Eternidade

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quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Despoluição Espiritual do Planeta



Nas reuniões mediúnicas de desobsessão, causa perplexidade o grande número de Espíritos que exercem vingança por prejuízos sofridos em pretérita existência. Perseguem os responsáveis, impondo-lhes variados problemas de saúde física e psíquica.

Parecem ter perdido o contato com a realidade, dominados pelo desejo de revide, sem atentar ao passar do tempo, contabilizando, não raro,dezenas de anos e até séculos.

Localizam e assediam seus desafetos com a intenção de submetê-los a todo sorte de sofrimentos e desajustes.

E quem é mais digno de comiseração?

O obsidiado, pela inconsequência criminosa do passado, ou o obsessor, pela agressividade feroz do presente?

O obsidiado, que ofendeu, ou o obsessor, que não soube perdoar?

O obsidiado, que colhe espinhos que semeou, ou o obsessor, que dilacera nos propósitos de vingança?

É difícil lidar com um Espírito nessa condição, fixado na ideia de que seus desafetos, que tanto o fizeram sofrer, devem experimentar sofrimentos mil vezes acentuados.

Inútil racionalizar, dizendo-lhe que responderá por seus atos,que está sendo insensível, que não está agindo de conformidade com as leis divinas.
É impermeável aos apelos da razão. Melhor evocar o coração.

Lidei há pouco com umasituação dessa natureza...

O obsessor mostrava-se irredutível na perseguição que exercia sobre um desafeto. Pretendia induzi-lo ao suicídio. O caso viera parar no atendimento fraterno do Centro, por iniciativa de um familiar, preocupado com  estado de abatimento e desânimo do obsidiado.

E ali estava o algoz, conversando conosco ao processo mediúnico.De nada adiantou falar-lhe das consequências de seus atos, do crime que estava cometendo, dos sofrimentos que estava impondo a toda uma família, em nome do ódio.

Em certo momento, justificando-se, explicou:

- Aquele de quem você se compadece é um criminoso sem perdão. Na existência passada ele foi um coronel nordestino.Movido pela ambição, invadiu minhas terras, matou-me, bem como a meus pais,irmãos, esposa e três filhos, e apossou-se de todos os nossos haveres. Estive a vagar sem sossego por muito tempo. Agora o localizei e farei justiça. Vou induzi-lo ao suicídio e provocarei a desagregação de sua família.

- A experiência ensinou-me que em situações assim o primeiro passo é captar a simpatia do manifestante, concordando com seus propostos,exercitando amor por ele.

Foi o que fiz...

- Sua revolta é justa. O crime que seu desafeto cometeu é imperdoável.
- Ainda bem que concorda comigo, porquanto não descansarei enquanto o miserável não pagar!
- Desculpe, mas fico imaginando se valeu a pena ficar tanto tempo dominado pelo ódio, a ponto de perder a própria noção do tempo. Pelo que você relatou, aquela tragédia aconteceu há mais de um século.
- Ainda que se passem muitos séculos, não importa! Quero vingança!

Então amigo leitor, veio o apelo do coração...
- E a sua família?...
- O que tem minha família?
- Mantém contato com seus pais, irmãos, a esposa e filhos?
- Não, nunca mais os vi.
- Não acha estranho, já que desencarnaram juntos?
- Nada disso importa! Apenas a justiça!
- Não sente saudades?
- Não quero pensar nisso!
- Nunca procurou definir por que não os encontra?
- Certamente esqueceram-se de mim, seguiram seu caminho.
- E se eu lhe disser que mentores espirituais querem colocá-lo em contato com eles?
- Não acredito! Você quer enganar-me!
- É verdade! Seus familiares têm procurado aproximar-se, mas você não os vê, porquanto seus olhos estão obscurecidos pelo ódio. Agora, me irmão,surgiu a grande chance. Aproveite! Esqueça o passado!

O obsessor sensibilizou-se...

- Você tem certeza de que os reencontrarei?
- Fique tranquilo.
- O que devo fazer?
- Mentores espirituais conversarão com você e lhe prometo que em breve reencontrará a família. Rendamos graças a Deus, cuja misericórdia nos oferece infinitas oportunidades de reabilitação.

Em seguida orei, naquela evocação que parte do imo d’alma, réstia de amor quando nos sensibilizamos com as misérias alheias, rogando a Jesus amparasse aquele nosso irmão no seu propósito de renunciar à vingança.
O médium chorava, extravasando a emoção da entidade.
Mais uma vez o amor triunfava sobre o ódio. A partir daquele dia a situação começou a mudar no lar do ex-obsidiado, livre da pressão do tenaz perseguidor.

Sempre imagino, amigo leitor, como seria maravilhoso se pudéssemos ter milhões de grupos mediúnicos, mundo afora, em condições de ajudar Espíritos perturbados e perturbadores que enxameiam e nosso mundo.
Teríamos prodigioso saneamento em nossa psicosfera, melhorando muito as condições de vida na Terra.

E pensar que muitos dirigentes espíritas desavisados eliminam práticas mediúnicas em suas casas! Negligenciam o aspecto sagrado do Espiritismo, que o distingue de outras religiões! Perdem maravilhosa oportunidade de colaborar com a Espiritualidade para uma despoluição espiritual do planeta.

Livro – AMOR, SEMPRE AMOR! – Richard Simonetti

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