Eternidade

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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Dívidas Cármicas - Visão Espírita



Inicialmente, lembramos que ao cometermos um "erro", estamos - pelo exercício do nosso livre arbítrio, agindo de forma contrária a Lei da Harmonia do Universo, ou seja, a Lei de Deus. Ao agirmos dessa forma, criamos, em nós mesmos, campos de energias desorganizados, ou seja, fluidos desarmonizantes que necessitarão serem removidos ou reequilibrados em nossa estrutura perispiritual.

Ao contrário do que nós imaginávamos, quando éramos principiantes no estudo da Doutrina Espírita, não há a necessidade de "pagarmos" as dívidas adquiridas pelos erros cometidos com a moeda do sofrimento ou da dor. Há, sempre, a oportunidade para saldarmos a nossa dívida com a Lei Maior do Universo com a moeda do trabalho e do amor ao próximo.

Lembro-me de um emocionante depoimento de um Espírito ao retornar ao mundo extrafísico. Tratava-se de um senhor idoso que, desencarnando aos 98 anos de idade, lá foi recebido com muita festa, alegria, flores e luzes que o envolviam no mundo espiritual. Surpreendentemente, o referido senhor tomado de profunda emoção, entre lágrimas, assim se expressou:

- Amigos, há um engano, eu não sou digno dessa linda recepção, vocês não sabem? - Não sabem que eu sou um assassino? - Ao que respondeu, delicadamente, um dos espíritos amparadores que o recepcionava.

- Querido amigo, todos nós conhecemos a sua história, você não é um assassino. Você, aos 18 anos de idade, para defender a sua namorada, matou um jovem que estava tentando abusar dela. Depois disso, casou, tornou-se um excelente marido, pai presente e atuante, avô amoroso e um bisavô exemplar. A frente de suas empresas, você proporcionou o mais digno ambiente de trabalho aos seus empregados. No meio social sempre deu o melhor dos exemplos de solidariedade, compreensão e afetividade.

O idoso senhor ao escutar o relato do Ser de Luz que o recebia, colocou:

- Mas, eu não devo pagar pelo que fiz? Afinal... Eu dei um tiro no coração, matei aquele jovem...

- Você já pagou a dívida que contraiu com a Lei da natureza, que é a Lei de Deus. Seu trabalho dos 18 aos 98 anos, e seu amor ao próximo reconstruíram as energias desequilibradas que você gerou em si mesmo.

- Mas... Eu não devo pagar, sofrendo, pelo que eu fiz?

- Você já pagou a sua dívida com a Lei de Amor do Universo, e a saldou com a moeda do amor e do labor, não é necessário que venha a pagar com a moeda da dor.

- Mas, aquele que eu matei... Eu sei que em outra vida, talvez já na próxima vida eu tenha de me encontrar com ele. O que irá acontecer?

- Querido amigo! Aqueles, como você, que já conquistaram valores éticos e espirituais também tem a necessidade de reencontrar os que feriram no passado, e esse encontro será, agora, muito mais proveitoso. Você, após um precioso estágio no nosso plano, aprimorará ainda mais seu conhecimento e sua ética, renascerá na Terra e lá reencontrando o seu amor, ou seja, aquela que foi sua esposa na vida atual - ambos serão pais daquele jovem.

- Ele, então... Será nosso filho?

- Sim, um filho único e difícil, necessitará ser muito amado. Ele herdará todos seus bens, que serão dados a ele com amor, pois esse jovem estará na veste de seu filho. Porém, o maior em que você, meu querido amigo, legará a ele será o seu exemplo, sua educação, seus valores éticos. Você já conquistou esse direito, continuará pagando, saldando sua dívida com a moeda do amor e do labor...


por Ricardo Di Bernardi - Médico Homeopata.

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