dita. O homem foi sacudido pelo vendaval das mudanças ocorridas nos diferentes campos do saber humano. Discutiu-se muito, surgiram as ciências diversificadas tanto na área das relações humanas como nas voltadas para o estudo das conexões nervosas, com o objetivo de melhor compreender a mente. A religião, anteriormente abalada em seus fundamentos, encontrava-se oscilante; de um lado, entre católicos fielmente vinculados aos ditames da igreja de Roma ou aos renovadores da contra reforma protestante, os jesuítas, e, de outro, aos adeptos da igreja Reformada que, então, se auto intitulavam reformadores.

O Cristo era, então, o centro para onde convergiam todas as discussões, os debates, as disputas e as intrigas. Homens de fé, teólogos respeitáveis, ou simples sacerdotes eram tomados por um frenesi, uma agitação febril, muitas vezes doentia, sempre com o intuito de demonstrar a grandeza e a superioridade das interpretações teologais.

Entre estes, poucos se deixavam manter-se no silêncio e na oração, buscando Jesus no íntimo do ser. Angustiados, vezes sem conta se viam jogados de um lado para outro, como frágil barco na tempestade.

O século seguinte, o dezenove, nasceu desse caldo de idéias revolucionárias. Muitas rebeliões e revoluções surgiram, em consequência, no velho continente europeu para, ao final, delinear e organizar as nações do mundo atual. O século dezenove, o século das revoluções liberais, passou à história como uma época de construção civil, política, sobretudo religiosa.

Foi quando Jesus saiu dos altares e dos púlpitos, reuniu seus servos fieis e estabeleceu que era chegado o momento de materializar o Consolador, por Ele prometido, no mundo das formas. A Humanidade encontrava-se mais lúcida, já detinha valores morais e conhecimentos suficientes para começar a exercitar a lei de amor, explicitada no seu Evangelho de luz e amor.

Sob os sons vibrantes de novas clarinadas, uma etérea e argêntea luz espalhou-se pelo Planeta, e, um exército de servidores, constituídos por soldados devotados e compromissados com o Bem Maior, organizou uma invasão em todos os recantos, convidando a Humanidade para receber o Cristo no coração, servindo ao próximo, amando e protegendo-o.

Médiuns surgiram aos borbotões para trazer à Terra a mensagem Sublime do Céu. Em 18 de abril de 1857 um coro de Espíritos peregrinos, uniram-se em cântico celestial para fazer o mundo conhecer O Livro dos Espíritos. Livro imortal, gravado no infinito com chispas de luzes do coração amoroso do Senhor.

A Verdade chegou por meio do zelo, cuidado, amor e muito senso de responsabilidade do Sr. Hippolite Léon Denizard Rivail que, sob o impacto da luz e do amor de Jesus abstraiu-se de si mesmo, livrando-se daquela sua personalidade de mestre lionês para, então, se converter no humilde servidor, denominado Allan Kardec.

O Livro dos Espíritos foi forjado, assim, nas oficinas divinas e continua representando o legado espiritual do Cristo para Humanidade.


Cairbar Schutel.

Mensagem psicográfica recebida no dia 16.04.15, na FEB, por Marta Antunes.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A VENTURA DA PRECE



Vinde, todos vós que desejais crer; os espíritos celestes auxiliam e vêm vos anunciar grandes acontecimentos. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros para vos dar todos os seus benefícios. Homens incrédulos! Se soubésseis quanto bem a fé traz ao coração e como leva a alma ao arrependimento e à prece! Ah! a prece! Como são comoventes as palavras que saem da boca no momento em que se ora!


A prece é o orvalho divino que faz desaparecer o grande calor das paixões; filha mais velha da fé, ela nos leva pelo caminho que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus; e para vós não há mistérios, porque eles se desvendam. Apóstolos do pensamento, para vós é a verdadeira vida; vossa alma se desliga da matéria e se lança nesses mundos infinitos e etéreos que os pobres humanos desconhecem.


Caminhai, caminhai pelos caminhos da prece, e escutareis as vozes dos anjos. Que harmonia! Não mais o ruído confuso nem os cantos estridentes da Terra; são as liras dos arcanjos; são as vozes doces e suaves dos serafins, mais leves que a brisa da manhã, quando brincam na folhagem dos vossos grandes bosques. Em que delícias havereis de caminhar! Vossas palavras não poderão definir essa ventura, que entrará por todos os poros, tão viva e refrescante é a fonte em que se bebe quando se está orando. Doces vozes, inebriantes perfumes que a alma ouve e sente quando se lança nessas esferas desconhecidas, habitadas pela prece. Sem a mistura dos desejos carnais, todas as aspirações são divinas. Vós também, orai como o Cristo levando sua cruz ao Gólgota, ao Calvário. Levai vossa cruz, e sentireis as doces emoções que passavam em sua alma, embora carregando o madeiro infamante. Ele ia morrer, mas para viver a vida celeste, na morada de seu Pai.  (Santo Agostinho. Paris, 1861.)


O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII, Pedi e Obtereis.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Biografia - Vida e Obra do Espírito Emmanuel

Morrer e Desencarnar



Há muita gente que morre sem poder desencarnar e por isso permanece sempre no mesmo lugar, preso ainda a este mundo, atarantado a vagar...

A morte vem quando acaba todo o fluido vital, é parte da Lei de Deus, já que ninguém é imortal, pois morrer é, para todos, um evento natural!

Desencarnar, todavia, é muito mais complicado, precisa desprendimento para ver-se libertado e desatar cada laço que aqui nos deixa atrelado!

Isso só se aprende em vinda, ao treinar o desapego das coisas que são do mundo, já que após não tem "arrego", porque depois que morremos é difícil ter sossego...

É triste você pensar que ainda trabalha e come no emprego que frequentava e ao meio-dia tem fome, querendo que todo mundo o chame pelo seu nome!

"Onde estiver teu tesouro aí estará teu coração!" ensinou-nos Jesus Cristo, ao falar à multidão, quando trouxe a este mundo a grande revelação. 

Portanto, você que é espírita e a verdade já conhece, faça muita caridade e se defenda com a prece, para depois que morrer poder ter o que merece.

Não fique vagando a esmo, igual a uma assombração, perdido e causando susto aos outros na escuridão e atrasando sua viagem na rota da evolução!

A vida aqui é provisória, é uma visita fugaz; Portanto, depois da morte, siga e sem olhar para trás, porque o que ficou na terra para nada serve mais, só assim terá sua alma, com a morte, desencarnada!

E bastante resoluto, seguirá sua caminhada, em busca do mundo novo, onde há uma nova alvorada!


por Octávio Caúmo Serrano, Revista Inernacional de Espiritismo.

domingo, 12 de abril de 2015

COMO COMUNICAR-ME?



Como Comunicar-me?

Às vezes, perguntam-me na rua: É verdade que vocês comunicam-se com os mortos? Como faço para comunicar-me com meu pai ou filho que já morreu ?

As duas perguntas merecem resposta, antecedidas de algumas ponderações:
  1. Os espíritas não se comunicam com os mortos, em primeiro lugar porque mortos não existem. Todos vivem após a morte.
  2. O telefone só toca de lá para cá! Vamos explicar: 
 
Os Centros Espíritas realizam sim reuniões mediúnicas de intercâmbio com os espíritos, que nada mais são que as almas dos homens que já se foram pelo fenômeno da morte. São reuniões sérias, onde devem predominar a coerência, a discrição e muita responsabilidade. Essas comunicações ocorrem através de reuniões em dias e horários previamente estabelecidos, em regime privativo – pois que não se trata de espetáculos para serem assistidos, já que sua finalidade é instruir os homens e ajudar os espíritos em dificuldades. Elas ocorrem naturalmente, quando em ambiente preparado e propício, os médiuns (homens normais dotados de sensibilidade para servirem como instrumento de intercâmbio entre homens e espíritos) oferecem passividade e os espíritos falam ou escrevem, dependendo da faculdade que o médium detém. Este ambiente propício e preparado se compõe de pessoas com afinidade entre si e imbuídas do mesmo desejo de auxiliar o semelhante, com vontade firme e perseverante de fazer o bem, que se pautam pela assiduidade e responsabilidade, priorizando a prática com amor e fidelidade.

Quanto à identificação dos espíritos comunicantes, é importante dizer que este é um detalhe de menos importância. Não há tanta preocupação em identificar o comunicante, justamente para não gerar especulação. Se este se identificar espontaneamente, tudo bem, mas não se vai ficar inquirindo o espírito sobre sua identidade. Por outro lado, a comunicação de ente queridos, usamos a expressão acima colocada e usada por Chico Xavier: "O telefone só toca de lá para cá". A decisão de comunicar-se sempre parte dos espíritos. Que garantia temos ao chamar ao espírito para comunicação, de que realmente se trata dele mesmo. Como aqui, lá também há enganadores e mal intencionados. 


Para que um espírito se comunique, há certas condições a serem observadas:
  1. Se ele realmente deseja;
  2. Se ele pode;
  3. Se ele tem condições;
  4. Se ele tem permissão;
  5. Se ele encontra condições nos médiuns à disposição;
  6. Se o ambiente lhe é favorável. 
 
Veja que não é tão fácil assim... Por isso, a espontaneidade, com detalhes, é muito mais garantia de verdadeira identidade.

Por esses motivos todos, os leitores podem avaliar que os espíritas levam muito a sério esta questão da comunicação com os espíritos. Nada de leviandade neste campo, pois estamos lidando com inteligências livres, de vontade própria e nada diferentes dos homens, apenas a moradia. Aliás, a esse respeito é importante dizer, referindo-se à existência de enganadores e trapaceiros também por lá, que o fato de alguém morrer ou desencarnar na linguagem espírita, de modo algum indica passaporte para a virtude. Continuamos o que somos, com defeitos, virtudes, conhecimento ou ignorância, havendo aí a necessidade de retorno ao planeta para novas experiências evolutivas.

Mas é muito natural que quem perdeu alguém querido, tenha o desejo de saber notícias, de comunicar-se com ele. Neste caso, meu caro leitor ou leitora, mantenha firme confiança em Deus e aguarde o momento, que surgirá. Fuja de charlatães ou pessoas inescrupulosas. Se por acaso, tiver que procurar algum grupo espírita, escolha o que mantenha mais fraternidade entre seus integrantes, onde impera a cordialidade, a sinceridade, a responsabilidade e principalmente o respeito ao semelhante, mesmo que ele seja um espírito. Para conhecer todos esses detalhes, meu caro, estude. Integre-se a um grupo sério (existem muitos) e você terá acesso a essas maravilhosas informações.


Fonte: Portal do Espírito | Espírito do Portal, por Orson Peter Carrara

sexta-feira, 10 de abril de 2015

EU NÃO MERECIA


"... Por que uns nascem na miséria e outros na opulência,
sem nada terem feito para justificar essa posição? 
Por que para uns nada dá certo, enquanto que  
para outros tudo parece sorrir?..."
"... As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e 
uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa.
Eis do que cada um deve compenetrar-se bem..."
(Cap. V, item 3)


Assumir total responsabilidade por todas as coisas que acontecem em nossa vida, incluindo sentimentos e emoções, é um passo decisivo em direção a nossa maturidade e crescimento interior.

A tendência em acusar a vida, as pessoas, a sociedade, o mundo enfim, é tão antiga quanto o gênero humano; e muitos de nós crescemos aprendendo a raciocinar assim, censurando todos e tudo, nunca examinando o nosso próprio comportamento, que na verdade decide a vida em nós e fora de nós.

Assimilamos o "mito do vitimismo" nas mais remotas religiões politeístas, vivenciadas por todos nós durante as várias encarnações, quando os deuses temperamentais nos premiavam ou castigavam de conformidade com suas decisões arbitrárias. Por termos sido vítimas nas mãos dessas divindades, é que passamos a usar as técnicas para apaziguar as iras divinas, comercializando favores com oferendas a Júpiter no Olimpo, a Netuno nas atividades do oceano, a Vênus nas áreas afetivas e a Plutão, deus dos mortos e dos infernos.

Aprendemos a justificar com desculpas perfeitas os nossos desastres de comportamento, dizendo que fomos desamparados pelos deuses, que a conjunção dos astros não estava propícia, que a lua era minguante e que nascemos com uma má estrela.

Ainda muitos de nós acreditamos ser vítimas do pecado de Adão e Eva e da crença de um deus judaico que privilegia um povo e despreza os outros, surgindo assim a ideia da hegemonia divina das nações.

As pessoas que acreditam ser "vítimas da fatalidade" continuam a apontar o mundo exterior como culpado dos seus infortúnios. Recusam absolutamente reconhecer a conexão entre seus modos de pensar e os acontecimentos exteriores.. São influenciadas pelas velhas crenças e se dizem prejudicadas pela força dos hábitos, pelas cargas genéticas e pela forma como foram criadas, afirmando que não conseguem ser e fazer o que querem. Não sabem que são arquitetos de seu destino, nem se conscientizam de que o passado determina o presente, o qual, por sua vez, determina o futuro.

A vítima sente-se impotente e indefesa em face de um destino cruel. Sem força nem capacidade de mudar, repetidas vezes afirma: "Eu não merecia isto", "A vida é injusta comigo", nunca lhe ocorrendo, porém, que o seu jeito de ser é que materializa pessoas e situações em sua volta.

Defendem seus gestos e atitudes infelizes dizendo: "Meus problemas são causados por meu lar", "Os outros sempre se comportam desta forma comigo". Desconhecem que as causas dos problemas somos nós e que, ao renascermos, atraímos esse lar para aprendermos a resolver nossos conflitos. São os nossos comportamentos interiores que modificam o comportamento dos outros para conosco. Se somos, pois, constantemente maltratados é porque estamos constantemente nos maltratando e/ou maltratando alguém.

Ninguém pode fazer-nos agir ou sentir de determinada maneira sem a nossa permissão. Outras pessoas ou situações poderão estimular-nos a ter certas reações, mas somente nós mesmos determinaremos quais serão e como serão essas reações. As formas pelas quais reagimos foram moldadas pelas experiências em várias vidas e sedimentadas pela força de nossas crenças interiores - mensagens gravadas em nossa alma.

Portanto, precisamos assumir o comando de nossa vida e sair do posicionamento infantil de criaturas mimadas e frágeis, que reclamam e se colocam como "vítimas do destino".

Admitir a real responsabilidade por nossos atos e atitudes é aceitar a nossa realidade de vida - as metas que alteram a sina de nossa existência.

Em vez de atribuirmos aos outros e ao mundo nossas derrotas e fracassos, lembremo-nos de que "as vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa".



livro: Renovando Atitudes
Francisco do Espírito Santo Neto,
ditado por Hammed
 

terça-feira, 7 de abril de 2015


A vida de Chico Xavier chega em forma de musical
aos palcos mineiros

Participando do circuito BroadUAI, em Belo Horizonte,
o musical terá fins 100% filantrópicos





O musical “Chico Xavier – No Céu da Vibração” acontece nos dias 27 a 31 de maio no Cine Theatro Brasil, no Centro de Belo Horizonte (MG), com ingressos já disponíveis para venda. O espetáculo é uma produção da DrammAto Kostás em parceria com a Scalla Entretenimento, e conta com a direção de Daniel Kostás (foto) e Dilson Mayron. O roteiro, inspirado no livro “Chico Xavier – Meus Pedaços do Espelho”, de Marlene Nobre, traz um diferencial dentro de seu gênero, o de não trazer uma “obra biográfica linear”.


Todo o repertório da apresentação está diretamente relacionado a artistas que já homenagearam Chico Xavier e a apresentação contará com participação da Orquestra Jovem das Gerais, um grupo  experiente  e  premiado que se apresenta em diversos países da Europa.


Conversamos com o diretor do musical, Daniel Kostás, para saber um pouco mais sobre esta montagem.



O que o inspirou a montar este musical? Por que esta homenagem?


Quando Dilson Mayron, meu sócio e parceiro na direção de "Chico Xavier - No Céu da Vibração" e eu começamos a planejar o Circuito BroadUai há 5 anos, queríamos uma programação forte e que fosse tocante ao público. Paralelamente, fui convidado para dirigir um show em homenagem ao Chico Xavier. O projeto já tinha o perfil filantrópico, em favor do Hospital Espírita André Luiz, mas na época o projeto não pôde ser realizado. Em 2014, nos deu uma grande vontade de retomar o projeto e buscar sua realização. E no fechamento da programação do Circuito BroadUai em meados de 2014, fiz a proposta para as duas equipes de produção, do Circuito BroadUai e do show em homenagem de "Chico Xavier", de que o espetáculo se transformasse em um musical e que integrasse a programação, como a primeira temporada de musical do Circuito, em 2015. A ideia se encaixava perfeitamente: Chico foi um grande homem, inspirou multidões de pessoas e deixou um trabalho incrível; e o mundo dos musicais no Brasil está vivendo atualmente a era dos musicais biográficos. Além disso, com a descoberta de diversas músicas de compositores famosos, como Roberto Carlos, Gilberto Gil e Fábio Júnior, em homenagem a Francisco Cândido Xavier, o musical se tornava um projeto comercialmente forte. Foi então dada a largada à produção de "Chico Xavier - No Céu da Vibração", que além desses fatores todo, conta como inspiração dramatúrgica a biografia escrita em homenagem ao Chico pela querida Dra. Marlene Nobre, falecida em janeiro: o livro "Chico Xavier - Meus pedaços do espelho". Antes do seu falecimento, consegui ainda fazer algumas entrevistas com ela em dezembro passado, quando ela me narrou diversas situações curiosas sobre o Chico.  Pedi sua autorização para colocar essas informações coletadas no musical e ela prontamente me autorizou. São cenas lindas e bastante poéticas, que o grande público poderá conhecer em primeira mão "No Céu da Vibração".



Como você reuniu os dados que serão apresentados?


O material de "Chico Xavier - No Céu da Vibração" foi recolhido em diversas fontes: composições em homenagem ao Chico, suas biografias lançadas, entrevistas, os filmes que foram produzidos em sua homenagem, mas principalmente naquilo que Chico sempre inspirou: uma vibração incomparável. Quando passei o material para que a Selhe Mapér, que escreveu o roteiro do espetáculo pudesse trabalhar, passei a orientação que gostaríamos que a história pudesse focar menos em contar a história do Chico (já muito conhecida) e que focasse mais naquilo que o Chico despertou em todos nós. E é por isso que se chama "No Céu da Vibração", que inclusive é uma das músicas do espetáculo, do Gilberto Gil e gravada especialmente por Elis Regina para um especial da Rede Globo, nos anos 80. O resultado está incrível!



O que o público pode esperar desta obra?


Primeiramente, esperamos que o espetáculo seja emocionante. Afinal, se contar uma história como essa é uma tarefa muito difícil, pois exige bastante cuidado. Há uma expectativa grande do público, principalmente espírita - apesar de que o musical tem atraído pessoas de diversas religiões. Na equipe criativa mesmo temos - além de espíritas - evangélicos, espiritualistas, católicos, judeus e budistas. Chico está acima de qualquer religião e inspirou diversos grupos religiosos, diversos trabalhos pelo mundo e diversas organizações. Foi uma das personalidades mais homenageadas no Brasil: tem a maior quantidade de ruas com levam seu nome; diversos nomes de instituições; os filmes em sua homenagem foram sucesso de bilheteria; diversas músicas que foram feitas em sua homenagem; indicado ao Prêmio Nobel da Paz e foi eleito o mineiro e o brasileiro do século por diversas instituições, como rede Globo, Grupo SBT, entre outras. Ou seja, o público pode esperar também uma grande homenagem. Mas, assim como escreveu Dra. Marlene, o que será apresentado é somente o nosso "pedaço do espelho", a nossa visão sobre a história e o legado deixado por este grande homem e que fizemos com muito carinho e com muito trabalho, executado por uma equipe de quase 200 pessoas, entre artistas e técnicos envolvidos no projeto.



Há artistas conhecido do grande público nesta obra?


Somos quase 200 pessoas e, sim, há artistas de renome, mas ainda não podemos divulgar. Em breve o público vai ficar sabendo!



Quando e onde será a estreia? Há outras praças agendadas?


O espetáculo estreia dia 27 de maio de 2015, no Cine Theatro Brasil e cumpre curta temporada até 31 de maio. Mais de 1/3 dos ingressos foram vendidos nos cinco primeiros dias de abertura da bilheteria, em janeiro. Não há previsões de turnê do espetáculo, por isso recomendamos que o público que queira fazer parte, corra para comprar seus ingressos, antes que se esgotem. O Circuito BroadUai tem parcerias com hotéis em Belo Horizonte e agência de turismo para facilitar para público não residente em Belo Horizonte. Além da temporada do musical, outras atividades especiais foram programadas envolvendo "Chico Xavier", são surpresas e ainda não podemos divulgar também. Para ficar por dentro da programação e ter acesso a outras informações, o público pode ficar de olho na nossa página do Facebook e no nosso site: www.circuitobroaduai.com.br.



Já é possível adquirir os ingressos? Como?


Sim, basta entrar no site compreingressos.com e procurar pelo musical "Chico Xavier - No Céu da Vibração". Pelo telefone também é possível comprar: (31) 2626-1251. E na bilheteria do Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. Os ingressos do primeiro lote custam R$100,00, com meia entrada de R$50,00, conforme lei. Depois passam a custar R$150,00.



A renda ou parte dela será revertida para alguma obra social?


Toda a renda de bilheteria do projeto será revertida, 100%, para instituições filantrópicas com trabalhos sociais no Brasil e na África. Esse é um dos objetivos principais do projeto: fazer um grande espetáculo em homenagem a Chico Xavier e manter a homenagem inclusive na forma de lidar com a bilheteria do espetáculo, afinal se o próprio Chico doou todos os seus direitos autorais para instituições, como poderíamos nós fazer diferente?! Na verdade, além de "No Céu da Vibração", toda a bilheteria líquida do Circuito BroadUai será 50% doada para instituições com trabalhos sociais. Nós estamos assumindo esse compromisso com o público e com a sociedade!


       

Fonte: O Consolador, por Giovana Campos, giovana@ccbeunet.br
Santos, SP
(Brasil)



segunda-feira, 6 de abril de 2015

#005 - Velho Testamento: Livro Gênesis (corrigido)

Os Simbolismos da Páscoa e o Espiritismo


A palavra Páscoa tem  origem em dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, cujo significado é distinto entre esses dois grupos religiosos.

No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia,  assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento  caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e  a sua  organização religiosa,  culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da  Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida a  ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro são os alimentos básicos.

A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica. A partir daí,a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos  coincide, vez ou outra, com a judaica.[1]

Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) no dia da Páscoa judaica.[2] Assim, entendem que não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo.  Por outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7), defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação de outro ensinamento  de Paulo de Tarso (1Corintios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento, da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da verdade.[3]

Algumas festividades politeístas relacionados à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura do coelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). As sacerdotisas de Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando as vísceras do animal sacrificado.[1]
 
É interessante observar que nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”,  a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado  por todo o mundo antigo oriental e ocidental, e que na Bíblia é chamada de Astarote. (…) Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha.[2]

A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra.”[3] Contudo, é importante destacar: o Espiritismo respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo  representado, ainda que apresente outras interpretações.  A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).”[4] A ressurreição do Cristo representa  a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida.

Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.[5]

Os espíritas, procuramos comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço perene de vivenciar a  mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo vive em mim.  Minha vida presente na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)[6]


[1] //pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa Acesso: 27/03/2013.
[2] J.D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Pág. 1002.
[3] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Q. 625, pág.
[4] Idem. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. I, it. 2, pág. 56.
[5] Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 176, pág. 365.
[6] Bíblia de Jerusalém. Pág. 2033.

Referências

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. São Paulo: Paulus, 2002.
ELWELL, Walter A (editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Trad. Gordon Chow. 1ªed. 3ª reimp. Vol. III.  São Paulo: Edições Vida Nova, 2003.
DOUGLAS, J.D. (organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. Tradução de  João Bentes. 3ª ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.
_____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2008.
XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 1ªed. 3ª reimp. Brasília: FEB Editora, 2012 (Coleção Fonte viva;2)

sábado, 4 de abril de 2015

Haroldo Dutra Dias | Especial de Páscoa

Esclarecimentos Oportunos 003 - Como os Espíritos podem falar e escrever...

Esclarecimentos Oportunos 062 - Existem crianças no mundo espiritual?


A FÍSICA QUÂNTICA EM BUSCA DA PARTÍCULA DIVINA


(Este artigo de Luís de Almeida foi originalmente publicado na Revista Internacional de Espiritismo de Janeiro de 2002)

  A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita, com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos - uma obra actual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como "a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas") do Espírito e da Matéria propriamente dita.
  A Física Moderna leva-nos ao encontro do Espírito e de Deus
  A física quântica pode constituir uma ponte entre a ciência e o mundo espiritual, pois segundo ela, pode-se "reduzir" a matéria, de forma subjetiva e no domínio do abstrato, até à consciência - causa da "intelectualidade" da matéria. A consciência transforma as possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades quânticas em fatos reais. Essa consciência deve apresentar uma unidade e transcender o tempo, espaço e matéria. Não é algo material, na realidade, é a base de todos os seres.
  
Recordemos o professor de Lyon In O Livro dos Espíritos (9):
  23. Que é o Espírito?
  - "O princípio inteligente do Universo".
  a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
  - "Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa."
  Tanto é assim, que os físicos teóricos postulam a existência de uma "partícula", que seria a partícula "fundamental", que ainda não foi encontrada, mas a qual o Prémio Nobel da física, Leon Lederman, denomina a "partícula divina". Partícula essa decisiva pois é ela que determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela gravidade dos 90% do universo ainda desconhecido.

Leiamos Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
  25. O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?
  - "São distintos uma do outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria."
  26. Poder-se-á conceber o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito?
  - "Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento."
  Cabe lembrar que os físicos, a partir das pesquisas do norte-americno Murray Gel Mann nos aceleradores de partícula, já admitem a existência de um domínio externo ao mundo cósmico dito material onde provavelmente existam agentes activos também chamados frameworkers, capazes de actuar sobre a energia do Universo, modulando-a e dando-lhe formas de partícula atómica, ou seja por outras palavras - o espírito, chamado também "Agente Estruturador" por vários físicos teóricos.

Retomemos novamente o mestre lionês In O Livro dos Espíritos (9):
  76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
  - "Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material."
  536. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes fenómenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?
  - '"Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus."
  b) - Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem acção sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?
  - "Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce ação direta sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos."
A Teoria das Supercordas e a Dimensão Psi
  Outra teoria quântica, que vem de encontro a existência de uma "partícula divina consciêncial" no final da escala das partículas subatómicas, é a teoria das supercordas. Essa teoria foi melhorada e é defendida por um dos físicos teóricos mais respeitados da actualidade Edward Witten, professor do Institute for Advanced Study em Princeton, EUA. De maneira bastante simples e resumida, a teoria das supercordas postula que os quarks, mais ínfima partícula subatómica conhecida até o momento, estariam ligados entre si por "supercordas" que, de acordo com sua vibração, dariam a "tonalidade" específica ao núcleo atómico a que pertencem, dando assim as qualidades físico-químicas da partícula em questão.
  Querer imaginá-las é como tentar conceber um ponto matemático: é impossível, por enquanto. Além disso, são inimaginavelmente pequenas. Para termos uma ideia: o planeta Terra é dez a vinte ordens grandeza mais pequeno do que o universo, e o núcleo atómico é dez a vinte ordens de grandeza mais pequeno do que a Terra. Pois bem, uma supercorda é dez a vinte ordens mais pequena do que o núcleo atómico.

O professor Rivail, esclarece In O Livro dos Espíritos (9):
  30. A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?
  - "De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva."
  Ou seja, é a vibração dessas infinitesimais "cordinhas" que seria responsável pelas características do átomo a que pertencem. Conforme vibrem essas "cordinhas" dariam origem a um átomo de hidrogénio, hélio e assim por diante, que por sua vez, agregados em moléculas, dão origem a compostos específicos e cada vez mais complexos, levando-nos a pelo menos 11 dimensões.

Corrobora Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
  79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?
  - "Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material.."
  64. Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio vital será um terceiro?
  - "É, sem dúvida, um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas que também tem sua origem na matéria universal modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois que tudo isso deriva de um só princípio."
  Essa teoria traz a ilação de que tal tonalidade vibratória fundamenta é dada por algo ou alguém, de onde abstraímos a ?consciência? como factor propulsor dessas cordas quânticas. Assim sendo, isso ainda mais nos faz pensar numa unidade consciencial vibrando a partir de cada objecto, de cada ser.

Complementa Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
  615. É eterna a lei de Deus?
  - "Eterna e imutável como o próprio Deus."
  621. Onde está escrita a lei de Deus?
  - "Na consciência."
  Seguindo esta teoria e embarcando na ideia lançada por André Luiz In Evolução em Dois Mundos (11), onde somos co-criadores dessa consciência universal, e cada vez mais responsáveis por gerir o estado vibracional das nossas próprias "cordinhas" - a chamada dimensão Psi por vários investigadores espiritas -, à medida que delas nos conscientizemos, chegaremos a harmonia perfeita quando realmente entrarmos em sintonia com a consciência geradora que está em nós, e também no todo, vulgarmente conhecida por Deus, ou como alguns físicos teóricos sustentam "O Supremo Agente Estruturador".

Leiamos o Codificador In O Livro dos Espíritos (9):
  5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
  - "A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio; não há efeito sem causa."
  7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
  - "Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária."

Interpretemos Allan Kardec In A Gênese (10) Cap. II - A Providência:
  20. - A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial.
  Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir-se em pormenores ínfimos, preocupar-se com os menores actos e os menores pensamentos de cada indivíduo?» Esta a interrogação que a si mesmo dirige o incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode admitir, quanto à sua acção, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas actividades, sem que haja mister a intervenção incessante da Providência.
  Esta consciência única do raciocínio quântico, transforma-se em dois elementos: um objectivo e outro subjectivo. O subjectivo chamamos de ser quântico, universal, indivisível. A individualização desse ser é consequência de um condicionamento. Esse ser quântico é a maneira como pensamos em Deus, que é o ser criador dentro de nós.

Voltemos ao gênio de Lyon In A Gênese (10) Cap. II - A Providência:
  34. - Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber. Pelo facto de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz.
  Geralmente, nós interpretamos Deus como algo unicamente externo. Pensamos em Deus como um ser separado de nós. Isso é a causa dos conflitos. Se Deus também está dentro de nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se acreditamos que Deus está exclusivamente do lado de fora, então supomos que só Ele pode nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Não podemos excluir a nossa vontade, dizendo que tudo ocorre pela vontade de Deus. Temos de reconhecer o deus que há em nós, como afirmou o Doce Amigo há 2000 anos. Então seremos livres.

Allan Kardec atesta In A Gênese (10) Cap. II - A Providência:
  24. - (...) Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.
  Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele.
O Livro dos Espíritos: Uma Obra Atual e de Referência
  A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita, com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos (9) - uma obra atual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-lo como "a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas") do Espírito e da Matéria propriamente dita.
  Concluímos com Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9) resumindo toda esta teoria da Física Moderna de forma magistral, simplesmente espantoso, acreditem...:
  27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
  - "Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer acção sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e susceptível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá."


Luís de Almeida é Dirigente do Centro Espírita Caridade por Amor, da cidade do Porto, com pagina na Internet http://www.terravista.pt/PortoSanto/1391
Email: electronico ceca@sapo.pt

(1) Dyson, Freeman em INFINITO EM TODAS AS DIRECÇÕES - Edições Gradiva - 1990 - Portugal.
(2) Greene, Brian em O UNIVERSO ELEGANTE - Edições Gradiva - 2000 - Portugal.
(3) Hawking, Stephen em BREVE HISTÓRIA DO TEMPO (Edição actualizada e aumentada, comemorativa do 1º Aniversário) - Edições Gradiva - 2000 - Portugal.
(4) Hawking, Stephen em O FIM DA FÍSICA - Edições Gradiva - 1994 - Portugal.
(5) Homepage, CERN - ORGANISATION EUROPEENNE POUR LA RECHERCHE NUCLEAIRE -http://www.cern.ch/
(6) Homepage, ESA - EUROPEAN SPACE AGENCY - http://www.esa.int/
(7) Homepage, FERMILAB - FERMI NATIONAL ACCELERATOR LABORATORY - http://www.fnal.gov/
(8) Homepage, NASA - NATIONAL AERONAUTICS & SPACE ADMINISTRATION -http://www.nasa.gov/
(9) Kardec, Allan em O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Edições FEB 76ª edição
(10) Kardec, Allan em A GÉNESE - Edições FEB 36ª edição.
(11) Luiz, André em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS - Edições FEB 12ª edição
(12) Reeves, Hubert em O PRIMEIRO SEGUNDO - Edições Gradiva - 1996 - Portugal.
(13) Sagan, Carl em UM MUNDO INFESTADO DE DEMÓNIOS - Edições Gradiva - 1997 - Portugal.

(Publicado no Boletim GEAE Número 430 de 19 de fevereiro de 2002)